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domingo, 11 de outubro de 2015

Recursos mediáticos do Estado Islâmico // BBC

Da pesca à violência extrema: a estratégia de mídia do 'Estado Islâmico' http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2015/10/151005_estado_islamico_pesca_mdb.shtml

Da pesca à violência extrema: a estratégia de mídia do 'Estado Islâmico'

  • 11 outubro 2015

Image copyrightEI
Image captionPesca às margens do Rio Eufrates, em imagem divulgada em agosto de 2015

Quando começou a pesquisar a estratégia de propaganda do grupo autodenominado "Estado Islâmico", Charlie Winter se surpreendeu com a quantidade de material, de vídeos a pôsteres, que iam além da violência extrema - abordam a camaradagem entre combatentes, a ideia de utopia e puritanismo religioso.
Winter é é pesquisador sênior da Fundação Quilliam, em Londres, onde estuda movimentos jihadistas no Iraque e na Síria. Em artigo à BBC, ele explica como essas peças de propaganda têm se tornado uma arma do EI para recrutar novos integrantes.
Eu venho pesquisando sobre a propaganda feita pelo autodenominado "Estado Islâmico" há bastante tempo – faz parte do meu trabalho. Em um dia normal, eu não me choco tanto.
Reconheço que o que está diante de mim é horrendo, mas eu raramente sinto o horror total ao ser exposto às suas brutalidades.
No entanto, no dia 4 de julho, um vídeo específico do EI fez com que meus mecanismos de defesa normais falhassem. Um grupo de adolescentes estava diante de 25 supostos soldados pró-Assad ajoelhados. Os garotos apontavam armas para a cabeça dos soldados.
O cenário para essa assustadora execução era o Teatro Romano de Palmira.
Como sempre faço, interrompi o vídeo antes da execução em si. Acabei me acostumando com a violência extrema do EI, mas esse vídeo era diferente, porque na minha mesa – onde faço toda a minha pesquisa – tenho uma foto tirada há cinco anos, em que eu, com a minha esposa, meu pai e minha madrasta estamos nesse exato lugar.
Naquela época eu morava na Síria, e eles me visitaram pouco antes de eu ter de sair do país, que rapidamente se afundava em uma guerra civil.
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Image copyrightReproducao EI
Image captionSoldados sírios ajoelhados em Palmira, em foto divulgada em julho de 2015

Desde então, tenho acompanhado a situação do país, pesquisando a trajetória dessas facções jihadistas. Frequentemente, vejo lugares que visitei ou monumentos destruídos por essa guerra terrível, como a cidade antiga de Alepo, o anfiteatro de Bosra ou o incrivelmente bem preservado castelo Krak des Chevaliers.
Mas eu nunca tinha visto nada como o vídeo da execução em Palmira. Eu não conseguia parar de pensar naqueles homens baleados, nas crianças usadas para matá-los.
Apesar eu de eu ter quase certeza sobre o porquê de o EI ter feito isso, não consegui responder completamente a essa pergunta, com certezas baseadas em provas. Então decidi que, além da minha pesquisa, eu precisava de dados para tentar entrar na mente de um propagandista, do "marqueteiro" do EI.
Eu queria descobrir qual a intenção desses vídeos e o que eles dizem sobre o próprio "Estado Islâmico". Sabemos que os que apoiam ideologicamente o grupo são atraídos e se sentem gratos por essa propaganda militar e de violência extrema. Mas e o restante? E os milhares de homens civis, mulheres e crianças que deixam suas casas pelo califado do EI?


Peças de propaganda

Decidi que essa minha imersão no mundo do EI duraria um mês, duas horas por dia, navegando entre suas várias formas de propaganda, em redes em árabe do Twitter, procurando pelas dezenas de hashtags usadas por eles.
O que eu descobriu foi algo chocante, mas não por conta de sua brutalidade. Em apenas 30 dias, os marqueteiros do EI divulgaram 1.146 peças de propaganda: fotos, vídeos, depoimentos em áudio, boletins de rádio, textos, revistas, pôsteres, panfletos, documentos teológicos – a lista é imensa. E muito desse material é divulgado em até seis idiomas. Tudo apresentado de maneira uniforme, incrivelmente bem executado, nos menores detalhes.
Um incrível nível de propaganda, possivelmente sem igual em outros movimentos extremistas violentos.
No começo, o tipo de propaganda parecia familiar, como boletins sobre ações militares e o coquetel habitual com violência extrema, objetivos militares, vitimizações, casos de misericórdia e mostras do espírito de camaradagem que eles dizem que predomina entre combatentes estrangeiros.

