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NOTÍCIAS DE BRASÍLIA

terça-feira, 26 de setembro de 2017

Urgente, um psicólogo para Neymar ...!

Neymar se vê isolado no PSG depois de um mês de conflitos

Dono do clube ofereceu a Cavani um milhão de euros para ele ceder os pênaltis ao brasileiro e assim encerrar a crise. Mas o uruguaio recusou, com apoio dos companheiros

Neymar Cavani PSG
Neymar, durante o jogo entre PSG e Olympique de Lyon.  REUTERS / CORDON PRESS
Nasser Al-Khelaifi, presidente do PSG, enviou semana passada um intermediário para oferecer dinheiro a Edinson Cavani, maior goleador da equipe, em troca de renunciar a cobrar os pênaltis em favor de Neymar. A proposta consistia em melhorar seu contrato: no item em que o clube se comprometia a lhe pagar um bônus de um milhão de euros (3,7 milhões de reais) caso fosse o maior goleador da Ligue 1 de França, Al-Khelaifi oferecia garantir o valor de qualquer forma. Marcasse gols ou não. O dirigente esperava assim pacificar um vestiário em polvorosa, que evidencia uma crise toda vez que Neymar e Cavani brigam para cobrar os pênaltis. A tentativa foi em vão. A resposta de Cavani foi taxativa. Disse que não estava interessado em dinheiro. Se o clube quisesse lhe pagar mais, não se oporia, mas continuaria batendo os pênaltis, pois estava há quatro anos jogando pelo PSG, era o terceiro capitão, e tinha conquistado sua dignidade dessa forma.
Al-Khelaifi, segundo fontes próximas ao PSG, também enviou emissários para sondar Neymar. Com bajulação, foi convidado a esquecer os pênaltis. Disseram- lhe que era um jogador completo e sugeriram-lhe que o rei da equipe deveria agir com magnanimidade, cedendo a graça do tiro penal ao centroavante, que vive de gols. Neymar não entendeu a lógica.

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segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Mais mistérios na Coreia do Norte../ BBC

http://www.bbc.com/portuguese/internacional-41372827

O misterioso terremoto detectado na Coreia do Norte perto de zona de testes nucleares

Bandeira da Coreia do NorteDireito de imagemREUTERS
Image captionCoreia do Sul diz acreditar que tremor, de magnitude 3,4, pode ter sido natural
Um terremoto de magnitude 3,4 foi detectado neste sábado perto de uma zona de testes nucleares na Coreia do Norte, mas especialistas acreditam se tratar de um tremor natural.
A Coreia do Sul afirmou que não registrou as ondas de som comuns em sismos produzidos por ação humana.
Já a China informou que as características do abalo eram "naturais".
Especialistas internacionais em monitoramento de testes nucleares compartilharam a mesma avaliação.
A Coreia do Norte, que recentemente realizou uma série de testes nucleares, ainda não se pronunciou sobre o novo tremor.
O último teste nuclear de Pyongyang, em 3 de setembro, foi amplamente condenado pela ONU, desencadeando mais sanções internacionais contra o país.
Mas a potência do terremoto deste sábado foi menor do que a dos registrados como resultado dos seis testes nucleares realizados pela Coreia do Norte.
Depois do último teste, que a Coreia do Norte afirmou se tratar de uma bomba de hidrogênio, dados do Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês) descreveram o tremor como de magnitude 5,6 a uma profundidade de 10 km.
Mais tarde, o tremor foi classificado como de magnitude 6,3 a 0 km.
O terremoto deste sábado foi registrado em uma profundidade de 0 km na província de Hamgyong do Norte, onde se localiza a zona de testes nucleares conhecida como Punggye-ri, disse a agência meteorológica da Coreia do Sul.
O USGS também disse que o tremor ocorreu na zona de testes nucleares, mas ressalvou que seus sismólogos o avaliaram como tendo acontecido a uma profundidade de 5 km.
A Coreia do Sul afirmou que as ondas sonoras comuns em terremotos produzidos por ação humana não foram detectadas.
Já a China informou que o sismo não foi resultado de uma explosão nuclear e tinha características naturais.
Inicialmente, o governo chinês havia classificado o tremor como "uma explosão suspeita".
Analistas da Organização do Tratado de Proibição Total de Testes Nucleares (CTBT, na sigla em inglês) disseram ser pouco provável que o terremoto tivesse sido produzido por ação humana.
Ele afirmou que o tremor ocorreu "a 50 km dos testes anteriores".
"A hipótese mais provável atualmente é que (o tremor deste sábado) seja consequência do evento anterior...que poderia ainda produzir novos abalos", disse Zerbo à agência de notícias AFP, em alusão ao teste nuclear de 3 de setembro.
Alguns analistas sugeriram que a causa do terremoto deste sábado possa estar ligada ao desmoronamento de túneis no local onde o teste nuclear foi realizado.
Enquanto isso, a Rússia classificou como normais os níveis de radiação na região onde ocorreu o tremor.
Mais cedo, o USGS havia dito que não poderia avaliar com precisão a causa do abalo.
A Coreia do Norte vem se recusando a interromper seus testes nucleares e com mísseis, apesar de sucessivas rodadas de sanções da ONU e em meio ao forte protesto internacional.
O governo norte-coreano alega que age apenas em própria defesa.
Neste sábado, a China informou que vai limitar o fornecimento de petróleo à Coreia do Norte bem como deixar de comprar produtos têxteis do país, em linha com as sanções da ONU.
A China é a principal aliada econômica da Coreia do Norte.
Mais cedo, o chanceler russo Sergei Lavrov comparou o presidente dos EUA, Donald Trump, e o líder norte-coreano, Kim Jong-un, a duas crianças brigando em um jardim de infância.

