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O BRASIL não é um país capitalista ...!

domingo, 16 de dezembro de 2012

Repercussão da vitória do Corinthians na Inglaterra...


Chelsea distraught after losing to Corinthians in Club World Cup final

• Paolo Guerrero scores winner in 1-0 victory for Brazilians
• Gary Cahill sent off for Chelsea in injury time
Ashle Cole Corinthians v Chelsea - FIFA Club World Cup Final
Chelsea's Ashley Cole dives in to tackle Jorge Enrique of Corinthians in the Club World Cup final in Yokohama. Photograph: Mike Hewitt - Fifa via Getty Images
In the end the Chelsea players who had hoped to conquer the world were left slumped on the turf as the Brazilian drums pounded and the raucous hordes of Corinthians supporters bellowed their celebration into the night sky. Ramires buried his head in his hands. David Luiz accepted his side's man-of-the-match award almost reluctantly with his cheeks streaked with tears. "It's a long way to come to lose," said Frank Lampard, which pretty much summed it up.
The Club World Cup has been reclaimed by South America for the first time in six years, a reality to delight the thousands from São Paulo who had upped sticks to Shin Yokohama for this tournament. The din they created chased Chelsea's players down the tunnel, and will have pursued them back to their quayside hotel with another long, sleep-interrupted night ahead before they can consider escape and, almost chillingly, a Capital One Cup quarter-final at Leeds in midweek. Their schedule feels brutal, the rat-a-tat of fixtures relentless. Limbs may be lighter in victory, but the sense of deflation after this was crushing.
Rafael Benítez must contrive a way of picking this team up, as well as a starting lineup who are relatively fresh for Elland Road and a cup tie that once would have stirred the senses. Back in 2005 when his Liverpool side had succumbed mystifyingly to São Paulo in this competition his players had benefited from an eight-day break before taking on Newcastle in the Premier League. His current squad will disembark their 12-hour flight back to Heathrow mid-afternoon on Monday with one full day to catch their breath before the resumption of their domestic campaign. That a third trophy has slipped away, following on from the Community Shield and the European Super Cup, not to mention their elimination from the Champions League at the group stage, will do little to improve their mood. Chances of silverware are being passed off almost wastefully at present.
At least any notion that this tournament had meant little to the European champions can be dispelled. The sight of Chelsea's crestfallen players proved as much, their inability to convert when chances had been eked out in the first period proved critical as the Peruvian Paolo Guerrero, once a Bayern Munich player, registered the only goal midway through the second period. It had owed plenty to the English club's hesitancy, Jorge Henrique nodding down and Paulinho veering across the area with his heavy touch supplying Danilo. The winger, a member of São Paulo's team seven years ago, cut inside and saw his shot loop up invitingly from Gary Cahill's block. David Luiz and Ashley Cole were on the goalline, with Ramires also between the striker and his target, but none reacted quickly enough to prevent Guerrero heading the loose ball in off the underside of the bar.
The Brazilians could delight in keep-ball thereafter, Benítez pointing to time-wasting tactics and plenty of rolling around at hints of fouls, with frustration eventually bubbling over. Cahill and Emerson tangled in the last minute, the Corinthians player appearing to fling out an arm to provoke a reaction, then feigning agony after the centre-half had flicked out his shin in riposte. Benítez offered him consolation on the touchline, though he accepted the decision had been correct upon seeing replays post-match. Cahill will be suspended for that game at Leeds, yet the prospect of putting his feet up will not appeal.
There had been parallels with Munich to all this, the Londoners parachuted into enemy territory with the vast majority hostile within a heaving crowd, though there was to be no magical finale. Where the chance to equalise Bayern's opener had fallen to Didier Drogba at the Allianz Arena, here it arrived at Fernando Torres' feet. César Azpilicueta's throw-in two minutes into stoppage-time prompted panic, the ball squirting out for the Spaniard in front of goal only for Cassio to smother the chance. His flicked header into the net seconds later, chalked off by an offside flag, confirmed the forward's luck was not in.
That Drogba instantly felt missed again put the five goals scored by Torres in three games – against Nordsjaelland, Sunderland and Monterrey – into better context. "Again, you have to try and find the positives in the situation," said Benítez. "He was there. He had the chances. He scored the goal that was disallowed. I agree that he has to take these chances in a final because it's not easy to create too many in games like this. If you have two or three, you have to score. But at least he was winning a lot of balls in the air, he was fresh, and you could see that physically he is improving."
Cassio deserved his own good fortune on the offside, not least for the saves he had made before the interval from Cahill – albeit as he sat on the ball while tumbling backwards – and Victor Moses. They established high standards that did not drop, with the muscular Paulinho growing into the game and Guerrero's discomforting of Chelsea's back-line at the other end eventually gleaning reward.
"This was a real battle between the third world and the first world," said the Brazilians' defender, Paulo Andre. "For our people, for our fans, who have a difficult life, it's so important to show the world we can beat teams like this. And that we can be the best in the world. Just once." They can bask in world domination. For Chelsea, a fruitless journey home and Elland Road on Wednesday night await.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

