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sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Veja o nível das notícias relacionadas com o Brasil atual.../ Google News em 12/09/2014/ 11h


Dê uma olhada nas notícias do Brasil 

Revistas excluem adolescentes negras: 'Estou no Brasil, mas me ...

BBC Brasil - ‎há 23 minutos‎
A pedido da BBC Brasil, a estudante de Jornalismo Isabela Reis analisou o conteúdo de três revistas voltadas para o público adolescente em busca de exemplos concretos da falta de representatividade de meninas negras na mídia. O artigo abaixo faz parte ...

Policiais suspeitos de espancar e matar pedreiro são expulsos no CE

Globo.com - ‎há 17 minutos‎
Três policiais militares suspeito de espancar e matar um pedreiro em 13 de fevereiro de2014, no Bairro Maraponga, foram expulsos da corporação. A decisão da Controladoria Geral de Disciplina (CGD) foi publicada no Diário Oficial do Estado (Doe) do dia ...

Motorista de senador do Piauí é preso com R$ 180 mil na BA

A Tarde On Line - ‎há 46 minutos‎
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) de Barreiras apreendeu um veículo que continha R$ 180 mil, no Km-805 da BR-242, no oeste da Bahia. O valor pertence ao motorista José Martinho Ferreira de Araújo, funcionário do Senado, que trabalha com o senador ...

Preso suspeito de matar comandante de UPP Nova Brasília

Jornal do Brasil - ‎há 9 minutos‎
Um suspeito de participação no assassinato do capitão Uanderson Manoel da Silva, de 34 anos, comandante da UPP Nova Brasília, no Complexo do Alemão, Zona Norte do Rio, foi preso na madrugada desta sexta-feira (12). Cassiano da Silva Harris, de 20 ...

domingo, 27 de julho de 2014

"Corrupção é um fenômeno cultural... nem financeiro, nem econômico, mas cultural" diz o filósofo João Ricardo Moderno.../ JB

http://www.jb.com.br/pais/noticias/2014/07/26/e-preciso-romper-paradigmas-para-combater-corrupcao-alerta-filosofo/




É preciso romper paradigmas para combater corrupção, alerta filósofo

Auditoria na Cruz Vermelha mostrou que R$ 25 milhões podem ter sido desviados



Prédio da Cruz Vermelha, no Rio de Janeiro
Prédio da Cruz Vermelha, no Rio de Janeiro












                                                                                                                                      O filósofo João Ricardo Moderno, presidente da Academia Brasileira de Filosofia  e 
professor adjunto da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), lembra sobre o caráter da corrupção no Brasil, prática quase inerente à cultura brasileira. “É um fenômeno cultural, não meramente econômico e financeiro nem político, mas cultural". A reflexão surge em meio ao escândalo de desvio de recursos de uma instituição de prestígio, com credibilidade, que recebe contribuições voluntárias em nome de campanhas humanitárias, a Cruz Vermelha no Brasil. 
Desvios milionários de recursos da Cruz Vermelha no Brasil vieram à tona em 2012. Em resposta às denúncias, a instituição, como explica em seu site, “deu o exemplo e teve coragem de cortar a própria carne". Encomendou uma auditoria internacional e independente para "passar um pente fino" nas filiais e nas próprias contas. O resultado foi divulgado nesta semana. O trabalho conduzido pela inglesa Moore Stephens demonstrou que, no total, foram R$ 25 milhões em gastos sem comprovação e movimentações suspeitas, de recursos públicos e doações que deveriam ter sido empregados entre 2010 e 2012.   


Romper com práticas culturais, no entanto, não é uma tarefa fácil. "Para combater a corrupção é preciso combater na parte objetiva, mas também fazer uma campanha moral, de ruptura de paradigma. Para isso é necessário um esforço cultural e filosófico no sentido de dar mais condições espirituais de resistência, uma moralidade mais bem construída socialmente, para que a pessoa possa resistir”, sugere o filósofo.

