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terça-feira, 19 de agosto de 2014

Notícias previsíveis de Brasília... / Cláudio Humberto


  • 19 DE AGOSTO DE 2014
    Enquanto brasileiros reagiam indignados ao “financiamento público de campanha”, discretamente os políticos engordaram o “fundo partidário”, abastecido com recursos do Tesouro. Em 2004, ao ser instituído, o fundo tirou R$124,8 milhões do bolso do contribuinte. Isso foi aumentando até saltar de R$197 milhões, em 2010, para R$ 307,3 milhões em 2011. Em 2014, a previsão é que vai a R$ 364,3 milhões.
  • Do total, 5% do fundo é rateado entre todos os partidos registrados na Justiça Eleitoral, e 95% conforme a votação para deputado federal.
  • Vários partidos nanicos, sem qualquer expressão eleitoral, são mantidos pelos seus “donos”, interessados apenas no fundo partidário.
  • Até julho, os grandes partidos embolsaram a “parte do leão” do fundo: PT (R$ 29,4 milhões), PMDB (R$ 21 milhões) e PSDB (R$ 19,9 milhões).
  • Nanicos não têm votos, mas fazem festa com o fundo: PTC (R$ 1,3 milhão), PRTB (R$ 773 mil), PSDC (R$ 618 mil) e PEN (R$ 531 mil).
  • Investigação de desvios e superfaturamento levaram a juíza Lucimeire Rocha, da Vara de Inquéritos Criminais de BH, a afastar o presidente do sistema Fecomércio-MG, Lázaro Gonzaga, e os diretores do Sesc, Rodrigo Duarte, e do Senac, Luciano Fagundes, aliados do presidente da Confederação Nacional do Comércio, Antônio de Oliveira Santos. Também tiveram os bens bloqueados até o valor de R$ 50 milhões.
  • O Sesc Nacional, de Antônio de Oliveira Santos, é acusado de pagar dez vezes mais por uma fazenda no Mato Grosso.
  • A investigação na Fecomércio-MG foi iniciada em 2013 pelo promotor Eduardo Nepomuceno, de Defesa do Patrimônio Público de BH.
  • Além de comprar imóveis sem avaliação oficial, a Fecomércio-MG pagou R$30 milhões antecipadamente, antes do registro em cartório.
  • O novo presidente do PSB, Roberto Amaral, continua dando pistas do seu desconforto com a candidatura de Marina Silva. Disse ontem que Renata Campos, viúva de Eduardo, “é a maior liderança do PSB”.
  • O perfil de Marina Silva (PSB) no Facebook cresceu 300 mil curtidas, desde quinta passada; tem agora 1,1 milhão de “likes”. Aécio Neves (PSDB) tem 1,13 milhão de curtidas e Dilma Rousseff (PT), 920 mil.
  • Experientes políticos acham que Paulo Câmara (PSB) tem tudo para virar a campanha vencer a disputa pelo governo, até como homenagem dos pernambucanos a Eduardo Campos, que o escolheu candidato.
  • Informe de analistas do banco Credit Susse aponta Dilma como a favorita na disputa. Se escrevessem o contrário, seus patrões seriam pressionados a demiti-los, como aconteceu no banco Santander?
  • Quem reclamava do assembleísmo do PT antes da chegada ao poder, não viu nada. Os chamados “marineiros”, que agem no Rede e no PSB  como tutores de Marina Silva, são um pé no saco da objetividade.
  • Estrelas do PMDB, o vice de Dilma, Michel Temer, e Paulo Skaf, que disputa o governo paulista, foram a ato antipetista em Mauá (SP). Era o lançamento da candidatura à reeleição da deputada estadual Vanessa Damo (PMDB), arquirrival de Donizete Braga, prefeito petista de Mauá.
  • Alexandre Padilha (PT) sentiu-se “humilhado” com o critério da Globo de fazer cobertura diária de candidatos acima de 6% nas pesquisas. Padilha deveria se sentir diminuído com o próprio desempenho: ele não passa dos 5%. Mas foi à Justiça para obrigar a Globo a abrir espaço.
  • Líder nas pesquisas para o governo do DF, José Roberto Arruda (PR) enfrenta hoje os adversários no debate da Band, inclusive Toninho do Psol, autor da representação que fez o TRE impugnar sua candidatura.
  • Já que permite que políticos mintam à vontade no guia eleitoral a partir de hoje, o TSE não deveria julgá-los depois por propaganda enganosa?

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