A urna eletrônica é confiável ?



Desde o início de sua implantação no Brasil, em 1996, a urna eletrônica é alvo de elogios e críticas por parte de especialistas: enquanto muitos afirmam que o aparelho agilizaria o processo eleitoral e estaria menos suscetível a fraudes, outros destacam que sistemas digitais não são imunes a invasões e, por isso, o modelo não seria tão seguro quanto outros alegam.
Nessa semana, durante o seminário “A Urna Eletrônica é Confiável?”, realizado no Rio de Janeiro, um rapaz de 19 anos jogou lenha na fogueira: ele alega que teria fraudado os resultados de eleições na Região dos Lagos (zona do Rio de Janeiro), alterando os dados antes que fossem enviados ao TRE (Tribunal Regional Eleitoral). O hacker, que se identificava apenas como Rangel e estava sob proteção policial, explicou que havia trabalhado junto com outras pessoas e que tinha acesso privilegiado à rede da Oi, empresa que fornece insfraestrutura para a Justiça Eleitoral do estado.
“A gente entra na rede da Justiça Eleitoral quando os resultados estão sendo transmitidos para a totalização e depois que 50% dos dados já foram transmitidos, atuamos”, disse. “Modificamos os resultados mesmo quando a totalização está prestes a ser fechada”.
Embora Rangel tenha dito que prestou depoimento à Polícia Federal, nada foi divulgado oficialmente. Ainda assim, o coordenador do seminário, Fernando Peregrino, destacou a gravidade da situação: “Um crime grave foi cometido nas eleições municipais deste ano (…), mas infelizmente até agora a Polícia Federal não tem dado a este caso a importância que ele merece, porque ele atinge a essência da própria democracia no Brasil”.
Vale ressaltar que as críticas quanto ao voto eletrônico são em grande maioria direcionadas ao sistema usado atualmente no Brasil (em que os votos são apenas computados digitalmente, sem impressão de comprovante individual a partir da urna), que remete à primeira geração de urnas eletrônicas. Nos Estados Unidos, na Holanda e na Venezuela, por exemplo, o comprovante de voto é impresso pela urna, modelo de “segunda geração”.[GizmodoViomundoGalileu]

Conflito sírio pode acabar e Bashar Al-Assad pedir asilo em Cuba (?)

http://www.bbc.co.uk/portuguese/ultimas_noticias/2012/12/121213_siria_russia_pai_rn.shtml

