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quarta-feira, 9 de junho de 2021

Desconhecimento da legislação militar...

_*AO JORNALISTA REINALDO AZEVEDO*_ . . A muito custo, tamanhas as bobagens que ouvi, tive estômago para ouvir sua crítica ao comandante do Exército por não ter punido o General Pazuello. Para início de conversa, você demonstrou desconhecimento da legislação militar e tem a pretensão de criticar o comandante militar. Você disse que a subida do General Pazuello ao “palanque” caracterizou ofensa ao “código” militar. Que código? A que código você se referiu? Assim são jornalistas: citam fatos e dados genéricos como se soubessem de alguma coisa. Você também disse que há indignação por grande parte de generais do Exercito e que você tem bastidores, como se tivesse informantes dentro do Exército. Não duvido que os tenha. Saiba, contudo, que existem meios legais por intermédio dos quais os militares podem questionar a decisão do comandante e até recorrer de suas decisões. Os militares de bastidores, que são sua fonte e que fofocam em seus ouvidos fatos que acontecem e os que não acontecem, são covardes, frouxos, desleais, meros alcoviteiros, fofoqueiros e indignos da carreira das armas. De minha parte, não merecem credibilidade e nem respeito. Se você neles acredita, isto é com você. Você disse que os militares devem ser gratos ao sapo barbudo pois, no governo dele, as Forças Armadas foram aquinhoadas com vultuosos recursos do orçamento. Gostaria de saber se você seria grato ao ladrão que roubasse sua casa e lhe restituísse parte dos bens. Além disto, o sapo barbudo usou recursos públicos para comprar apoios de toda ordem. Comprou políticos por meio do mensalão e do petrolão. Comprou partidos políticos por meio do fatiamento dos ministérios e da conivência com a corrupção. Comprou a imprensa, por meio de gordas verbas publicitárias. Comprou os ricos, por meio de financiamentos do BNDES. Comprou o apoio e pretensa liderança do Terceiro Mundo por meio de financiamento de obras grandiosas em outros países e até com a doação de refinarias para governo ideologicamente alinhado. Natural que ele destinasse parcela do orçamento às Forças Armadas porque não haveria como justificar deixar de fazê-lo. Você, que se pode ter beneficiado das verbas publicitárias destinadas à imprensa e a blogueiros, que lhe seja grato, como demonstra sê-lo, porque o defende e o entrevista. Quem é patriota, honesto, decente e genuinamente democrata jamais defenderá o sapo barbudo ou verá motivo para ser-lhe grato. Você disse que há generais que apoiam o sapo barbudo. Seria muito bom que os generais, que defendem e apoiam o sapo barbudo, subissem no palanque com ele. Seria ótimo pois, assim, nós outros conheceríamos os esquerdosos traidores infiltrados. Que eles nos façam esse grande favor. Digo traidores e eles o são porque os militares juramos defender o País e as Instituições com o sacrifício da própria vida, e os esquerdosos e comunistas querem destruir nossas mais caras instituições, assim como a família, a religião e os valores cristãos. São traidores, sim, e por traidores os terei por toda a minha vida. Você disse que o comandante do Exército não puniu o General Pazuello por medo de reações ou de transtornos internos. Se assim de fato foi, que ele seja exonerado imediatamente por falta de ação de comando, por covardia e por medo de tomar decisões, fatos incompatíveis com o pundonor militar. Definitivamente, não creio que o comandante do Exército agiu movido por esses motivos; não seria próprio para o militar que se preza e honra a sua farda. Cabe perguntar: Reinaldo Azevedo disse isto com base no que lhe disseram suas fontes covardes e mexeriqueiras? Não acredito em você e muito menos nas fontes covardes e sorrateiras que lhe passaram esta informação. Além do mais, não convém ao comandante punir ou deixar de punir um militar por medo do presidente da República. Da mesma forma, em hipótese nenhuma caberá ao comandante militar punir um subordinado para dar satisfação à imprensa, à opinião pública ou à opinião de qualquer jornalista esquerdoso e desacreditado. Fora eu o comandante do Exército e eu também não puniria o General Pazuello. Não me venha dizer que sou coronel e não teria condições de julgamento de generais. Saiba que fiz todos os cursos que os generais fizeram, talvez até com menção melhor que alguns que foram promovidos. Promoção a general envolve outras circunstâncias. Eu não puniria o General Pazuello por um motivo bem simples. Você disse que ele participou de comício político com o presidente da República. Vá ao Aurélio e veja a