Moderno explica que a corrupção tem a ver com a moral e a ética e ele acredita que o homem não é um ser imoral por natureza. “A corrupção é uma tentação, até na religião a gente estuda isso. Há uma tendência natural do homem para o que, na religião, chamamos de pecado, na parte política e social podemos ver como corrupção. A corrupção é um pecado, no plano ético, político, cultural. Ao mesmo tempo que todo pecado é uma corrupção. Agora, o que se diz é que o ser humano é um ser moral por natureza, mas que tende para a transgressão da moralidade”, comenta.
Assim, a sociedade implica nas regras, que podem “controlar” essa transgressão. “Essa tendência para o mal, para a corrupção, pode ser freada de fora para dentro e de dentro para fora. É uma dialética da corrupção, um verdadeiro combate. De fora para dentro, temos as instituições, regras, leis e que você tem que seguir. E de dentro para fora a questão de aceitar as leis, dar uma resposta civilizada à sociedade”, completa.
Para ele, desviar dinheiro de pessoas que estão em necessidade, demonstra uma “crise de bondade”. "É inominável, nada muito diferente do bandido que mata uma criança, alguém indefeso. Há uma crise da bondade, dos valores dos sentimentos”, completa. Para ele, a sociedade brasileira debocha da moral, tratando como algo engessado e retrógrado, e até mesmo embutindo viés político.
“Vemos um deboche da questão moral. ‘Isso é moralismo’, ‘você quer dar lição de moral’. Essas expressões tão comuns são termos são pejorativos, algo ridicularizado por aqueles que acham que tudo tem que continuar do jeito que está. Uma das coisas que eu lembro é que muitos intelectuais eram contra que as escolas tivessem aula de ética moral e cívica. Achavam que era ridículo. Mas vejo como necessário a transmissão de valores e princípios, pela filosofia, religião e pedagogia”, conclui.   
“Há comprovações de irregularidades e considera-se que alguns desses casos podem ser delitos, enquanto outros se configuram como faltas administrativas, menos graves, mas não menos passíveis de punição”, afirma a entidade. Entre as deficiências e irregularidades identificadas pela consultoria estão a falta de controle interno e a ausência de documentos.
Segundo a assessoria da Cruz Vermelha brasileira, os desvios estão concentrados quase que exclusivamente nas filiais do Maranhão, Petrópolis e Ceará. A instituição afirma que está distribuindo os resultados da auditoria tanto no Ministério Público quanto no Ministério da Justiça.
Os desvios constatados pela auditoria envolvem as três campanhas nacionais de arrecadação que aconteceram em 2011, para vítimas dos deslizamentos na Região Serrana do Rio de Janeiro, após as chuvas, para ajudar os atingidos pela guerra civil na Somália e terremotos no Japão. Foram recolhidos R$ 212 mil para as campanhas da Somália e Japão e R$ 1,6 milhão para a tragédia fluminense. A mãe do vice-presidente da Cruz Vermelha Nacional na época, Anderson Marcelo Choucino, tinha uma ONG que recebeu as doações. As primeiras informações sobre desvio de verbas vieram quando a funcionária Letícia Del Ciampo assumiu o escritório de Petrópolis da entidade e fez denúncias ao Ministério Público (MP). Tanto Chouchino quanto o presidente nacional da instituição à época, Walmir Serra Júnior, foram afastados. Outras irregularidades também foram apuradas. 
Hoje em dia, a Cruz Vermelha Brasileira é presidida por Rosely Sampaio. Segundo a assessoria, a direção pedirá punição aos gestores envolvido com os desvios. A Cruz Vermelha também estuda medidas judiciais que visem reparação pelos danos causados à imagem da instituição perante a opinião pública.
Além de apontar o suposto desvio financeiro, a consultoria contratada apresentou um plano de recuperação das contas da entidade – que confirmou que vai colocar em prática todas as recomendações do relatório. A Federação Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (FICV), à qual a organização brasileira é filiada, determinou que uma comissão especial acompanhe a implementação das recomendações.
Outras entidades filantrópicas enfrentam a questão da corrupção. Em agosto do ano passado, o provedor da Santa Casa do Rio, o advogado Dahas Chade Zarur, foi afastado do cargo pela Justiça, e está sendo investigado pelo Ministério Público por desvio de verbas. 