Rússia admite possível queda do regime de Assad na Síria

Atualizado em  13 de dezembro, 2012 - 16:24 (Brasília) 18:24 GMT
Um alto representante do governo russo admitiu publicamente, pela primeira vez, a possibilidade de o regime de Bashar Al-Assad - seu aliado - ser derrotado na Síria.
O vice-chanceler russo Mikhail Bogdanov disse, nesta quinta-feira, que Assad está "perdendo mais e mais controle e território".
"Infelizmente, não podemos descartar uma vitória da oposição síria", afirmou, agregando que a Rússia já faz planos para a retirada de milhares de seus cidadãos no país árabe.
O correspondente da BBC em Moscou, Steve Rosenberg, diz que o comentário é significativo. "A Rússia tem sido uma firme apoiadora do regime de Assad, provendo-lhe com auxílio político e militar. O país também protegeu Assad na ONU, vetando resoluções do Conselho de Segurança que teriam aumentado a pressão sobre o presidente sírio".

Cristina Kirchner usa Igreja Católica para se aproximar do povo argentino...


 
 TV Pro Nobis: Amplos privilégios para a Igreja Católica no novo mapa da mídia. Evangélicos reclamam disso. O Estado argentino é laico…pero no mucho. O quadro acima, de Francisco de Zurbarán (1598-1664), mostra o bispo Aurelius Ambrosius (mais conhecido como Santo Ambrósio), um dos principais doutores da Igreja Católica. Foi pintado entre 1626 e 1627. Está no Museu Provincial de Belas Artes em Sevilha, Andaluzia.
A Lei de Midia, aprovada em 2009 pelo Parlamento argentino – e que entrará em plena vigência a partir da meia-noite desta sexta-feira – está gerando grande irritação entre os evangélicos deste país, além de outros grupos religiosos da sociedade argentina. O pivô dessa irritação é que a lei – a menina dos olhos da presidente Cristina Kirchner – determina em seu artigo número 37 que a Igreja Católica será a única entidade religiosa que terá direito a canais de TV e e estações de rádio sem necessidade de autorizações prévias ou licitações.
Gastón Bruno, vice-presidente de relações externas da Aliança Cristã de Igrejas Evangélicas da Argentina (ACIERA), afirmou que a entidade defende “a igualdade religiosa” na Argentina. “Não estamos contra credo algum. Simplesmente queremos tratamento igualitário”, afirma Bruno, lamentando a exclusão das igrejas evangélicas da lei de mídia. “Nós representamos 5 milhões de pessoas”, afirma.
“Para o Estado argentino as igrejas evangélicas são entidades civis e não uma fé. E isto ocorre 200 anos depois da independência do país, momento no qual se produz a igualdade de vários direitos de vários setores. Mas nós, embora sejamos uma minoria crescente e dinâmica, não somos tratados de forma igualitária”, explica.
O Conselho Nacional Cristão Evangélico (CNCE) da Argentina sustenta que lei de mídia gera “uma dolorosa e inexplicável discriminação religiosa”.
As outras entidades religiosas, entre elas, as vinculadas comunidade judaica (a maior da América Latina) e a muçulmana, também ficam de fora desses privilégios que a presidente Cristina Kirchner – que cita Deus e o marido morto em seus discursos – concedeu à Igreja Católica. Oficialmente, a Argentina possui um Estado laico.
A decisão do governo de privilegiar a Igreja Católica constrange os militantes kirchneristas. O próprio Martín Sabbatella, diretor da Autoridade Federal de Serviços de Comunicação (Afsca), além de deputados, evitam falar sobre o assunto. No máximo alegam que a Igreja Católica possui um status legal especial, já que é uma entidade pré-existente ao próprio Estado argentino. Isto é: existia Igreja Católica antes da Argentina ser independente. “Se for por isso, as igrejas protestantes também existiam aqui antes da independência”, afirma Bruno. “Inclusive, vários evangélicos lutaram nas guerras da independência”.
Coincidentemente, a alta hierarquia do clero em Buenos Aires – que havia desferido duras críticas contra os Kirchners durante vários anos – desde a aprovação da lei de mídia, embora pronuncie alguma eventual crítica, manteve um perfil mais baixo e evitou participar das controvérsias sobre a norma que limitará a atuação das empresas privadas na área de jornalismo.
EM TEMPO: O Estado argentino, por uma lei da ditadura (a de número 21.950), paga os salários dos bispos e dos padres da Igreja Católica. Também subsidia seminaristas. O governo Kirchner nunca disse nada sobre este assunto. Quem quiser ver uma lista de algumas leis que beneficiam com exclusividade o setor citado, aqui há um link oficial, do Ministério das Relações Exteriores e Culto (assuntos burocráticos relativos à religião são tratados pela chancelaria):http://www.culto.gov.ar/dircatolico_normativa.php
Cristina Kirchner, em reunião com altos representantes da Igreja Católica na Casa Rosada. Presidente argentina tem relação de tensões e tréguas com o Vaticano. Mas, durante polêmicas da Lei de Mídia a Igreja ficou em silêncio (e, em alguns casos, a elogiou). Na foto acima, o bispo José María Arancedo, líder da Igreja Católica na Argentina, que no final do ano passado substituiu o cardeal Jorge Bergoglio. Na reunião Cristina reforçou sua posição contra o aborto (na contra-mão de diversos setores de seu partido e de grupos da oposição que pedem sua descriminalização).
MAIORIA ATEIA - Segundo uma pesquisa realizada em 2009 pelo governo, 76% dos argentinos foram originalmente batizados católicos. Mas, apenas 6% são praticantes.
A totalidade das igrejas evangélicas na Argentina não reúne mais de 10% da população. Mas, ao contrário dos católicos, o grupo evangélico é totalmente praticante. Os evangélicos argentinos não possuem uma bancada que os represente no Parlamento, e tampouco contam com redes de televisão.
Os ateus, no entanto, segundo a pesquisa, ultrapassam católicos e evangélicos praticantes, representando 11,3% da população.
O país conta com a maior comunidade judaica da América Latina – calculada entre 300 mil e 500 mil pessoas – além de uma presença muçulmana (estimada em 500 mil pessoas) nas províncias do norte e noroeste.
Até a reforma constitucional de 1994 a Carta Magna determinava que somente poderia ser presidente um católico apostólico romano. A reforma excluiu essa restrição.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Estado de saúde de Chávez coloca Venezuela em estado de alerta político