definição de comício: “Reunião pública de cidadãos para tratar de assuntos de interesse geral, ou em que um candidato a cargo eletivo divulga seu programa”. Não houve campanha política. A campanha política para as eleições de 2022 ainda não começou. Oficialmente, Jair Bolsonaro não é candidato à presidência em 2022 (poderá vir a sê-lo, mas ainda não o é). Não houve divulgação de programa de governo. Como não houve comício, não há razões para punir o General Pazzuelo. Você e jornalistas esquerdosos disseram que ele participou de comício, mas eu não vi comício nenhum. “Motoceata” não caracterizou comício. Eu o puniria caso me convencessem de que a “motoceata” foi um comício. Com a posição de quem defende a inocência do sapo barbudo, você dirá (nem que seja por mera intromissão em assuntos de caserna, por mero palpite sem compromisso com a Verdade e a Justiça e sem haver estudado a legislação pertinente) que puniria o General Pazuello. Eu lhe respondo finalmente que a personalidade do comandante influi em decisões. Você disse que a decisão de não punir o General repercutiu mal e continua a repercutir mal. Onde? Perante quem? Perante suas fontes covardes que agem nas sombras? Perante indisciplinados que ferem a disciplina ao exporem sua opinião publicamente? Eu lhe asseguro, senhor Reinaldo, que a decisão do comandante do Exército foi muito bem aceita por amigos e companheiros que fazem parte de meu círculo de convivência e que não são poucos. Outra coisa: você disse que o presidente da República é o comandante-em-chefe das Forças Armadas apenas quando elas são mobilizadas para tarefas e que ele não o é na rotina dos quartéis. De onde você tirou esse absurdo? Quer dizer que há momentos em que o presidente da República exerce a autoridade suprema sobre as Forças Armadas e há outros em que ele não a exerce? Há exceções ao exercício da autoridade? Qual lei estabelece essa exceção? Veja o que diz o Art. 142 da Constituição Federal. Pare de falar baboseiras, jornalista. Você se referiu aos militares como “essa gente que atravessou a rua”. Se estivéssemos a manter conversa informal, eu lhe diria e lhe demonstraria quem é “essa gente”. Espero que entenda. Abstenho-me de dizer-lho em texto escrito. O § 3º do mesmo Artigo 142 assevera que “os membros das Forças Armadas são denominados militares”. “Essa gente” podem ser seus familiares e seus parentes. Os membros das Forças Armadas somos militares. O presidente da República não corrompeu e nem corrompe os quartéis. Ideias socialistas e comunistas corrompem os quartéis, porquanto somos formados com fé na democracia, nos valores republicanos e na liberdade econômica. Militares que defendem socialismo ou comunismo estão fora dos princípios de nossa formação e são desertores e traidores. São uns lamarcas que ainda não tiveram coragem de roubar armas e lutar contra a democracia ou que agem insidiosamente, nas sombras, contra sua própria formação e nossos mais caros valores. Você disse que a democracia vive momentos difíceis no Brasil. De fato. A imprensa se utiliza da liberdade que lhe concede a democracia para cometer todo tipo de abuso: jornalistas dizem mentira acintosa e desavergonhadamente. Emissoras de rádio e TV dizem mentiras tentando desestabilizar o governo. Noticiários procuram levar pânico e medo à população. Jornalistas se arvoram de médicos e cientistas para questionar pesquisas científicas a fim de atacar o governo e defender seus pontos de vista. Emissoras, hipocritamente, questionam a realização a Copa América no Brasil enquanto transmitem o campeonato brasileiro de futebol. Essa mesma emissora nunca questionou a corrupção que correu solta na construção de estádios para a realização da Copa do Mundo no Brasil. A síndrome de abstinência de recursos públicos tem causado muito mal à imprensa. A democracia vive momentos difíceis porque na imprensa há hipocrisia, há partidarismo, há desonestidade, há falsidade e há campanha política aberta em favor de esquerdosos e de seus partidos. Há até jornalistas oniscientes que, do alto de sua prepotência e arrogância, argumentam pela inocência do sapo barbudo , defendem-na e se propõem a querer punir generais. Há jornalistas prepotentes que se dizem conhecedores de “códigos do Exército” (sem dizer quais) e se põem a criticar o comandante do Exército. Esse o perigo maior da democracia no Brasil, além do risco da volta de vermelhos e esquerdosos ao poder. Estamos atentos. Cláudio Eustáquio Duarte Coronel Veterano de Infantaria Turma Marechal Castelo Branco Academia Militar das Agulhas Negras – 1971.

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