terça-feira, 27 de maio de 2014

Aversão á Copa é uma versão da mídia ?

http://m.jb.com.br/pais/noticias/2014/05/26/financial-times-brasil-terra-do-futebol-desiludida-com-a-copa/


Financial Times: Brasil, terra do futebol, desiludida com a Copa 


Jornal do Brasil
O jornal inglês Financial Times publicou uma reportagem neste domingo (25) relatando que os brasileiros não estão ansiosos em relação à Copa do Mundo, que começa no dia 12 de junho. Segundo o autor, não são só as greves e protestos que dão esta impressão, mas também a falta de decoração nas ruas. Normalmente, afirma a matéria, ela já teria começado logo após o Carnaval.
O texto aponta duas causas para a falta de entusiasmo. Primeiro, a ansiedade diante da Copa poderia envergonhar os brasileiros diante do resto do planeta. Além disso, as pessoas podem estar relutantes em se associar a um evento envolvido em críticas de corrupção e gasto excessivo de dinheiro público quando serviços básicos não são entregues.
A segunda possibilidade é de que os brasileiros estão mais velhos e ocupados do que estavam durante os triunfos nas últimas décadas, o que os deixa com menos tempo para pensar sobre futebol. A porcentagem de pessoas entre 15 e 24 anos caiu em 21% em 1980 para 17% agora, segunda dados do Nomura e do IBGE. Ao mesmo tempo, o número de brasileiros de 25 a 29 anos cresceu de 35% de 1980 para 48%. Quase que totalmente as pessoas nesta faixa etária estão  empregadas. O desemprego é o mais baixo em muito tempo, atingindo 4,9% em abril, comparado com os 12% de uma década atrás. 
De acordo com a matéria, o governo está se esforçando com a publicidade, dizendo aos brasileiros que esta é a "Copa das Copas", ou a maior Copa de todos os tempos, e tentando convencê-los que o torneio é deles. O jornalista acredita que a energia dos cidadãos retornará assim que os times internacionais começarem a chegar. 

segunda-feira, 5 de maio de 2014

Pois é ... Dilma perde a aura de gerentona...

http://m.jb.com.br/pais/noticias/2014/05/05/financial-times-critica-dilma-e-a-compara-a-irmaos-marx/?from_rss=None

'Financial Times' critica Dilma e a compara a 'Irmãos Marx'

Agência ANSA
O jornal Financial Times pede um "choque de credibilidade" no Brasil. Em editorial publicado nesta segunda-feira (5), a publicação afirma que se o governo de Dilma Rousseff não mudar de rumo, as eleições presidenciais poderão resultar em uma mudança.    
O editorial tem um tom duro contra a presidente brasileira. "Pobre Dilma Rousseff", inicia o texto.    
Para o Financial Times, a presidente do Brasil projetava "uma aura tediosa da eficiência de Angela Merkel", mas resulta em um trabalho mais parecido com o dos comediantes Irmãos Marx. 
"Os preparativos atrasados para a Copa do Mundo já envergonham o País, enquanto o trabalho para os Jogos Olímpicos de 2016 é classificado como 'o pior' que o Comitê Internacional já viu. A economia também está em queda. O Brasil, que era o queridinho do mercado, vê investidores caindo fora", diz o texto.