Image copyrightisis
Image captionSoldados sírios antes da execução, em vídeo divulgado em julho deste ano

A ideia da utopia estava sempre presente – justiça social, economia, puritanismo religioso e a constante expansão do "califado".
Em outros dias, eram mostradas, em vídeos ou fotos, combatentes exibindo seu treinamento ou em operações militares.
Mas, em sua maioria, as peças de propaganda estavam preocupadas em redefinir a visão do que é uma vida "normal" - uma oficina em Mossul, jornais sendo distribuídos em Fallujah, a construção de uma calçada em Talafar, cigarros confiscados em Sharqat.
O exercício de marketing e de fortalecimento da marca era incansável. Temas específicos e narrativas-chave ganhavam destaque, mas foi só depois de um mês que eu pude identificar as tendências. E me deparei com o segredo da estratégia de mídia do EI: produzir, produzir e produzir.


Ao criar tanto conteúdo que é literalmente impossível de se rastrear totalmente, os responsáveis pela mídia tentam prevenir que nós entendamos o que eles estão fazendo.
Há uma constante justaposição entre vida civil e militar, com o cotidiano em uma padaria à destruição de locais de "idolatria", de parquinhos infantis a um homossexual sendo apedrejado.


Narrativa de vitimização

Em meio a isso, há uma narrativa intensa de vitimização, mostrando crianças mortas ou amputadas, mulheres e idosos falando para câmera sobre os problemas com os ataque inimigos.
Também foi possível identificar que muitas das imagens horrendas, como decapitações ou "inimigos" sendo mortos por explosivos que eles foram obrigados a sentar em cima, foram usadas como um alerta de tolerância zero para potenciais dissidentes.
Mas é importante observar que esses alertas eram escassos. Os marqueteiros do EI querem assustar e brutalizar sua audiência, mas eles não querem dissensibilizá-las totalmente.
Na incrível quantidade de informação, há mensagem para todos: punições brutais para amedrontar e intimidar inimigos, agricultura e indústria em pleno vapor para aqueles procurando por prosperidade econômica, amputações e apedrejamentos para atrair os que buscam por ordem e poder.
E é preciso ter em mente que para muitos vivendo sobre o domínio do EI, a propaganda deles é a única fonte de notícias e de informação.
Em julho, embarquei num projeto cujo objetivo era aprofundar o entendimento da estratégia de marketing do EI. No entanto, o que veio à tona foi algo muito mais útil.

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Image captionTreinamento de combatentes do 'Estado Islâmico', em vídeo divulgado em julho de 2015

Analisando todos os seus veículos de mídia, mesmo que só por um mês, pude dissecar e avaliar os meios pelos quais o grupo se projeta, tanto dentro como fora de suas portas.
Munidos com a continuação desse projeto – com o conhecimento exato sobre o que os líderes do EI querem projetar e como eles querem fazer isso – talvez os que estão lutando contra o grupo possam desafiar o monopólio de informação deles de uma maneira mais efetiva.

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

As autoridades do Brasil estão de brincadeira com as atividades do Estado Islâmico no Brasil... / em Época

http://epoca.globo.com/tempo/noticia/2015/09/policia-federal-descobre-rede-de-apoiadores-do-estado-islamico-em-sao-paulo.html

Polícia Federal descobre rede de apoiadores do Estado Islâmico em São Paulo

O achado assusta. Ainda mais porque terrorismo, no Brasil, não é crime


FILIPE COUTINHO E DANIEL HAIDAR
04/09/2015 - 23h29 - Atualizado 04/09/2015 23h29
ine já!




