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sexta-feira, 26 de agosto de 2016

O que o Rio ganhou com os Jogos Olímpicos 2016

https://www.rio2016.com/noticias/15-presentes-que-os-jogos-olimpicos-deixaram-para-o-rio



15 presentes que os Jogos Olímpicos deixaram para o Rio

POR SAULO PEREIRA GUIMARÃES
Legado inclui de capacitação profissional à restauração de vegetação nativa
15 presentes que os Jogos Olímpicos deixaram para o Rio
Trecho da Transolímpica próximo à Barra da TIjuca (Beth Santos/Prefeitura do Rio)

O que a inauguração da Transolímpica, a reforma do Sambódromo e aulas de inglês para 20 mil taxistas têm em comum?
Todas essas ações fazem parte do legado deixado pelos Jogos Olímpicos para o Rio de Janeiro. Além delas, o maior evento esportivo do planeta gerou várias outras iniciativas na cidade. São presentes que os cariocas poderão desfrutar nos próximos anos. Veja a seguir uma breve lista com alguns deles.

Transolímpica

Orçado em R$ 2,2 bilhões, o corredor de 26 quilômetros ligando os bairros Recreio e Deodoro é um dos grandes legados dos Jogos Olímpicos para o Rio de Janeiro. Antes do novo caminho, o tempo para cumprir o percurso era 60% maior. Além disso, vale destacar que a Transolímpica conta com o BRT e 18 estações. A via estará à disposição dos cariocas a partir da próxima terça (23).

Boulevard Olímpico

Se os Jogos Olímpicos tiveram um ponto de encontro quase "oficial", esse local foi o Boulevard Olímpico. Antes escondida sob o Elevado da Perimetral, a área se tornou um cartão-postal de 215 mil metros quadrados e com 3,5 quilômetros de extensão. Entre o armazém 8 do Cais do Porto e a Praça XV, mais de 200 artistas se apresentaram em agosto. Após os Jogos Paralímpicos, o espaço à beira da Baía de Guanabara tem tudo para continuar no roteiro turístico da cidade.
 Praça Mauá na final do futebol Olímpico, entre Brasil e Alemanha (Saulo Pereira Guimarães/Rio 2016)

Capacitação profissional

Falar inglês é uma ajuda e tanto para quem precisa lidar com frequência com pessoas do mundo todo. E como isso é uma rotina no Rio de Janeiro, o curso de inglês oferecido pelo Rio 2016 a taxistas e integrantes da força de trabalho é um legado importante dos Jogos. Cerca de 20 mil motoristas e 300 mil voluntários tiveram acessos a aulas gratuitas do idioma, fornecidas via internet pela empresa EF Education First.

Aumento do número de hotéis

Do dia em que foi escolhido como cidade-sede em 2009 até o encerramento dos Jogos Olímpicos, o Rio de Janeiro ganhou cerca de 30 mil novos quartos de hotel. Eles receberão turistas que, encantados com o que viram durante as competições, com certeza virão conhecer melhor as atrações da cidade. Só em agosto, o Rio recebeu mais de meio milhão de visitantes.

Educação

A Arena do Futuro foi palco do handebol durante os Jogos Olímpicos. Com suas cadeiras coloridas, a estrutura que vibrou com as disputas é desmontável e já tem destino certo. Com o fim das competições, ela dará origem a quatro escolas da rede pública municipal carioca. Futuro parecido terá a Arena Carioca 3, que se transformará no Ginásio Experimental Olímpico, colégio público voltado para esporte com capacidade para atender 850 alunos. 
 Arena do Futuro, no Parque Olímpico (Alex Ferro/Rio 2016)

Saúde

Ao longo de agosto, a Policlínica da Vila Olímpica atendeu atletas de várias partes do mundo. Com o fim dos Jogos Olímpicos, os equipamentos de ponta disponíveis do local passam a estar ao alcance dos brasileiros, em hospitais da rede pública. O legado inclui máquinas de ressonância magnética e radiografia fabricadas nos Estados Unidos e na Alemanha, entre outros itens.

Maracanãzinho

O ginásio que foi palco de grandes vitórias do esporte brasileiro passou por uma repaginada para o Rio 2016. Foram construídas novas quadras de aquecimento e um novo sistema de iluminação foi instalado. Com as melhorias, a arena de 11.800 lugares ganhou um ar mais moderno e está pronta para receber os maiores eventos esportivos do mundo.

