Imagem da semana: ‘O fim da Antiguidade’
Foram cerca de mil anos entre crescimento, apogeu e derrocada. A conquista militar e o esplendor econômico e cultural da sociedade escravista romana a tornaram o maior império que o mundo havia conhecido até então, berço de muitos traços culturais que o Ocidente preserva até hoje. Depois de dominar boa parte do ‘mundo conhecido’ e de séculos de decadência e crise, o Império Romano chegou ao seu final, com a deposição de seu último imperador, em 4 de setembro de 476. A data é considerada por muitos historiadores como o início da Idade Média e fim do período conhecido como Antiguidade.
Apesar de ter sido fundada no século 7 a. C., o crescimento do poder e da expansão territorial de Roma começou efetivamente cerca de 400 anos depois, ainda bem antes de sua transformação num império (o que só ocorreria no século 1 a.C.). Em seus séculos de existência, a civilização romana passou de uma monarquia para uma república oligárquica e depois para um império cada vez mais autocrático.
A Roma antiga contribuiu grandemente para o desenvolvimento de áreas como direito, governo, guerra, arte, literatura, arquitetura, tecnologia, religião e linguagem no mundo ocidental e sua história continua a ter uma grande influência sobre o mundo hoje. Durante o seu auge, o sistema econômico do Império Romano era o mais avançado que já havia existido e que viria a existir até a Revolução Industrial.
Depois de atingir seu maior poderio durante os séculos 1 e 2, no entanto, o Império Romano começou um longo processo de decadência – econômica, militar e cultural. A corrupção e os gastos com luxo drenavam os investimentos no exército. O fim do período de conquistas diminuiu o número de escravos e impactou as atividades econômicas, levando a um colapso produtivo e comercial e a um esvaziamento urbano.
O emprego de mão de obra ‘livre’ na agricultura deu origem ao regime do colonato e lançou as bases do sistema de produção feudal que se seguiria. As famosas e temidas legiões romanas também já não eram mais as mesmas – com um território enorme para defender e recursos minguados, não resistiam à pressão dos povos bárbaros, que penetravam cada vez mais no território, rumo ao coração do império.
Em 395, o imperador Teodósio dividiu o território romano em dois: enquanto o Ocidente perecia lentamente, a parte oriental permanecia de pé. O futuro Império Bizantino – originado dessa metade oriental – não cairia junto com Roma, pelo contrário: continuou a existir até o século 15, e a queda de sua capital, Constantinopla, é geralmente apontada como evento que marca o fim da própria Idade Média.
Um ponto polêmico sobre o período final do Império Romano é a influência do cristianismo, que se tornou a religião oficial com o imperador Constantino, no século 4, durante o processo de decadência. Tenha o cristianismo contribuído ou não para o crepúsculo, fato é que Roma já parecia estar com seus dias contados desde muito antes. Nos seus últimos dias, a capital foi saqueada pelos vândalos, em 455 d.C, e finalmente, em 476 d.C, o último imperador, Romulus Augustulus, abdicou do trono.
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