O alarme da casa tocou pouco depois das 6 horas da manhã, numa rua típica do bairro do Pari, em São Paulo. Era a última sexta-feira de agosto. A Polícia Militar logo chegou ao local, na tentativa de evitar o que imaginava ser um assalto. Encontraram policiais federais armados, usando marreta para arrombar os 14 cadeados que trancavam o portão de ferro. Era a única casa da rua com cerca elétrica. Comparada às demais, parecia um bunker, rodeado por uma dezena de câmeras de segurança. A operação fora autorizada pela Justiça Federal com o objetivo de investigar um grupo suspeito de movimentar ilegalmente mais de R$ 50 milhões em cinco anos. ÉPOCA descobriu que os investigados formam uma célula especializada em lavagem de dinheiro, suspeita de apoiar o terrorismo. Seus integrantes defendem execuções em massa, a morte do presidente americano Barack Obama e o Estado Islâmico, a mais perigosa organização terrorista da atualidade.
 
PERIGO MULTIPLICADO 1. O libanês  Firas Allameddin, investigado por lavagem de dinheiro  (Foto: Reprodução)
Perfil de Firas Allameddin mostram simpatia pelo terror (Foto: Reprodução)
A loja em que Firas Allameddin é sócio de outro suspeito  (Foto: Rogério Cassimiro/ÉPOCA)
Autorização para a investigação (Foto: Reprodução)
operação Mendaz foi planejada com discrição. Mencionou apenas o desbaratamento de uma rede de empresas e CPFs falsos, montada para enviar dinheiro para fora do país sem identificar quem recebe. Conduzida pela Diretoria de Inteligência da Polícia Federal, a ação foi acompanhada pela Embaixada dos Estados Unidos, pela seção comandada por Steve Moore, agente do FBI. Na manhã daquela sexta-feira, a Embaixada de Israel também recebeu o informe da PF sobre a ação. Há um esforço conjunto para rastrear as conexões do grupo no exterior. É a primeira vez que uma operação da PF chega a um grupo tão estruturado de simpatizantes do terror no Brasil.
No topo do esquema de lavagem está o libanês Firas Allameddin. Em 2009, Allameddin tentou que o governo brasileiro o reconhecesse como refugiado. Isso poderia evitar que ele fosse expulso ou extraditado do Brasil. O pedido foi rejeitado. De acordo com as investigações, o grupo de Allameddin se valia de empresas de fachada e nomes falsos para enviar valores ao Líbano.

O dinheiro provém, suspeita a PF, de golpes na praça, como estelionato, cheques sem fundo e empréstimos fraudados. “Tal rede se utilizaria de informações falsas para a obtenção de documentos que propiciaria a criação de pessoas físicas e jurídicas ‘fantasmas’ a fim de promover a abertura de contas, solicitar cartões, realizar operações de câmbio, remessa e saque de valores no exterior, ao arrepio das leis brasileiras”, diz a decisão que autorizou as buscas.

Allameddin e seus parceiros adotavam expedientes vários e dividiam tarefas no envio de dinheiro ao Líbano. Allameddin usava três CPFs. Seu irmão Fadi criava identidades falsas, com uma predileção por “Felipe”. Outro irmão, Toufic, pagava cartões de crédito com valores acima da fatura, para o excedente ser sacado no Líbano. Também usavam empresas de fachada. Uma casa de câmbio clandestina transferia dinheiro para uma corretora, que o remetia ao exterior. A tática dificultava o rastreamento.


Outra operação da Polícia Federal chegou a um muçulmano que vendia em Brasília análises simpáticas ao terrorismo
O libanês e os outros investigados publicam na internet imagens a favor do Estado Islâmico (EI), com vídeos com o anúncio do advento do califado – o mítico Estado a unir muçulmanos sob um único governo e um único chefe, que o EI acredita estar construindo, à base de matança, escravidão e estupros. Allameddin divulga na internet imagens de execuções pelo EI, com tiros na cabeça de prisioneiros. “Morram de inveja! O Estado Islâmico vai ficar para sempre e vai se espalhar”, afirma um dos textos publicados por um irmão de Allameddin. Corpos carbonizados são a imagem do perfil de Facebook de outro parceiro do libanês, também investigado. Se a lei antiterrorismo brasileira já estivesse aprovada, a situação deles poderia ser diferente – no projeto de lei em tramitação no Senado, já aprovado pela Câmara, a pena seria de até 13 anos de cadeia.

