Bombando desde sexta-feira à noite quando este blog revelou com exclusividade uma pequena parte do conteúdo do livro do ex-Secretário de Justiça do governo Lula, delegado Romeu Tuma Júnior, e que foi objeto de reportagem especial da revista Veja, somente nesta segunda-feira, a Folha de S. Paulo resolveu tocar no assunto. Ainda assim se limitou a reportar a reação dos partidos de oposição, que decidiram convidar Tuma Junior para falar aos parlamentares sobre as denúncias que formula contra Lula e seus sequazes.
Mas não foi apenas a Folha que ignorou o fato. A maioria dos principais veículos da grande imprensa fez que não viu ou, parafraseando Lula, aliás, ‘Barba’, foi como afirmar que “não sabia”. Na verdade os veículos da grande mídia estão promovendo uma "operação-abafa", para esfriar do impacto das denúncias, o que é um troço vergonhoso e nojento!
Como não vejo televisão suponho que também o “poderoso" Jornal Nacional continua ignorando o fato. Alguns leitores reportaram nos comentários que parece que a TV Record deu algo sobre o assunto. Quem acompanha as televisões pode contribuir com informações nos comentários.
Por enquanto, somente a Veja “suíta” sua própria reportagem e o assunto é citado nos blogs independentes bem como nas redes sociais. Isto é, portanto, uma prova do que venho afirmando há alguns anos neste blog: os veículos da grande imprensa nacional, com exceção da revista Veja e seu site, transformaram-se em diários oficiais do governo petista.
Este pequeno blog está bombando sem parar desde sexta-feira à noite, e as redes sociais se encarregaram de compartilhar o post sobre Tuma Junior (confira mais abaixo), que se transformou numa espécie de viral.
Desejo frisar que ao detalhar estes fatos, só tenho a lastimar e jamais imaginei que a maioria dos meus colegas jornalistas se transformariam em coveiros da democracia e, portanto, da liberdade de imprensa, algo inaudito.
Transcrevo da Folha de S. Paulo a matéria sobre as repercussões no Congresso Nacional, informando també que o livro de Tuma Juniro entreou em pré-venda nesta segunda-feira, sendo que o lançamento oficial será nesta terça-feira, dia 10, quando deverá estar à venda nas livrarias e também aqui neste blog. Leiam:
A oposição quer convocar o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria Geral da Presidência) e convidar o delegado Romeu Tuma Júnior, ex-secretário nacional de Justiça, para prestarem depoimentos no Congresso sobre o "livro bomba" em que Tuma Jr. acusa o PT e o próprio ministro de fabricarem dossiês contra oposicionistas.
O DEM apresentou nesta segunda-feira (9) pedidos de convocação de Carvalho nas comissões de Segurança Pública e Fiscalização e Controle da Câmara. Já o PSDB vai pedir, na Câmara e no Senado, que Tuma Jr. seja convidado a explicar as denúncias reveladas no livro de sua autoria.
O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) pediu que o delegado seja convidado a comparecer para se explicar à CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado. "Não podemos apenas ficar assistindo as denúncias. É nosso dever ouvi-lo. Certamente, pela ousadia demonstrada no livro, ele não recusará o convite. Mas como atinge o PT frontalmente, temos consciência de que o governo vai tentar blindar a aprovação desse convite", afirmou Dias.
Na Câmara, o líder do PSDB, Carlos Sampaio (SP), deve protocolar ainda nesta segunda um requerimento na Comissão de Segurança Pública para ouvir Tuma Jr. sobre as acusações contra o governo Lula. A comissão tem uma composição mais equilibrada entre governistas e oposicionistas.
Para o líder do PSDB, a entrevista de Tuma Jr. foi "esclarecedora e estarrecedora". "O ex-secretário Tuma Jr., que fez parte do alto escalão do governo Lula por três anos, confirmou tudo aquilo que sempre denunciamos: a fábrica de dossiês petista, o até hoje obscuro assassinato político do prefeito Celso Daniel e a existência de uma conta no exterior para onde foram enviados os recursos do mensalão, entre outras afirmações graves", disse Carlos Sampaio.
DOSSIÊS
Reportagem da revista "Veja" afirma que Tuma Jr., em seu livro "Assassinato de Reputações - Crime de Estado", diz que recebeu "ordens" [NOTEM: POR QUE A PALAVRA 'ORDEM' DEVE ESTAR ENTRE ASPAS?] para produzir e esquentar dossiês contra adversários do governo do PT no período em que foi chefe da Secretaria Nacional de Justiça --entre os anos de 2007 e 2010.
O delegado afirma no livro que as ordens vinham do Palácio do Planalto, Casa Civil e do próprio Ministério da Justiça. A secretaria ocupada por Tuma Jr. é vinculada ao Ministério da Justiça.
No livro, o delegado diz ainda que o assassinato do ex-prefeito de Santo André Celso Daniel foi um crime político e que ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) foram grampeados ilegalmente pela Polícia Federal e Abin (Agência Brasileira de Inteligência), em 2007. Do site da Folha de S. Paulo