Chávez sofreu complicações durante a cirurgia, diz ministro

O procedimento durou seis horas - e um sangramento precisou ser controlado

O ministro da Comunicação venezuelano, Ernesto Villegas
O ministro da Comunicação venezuelano, Ernesto Villegas (Reuters)
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, sofreu complicações durante a cirurgia à qual foi submetido na última terça-feira em Cuba, para combater um câncer. Durante o procedimento, que durou mais de seis horas, um sangramento precisou ser controlado. A informação foi divulgada nesta quinta-feira pelo ministro da Comunicação, Ernesto Villegas.
"Atualmente, o paciente está em recuperação progressiva e favorável dos valores normais de seus sinais vitais", disse Villegas. O ministro explicou que a recuperação de Chávez necessita de tempo devido à complexidade da operação e por complicações no ato cirúrgico, ao surgir "um sangramento que requereu a adoção de medidas corretivas". Essa foi a quarta cirurgia do presidente desde que a doença foi diagnosticada, há 18 meses.
Esta é a primeira vez em que o governo dá detalhes sobre a operação de Chávez. O presidente sofre de um câncer que está situado na região pélvica. "Na medida em que continua a evolução propícia que está começando a se evidenciar, está prevista a aplicação de tratamentos adicionais para a restituição plena de sua saúde", completou Villegas.
O objetivo da mensagem, segundo o ministro, foi transmitir "sossego e esperança aos que torcem e oram pelo presidente". Mais cedo, ele havia afirmado que Chávez estava em"condições estáveis". Na quarta-feira, o vice-presidente, Nicolás Maduro, admitiu em comunicado transmitido em rede nacional de rádio e TV que Chávez enfrentará um pós-operatório "complexo" e pediu "unidade nacional".
(Com agências Reuters e EFE)