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Grande desafio para o Brasil...Ficar rico antes de envelhecer

http://noticias.r7.com/internacional/brasil-vira-rota-de-bengalis-em-busca-de-refugio-05022014


Brasil precisa ficar rico antes de envelhecer 

Antoninho Marmo Trevisan*Jornal do Brasil
A propalada crise da meia idade dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), tão comentada nos bastidores do Fórum Econômico Mundial 2014, em Davos, na Suíça, mais do que sensibilizar o senso de humor relativo às dificuldades dos emergentes em meio à crise mundial, deve suscitar uma reflexão importante: os Estados Unidos e as nações da Europa Ocidental enriqueceram antes de envelhecer.
A frase é uma alusão ao fato de terem aproveitado muito bem o chamado bônus demográfico (fase em que a maioria da população está na faixa economicamente ativa) para atingir elevados patamares de renda e desenvolvimento. Não fosse isso, a demorada crise mundial teria feito muito mais estragos em sua economia. Portanto, foram salvos a tempo, considerando as perspectivas mais recentes de que começam a emergir para um novo fluxo de crescimento, ainda que moderado.
Os Brics, por sua vez, continuaram crescendo na crise porque souberam adotar medidas anticíclicas e também porque têm um grande potencial de expansão econômica. Somente o processo de inclusão social, como ocorreu no Brasil, que antecedeu o crash de 2008 e se manteve nos anos seguintes, garantiu alguns pontos percentuais a mais na variação anual do PIB. Além disso, nosso país vive exatamente o início de seu bônus demográfico, que deverá perdurar por duas décadas.
Esse é um fator importante. Precisamos aproveitar este raro momento da pirâmide populacional para nos tornarmos, como já ocorreu com norte-americanos e europeus, uma economia de renda elevada e uma nação desenvolvida. Não podemos, em hipótese alguma, desperdiçar tal oportunidade. Perdê-la significaria envelhecer sem enriquecer, e isso seria absolutamente desastroso. 
Assim, independentemente das vicissitudes dos demais Brics, não podemos nos dar ao luxo, nem por brincadeira, de nos perdermos em questões filosóficas, dilemas existenciais e crises de identidade sobre os rumos de nossa economia. É preciso pôr a mão na massa e trabalhar muito, cumprindo a agenda do desenvolvimento. E ela exige medidas pontuais, como a retomada do crédito, que anda escasso, depois de um período de ampla disponibilidade. 
Também é decisivo o estímulo ao investimento estrangeiro direto. O Brasil ainda é o oitavo colocado nesse ranking mundial, o que é louvável. Entretanto, já foi o sétimo, passando a perder posições, acentuadamente a partir do segundo semestre de 2013. Ou seja, o governo deve acenar ao mundo, com transparência, que está firme no propósito da responsabilidade fiscal, controle da inflação e segurança jurídica. Esses são os fatores que mais têm aguçado o ceticismo dos investidores quanto às perspectivas de nosso país. 
Nem é mais confortável, pois se torna constrangedor, bater nas teclas, já desgastadas, das reformas estruturais, que teimosamente seguem esquecidas em quase três décadas. Porém, não podemos ignorar a necessidade de um choque de produtividade, inovação e competitividade, sem o qual subaproveitaremos o nosso abençoado bônus demográfico. Fizemos muita coisa certa neste século 21, principalmente a criação de um expressivo mercado consumidor, por meio da ascensão socioeconômica de aproximadamente 50 milhões de pessoas. Qualquer retrocesso poderá conduzir o país a um destino de envelhecimento sem riquezas, equação letal para o futuro.
*Antoninho Marmo Trevisan, presidente da Trevisan Escola de Negócios, é membro do Conselho Superior do MBC (Movimento Brasil Competitivo) e do CDES (Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social) da Presidência da República.

sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Brasi perde outra Copa do Mundo de Futebol / JB, Carta Capital,

http://m.jb.com.br/pais/noticias/2014/01/31/copa-2014-tem-gastos-publicos-recordes-em-beneficio-da-iniciativa-privada/