Sambódromo

Nota 10 no quesito emoção, a Passarela do Samba passou por reformas nos últimos anos para receber o Rio 2016. Construídas na década de 1980, as arquibancadas tiveram as fundações reformadas. Além disso, novos setores foram criados. Depois de servir às modalidades esportivas, toda essa nova estrutura vai ficar a serviço do carnaval carioca.
 Sambódromo: arena Olímpica e palco do maior espetáculo da Terra (Alex Ferro/Rio 2016)

Linha 4

Era um sonho antigo que virou realidade. Com 16 quilômetros de extensão, a Linha 4 do metrô saiu do papel graças aos Jogos Olímpicos. A inauguração aconteceu em 30 de julho de 2016, quando cinco das seis estações entraram em operação. Quando estiver em pleno funcionamento, o novo serviço deve atender 300 mil pessoas por dia.

Lote Zero

Oito estações compõem o chamado Lote Zero do BRT Transoeste. O trecho, situado entre a estação de metrô do Jardim Oceânico e o Terminal Alvorada, iniciou suas operações no período dos Jogos Olímpicos e estará à disposição dos cariocas a partir da próxima terça (23). É uma ligação viária importante, na qual milhares passageiros devem circular todos os dias.

Mural Etnias

A enorme pintura colorida na Zona Portuária chama a atenção. Nela, rostos de indivíduos de cinco etnias compõem um painel intensamente fotografado durante o Rio 2016. De autoria do artista Eduardo Kobra, o mural Etnias foi inspirado nos aros Olímpicos e está entre os maiores do mundo. É mais um cartão-postal que o Rio ganhou graças aos Jogos Olímpicos.

Sustentabilidade


A preservação do meio ambiente faz parte do legado do Rio 2016. Só no local onde foi construído o Campo Olímpico de Golfe, 44 hectares de vegetação natural foram restaurados. Já na área onde está localizado o Parque Olímpico da Barra da Tijuca, outros 7,3 hectares de mata nativa foram recuperados. Além disso, cerca de 3.500 toneladas de resíduos foram enviadas a cooperativas de reciclagem pelo comitê organizador no período dos Jogos Olímpicos.

Centros de treinamento

Ter bons centro de treinamento é essencial para conquistar medalhas. Após o Rio 2016, a cidade-sede ganhará algumas estruturas desse tipo. A Arena Carioca 1, por exemplo, será transformada em um espaço de treino e irá atender 12 modalidades diferentes, enquanto a Arena Carioca 3 vai virar uma escola municipal voltada para o esporte.

Reforma do Engenhão

Durante o Rio 2016, Usain Bolt e outras estrelas brilharam no Estádio Olímpico. Para isso, uma série de intervenções urbanas foram realizadas na região antes dos Jogos. Mais de 30 ruas passaram por obras, pontos de alagamento foram eliminados e os moradores do bairro ganharam a Praça do Trem, um novo espaço de convivência.

 Estádio do Engenhão, na zona norte do Rio (Alex Ferro/Rio 2016)

Museu Cidade Olímpica

Rua Aquias Cordeiro, 1.048. Esse é o endereço de um dos mais novos museus do Rio, que também faz parte do legado do Rio 2016. Batizado de Cidade Olímpica, o espaço reúne jogos, equipamentos de realidade virtual e muito mais para contar a história do maior evento esportivo do planeta. Aberto em 5 de julho, o local funciona de 9h às 21h de terça a sábado e de 9h30 às 16h30 aos domingos.

sábado, 30 de julho de 2016

"Dilma e Lula não vão à Olimpíada. Foram pegos no antidoping..."

sábado, julho 30, 2016

Rio 2016, hora do xadrez - 

GUILHERME FIÚZA

O GLOBO - 30/07

A Olimpíada do Rio encerra também a maratona de Lula correndo da polícia. Daí em diante, a prova é de 100 metros rasos



Dilma e Lula não vão à Olimpíada. Foram pegos no antidoping.

O laboratório da Lava-Jato descobriu que a campanha da presidente afastada derramava milhões de reais numa empresa de fachada do setor de informática, entre outros anabolizantes criminosos. No caso do ex-presidente, uma nova substância ilegal foi atestada em laudo da Polícia Federal — constatando que as reformas no sítio de Lula que não é de Lula foram orientadas pelo próprio. Só a repaginação da cozinha custou 252 mil reais.