domingo, 24 de setembro de 2017

Ideologia precificada...

domingo, setembro 24, 2017

Os coxinhas LGBT - GUILHERME FIUZA

REVISTA ÉPOCA

O mercado de causas sociais, sexuais e raciais virou uma praga, lucrativa nos balcões eleitorais



O Brasil tinha 200 milhões de técnicos de futebol, mas eles mudaram de emprego. Agora são 200 milhões de fiscais ideológicos. Todos prontos para dar carteiradas solenes a cada esquina do espectro esquerda x direita – ou seja, no mundo da lua. O circo sangrento está animado (a guerra é de ketchup, mas impressiona) e o caso da exposição do Santander espirrou sangue cenográfico por todo lado. Naturalmente, como sempre ocorre por aqui, a polêmica soterrou o que interessa.

A decisão dos organizadores de suspender o evento em Porto Alegre, após protestos contra uma suposta catequese homossexual no universo infantil (ou algo assim, tanto faz), virou festa para moralistas e demagogos – que foram feitos uns para os outros. Um falso profeta da liberdade de expressão reza todos os dias para topar com um plantonista decrépito da moralidade familiar, e vice-versa. Quando se dá essa conjunção mágica, ambos sacam radiantes seus estandartes e panfletos, capricham na coreografia para delírio dos respectivos fiéis e voltam para suas tocas de barriga cheia. É bom para todo mundo.

Menos para o pessoal do outro mundo – um que fica bem abaixo da lua. Esse aí não está achando a menor graça no debate do caso Santander, porque sabe que direita x esquerda é um dilema mentiroso, feito para esconder a covardia intelectual sob etiquetas sem nada dentro. Claro que quem quiser detestar e boicotar tem todo o direito de fazê-lo, assim como quem quiser expor e adorar a bizarrice que seja, chamando ou não de arte, também tem. E chega de perder tempo com lições primárias. O papo é outro.

