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terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

Sergio Cabral 'ficou assustado' com devolução 300 milhões de reais ... O brasileiro também ficou

Na prisão, Sérgio Cabral ficou 'muito assustado' com devolução de R$ 300 milhões, diz delator

Carlos Miranda confirmou também que houve pagamentos de propina 

nas áreas da Saúde, Educação e Administração Penitenciária.


Por Gabriel Barreira, G1 Rio
 
Carlos Miranda também prestou depoimento ao juiz Marcelo Bretas no ano passado (Foto: Reprodução/TV Globo)Carlos Miranda também prestou depoimento ao juiz Marcelo Bretas no ano passado (Foto: Reprodução/TV Globo)
Carlos Miranda também prestou depoimento ao juiz Marcelo Bretas no ano passado (Foto: Reprodução/TV Globo)
O ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (PMDB) ficou "assustado" quando o Ministério Público Federal (MPF) determinou a devolução aos cofres públicos de cerca de R$ 300 milhões que haviam sido desviados pela organização criminosa por ele chefiada. Foi o que afirmou na tarde desta terça-feira (27) o delator Carlos Miranda durante depoimento ao juiz Marcelo Bretas pela Operação Eficiência.
Antes de ser transferido para uma prisão em Curitiba, Cabral chegou a ficar preso juntamente com Carlos Miranda, que admitiu ter sido operador financeiro do esquema do ex-governador, na Cadeia Pública de Benfica. Foi neste período, em que ambos estavam detidos juntos, que o MPF determinou a devolução do montante milionário. Cerca de 80% do valor, segundo afirmou o delator e os donos da conta, seriam de Cabral.
"Ele ficou muito assustado. Eu acredito que seja isso (não imaginou que ia tão longe). Acho que, em nenhum momento, (ele) realizou que a situação era tão séria", disse Miranda.
A pedido do magistrado, o operador também comentou sobre o seu sentimento naquele momento.
"É difícil definir. O que imaginei é que realmente não tinha para aonde correr. A partir do nome da investigação, Eficiência (o mesmo nome da conta de Cabral no exterior), na hora me veio o nome da conta. Percebi que a situação era a pior possível", admitiu.
Antes, o operador também detalhou como funcionava o esquema e confirmou pagamentos de propina nas áreas da Saúde, Educação e Administração Penitenciária.
"Eu participei da organização criminosa chefiada por Sérgio Cabral, que tinha (os ex-secretários) Wilson Carlos e Régis Fichtner como principais assessores, e (eu) desempanhava função de gerenciar fluxo financeiro dessa organização, fruto de propina de empresas que fechavam contratos com o Estado. Depois de feito o acordo (entre a empresa) pelo Cabral e, principalmente pelo Wilson Carlos, eu entrava em contato com a empresa para pegar o dinheiro que tinha sido combinado".
Segundo Miranda, depois disso, os doleiros enviavam as remessas das propinas para contas no exterior do ex-governador.
Segundo o MPF, R$ 300 milhões ligados ao esquema criminoso do qual participava Cabral foram apreendidos - 250 já foram devolvidos e outros 50 estão à espera de entraves burocráticos para serem devolvidos.
A defesa do ex-governador afirmou que os valores atribuídos a Sérgio Cabral pelos delatores, na verdade, pertenceriam a outros clientes dos doleiros. Cabral nega que tenha recebido propina.

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