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terça-feira, 1 de agosto de 2017

Os disparates do ridículo...

segunda-feira, julho 31, 2017 Descolados e bacanas adotam vira-latas e pedem hóstia 'gluten free' - LUIZ FELIPE PONDÉ FOLHA DE SP - 31/07 A tipologia humana contemporânea chama a atenção pelo ridículo. Descolados e bacanas são pessoas que têm hábitos, afetos e disposições de alma mais avançados do que os "colados" e os "canas". Estes são gente que não consegue acompanhar os progressos sociais e se perdem diante das novas formas de economia, de sociabilidade e de direitos afetivos. Vejamos alguns exemplos dessa tipologia dos descolados e bacanas. Se você não se enquadrar, não chore. Ser um "colado" ou "cana" um dia poderá ascender à condição vintage, semelhante ao vinil ou ao filtro de barro. A busca de uma alimentação saudável é um traço de descolados e bacanas. Um modo rápido e preciso de identificá-los é usar a palavra "McDonald's" perto deles. Se a pessoa começar a gritar de horror ou demonstrar desprezo, você está diante de um descolado e bacana. Se você não entender o horror e o desprezo dele pelo McDonald's, você é um "colado" e um "cana". Essa busca pela alimentação segura bateu na porta de Jesus, coitado. A demanda dos católicos descolados e bacanas é que o corpo de Cristo venha sem glúten. Uma hóstia "gluten free". O papa, seguramente uma pessoa desocupada, teve que se preocupar com o corpo de Cristo sem glúten. A commoditização da religião, ou seja, a transformação da religião em produto, um dia chegaria a isso: que Jesus emagreça seus fiéis. Um segundo tipo de descolado e bacana é aquele pai que fica lambendo o filho pra todo mundo achar que ele é um "novo homem". Esse "novo homem" é, na verdade, um mito pra cobrir a desarticulação crescente das relações entre homem e mulher. Homens cuidam de filhos há décadas, mas agora pai que cuida de filho virou homem descolado e bacana, com direito a licença-paternidade de 40 dias, dada por empresas descoladas e bacanas. Além de tornar o emprego ainda mais caro (coisa que a lei trabalhista faz, inviabilizando o emprego no país), a sorte dessas empresas é que as pessoas cada vez mais se separam antes de ter filhos. As que não se separam, por sua vez, ou tem um filho só ou um cachorro. Logo, fica barato posar de empresa descolada e bacana. Queria ver se a moçada fosse corajosa como os antigos e tivesse cinco filhos por casal. Com o crescimento da cultura pet, logo empresas descoladas e bacanas darão licença de uma semana quando o cachorro do casal ficar doente. E esse "direito" será uma exigência do capitalismo consciente. Aliás, descolados e bacanas adotam cachorros vira-latas para comprovar seu engajamento contra a desigualdade social animal. Um terceiro tipo de gente descolada e bacana é o praticante de formas solidárias de economia. Este talvez seja o tipo mais descolado e bacana dos descritos até aqui nessa tipologia de bolso que ofereço a você, a fim de que aprenda a se mover neste mundo contemporâneo tão avançado em que vivemos. Uma nova "proposta" (expressões como "proposta" e "projeto" são essenciais se você quer ser uma pessoa descolada e bacana) é oferecer sua casa "de graça" para pessoas morarem com você. Calma! Se o leitor for alguém minimamente inteligente, desconfiará dessa proposta. Algumas dessas propostas ainda vêm temperadas com um discurso de "empoderamento" das mulheres que colaborariam umas com as outras. Explico. Imagine que uma mãe single ofereça um quarto na casa dela para outra mulher em troca de ela cuidar do maravilhoso e criativo filho pequeno dessa mãe single. Entendeu? Sim, trabalho escravo empacotado pra presente. Gourmetizado dentro de um discurso de "solidariedade feminina" e economia colaborativa. Na prática, você trabalharia em troca de casa e comida. Essa proposta é ainda mais ridícula do que aquela em que você, jovem, recebe a "graça" de trabalhar de graça pra um marca famosa que combate a fome na África em troca de experiência e para enriquecer seu "book". Na China eles são mais solidários do que isso, você ganharia pelo menos um dólar. Sim, o mundo contemporâneo é ridículo de doer. Com suas modinhas e terminologias chiques. Coitada da esquerda que abraça essas pautas criativas. Saudades do Lênin? MURILO às 09:22

Sobre a Revolução de 1964...