O que interessa da reação à exposição Queermuseu é a crítica ao arrastão mercadológico das pautas politicamente corretas. Minoria defendia sua avó. O movimento gay eclodiu em San Francisco há meio século. Qualquer ativista sério da causa homossexual nos dias de hoje acha ridículo quem usa orgulho gay para se fantasiar de vanguarda. Estes são os coxinhas LGBT. E essa mercantilização de causas sexuais, raciais e sociais virou uma praga – um tsunami de butique altamente lucrativo nos balcões eleitorais, comerciais, de marketing e de reputações, invariavelmente atrapalhando a defesa da própria causa original.

Aí vem o outro batendo no peito e dizendo que era um grande banco realizando a exposição com dinheiro público, “o meu dinheiro” etc. Ok, companheiro, mas a má notícia é que nessa pornografia o buraco é mais embaixo: fique à vontade para reclamar, de boca cheia (com todo o respeito), do uso do dinheiro privado também. Traduzindo: a praga politicamente correta dominou as oportunidades de mercado, produzindo uma fenomenal hegemonia da burrice.

Do autor de telenovela ao dono da emissora, do patrocinador esportivo ao pesquisador universitário, passando pelo vereador e pelo camelô da esquina, todos sabem que projeto com proselitismo coitado é vendedor. O enésimo recital de pieguice racial ou sexual, que pelo teor demagógico já é em si uma afronta à própria vítima que finge defender, está fadado ao sucesso. Não tem erro. Sim, é assustador – assustadoramente real. O pobre coitado do marketing do Santander não tinha dúvidas de que convidar crianças recém-alfabetizadas para uma imersão estética pansexual era o melhor que ele fazia por seu emprego.

O tiro saiu pela culatra – e é claro que oportunistas dos dois lados estão na sua guerra sangrenta de ketchup discutindo se foi censura ou se foi uma ofensa à família brasileira. Mas o banco e o mercado, que nada têm a ver com a dicotomia dos lunáticos, estão convidados a entender esse boicote agressivo e surpreendente como o que ele de fato foi, acima de tudo: uma reação de saturação a uma doutrinação idiota, que finge afirmar valores nobres para vender seu peixe.

É a mesma malandragem que queria retocar a obra de Monteiro Lobato por suposta luta contra o racismo – o que os libertários de porta de assembleia não viram como censura, claro, mas como libertação. O truque ficou velho, companheiros, e cada vez mais gente perceberá que seu falso heroísmo não ajuda em nada os negros, os gays e quem mais vocês pasteurizam.

O grande ato de respeito à diferença que se espera do Brasil no momento é quebrar a espinha do totalitarismo politicamente correto.


sábado, 23 de setembro de 2017

Trump desafia a ONU. .. / Rodrigo Constantino

sábado, setembro 23, 2017

Trump cobra clareza moral da ONU - RODRIGO CONSTANTINO

REVISTA ISTO É

Em sua fala na ONU, Donald Trump não poderia ter sido mais claro, e sabemos que clareza, especialmente a moral, anda em falta no mundo de hoje. Sem medir palavras pela régua politicamente correta, sem deixar o medo falar mais alto do que os fatos, Trump colocou os pingos nos is e fez um breve resumo de quão “depravado” é o regime da Coreia do Norte sob a ditadura do “homem foguete”, capaz de matar o próprio irmão e sequestrar uma menininha japonesa para ser intérprete escrava de espiões.

Mas, diante do teor do que foi dito, que simplesmente está fora de questão, pois são fatos incontestes, eis que boa parte da mídia prefere tratar Trump como a grande ameaça, aceitando no máximo uma espécie de equivalência moral. Os “malucos” dos dois lados colocam o mundo sob o risco de uma guerra nuclear, repetem os formadores de opinião, nunca conseguindo esconder que consideram Trump o maior responsável pelo perigo.

É preciso sofrer de um antiamericanismo muito patológico para tratar Trump, eleito legitimamente pela sólida democracia americana, da mesma forma que um maluco atômico que escraviza milhões de pessoas e lidera um regime comunista opressor, tendo no tráfico de heroína e na chantagem atômica suas principais fontes de recursos.