Copa 2014 tem gastos 

públicos recordes, em benefício da iniciativa privada 


Brasileiros ficam sem ingresso e sem legado do 

Mundial, enquanto futebol se volta 


à elite


Jornal do Brasil
O Brasil tinha a chance de gerar lucro e mudanças importantes com a Copa do Mundo deste ano, sem realizar nenhum gasto público, como fez os Estados Unidos no evento de 1994. A poucos meses para os jogos, porém, se mostra o maior gastador de verbas do governo em Mundial de Futebol, em nome de um evento que deve beneficiar principalmente, ou apenas, a iniciativa privada. Que pode ainda gerar desemprego e outras consequências negativas. Qualquer coisa que se ganhe com a Copa de 2014, então, pode não se comparar ao preço que o país já começou a pagar. Uma das grandes paixões do brasileiro, que virou parte da cultura principalmente nas camadas mais pobres da sociedade, de onde sai, inclusive, a maior parte dos jogadores, agora se volta cada vez mais à elite.
Apenas um terço dos ingressos dos jogos da Copa estão disponíveis para o torcedor brasileiro pela distribuição inicial da Fifa, de acordo com artigo do blog do Rodrigo Mattos, no Uol Esporte. Com 12 cidades-sede, nenhum outro Mundial teve uma oferta de assentos tão grande, mas nem por isso os brasileiros ganharam facilidade para conseguir uma entrada, que não são baratas, inclusive. 

Maracanã inspirou diversos protestos pelo país e ficou marcado pelo custo das obras acima do previsto, assim como em outros projetos da Copa no Brasil

Maracanã inspirou diversos protestos pelo país e ficou marcado pelo custo das obras acima do previsto, assim como em outros projetos da Copa no Brasil
Como ressaltou Christopher Gaffney à Carta Capital em 2011, a Copa era a oportunidade de usar um investimento federal em benefício da população, mas se tornou um evento esportivo financiado com dinheiro público para o lucro privado: "o governo assume o risco e os patrocinadores é que vão receber os benefícios".

Conforme o país adota uma posição mais mercantilista em relação ao futebol, também perde posições no ranking da Fifa. Chegou à 18ª posição em 2012 e agora subiu para a 10a., depois de anos no primeiro lugar. Os meninos brasileiros que crescem com o sonho de se tornarem jogadores, ao mesmo tempo, viraram produtos de exportação para times estrangeiros, até mesmo antes de passar por qualquer time nacional. Muitos, inclusive, são enganados e explorados lá fora. O público nos estádios brasileiros vem caindo ano a ano também. Na década passada, o ex-presidente Lula chegou a comentar que a massiva exportação de jogadores brasileiros acabava ofuscando o desempenho dos times do país.
Os ingressos
Foram muitas as manifestações pelo Brasil inteiro contra os gastos na Copa. Muitos, inclusive, torcem para que dê tudo errado e ela não aconteça. Outros, animados com promessa de bom entretenimento, se empenharam para conseguir um ingresso para os jogos. A sorte, no entanto, não sorriu para todos. Em novembro, o Procon alertava que mais de seis milhões de torcedores que se inscreveram para o sorteio no site  da Fifa, não foram devidamente informados sobre as etapas e critérios da seleção. Um sorteio obscuro, classificou o advogado Ricardo Amitay Kutwak. Para o jurista, não foi surpreendente o fato da federação não divulgar os critérios de sorteio, assim como não divulgar os nomes das pessoas contempladas. 

Empresas patrocinadores fazem promoções com as entradas da Copa do Mundo
Empresas patrocinadores fazem promoções com as entradas da Copa do Mundo