O ex-presidente já avisou que não vai deixar barato. De fato, nada que envolva Lula é barato. Perguntem aos laranjas da Odebrecht que compraram um prédio para o Instituto Lula. E lá foi o maior palestrante do mundo para Genebra, com sua comitiva, denunciar à ONU a perseguição que está sofrendo no Brasil.

A elite vermelha está rica, pode rodar o mundo se quiser, alardeando o seu sofrimento, protegida por seus advogados milionários. Há de conseguir uma rede internacional de solidariedade, para que todos tenham direito de matar a fome em cozinhas de luxo, e não falte a ninguém uma empreiteira de estimação.

A ONU é a instância perfeita para o apelo de Lula. É uma entidade recheada de burocratas bem pagos para fomentar a indústria do alarme e da vitimização. Mas a ONU não é perfeita como Lula: parte de suas ações tem efetividade, manchando o ideal do proselitismo 100% parasitário. Deve ter sido um frisson em Genebra a chegada do ídolo brasileiro — que passou 13 anos liderando um governo oprimido, sugando um país inteiro sem perder a ternura, e permanecendo livre, leve e solto, voando por aí. Um mago.

É justamente para continuar livre e solto que Lula foi à ONU. Ele sabe que será condenado por Sérgio Moro. Acaba de virar réu por obstrução de Justiça, no caso Delcídio-Cerveró. Nessas horas é melhor mesmo recorrer aos gigolôs da bondade internacional. É uma turma capaz de ignorar numa boa as obras completas do mensalão e do petrolão, e tratar Lula como um pobre coitado, perseguido por um juiz fascista. A lenda do filho do Brasil cola muito mais fácil do que a do filho adotivo da Odebrecht.
Os plantonistas da solidariedade cenográfica já bateram um bolão na resistência ao golpe contra Dilma. Claro que toda a picaretagem revelada por João Santana não comove essa gente. Nem as confissões da Andrade Gutierrez sobre a rota da propina montada com um assessor direto da companheira afastada, injustiçada e perseguida. Muito menos o buraco em que esses heróis progressistas jogaram o Brasil, escondendo déficits graças à arte da prostituição contábil. Nada disso é crime para os simpáticos jardineiros da fraude.

Os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro representam um momento histórico. Marcarão a demissão definitiva da mulher sapiens, e a devolução ao povo da frota federal que serve sua filha. Ainda tem gente escolarizada defendendo esse escárnio — contando ninguém acredita —, mas são cada vez menos. Até a vocação para o vexame tem seus limites. A Olimpíada do Rio encerra também a maratona de Lula correndo da polícia. Daí em diante, a prova é de 100 metros rasos. Se a democracia ultrapassar a demagogia, o ex-presidente vai ter que pagar pela ação entre amigos que depenou o Brasil.

A opinião pública segue, como sempre, em sua viagem na maionese. Segundo dois grandes institutos de pesquisa, a maioria quer eleições presidenciais antecipadas.

Ou a maioria não conhece a lei, ou não está interessada em cumpri-la. É a renovação da esperança para a escola de malandragem que o país, a tanto custo, está enxotando do poder. Os heróis providenciais estão todos aí, excitadíssimos, para herdar o rebanho petista. São os que, de forma mais ou menos envergonhada, combateram o impeachment da mulher honrada — aí incluídos os puritanos da Rede, PSOL e demais genéricos do PT. Prestem atenção: estarão todos nas eleições municipais atacando o governo de homens velhos, brancos, bobos e feios de Michel Temer.

Esse governo careta, recatado e do lar, que não tem mulher sapiens para divertir a plateia, está arrumando a casa. Não porque Temer seja um iluminado. Ele só percebeu — como Itamar duas décadas antes — que sua única chance era botar os melhores para tomar conta do dinheiro. E botou. Saiu a delinquência fisiológica, entrou a eficiência. É assustador para os parasitas das lendas humanitárias ver a máquina nas mãos de profissionais.

O vento já virou, o Brasil vai melhorar, e isso é terrível. Como na época do Plano Real, os solidários de butique correm o risco de voltar a pregar no deserto, enquanto a vida da população desgraçadamente progride. Quem vai comprar ideologia vagabunda num cenário desses?

Só pedindo socorro à ONU. Mas se apressem, porque depois da Rio 2016 será a hora do xadrez.

Guilherme Fiuza é jornalista