Quem não consegue mais ver a diferença entre Trump, defendendo o mundo livre e civilizado, e Kim Jong-un, defendendo o indefensável, a tirania vermelha que herdou de seu pai e que esse herdou de seu pai, tem sérios problemas. O ódio a Trump não permite mais um mínimo de clareza moral?

Quem sabe o “muro coreano” venha abaixo durante a era Trump. Seria insuportável para muitos “intelectuais”, mas fantástico para os próprios coreanos

Mesmo quem acha que a diplomacia resolve tudo, o que na prática significa ceder às chantagens do maluco, deve entender que numa negociação com um terrorista é preciso mostrar força, para não ter que ceder demais. O presidente, portanto, está certo em pressionar a ONU: o que será feito quanto a tais ameaças inaceitáveis? Não foi para isso que a ONU foi criada, afinal? Para defender os valores universais tão caros ao Ocidente? E pretende fazer isso só com discursos bonitos e com relativismo moral?

É compreensível ficar preocupado com a escalada dessa situação, já que do outro lado temos um ditador com bombas atômicas. Mas amansar sempre com o leão faminto é garantia de ser por ele engolido. Quando Reagan falava grosso com o “império do mal”, a mídia também condenava, alegando que o “cowboy beligerante” estava provocando os soviéticos. A história mostrou quem estava certo. Foi a postura do republicano, com sua objetividade moral, que ajudou a enterrar de vez o regime comunista nefasto.

Quem sabe o mundo não vê o “muro coreano” vindo abaixo durante a era Trump? Seria insuportável para muitos “intelectuais”, mas fantástico para os próprios coreanos!

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"A bondade tarja preta",, Guilherme Fiuza

sábado, setembro 23, 2017

A bondade tarja preta - GUILHERME FIUZA

O GLOBO - 23/09
Dartagnol Foratemer resolveu ser político se aliando aos simpatizantes da quadrilha que ele ajudou a desmascarar

O mosqueteiro Dartagnol Foratemer segue firme em sua turnê contra os políticos para virar político. Ele tem visitado essas paróquias de gente alegre e socialmente engajada nas suas causas particulares. É um teatro bonito de se ver. Mas nem tudo é alegria.

No meio da festa, sobreveio a tragédia: Rodrigo Enganot, ídolo de Dartagnol na arte de fazer política fingindo fazer justiça, caiu de cara no chão. O açougueiro biônico do PT, com quem Enganot combinou a derrubada do governo com um peteleco, divulgou sem querer a trama toda. Enviou por engano às autoridades investigativas a gravação da confissão bêbada. A sorte foi que o Brasil também devia estar embriagado, porque não entendeu o enredo. Tanto que Rodrigo Enganot saiu disparando as flechas cenográficas contra a própria trama que o envolve — e o país, incrivelmente, continuou assistindo-o brincar de justiceiro.

Os companheiros do açougue acabaram presos — frustrando a vida de reis que Enganot lhes dera de bandeja, ao assinar a fuga mais obscena da história policial brasileira. Os maiores corruptores da República, inventados por Lula com o seu dinheiro, prezado leitor, tinham ido torrar a fortuna em Nova York, com a bênção do Robin Hood de botequim. O pequeno pedaço de Brasil que não tinha tomado todas já sabia de tudo: o braço-direito do conspirador-geral tinha pulado a cerca para montar a delação da felicidade — na qual os açougueiros biônicos dariam de presente a Enganot e grande elenco petista a volta ao poder central.

Mas o maior pecado que um meliante pode cometer é correr para o abraço antes da hora.

Deu tudo errado, e aí a vadiagem jurídico-intelectual das denúncias de Enganot foi definitivamente esclarecida: tratava-se de esquetes montadas com alguns dos maiores pilantras do pedaço, na base do “diz que te disseram isso”, “conta que você ouviu aquilo” etc. — não para investigar o mordomo a sério (ele agradece), mas para arrancá-lo do palácio no grito. Enfim, dois documentos que você não deveria deixar de ler na íntegra, prezado leitor, para entender até onde pôde ir a avacalhação das instituições mais altas deste país. Não aceite intermediários.