Em novembro, o jornal argentino Clarín publicou uma reportagem para criticar a metodologia de sorteio de ingressos pela Fifa. Fontes ligadas à AFA (Associação Argentina de Futebol) revelaram ao jornal que a compra de bilhetes para a Copa por empresas de viagens foi excepcional, com óbvio objetivo de revenda. No Brasil, grandes marcas que apoiam ou patrocinam a Copa promoveram campanhas de Natal com sorteios de ingressos para os principais jogos. Somente uma rede nacional de lojas esportivas disponibilizava 200 entradas para o primeiro jogo da competição, que será realizado no dia 12 de junho, em São Paulo.
O Departamento de Imprensa da Fifa informou ao JB que nenhuma empresa, além dela, está autorizada oficialmente a comercializar ingressos. O único canal para o torcedor comum conseguir um passe é o site da própria Fifa. Quando o primeiro lote de quase 1,1 milhão de ingressos foi alocado no ano passado, cerca de 62% foram para brasileiros e 38% para compradores internacionais, disse a federação. Os cinco principais países interessados foram o Brasil, seguido pelos Estados Unidos, Austrália, Inglaterra e Argentina.
A população dos estados que vão receber a Copa é equivalente a 74% da população brasileira - em julho de 2013, o país contava com 148.972.739 de habitantes nas 12 cidades-sede, de acordo com o IBGE. Ao todo, os estádios das 12 cidades-sede da Copa têm capacidade para 675 mil pessoas, a maior oferta de assentos entre as últimas Copas.
Os estados americanos que sediaram o megaevento em 1994 tinham uma população em torno de 114.563 milhões de habitantes, ou 44% da população total do país na época. Esses norte-americanos, vale ressaltar, tinham uma capacidade e disposição superior ao dos brasileiros para o consumo. Agora que grande parte da população do Brasil começa a romper barreiras e a comprar elementos considerados básicos, como móveis e eletrodomésticos. Não são todos que podem tentar – porque não se sabe se conseguirão – comprar um ingresso. Os parceiros comerciais da Fifa, que podem promover concursos culturais ou sorteios para distribuir os ingressos aos seus clientes, também não atingem a toda a população brasileira e, alguns deles, chegam apenas a uma minoria.
A Emirates, por exemplo, parceira comercial, é a principal companhia aérea dos Emirados Árabes Unidos, eleita a Melhor Cia Aérea do Mundo pela Skytrax 2013. Ela oferece viagens no Brasil para destinos exóticos, como o Vietnã e outras rotas asiáticas. A Fifa conta com Parceiros, como a Emirates, com os patrocinadores da Copa deste ano, e também com apoiadores nacionais, em um total de 22 empresas.
Os patrocinadores do evento deste ano são a cervejaria Budweiser, a produtora de óleos lubrificantes Castrol, o grupo automotivo Continental, a Johnson & Johnson, o Mc Donald's, a Oi, a Moy Park e a Yingli. A Moy Park é reconhecida como uma das maiores produtoras de aves orgânicas e milho para aves na Europa. A Yingli, por sua vez, se apresenta em seu website como a maior produtora de painéis solares do mundo, cuja missão seria oferecer energia verde acessível para todos. Já entre os apoiadores nacionais estão a Centauro, o Itaú, a Apex Brasil, a Garoto, a Liberty Seguros e o Wise Up.
Mais da metade dos 3,3 milhões de bilhetes da distribuição inicial da Fifa vai para a federação internacional, associações nacionais de futebol, CBF, parceiros comerciais, Vips, Comitê Organizador, governo federal, entre outros, além da fatia destinada a estrangeiros, de acordo com artigo de Rodrigo Mattos. As entradas podem ser comercializadas posteriormente, mas apenas se todos os parceiros anunciarem desinteresse, o que se acredita que não deve acontecer nesta edição.
No total, indica Rodrigo, os bilhetes disponíveis para o torcedor comum brasileiro somam 1,127 milhão (33,8% do total), sendo que parte deles também tem restrições ou preferências para determinados grupos. Só 700 mil bilhetes, contabiliza, serão vendidos em condições de igualdade para qualquer torcedor do mundo, inclusive os do Brasil.
"Quem leva mais vantagem na divisão são os parceiros comerciais, que ficam com 605 mil entradas. Eles pagam por isso e podem fazer promoções para torcedores, como ressalta a Fifa. Outros 445 mil são para empresas de hospitalidade, que incluem as que vendem pacotes milionários com hospedagem e outros serviços para torcedores abastados. Televisões e rádio com direitos de transmissão ficam com 66 mil bilhetes", alerta Rodrigo. 
De paixão popular ao futebol para a elite
Grandes times brasileiros têm uma dívida em torno de R$ 4 bi em impostos aos cofres públicos, mesma quantia anunciada como lucro da Fifa com a Copa, e que poderia ser aplicada em saúde, educação e infraestrutura. Além disso, o país acabou se tornando também um grande exportador de jogadores para outros países e, basta uma olhada no histórico desses atletas do país para perceber que a grande maioria vem de famílias pobres.