terça-feira, agosto 01, 2017 A VERDADE SOBRE A REVOLUÇÃO DE 1964 É OBSCURECIDA PELOS AGENTES DO MARXISMO CULTURAL QUE DOMINAM A GRANDE MÍDIA  Clique sobre a imagem para vê-la ampliada A imagem acima é o facsímile de um recorte do editorial do jornal O Globo de 1º de abril de 1964, ou seja, um dia depois dos militares banirem os comunistas do poder no Brasil. Faço esta postagem para comprovar a degenerescência do jornalismo da grande mídia incluindo aí a própria Rede Globo hoje em dia turbinada por suas emissoras de televisão aberta e por assinatura e que continua sendo a mídia de maior capilaridade e influência nacional. O texto do editorial, principalmente para os mais jovens que não viveram o episódio de 1964, deve soar completamente estranho haja vista para a lavagem cerebral a que tão expostos desde o dia em que descobriram quanto é um mais um. Para começar a palavra comunismo, que é uma categoria da filosofia política, foi banida dos textos jornalísticos como coisa que o movimento comunista não exista mais. Basta ler, ver e ouvir as análises e notícias procedentes da Venezuela. Tudo que tem acontecido naquele país que já foi outrora uma das nações mais desenvolvidas da América Latina tendo chegado a ostentar a quarta maior renda per capita do planeta, é decorrente apenas de uma coisa: a aplicação de um regime comunista de modelo cubano. No máximo a grande mídia nomeia o assassino regime comunista da Venezuela de 'bolivariano', eufemismo malandro para esconder a sua real natureza. O que aconteceu no Brasil em 1964 foi uma reação da Nação contra a implantação de uma tirania comunista. Graças aos militares, como reconhece o editorial de O Globo de 1º de abril de 1964. E foi o mais importante acontecimento já ocorrido no Brasil. Não fosse o regime militar o Brasil seria hoje em dia uma nação de zumbis esfaimados como é Cuba e mais recentemente a Venezuela. É incrível a desnaturação da história do Brasil fruto do que na atualidade se denomina de "marxismo cultural", conceito ao qual me refiro sempre e tento explicar em sucessivas postagens. Pois é o 'marxismo cultural' turbinado pelo pensamento politicamente correto o responsável por ter desnaturado os veículos de comunicação. E quem coloca em funcionamento essa usina gigantesca de "fake news" - notícias falsas -, são os jornalistas, principalmente da nova safra que já chegam às redações de cabeça feita pelos professores dos deletérios cursos de jornalismo ou de outros cursos da ditas "ciências humanas". Destaque para os Cursos de Direito onde o alunado é seviciado pelo denominado "direito alternativo", uma excrescência criminosa. O resultado se vê amiúde nas decisões dos tribunais. E essa gente formada nos madraçais universitários já chegou até mesmo ao STF.  Capa do jornal Ultima Hora do Rio de Janeiro, edição de 14 de dezembro de 1968, quando a revolução deu mais uma cassetada na canalha comunista e fez uma limpeza geral. Não fosse isso o Brasil seria atualmente uma grande Cuba e sujeito aos caprichos dos assassinos de Havana, como ocorre atualmente na Venezuela. É graças ao "marxismo cultural", que na verdade é um criminoso sistema de lavagem cerebral levado a efeito pelo show business, a grande mídia, as escolas e as universidades, que Lula e seus sequazes chegaram ao poder. Por isso estivemos e ainda estamos expostos ao perigo de sofrer um processo de venezuelização do Brasil. E isso ocorre porque nesta altura dos acontecimentos todas as instâncias de difusão cultural foram aparelhadas pelos comunistas e seus esbirros. Esse aparelhamento é tão grande e profundo que já alcançou os ditos grandes empresários e banqueiros que, na Venezuela, são cognominados de "boliburgueses". Aliás, a Operação Lava Jato demonstrou isso de forma inequívoca. Além disso todas as instâncias do aparelho estatal foram ocupadas pelos comunistas com destaque para alguns órgãos, como o Ministério da Educação, que produz cartilhas pornográficas para as criancinhas, como tem denunciado o pré-candidato presidencial deputado Jair Bolsonaro. Deve-se assinalar que a ocupação do aparelho estatal por esses marxistas não ocorre apenas no Brasil. Exemplo disso são os Estados Unidos onde denominam essa infiltração comunista nas estranhas da máquina pública de "deep state", ou seja, "Estado profundo", que se move nas sombras e se dedica, por exemplo, a vazar para a grande mídia informações que reforcem a narrativa esquerdista de determinados fatos. Repito mais uma vez e repetirei sempre enquanto for necessário: todo o mal que se abate sobre os brasileiros neste momento deriva da ação dos comunistas edulcorada pelo pensamento politicamente correto que orienta a grande mídia. Alguns jornalistas, muito poucos, que não rezam pela cartilha vermelha se submetem covardemente à patrulha dentro das redações dos veículos de mídia. Desta forma, a totalidade do noticiário político, econômico e cultural é produzido dentro dos cânones do 'marxismo cultural'. E o que é trágico é que as próprias Forças Armadas já foram contaminadas de cima a baixo por essa lavagem cerebral. Até porque, foi Fernando Henrique Cardoso, um marxista, que no seu governo criou o Ministério da Defesa. De lá para cá todos os ministros da Defesa foram comunistas. O atual, Raul Jungmann, é do PPS - Partido Popular Socialista, que procede do velho PCB, o Partidão de Prestes e seus asseclas. Não é à toa que recentemente os militares foram convocados para matar mosquitos, uma forma odiosa de ridicularizar as Forças Armadas. E quando agora foram convocados pela Presidência da República para garantir a segurança dos cidadãos do Rio de Janeiro, a convocação foi feita cheia de não me toques e justificativas o que por si só confirma todas as minhas assertivas nesta postagem. Além do mais fica claro - ou precisa desenhar? - por que há quase meio século não se lê, nao se ouve ou não se vê por meio da grande mídia escritos com teor similar ao editorial de O Globo de 1º de abril de 1964 que ilustra esta postagem?

