O dia da mentira é todo dia
Com gosto de sangue na boca, depois de ter sido alvo de um duro discurso da presidente Dilma na televisão, o deputado Eduardo Cunha acusou-a de ter mentido ao país. Repetiu a acusação sete vezes.
Ouviu de volta, menos de uma hora depois, o ministro Jaques Wagner, chefe da Casa Civil da presidência da República, chamá-lo de mentiroso. Afinal, quem mentiu – Eduardo, Dilma ou Wagner?
Por elegância, digamos que os três faltaram com a verdade.
Dilma negou que tenha negociado com Eduardo o apoio do PT para que ele salvasse seu mandato no Conselho de Ética em troca do sepultamento de qualquer processo de impeachment.
Mentiu. Ela negociou, sim, por meio de ministros.
De sua parte, Eduardo negou ter participado de qualquer tipo de negociação.
Mentiu também. Negociou por meio de amigos e também pessoalmente em encontros secretos com Wagner.
Quanto a esse...
Wagner foi o único que confessou ter mentido:
- Não sou obrigado a ser verdadeiro com alguém que usa de seu próprio poder para paralisar um país e paralisar a vida do Congresso Nacional.
Jaques Wagner, chefe da Casa Civil da presidência da República (Foto: VEJA)
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