Uma noite cinzenta no Morumbi na final da Copa Sul-Americana

http://www.estadao.com.br/noticias/esportes,jornais-destacam-a-confusao-do-jogo-entre-sao-paulo-e-tigre,973155,0.htm

Jornais destacam a confusão do jogo entre São Paulo e Tigre

O Clarín, jornal argentino, ressalta depoimentos de jogadores envolvidos no conflito

13 de dezembro de 2012 | 13h 06
SÃO PAULO - A confusão envolvendo os jogadores do Tigre e a Polícia Militar no jogo dessa quarta foi destaque de vários sites de notícias pelo mundo. O Clarín, publicação argentina, colocou uma frase do presidente do São Paulo, Juvenal Juvêncio, como manchete da seção de esportes: "A fuga dos argentinos é a nossa maior vitória". Para a reportagem do Clarín, os dirigentes do Tricolor estão "longe da autocrítica".
La Nación, outro periódico argentino, resolveu usar o ocorrido de ontem como gancho para os principais tumultos que já existiram no futebol sul-americano, com destaque para um jogo da Copa Sul-americana de 2003, disputado entre São Paulo e River Plate. Na ocasião, cada time teve três jogadores expulsos e o São Paulo acabou eliminado nos pênaltis. 
O tablóide inglês The Sun, famoso por manchetes pitorescas, fez uma brincadeira com o nome "São Paulo" e tranformou-o em "Sao POW-lo", fazendo referência às onomatopeias de lutas em histórias em quadrinhos.
La Gazzetta dello Sport, principal jornal de esportes da Itália desde 1896, chamou o ocorrido de "escândalo", enquanto o francês Le Monde ressalta a violência na final.

Lula, um Odorico Paraguacu involuntário... // Eugenio Bucci


EUGÊNIO BUCCI - 09/12/2012 10h00
TAMANHO DO TEXTO

“Apenasmente” Cajazeiras

Como um Odorico Paraguaçu involuntário, Lula se vê prisioneiro do culto de si mesmo

EUGÊNIO BUCCI 
EUGÊNIO BUCCI é jornalista e professor da ECA-USP (Foto: Camila Fontana)>>Trecho da coluna de Eugênio Bucci em ÉPOCA que está nas bancas
As irmãs Cajazeiras entraram para a história da telenovela brasileira em 1973, com O Bem-Amado, uma das criações geniais de Dias Gomes. As Cajazeiras eram três solteironas mal-amadas e reprimidas que andavam emboladas, como um ente mitológico de seis pernas e três cabeças, esgueirando-se pelas calçadas estreitas da fictícia Sucupira. As três, Dorotéia (Ida Gomes), Dulcinéia (Dorinha Durval) e Judicéia (Dirce Migliaccio), perambulavam aos fuxicos íntimos, praguejando contra os outros personagens e declarando seu amor ardente, louco e platônico (que depois enveredaria pelas vias de fato) ao “coroné” que mandava na prefeitura, o impagável Odorico Paraguaçu (Paulo Gracindo). Elas bem que remoíam seus ressentimentos contra os desmandos de Odorico – desmandos amorosos, inclusive – mas, fiéis como cachorras, não o criticavam publicamente. Jamais.
Agora, o espírito desgarrado das irmãs Cajazeiras parece querer sair da história da telenovela e ingressar na história do Brasil real. Os adoradores e as adoradoras que circundam a aura de Luiz Inácio Lula da Silva, como guardadores de uma imagem estacionada no meio-fio da política, carregam em silêncio eventuais dores e dissabores. Nunca ousam expressar em público uma letra, uma vírgula de discordância, mesmo que num discreto e mudo repuxar de sobrancelhas. A lealdade irracional e fervorosa desses (e dessas) tomadores (e tomadoras) de conta não cede. Todos e todas, possuídos e possuídas por sua devoção incondicional, numa idolatria que arrebata ateus e crédulos indistintamente, não deixam que se veja em seu ídolo um único lapso de um único desvio. O cenário é francamente grotesco. Blindaram Lula a tal ponto que o ex-presidente começa a lembrar, inadvertidamente, a figura caricata do bem-amado de Dias Gomes. Como um Odorico involuntário, cercado de elegias e apologias tão fanatizantes quanto patéticas, vê-se prisioneiro do culto de si mesmo. Tão refém que não tem o que dizer. Ou: não tem como dizer o que deveria dizer.