segunda-feira, 31 de julho de 2017

"A estabilidade no serviço público

A estabilidade no serviço público - EDITORIAL O ESTADÃO

MURILOemPERCA TEMPO - O BLOG DO MURILO - Há 8 horas
*ESTADÃO - 31/07Já passou da hora de o Brasil discutir seriamente a questão da estabilidade no serviço público, princípio absolutamente desvirtuado* Uma nação que pretenda avançar em seu processo de amadurecimento democrático deve ter coragem de enfrentar o debate acerca de certos temas controvertidos, não raro tachados indevidamente como tabus. Não é salutar para a democracia haver questões intocáveis a priori, sobretudo quando a discussão pode ajudar a encontrar os meios de fazer da eficiência e da moralidade inarredáveis virtudes balizadoras da administração pública. Já passou ... mais »

domingo, 30 de julho de 2017

"Caçador de marajás"

Caçador de marajás 2.0 - GUILHERME FIUZA O GLOBO - 30/07 Uma mosquinha azulada zumbiu no ouvido do procurador: Deltan, tu és mais! Tu és Dartagnan! Pensa grande, rapaz! Depois de condenar Lula, Sergio Moro declarou que não é candidato a nada. Onde esse rapaz está com a cabeça? É no mínimo estranho um brasileiro chegar a esse nível de notoriedade e não começar a ciscar na política. Desconfiem desse juiz. Já o procurador Deltan Dallagnol, herói da Lava-Jato, é coisa nossa. Jovem ainda, já demonstrou estar sintonizado com a democracia de arquibancada. Fale a verdade: após anos de estudo e trabalho duro, você participa da captura da maior quadrilha da história, fica famoso, é idolatrado e faz o quê? Continua trabalhando duro? Claro que não. Isso é neurose de Sergio Moro. Qual um Lula da Silva, você chegou lá. Lá, onde? Num lugar paradisíaco, onde você poderá ter trânsito livre entre notáveis, ser lambido por artistas deslumbrados e ver cada espirro seu virar manchete. Para isso, basta largar de ser chato e trocar sua indumentária tosca de servidor pelo fardão de guerreiro do povo. Aí é correr pro abraço. Uma mosquinha azulada zumbiu no ouvido do procurador: Deltan, tu és mais! Tu és Dartagnan! Pensa grande, rapaz! És o cavaleiro que algema políticos — numa terra de moral frouxa onde odiar políticos é salvo-conduto! Sai de baixo dessa luz fria, meu jovem! A luz do Sol te espera! Dartagnol entendeu o recado e logo viu: no front enevoado das pesquisas de opinião, o tiro ao mordomo é o nome do jogo. Pediu licença ao rigor da Lava-Jato e foi ser feliz como franco-atirador contra o governo — quase um Ciro Gomes subtropical, ou um Molon repaginado, dado o nível da liberdade poética. E lá vai o procurador virtuoso, montado em seu cavalo branco contra os políticos — para virar político. Um brasileiro. Certamente, não o primeiro. Um dos mais famosos cavaleiros contra a imundície da política foi Fernando Collor de Mello, o Caçador de Marajás. O Brasil explodiu de esperança na cruzada do seu Partido da Reconstrução Nacional contra Sarney, o Temer da época. Menos de 30 anos antes, o cavalo branco da depuração política havia sido montado pelos militares — também num