POEMA DA NOITE
A tarde vulgar e cheia
Semana Fernando Pessoa
A tarde vulgar e cheia
De gente que anda na rua,
Escurece, azul e alheia,
E a brisa nova flutua.
De gente que anda na rua,
Escurece, azul e alheia,
E a brisa nova flutua.
Havia verão com o dia,
Mas agora, Deus louvado,
Primaverou de outonia
Sob o largo céu parado.
Palavras! Nenhuma cor,
Que o céu finge, ou bisa aqui,
Torna real esta dor
Que tive porque a senti.
Mas agora, Deus louvado,
Primaverou de outonia
Sob o largo céu parado.
Palavras! Nenhuma cor,
Que o céu finge, ou bisa aqui,
Torna real esta dor
Que tive porque a senti.
Fernando Antônio Nogueira Pessoa (Lisboa, Portugal, 13 de junho de 1888 - Lisboa, 30 de novembro de 1935) - Considerado um dos maiores poetas da língua portuguesa, foi criado da África do Sul. Além de poeta, foi tradutor, astrólogo, jornalista, crítico literário. Se tornou também muito conhecido também pelos seus heterônimos literários, com especial destaque para Alberto Caeiro, Álvaro de Campos e Ricardo Reis.
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