Deixemos de lado a salvaguarda hedionda dos supremos companheiros — e do ministro Facinho em particular — à ligeireza de Enganot. Fiquemos apenas na prostituição da Lava-Jato, usada como lastro moral para essa jogada — e aí estamos de volta à turnê purificadora de Dartagnol Foratemer. Naturalmente, honrando o sobrenome, este diligente, onipresente e multifalante mosqueteiro da República não viu nada, não ouviu nada, não soube de nada dessa operação insólita que levou o bravo Ministério Público a fazer fronteira com o pasto.

Enquanto os caubóis made in BNDES declamavam bêbados sua intimidade com o conspirador-geral, Dartagnol prosseguia, radicado em outro planeta, lapidando seu discurso de agradar MPB. Definitivamente, o escândalo da delação da cúpula da JBS não aconteceu no mesmo mundo do jovem mosqueteiro. Depois de fazer história na Lava-Jato, Dartagnol virou uma espécie de Molon subtropical — um plantonista da narrativa antigovernamental, intrépido caçador de manchetes. Até pitaco (errado) em política fiscal andou dando, enquanto a tal corrupção que ele combate tinha seu escândalo mais obsceno no distante planeta Terra.

Por uma ironia atroz, Dartagnol Foratemer resolveu ser político se aliando aos simpatizantes da quadrilha que ele ajudou a desmascarar. É assim mesmo: quem quiser jogar para a plateia hoje em dia precisa ser abençoado pelos cafetões da bondade — esses que fingem com esmero ter um sonho igualitário de esquerda, enquanto vão recolhendo seus dividendos particulares. Igreja é igreja.

O plano do golpe de Rodrigo Enganot parecia infalível para essas mentes simples, que sonharam liderar a manada disparando frases de efeito contra o inimigo imaginário, fascista, branco e demais clichês opressores à disposição na butique da nostalgia revolucionária. Só faltou combinar com a realidade, essa entidade reacionária.

Nela, à parte a queda da máscara do conspirador-geral, a Bolsa de Valores está batendo recorde, a inflação e os juros estão despencando junto com o risco país, o emprego está voltando, e a vida das pessoas comuns vai melhorar — o que será terrível: essa gente alegre que vive de contar história triste vai ficar falando sozinha. Tem mais flecha aí no botequim, companheiro Enganot?

Eles são brasileiros e não desistem nunca. Tem até um senador fofinho que puxa saco de celebridade tentando melar a CPI da JBS — no exato momento em que a CPI vai ao FBI para fechar o cerco contra os companheiros açougueiros do bem. Veja onde a bondade foi parar, prezado leitor. Desse jeito, vai acabar dividindo cela com o filho do Brasil.