basta àquele mundo nojento dos corruptos. Collor e os militares ensinaram muito ao Brasil sobre o nojo. Fora os Protógenes e demais justiceiros de gibi, outro grande mosqueteiro contra a sujeira da política foi Getúlio Vargas. Ali o cavalo nem era metáfora. A revolução purificadora veio a galope do Sul — e após a faxina, como é comum acontecer, tomou gosto e foi ficando. A carne já era fraca. À exceção de lunáticos como Sergio Moro, portanto, o normal do homem público é privatizar o seu sucesso. Um Joaquim Barbosa, por exemplo: faz história condenando poderosos e vai continuar levando vida de juiz, afundado em processos empoeirados? Nada disso. Vida de celebridade é outra coisa: é preciso pairar, qual um ser imaginário, que se materializa em momentos cruciais — como para tentar salvar do impeachment a despachante da quadrilha que você condenou. A fama é sua, você faz o que quiser com ela — inclusive dar pinta em convescote da MPB. Todo brasileiro que sai do anonimato tem o sagrado direito de ser um ex-BBB de si mesmo. Deltan brilhou na maior investigação da República e teria, pode-se dizer, duas referências de homem público a seguir: Sergio Moro e Rodrigo Janot. O primeiro é esse ser estranho já descrito acima. O segundo é um ser esperto. Passou anos amortecendo Lula e Dilma, os regentes do petrolão, em triangulações com o STF e o companheiro Cardozo para fazer a enxurrada de denúncias morrer nas praias certas. Depois emergiu como príncipe da Lava-Jato, bajulado pela imprensa e por artistas despistados, para fazer o quê? Adivinhou, danadinho: montar no cavalo branco da faxina contra os políticos imundos. Fazendo sua caminha política com ataques à própria (especialidade da casa), Janot não é propriamente um ex-BBB de si mesmo, pois o que privatizou foi o sucesso alheio — no caso, de gente como Moro e Deltan. Já Deltan não achou graça na contrição de Moro e resolveu ser Janot na vida. É um modelo e tanto — sobretudo de coragem. Não pense que é fácil celebrar um acordo fajuto com um caubói biônico para tentar derrubar um presidente no susto. Uma manobra dessas requer, no mínimo, um altíssimo grau de desinibição — além de um juiz próprio, para homologar o que você mandar. Ainda mais se o tal caubói tiver sido enriquecido pelo ex-presidente quadrilheiro que você protegeu. Mas o plano era bom, porque o presidente que você escolheu derrubar é detestado pela opinião pública. Em qualquer hipótese, portanto, você poderá correr para o abraço da galera (a não ser que alguém te ponha em cana no caminho). Deltan sentiu o perfume da carne assada e aderiu à molezinha do tiro ao mordomo. Saiu disparando até sobre o ajuste fiscal — matéria na qual o governo atual está (segundo os números, não os panfletos) corrigindo o rombo histórico do PT, que não comove o jovem caçador de políticos corruptos. Ou seja: o rapaz está pronto. Vai, Dartagnol, ser ex-BBB de si mesmo. Guilerme Fiuza é jornalista
Qual o poder de fogo da Coreia do Norte? http://p.dw.com/p/2bUQd

Venezuela está em apuros ...