Rosell já foi investigado por diversas polêmicas envolvendo verbas suspeitas

Rosell já foi investigado por diversas polêmicas envolvendo verbas suspeitas
Uma figura que representa um pouco a situação a qual chegou o futebol é Sandro Rosell, ex- presidente do Barcelona, ex-representante da Nike no Brasil e amigo pessoal de Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF. Como o Estadão revelou no ano passado, parte do dinheiro pago à CBF por times no mundo inteiro como cachê para enfrentar a seleção não era depositada em contas no país, mas direcionadas a empresas com sede nos Estados Unidos, registradas em nome de Sandro Rosell.

Rosell chegou a ser investigado no Brasil por causa de um amistoso entre Brasil x Portugal, em Brasília, em novembro de 2008. Em 2011, a Polícia Civil do Distrito Federal suspeitava de um superfaturamento na organização do amistoso, com gastos enormes com estadias e transporte das equipes.
Na semana passada, Rosell decidiu deixar o cargo após a Justiça espanhola acolher uma denúncia contra ele por irregularidades na contratação de Neymar. De acordo com o jornal El Mundo, de Madri, a compra de Neymar teria custado 95 milhões de euros (R$ 308 milhões), e não os 38 milhões (R$ 127 milhões) declarados pelo presidente. Segundo a Justiça espanhola, a documentação entregue pelo clube possui indícios suficientes para sustentar o início de um inquérito.
Os gastos e o retorno das últimas Copas
O geógrafo Gaffney reforçou em entrevista para a Carta Capital que a Fifa conta com cinco ou seis pessoas comandando, ligadas diretamente ao Ricardo Teixeira. A estrutura, alertou, permite que ninguém assuma responsabilidades, pois quando surge um problema "o COL joga para o Ministério do Esporte, que pode jogar para a Infraero, que joga para a CBF, que diz que não tem nada com isso porque diz que os contratos são com as cidades, que pode jogar para o Estado, que pode jogar para a CBF. Não existe uma estrutura centralizada da Copa. E se você procura informações sobre a organização na internet, você chega só nas páginas da Fifa. Não há informações. E depois, quando apertar, a responsabilidade vai cair no colo do governo federal, como houve no Pan e na Olimpíada."
No total, para todas as cidades-sede brasileiras, a previsão de aplicação de recursos do TCU é de R$ 8,3 bi em financiamentos federais, R$ 6,3 bi em recursos diretos federais, R$ 4 bi estaduais, R$ 1 bi municipais e R$ 4 bi de outras fontes - em um total previsto de R$ 25,9 bi. Artigo do pesquisador e consultor da Trevisan Gestão do Esporte e diretor da Trevisan Escola de Negócios, Fernando Trevisan, no Portal 2014, reforça que, além de empréstimos do BNDES, outra forma de presença de recursos públicos nos estádios é pela isenção de pagamento de tributos. Trevisan aponta que, de acordo com o Tribunal de Contas da União, o governo vai deixar de arrecadar RS 461 milhões - o que não chega a representar tanto, considerando que o setor automotivo deixou de pagar R$ 7,9 bilhões em tributos desde 2008, por conta de políticas de incentivo governamental.

Estados Unidos não precisou realizar gastos públicos e ainda teve lucro

Estados Unidos não precisou realizar gastos públicos e ainda teve lucroOs Estados Unidos, durante a Copa de 1994, receberam 400 mil turistas e não precisaram gastar um centavo para receber o evento, já que toda a infra-estrutura estava pronta. De acordo com estudos da Universidade de Nova Iorque, o principal objetivo dos Estados Unidos em sediar a Copa do Mundo foi o de promover o futebol no país. Nova Iorque, São Francisco e Boston tiveram receita de U$ 1,45 bilhão. Na indústria hoteleira, o crescimento, em comparação com o ano anterior, foi de 10%, e na indústria de alimentos e bebidas, de 15%.