O grupo usava com frequência uma corretora especialista em transferências de dinheiro, localizada no bairro paulistano do Brás. Funcionários da agência relatam que os investigados davam explicações diferentes para as remessas e ficavam irritados quando o sistema não completava a operação. O grupo fazia transferências de baixo valor, sem a necessidade de conta bancária. Só Allameddin fez cerca de 300 operações em menos de dois anos, para enviar cerca deR$ 2,5 milhões ao Líbano. É algo como um envio a cada dois dias, sempre abaixo de R$ 10 mil. Ficaram registrados na corretora do Brás cerca de 20 destinatários dos repasses, mas sem detalhes, apenas o primeiro nome. Pelas regras da agência, o limite diário é de US$ 1.900. Basta fornecer um nome e a senha para que qualquer um, em outro país, saque um valor em dinheiro vivo. Muitos saques foram feitos por Mohamed, um nome tão comum no Líbano quanto José no Brasil.

A investigação da PF começou a partir do egípcio Hesham Eltrabilypara chegar à célula financeira de Allameddin. Radicado no Brasil pelo menos desde 2002, Eltrabily leva uma vida discreta como comerciante em São Paulo. Era parceiro comercial de Allameddin numa loja chamada Nuclear Jeans. O local está fechado. Para o governo do Egito, Eltrabily é um terrorista, acusado de participar de um atentado que matou 62 pessoas em 1997. O Egito pediu a extradição dele e justificou: “O réu liderou e juntou-se a um grupo ilegal. Esse grupo usou o terrorismo para alcançar seus objetivos, marcando e assassinando homens da segurança e personagens públicas, bombardeando e destruindo instituições”. O Supremo Tribunal Federal negou o pedido, em 2003. Queria descrição melhor dos crimes cometidos.
 
Hesham Eltrabily (Foto: Reprodução)
Atentado no Egito, em 1997, de que Eltrabily é um acusado (Foto: Reprodução)
Documento do STF com o pedido de extradição de Hesham Eltrabily, feito pelo Egito, negado,  (Foto: Reprodução)
Operação Mendaz cumpriu 18 mandados de busca e apreensão. Agora, a PF analisa o material apreendido, para desvendar com quem o grupo se comunicava no Líbano e se há, entre eles, terroristas ou apoiadores do terror. Eltrabily, que morava no bunker no Pari, tinha em casa dez celulares. ÉPOCA procurou suspeitos da investigação em 15 locais, em endereços residenciais e comerciais. As lojas estão fechadas ou não existem. Nas residências, ninguém quis se identificar. A Embaixada dos Estados Unidos disse que não se pronunciaria. 
A Operação Mendaz não foi a única, em poucos meses, a encontrar conexões com o terrorismo no Brasil. A comunidade de informação foi alertada sobre o trabalho de Marcelo Bulhões, membro da comunidade muçulmana sunita em Brasília. Bulhões vendia informações sobre muçulmanos, embaixadas e agências de inteligência, segundo os investigadores. Seu tema preferencial era o terrorismo. Não era uma atuação discreta: oferecia relatórios a quem quisesse pagar.

O caso, contudo, foi enquadrado pela PF como falsificação de documentos. Isso porque Bulhões colocou em seus relatórios brasões oficiais. As informações produzidas por ele traziam, segundo os investigadores, “o perfil característico de simpatizantes, apoiadores e operativos terroristas”. No informe, a PF alertou as embaixadas de que tais relatórios não tinham nenhuma chancela de órgão brasileiro. “Marcelo se vale de seu acesso à comunidade islâmica para angariar dados e produzir, com base em seu interesse pessoal, informações que serão oferecidas a serviços de inteligência brasileiros e estrangeiros. O objetivo é fazer dessa dinâmica de venda de informações seu meio de vida”, diz o alerta enviado.

Além de emitir análises simpáticas a organizações perigosas e falsificar documentos, Bulhões também adotava táticas similares às de um agente duplo, segundo o documento enviado pela PF às embaixadas. “É sabido também que Marcelo não hesita em oferecer informações sobre um ‘cliente’ a outro. Deste modo, na medida em que angaria a confiança de um Serviço, brasileiro ou estrangeiro, passa a vender a outras informações que produz a respeito deste Serviço, atuando como um ‘agente duplo’”, afirma a PF. Há uma agravante: Bulhões era advogado e, entre seus clientes, estavam integrantes da comunidade sunita. Como advogado, ele não pode vender informações sobre seus clientes.

