23/10/2013
às 17:18 \ Direto ao PontoDilma consola o cubano vaiado em Fortaleza com o pedido de desculpas negado à blogueira agredida por milícias governistas
Em 28 de agosto, o post republicado na seção Vale Reprise discordou da manifestação de hostilidade sofrida em Fortaleza por Juan Delgado, um dos médicos importados de Cuba pelo governo Dilma Rousseff. Os jalecos despachados para o Brasil não tinham escolha, constata um trecho do texto. O acordo abjeto foi coisa de comparsas: a presidente e o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, agiram em cumplicidade com a ditadura cubana. E os doutores escalados para a temporada no País do Carnaval aprenderam há muito tempo que o regime comunista não oferece opções; ordena.
Sim, muitos cubanos encaram a vinda para o Brasil como uma honrosa missão, indispensável à disseminação de paraísos socialistas. São escravos voluntários que não sabem o que dizem. Nunca viram de perto uma democracia genuína, nem imaginam o que é a vida em liberdade. Mas também há entre eles os que já enxergaram a realidade e sonham com a alforria definitiva, como a jornalista Yoani Sánchez. Não há diferença entre os gritos que Juan Delgado ouviu e o berreiro das milícias mobilizadas pela seita lulopetista para silenciar a blogueira que ousa ver as coisas como as coisas são.
Dilma Rousseff não viu nada de mais nos atos de selvageria promovidos em todas as aparições públicas de Yoani na recente visita ao Brasil. A amiga dos Irmãos Castro deve achar, como tantos, que uma inimiga de seus amigos é sua inimiga também. O cubano vaiado no Ceará, ao contrário, seria um amigo dos seus amigos, informa a decisão de enfeitar com Juan Delgado o comício celebrado nesta terça-feira em louvor do programa Mais Médicos. Em nome do país, o inevitável terninho vermelho pediu desculpas ao jaleco cuja alvura foi sublinhada pelo contraste com a gola preta da camisa. E ofereceu-lhe a solidariedade negada à jornalista agredida por patrulheiros de estimação.
Mais uma vez, o Brasil que presta pede desculpas a Yoani Sanchez. E lembra à jornalista sem medo que vaias tramadas por devotos do arbítrio são condecorações sonoras.
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