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quinta-feira, 12 de abril de 2012

Super Interessante: esquecer para lembrar!


Estamos de cabeça cheia. Por que esquecemos o que queremos lembrar? A resposta foi descoberta e vai contra tudo o que se pensava


Estamos de cabeça cheia
Esquecer é necessário e faz bem. Nunca se esqueça disso, ok? E prepare-se para conhecer a verdadeira, e surpreendente, capacidade da memória humana.

Ei, você lembra de mim?
O cérebro usa um tipo de memória para cada tipo de informação que deseja armazenar

Processual
Quando você aprende a andar de bicicleta, não esquece mais. É por causa desse tipo de memória, que dá novas habilidades ao corpo. É uma memória tão simples que até os invertebrados a possuem.

Visual
Feche os olhos e pense num papagaio. A imagem dele apareceu na sua cabeça? Parabéns, você acaba de usar a sua memória visual. Ela serve para registrar rostos e marcar lugares onde você esteve.


Episódica

É sua e de mais ninguém: contém os acontecimentos da sua vida. Sejam eles marcantes ou não: o primeiro beijo, aquela viagem inesquecível - ou o almoço de ontem.

Topocinética
Grava os seus movimentos e registra a posição do corpo no espaço. É graças a ela que você consegue memorizar instruções do tipo "vire a primeira à direita e a segunda à esquerda".

Semântica
É a memória do conhecimento. Guarda as palavras, os raciocínios e o sentido das coisas. Geralmente exige que as informações sejam repetidas várias vezes.


Pare!Leia isto antes de continuar
Sabe aquele monte de objetos que estavam no quadro da página anterior? Sem voltar a ela, anote de quais deles você se lembra. Isso vai preparar o seu inconsciente para os testes que virão a seguir.

sexta-feira, 9 de março de 2012

Conselhos errados que as pessoas dão: Várias cabeças pensam melhor do que uma – Como as pessoas funcionam

Conselhos errados que as pessoas dão: Várias cabeças pensam melhor do que uma

Ana Carolina Prado 8 de março de 2012
  Essa  você já ouviu: diante de uma decisão difícil, o ideal é pedir ajuda. Afinal, ter duas pessoas quebrando a cabeça para resolver um problema é melhor do que uma só, dizem. Três, então, é ainda melhor do que duas, e assim por diante. Mas esse não é um bom conselho. Por qu ? Porque nem sempre.
Enrolações à parte, a explicação é bem simples: ao buscar uma solução com outras pessoas, você acaba confiando mais naquilo que for consenso e dá menos importância a opiniões individuais. Isso pode te fazer ignorar pontos importantes ou soluções mais espertas. “O processo colaborativo é o próprio problema”, explica a psicóloga Julia A. Minson, que conduziu um estudo sobre o tema na Universidade da Pensilvânia.
Na pesquisa, publicada na revista Psychological Science, Minson e a psicóloga Jennifer S. Mueller pediram a 252 pessoas que estimassem nove números relacionados com a geografia, demografia e o comércio dos Estados Unidos. Essas estimativas foram feitas individualmente e após discussões em grupos, e cada pessoa também teve que classificar o nível de confiança em suas respostas.
Depois, os voluntários puderam ver as estimativas de outros e fazer alterações nas suas próprias, se quisessem. Para deixar a brincadeira mais legal – e engajar ainda mais o pessoal – cada um ganhava US$30 a cada duas rodadas, mas perdia US$1 para cada ponto percentual que desviasse da resposta correta.
Os resultados: 1) Quem trabalhou em grupos de quatro pessoas (ou teve “mais cérebros pensando sobre um problema”) não se saiu melhor do que as duplas ou trios e 2) nas primeiras tentativas, quem trabalhou em dupla acertou um pouquinho mais do que quem estava sozinho. Mas essa diferença sumiu depois que os participantes puderam comparar seus palpites com os dos outros e alterá-los.
O segundo ponto pode ser explicado pelo terceiro: 3) Aqueles que trabalharam com um parceiro eram mais confiantes em suas estimativas e menos dispostos a aceitar influência de fora.
Segundo as pesquisadoras, esse excesso de confiança custou caro: se essas pessoas tivessemprestado mais atenção aos números que vieram de fora e reconsiderassem seus palpites, provavelmente teriam se saído melhor. Foi o que aconteceu com quem trabalhou sozinho.
Então não, um grupo de 10 pessoas não é 10 vezes melhor. Na verdade, ocorre o oposto: “Matematicamente, tem-se um resultado melhor quando a decisão é tomada a dois. Para cada pessoa adicional, esse benefício cai em uma curva descendente”, disse Julia Minson.
Mas que fique claro que isso não significa que devemos abolir o trabalho em equipe. O segredo, segundo o estudo, é saber dessa desvantagem (o excesso de confiança) e procurar formas de compensá-la. As equipes podem ser incentivadas, por exemplo, a ouvir mais as opiniões individuais e as de fora.
A mesma coisa vale para um casal que toma uma decisão financeira, por exemplo. “Só porque você tomou uma decisão com outra pessoa e se sente bem com isso, não tenha tanta certeza de que já resolveu o problema e não precisará da ajuda de ninguém”, disse Minson. Em outras palavras, tenha bom senso e não se feche em um mundinho com sua dupla ou equipe.