No dia 24 de abril, a PF cumpriu mandado de busca e apreensão na casa de Bulhões. Foi empregado todo o aparato de um filme de ação, com o grupo antibomba e apoio de policiais do Comando de Operações Táticas, a tropa de elite da PF. A situação chamou a atenção da vizinhança. Levantou-se a suspeita de que a operação seguia os protocolos de uma ação antiterrorismo. A PF nunca negou. Procurado, Bulhões disse, por meio de seu advogado, que não vendia informação. “O senhor Bulhões é advogado atuante na área de imigração e, por tal motivo, mantém contato com diversas embaixadas e órgãos públicos. Além de sua atividade profissional, Bulhões não tratou nem repassou informação ou documento a qualquer representação diplomática e nunca divulgou informação referente a seus clientes. As questões do processo tramitam em segredo de Justiça, e aguardamos que o mal-entendido seja esclarecido judicialmente”, afirmou o advogado Ariel Foina.

As investigações seguirão na trilha dos crimes financeiros, no caso da Mendaz, e de falsificação de documentos, no caso do agente duplo – mesmo que a PF e a Justiça saibam que as suspeitas são de atos muito mais perigosos. No Brasil, não são crimes o terrorismo nem o apoio a ele, muito menos a apologia. Se o projeto de lei aprovado pela Câmara estivesse em vigor, a pena mais leve seria de quatro a oito anos de detenção, para o crime de apologia. Atentados terroristas seriam punidos com 12 a 30 anos de prisão – ou seja, em qualquer caso, a punição seria sempre em regime fechado. Pela lei, todos que fossem condenados a mais de oito anos de prisão, por qualquer desses crimes, ficariam obrigatoriamente em presídio de segurança máxima.

A um ano das Olimpíadas no Rio de Janeiro, o governo aguarda uma definição do Congresso para colocar, em lei, o que é um atentado terrorista, o que configura apoio a atividades terroristas e o que significa a apologia desse tipo de causa. A discussão, contudo, esbarra numa polêmica descabida: o receio de que movimentos sociais possam ser enquadrados. Enquanto isso, o crime de terrorismo fica, no Brasil, num limbo jurídico. Restando à Justiça, por enquanto, enquadrar os casos em outras leis, com penas mais leves do que se tais agressões à sociedade fossem classificadas como terrorismo.

domingo, 19 de abril de 2015

Estado Islâmico revela crueldade compulsiva a inimigos de séculos e séculos passados... como Roma


Novo vídeo do Estado Islâmico mostra mortes de cristãos etíopes na Líbia

Grupo alega ter morto 30 cristãos etíopes, um grupo decapitado, outro a tiro.
Imagens do vídeo em que os jihadistas dizem ter morto cristãos etíopes DR


O grupo jihadista que se autodenomina Estado Islâmico (EI) divulgou um vídeo mostrando o que diz ser a morte de 30 cristãos etíopes na Líbia – alguns a tiro e outros decapitados.
O vídeo, cuja autenticidade não foi confirmada, tem semelhanças com outros divulgados pelo grupo jihadista, incluindo a decapitação de 21 cristãos egípciosem Fevereiro, também na Líbia. Estas mortes levaram o regime egípcio a responder com um bombardeamento contra suspeitos alvos do EI na Líbia.
No início do vídeo, um jihadista com a cara coberta ameaça os cristãos, dizendo-lhes que têm de se converter ou pagar um imposto especial. "À nação da cruz: estamos de volta", diz, apresentando estas mortes como retaliação pelo "sangue muçulmano derramado às mãos da vossa religião".
Já no vídeo da morte dos egípcios, numa praia, os jihadistas apontavam para a costa europeia e prometiam que em breve atacariam “Roma” e os “cruzados”.
Às ameaças seguem-se desta vez imagens das mortes, algumas a tiro, no deserto, outras por decapitação, numa praia, das vítimas, vestidas de laranja, apresentadas como "membros da igreja inimiga etíope". O vídeo mostra ainda um grupo do que dizem ser cristãos sírios contando que aceitaram pagar o dinheiro e estão assim protegidos.
O EI controla partes do Iraque e da Síria, e alguns grupos noutros países, como a Líbia, decidiram adoptar as suas tácticas.
A Líbia está numa situação de caos instalado, com centenas de milícias fortemente armadas a disputar poder político e riqueza de petróleo e gás. Muitos etíopes chegaram ao país há anos à procura de trabalho, e muitos outros continuam a passar pela Líbia para tentar chegar à Europa por mar.