http://g1.globo.com/mundo/noticia/comeca-a-votacao-para-eleger-assembleia-constituinte-na-venezuela.ghtml

quinta-feira, 27 de julho de 2017

"A república dos sem-vergonha"... / José Nêumanne

José Nêumanne: A república dos sem-vergonha

Sob a égide de Temer, Lula e Cunha, Congresso tenta favorecer a corrupção

Publicado no Estadão
O historiador cearense Capistrano de Abreu (1853-1927), colega de classe de padre Cícero Romão Batista no seminário de Fortaleza, não ficou famoso por causa disso, mas por uma piada, seu projeto de Constituição, que rezava, categórico: “Artigo 1.º: Todo brasileiro deve ter vergonha na cara. Artigo 2.º: Revogam-se as disposições em contrário”.
Nenhum de nossos projetos constitucionais teve o poder de síntese dessa chacota, que de tão atual se tornou denúncia. A cada nova legislação este país se torna cada vez mais a “república dos sem-vergonha”. E a sociedade dos otários espoliados. A primeira página do Estado de anteontem registrou: Câmara quer mudar delação premiada e prisão preventiva. E a notícia a que ela se refere, da lavra de Isadora Peron, da sucursal de Brasília, completou: “Também estudam revogar o entendimento de que penas podem começar a ser cumpridas após condenação em segunda instância”.
Na mesma edição deste jornal, que se notabilizou pelas lutas pela abolição da escravatura, pela proclamação da República, contra o Estado Novo e a ditadura militar, os repórteres de política Pedro Venceslau e Valmar Hupsel Filho relataram a saga de Vicente Cândido (PT-SP) para promover uma reforma política que inclua um Fundo Partidário de, no mínimo, R$ 3,5 bilhões; o distritão, em que só os mais votados para deputado se elegem; e, last but not least, a “emenda Lula”. Esta merece destaque especial, por impedir que postulantes a mandatos eletivos sejam presos oito meses antes da data marcada para a eleição, mesmo que só venham a ter suas candidaturas registradas oficialmente quatro meses após esse prazo. O nome do presidenciável do Partido dos Trabalhadores (PT), no qual milita Sua Candidez, é usado como marca registrada da emenda por atender ao fato de que Luiz Inácio Lula da Silva acaba de ser condenado a nove anos e meio de prisão e proibido de ocupar cargos públicos por sete anos pelo juiz Sergio Moro, na Operação Lava Jato.
A proibição de prender quem avoque sua condição de candidato é a mais abjeta das propostas do nada cândido (claro, impoluto) relator, mas não é a que produzirá, se for aprovada pelo Congresso Nacional, mais prejuízos, em todos os sentidos, para a cidadania. As medidas cinicamente propostas pelo “nobilíssimo” parlamentar produzem, em conjunto, um despautério que provocaria a aceleração do enriquecimento dos partidos e de seus representantes, em particular os dirigentes, sob a égide de um sistema corrupto e que trava a produção e o consumo, empobrecendo a Nação. O financiamento público das milionárias campanhas eleitorais legaliza a tunga ao bolso furado do cidadão.
Ex-sócio do presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, que não sai do País para não ser preso pela Interpol, Sua Candura-mor, o deputado ecumênico, integra o lobby a favor da legalização dos cassinos e foi um dos idealizadores da campanha de Rodrigo Maia (DEM-RJ) à presidência da Câmara. A reforma ressuscita uma ideia que nunca pareceu ter muito futuro e sempre foi apregoada pelo presidente Michel Temer: o distritão. Trata-se da volta do tílburi ao Vale do Silício, pois reduz a pó as tentativas vãs de tonificar a democracia, dando mais força aos partidos, e estimula o coronelismo partidário, usando falsamente a modernização, confundindo-a com voto distrital.
Estado noticiou que o patrimônio de Cândido aumentou nove vezes nos últimos nove anos (descontada a inflação no período). Neste momento, em que as arenas da Copa do Mundo da Fifa em 2014 – de cuja lei foi relator – têm as contas devassadas por suspeitas de corrupção e um juiz espanhol mandou prender o ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira, o eclético parlamentar achou um parceiro no Senado: o relator da reforma política e líder do governo Temer na Casa, Romero Jucá (PMDB-AP).
Enquanto Cândido e Jucá providenciam a engorda dos cofres partidários para garantir as campanhas perdulárias, que vinham sendo feitas à custa de propinas milionárias, a comissão especial da reforma do Código de Processo Penal (CPP) batalha pelo abrandamento da legislação de combate à corrupção no Brasil.
A reforma do CPP, que é de 1941, foi aprovada no Senado em 2010. Na Câmara ficou esquecida até o ano passado e foi desengavetada durante o mandarinato do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), atualmente preso em Curitiba. O presidente da comissão especial que discute as mudanças na Casa, deputado Danilo Forte (PSB-CE), que apareceu recentemente na lambança de Temer ao tentar atravessar a adesão dos dissidentes do PSB ao DEM, discorda de presos fecharem acordos de delação premiada com procuradores.
Forte também considera que é preciso punir juiz que desrespeite as regras da condução coercitiva, que deveria ser empregada apenas se uma pessoa se negar a prestar depoimento. O presidente da comissão especial parece até ter inspirado sua ideia na recente decisão de Nicolás Maduro, que ameaçou de prisão os juízes que o Parlamento da Venezuela – de maioria oposicionista e contra a Constituinte que ele quer eleger no domingo, no modelo da pregada por Dilma – escolheu para a Suprema Corte.
A reforma política de Cândido e Jucá e as mudanças no CPP propostas por Forte, aliado de Temer, evidenciam tentativas de adaptar as leis eleitorais e penais do País aos interesses pessoais de chefões políticos encalacrados nas operações, Lava Jato entre elas, inspiradas em convenções da ONU, da OEA e da OCDE contra a roubalheira geral, importadas por Fernando Henrique e Dilma e agora ameaçadas pelos que defendem a impunidade de quem for flagrado. Esse “acordão”, que denota fraqueza e sordidez, põe o Brasil, já na contramão da prosperidade, também na trilha oposta da luta contra o roubo. Aqui a vergonha empobrece o portador.