Guilherme Fiuza é jornalista

sexta-feira, 22 de setembro de 2017

O poder do Quinto Poder

sexta-feira, setembro 22, 2017


SALVEMOS AS CRIANÇAS

Por Maria Lucia Victor Barbosa (*)
Discutir o que é contemporâneo avançou sob novas formas através das transformações revolucionárias da comunicação trazidas pela tecnologia. É bom frisar que tal progresso não significa em si perfeição, pois a ação humana serve tanto para o bem quanto para o mal, para a mentira ou para a verdade, para o amor ou o ódio. De todo modo, as redes sociais avultam hoje como o quinto poder, algo que não foi ainda analisado em toda sua potencialidade e complexidade, sendo que não há indícios de recuo na participação e na interação de pessoas através das redes sociais onde opiniões trafegam livremente, debates se cruzam, ideologias provocam embates acalorados.
Na análise de tal fenômeno social quero retomar a tese de Robert A. Dahl sobre o que ele denominou de “poliarquia”, termo que significa “o governo de muitos, que permite ao povo participar das principais escolhas, sobretudo nas dos dirigentes”.
Atualizando o conceito se pode dizer que, além das escolhas políticas, hoje a participação nas redes sociais ampliou a poliarquia, que nada mais é do que uma forma de democracia na qual excessos deveriam encontrar seus limites não na censura, mas nos direitos fundamentados nas leis.
Dito isso, tomemos como exemplo de discussão recente que percorreu as redes sociais e a mídia, aquela relativa ao encerramento da exposição Queermuseu havida em Porto Alegre (RS), patrocinada pelo Banco Santander e financiada pela Lei Rouanet com a nada modesta quantia de R$ 800.000,00.
Nesse sentido, significativa foi a matéria da Veja (20/09/ 2017), que teceu duras críticas ao Movimento Brasil Livre (MBL), chamando-o de obscurantista por ter pedido nas redes sociais o boicote a tal exposição por conta do incentivo a pedofilia, a zoofilia e pelo desrespeito a símbolos sagrados. Além do MBL, outros grupos também se indignaram com a mostra. O título da matéria da Veja foi: “A Vitória das Trevas”.
De modo sucinto, pois um artigo tem seus limites, faço referência ás “trevas” citadas, uma alusão à Idade Média. Mas, haverá realmente obscurantismo e trevas no repúdio de grupos sociais à exposição? Não teria sido uma reação normal diante do claro apelo a pedofilia e a zoofilia que aparece de forma contundente na tela de Adriana Varejão, em que pese as interpretações sofisticadas dadas pela autora? Mais chocantes ainda as figuras das “crianças viadas”, apelo forçado ao homossexualismo e indutor da pedofilia.  Uma caixa de hóstias era cercada por palavrões, um arremedo de Nossa Senhora carregava em vez de Jesus um macaco, um Cristo estapafúrdio cheio de braços refletia mais uma vez o mau gosto da mostra. E havia muito mais coisas que no passado, em vez de arte, eram chamadas de modo politicamente incorreto de taras, aberrações, blasfêmias.
Se a mostra pelo menos tivesse tido uma classificação por idade, como no teatro e no cinema, vá lá, mesmo provocando reações instintivas de repúdio e asco. Mas a questão crucial é que a exposição, que tratava de questões de gênero e diversidade, “receberia alunos de escolas públicas e particulares e ensejaria trabalhos” sobre obras dos expositores.

Como, pergunto, olhos infantis espantados veriam aquilo tudo? De que modo o inexplicável sexo com animais repercutiria em suas mentes em formação? 

Penso que cada um é livre para escolher seu modo de viver, mas incomoda a obsessiva doutrinação existente, como se todos fossem obrigados a se converter em homossexuais. E a doutrinação começa nas escolas com crianças muito novas, fazendo-as perder suas referências, o que pode mais tarde gerar adultos problemáticos; estimula-se a diversidade de experiências sexuais precoces, perigoso caminho para a legitimação da pedofilia, sendo que entendo pedofilia como crime hediondo; em construções arbitrárias ensina-se que não existe diferença entre meninos e meninas, o que raiaria ao absurdo de se querer revogar leis da natureza.
Se trevas existem é porque o momento é de graves manipulações. Há um desmanche de valores e grupos permissivos se impõe. Corrompe-se a juventude e a infância. Prega-se o vale-tudo. Não existe mais limites nem moral. Prevalece o prazer individual como único bem possível. Há uma busca de felicidade nunca alcançada, pois se dá por motivos errados. E os insatisfeitos correm atrás de novas experiências desesperadas das drogas e do sexo. Parece que estamos vivendo o fim de uma civilização de criaturas perdidas, que será substituída por outra mais evoluída, quem sabe, composta por inteligências artificiais.
Mas ainda é tempo, salvemos as crianças resgatando valores desaparecidos. Que os pais estejam atentos aos crimes cometidos contra seus filhos inocentes. E os que querem respeito, que aprendam a respeitar e exercer também a tolerância, para que banalização da sexualidade não faça a violência se voltar contra eles mesmos.
Com a palavra as redes sociais.


(*) Maria Lucia Victor Barbosa é socióloga.

Vida em vídeo !

https://sevmedin.tumblr.com/post/165615505599