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segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Pra cada solução surge um problema.... Crise da Ucrânia

Crise na Ucrânia

Sanções deixam 27 mil turistas russos 'presos' no exterior

Operadora de turismo suspende atividades culpando 'a situação econômica' do país, alvo de sanções da UE e dos EUA. Magnata deixa de usar jatinho


Sunny Beach na Bulgária é popular por receber muitos turistas russos
Sunny Beach na Bulgária é popular por receber muitos turistas russos (Nikolay Doychinov/AFP)
Cerca de 27.000 turistas russos estão impossibilitados de voltar ao país por causa da suspensão das atividades de uma operadora de turismo. Em um comunicado, a empresa Labirint atribuiu o problema à "situação política e econômica" da Rússia, que está sendo alvo de sanções dos Estados Unidos e da Europa devido ao envolvimento no conflito na Ucrânia. "A situação econômica e política tem um impacto nefasto no número de reservas. A desvalorização do rublo diminuiu o poder aquisitivo dos russos", afirmou o comunicado da operadora.
"Os turistas estão sem passagem de volta desde que a empresa Labirint anunciou no sábado o fim de suas operações", informou a associação das agências de turismo russas Touraide, que tenta ajudar os russos a encontrar assentos em voos de outras companhias. "A Turquia começou a expulsar nossos turistas de seus hotéis", lamentou a porta-voz da Agência Federal de Turismo da Rússia, Irina Shchegolkova, em entrevista a uma rádio de Moscou. Ela elogiou a atitude de Bulgária e Grécia por agirem diferente e não prejudicarem os turistas russos.
Ontem, a Dobrolet, companhia aérea de baixo custo ligada à empresa de aviação estatal Aeroflot, foi obrigada a suspender suas operações devido à interrupção do contato com fornecedores, fabricantes e outras empresas ocidentais. A empresa vinha fazendo voos de Moscou para a Crimeia depois da anexação da península do sul da Ucrânia pelo governo russo, e foi incluída na lista de sanções divulgada na última semana pela União Europeia, informou a rede britânica BBC.
Jatinho parado – Não foram apenas as empresas do setor de turismo que reclamaram das condições para negócios no país. O magnata russo Gennady Timchenko, um dos atingidos pelas sanções, reclamou à agência russa de notícias Itar-Tass que não pode mais usar seu jato. O empresário, que tem participação em companhias de gás e infraestrutura e uma fortuna avaliada em 14,4 bilhões de dólares (32,5 bilhões de reais), disse que a empresa americana que faz a manutenção da aeronave deixou de prestar o serviço.
A relação entre o Ocidente e o governo russo se agravou depois da queda do avião da Malaysia Airlines, abatido por um míssil disparado a partir do território controlado por separatistas pró-Moscou. Depois da tragédia, que deixou quase 300 mortos, novas sanções foram anunciadas contra a economia da Rússia. Elas são as mais duras desde a época da Guerra Fria e incluem os setores energia, armamentos e financeiro. Poderosos bancos estatais foram proibidos de negociar com instituições ocidentais, assim como uma grande companhia de defesa. Além disso, o governo americano bloqueou vendas de produtos de tecnologia para a lucrativa indústria de petróleo da Rússia.


(Com agência France-Presse)