Sem medo de punição... !

Joesley é titular de conta que ligou a Lula, e a usou para compras. Veja mais no UOL. Acesse: http://uol.com/bxkgD0

quarta-feira, 26 de julho de 2017

"Quando até a indignação é corrompida"


QUANDO ATÉ A INDIGNAÇÃO É CORROMPIDA

por Percival Puggina. Artigo publicado em 


 Um grupo de atores e artistas liderado por Caetano Veloso, criou o blog "342 Agora" e produziu um vídeo convocando a sociedade para mobilizar congressistas a aprovarem o processo contra Michel Temer. Com estudada indignação, proclamam frases como:
• Ele merece ser julgado pelos crimes que cometeu;
• Qualquer cidadão que está sob suspeita tem que ser investigado, por que teria que ser diferente com o presidente da República?
• Eu posso ser investigada, você pode ser investigado, ele tem que ser investigado;
• Um presidente ser acusado de corrupção passiva, formação de quadrilha e obstrução da justiça, não dá!
• Agora é deixar de lado nossas diferenças e se juntar por uma causa que é importante: o Brasil.
• O futuro do Brasil depende de você.
 Tudo muito certo, mas não recordo de ter ouvido qualquer desses senhores e senhoras expressando indignação com os bilhões de reais desviados para contas privadas, para operadores partidários, para dirigentes de estatais com rateios previstos entre partidos, sempre cabendo ao PT a maior quota-parte. Não ouvi um murmúrio sequer que pudesse ser entendido como decepção com o Bolsa Magnatas distribuída a figuras como Eike Batista e os irmãos Wesley e Joesley, com as contas-correntes nas grandes empreiteiras, com o conteúdo das delações que nominam pessoalmente dirigentes do PT, do PMDB, do PP (todos com 13 anos de serviços prestados ao governo petista). Nem um pio deram quando a Petrobras, tendo Dilma Rousseff como presidente do Conselho Deliberativo, fez a negociata de Pasadena, ou quando o BNDES jogou bilhões de reais nossos no poço sem fundo dos comunistas cubanos e venezuelanos, e de ditadores companheiros mundo afora. Uma cortina de silêncio parece encobrir de seus ouvidos o que as delações berram quase todo dia.
 Muito oportunista, portanto, essa empolgação moral. Sobreviveram sem qualquer incômodo através de uma década inteira de falcatruas, de inusitadas fortunas que luziam ante os olhos mais distraídos, de famílias inteiras, como a Da Silva, que saíram do subemprego para o mundo dos grandes negócios. Agora, que a acusação recai sobre o odiado Michel Temer - o primeiro a sentar na cadeira que tinham como sua para sempre - retomam o discurso golpista que grita "Fora!" a qualquer um que apóie o traseiro onde querem sentar.
 Quando o Congresso Nacional, em constitucional e prévio juízo político assim decidir, responda Temer por todos os crimes que tenha cometido. Celebrarei o evento! Mas não venham os irados do blog "342 Agora" com essa indignação de meia boca, hipócrita, corrompida, cuja exclusiva finalidade é atender suposta conveniência de quem comandou o maior esquema de corrupção política da história nacional.
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* Percival Puggina (72), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A tomada do Brasil. integrante do grupo Pensar+.