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Incompetência é erva daninha ou em linguagem moderna ... um vírus!


A praga da incompetência

9 de novembro de 2012 
Autor: Comunicação Millenium
pequeno normal grande
O suíço especialista em recrutamento diz que a falta de qualificação dos funcionários públicos nomeados por padrinhos políticos chega a ser mais danosa do que a corrupção
Egon ZehnederEscolher o melhor candidato para comandar estatais ou órgãos públicos deveria ser um processo muito mais cuidadoso e rigoroso do que o adotado pelas empresas privadas. Essa é a tese central defendida pelo suíço Egon Zehnder, um dos mais famosos headhunters do mundo. Dono de uma empresa de recrutamento com escritórios em 38 países, inclusive o Brasil, ele participou da seleção e escolha de presidentes de estatais e de instituições públicas da Inglaterra, da Austrália, de Singapura e da Suíça. Aos 82 anos, Zehnder entrevista, todos os dias, pessoalmente, candidatos às vagas de consultor em sua empresa. Defensor apaixonado da meritocracia, ele critica a proliferação de cargos de confiança na administração pública brasileira.
Veja – No Brasil, mais de 22 mil cargos do governo federal são de confiança (preenchidos por critérios políticos). Mais de um mil só no primeiro escalão. O que o senhor acha desses números?
Egon Zehnder – Mesmo considerando o tamanho do país, são números exageradamente altos. Na Suíça, onde moro, não existe um único cargo público que possa ser preenchido por alguém cuja única qualificação seja atender a critérios políticos.
Veja – Por que o excesso de cargos de confiança é ruim?Zehnder – Quando se fazem concursos públicos ou se adotam outros métodos objetivos de seleção, a chance de que os critérios utilizados tenham sido justos e adequados é maior. A sociedade precisa ter a garantia de que o escolhido é o mais capaz para desempenhar a função, conhece a área e já passou por várias situações parecidas com as que vai enfrentar no futuro. Exercer um controle rigoroso sobre os processos de recrutamento é algo plenamente possível. Mas é muito difícil ter esse domínio quando se precisa preencher dezenas de milhares de cargos. Se o eleito não tiver as exigências mínimas para a função, certamente a empresa ou instituição enfrentará percalços a curto, médio ou longo prazo. Nenhuma nomeação de diretor de estatal ou de autarquia deve ser 100% política.
Veja – Nomeações equivocadas são mais danosas no setor público ou no privado?Zehneder – A escolha errada de um funcionário de alto escalão traz mais consequências indesejadas em instituições governamentais. Elas têm um papel na sociedade que vai muito além dos interesses econômicos dos acionistas. Um erro na nomeação reduz a possibilidade de a empresa estatal ou o órgão público desenvolver seu papel social e limita a capacidade do país para alcançar seus objetivos estratégicos. Também leva a resultados decepcionantes em termos de volume de produção e no desenvolvimento interno de tecnologia. Uma pesquisa publicada na revista da Harvard Business School em 2001 mostrou que, entre os diversos fatores que determinam o desempenho de uma empresa e que podem ser controlados, a seleção dos gestores é a que tem a maior relevância estratégica. A escolha certa do presidente de uma empresa pode ter um impacto positivo de 40% no seu resultado.
Veja – Existe alguma relação entre corrupção e incompetência administrativa?
Zehneder – É claro que se devem selecionar sempre pessoas com integridade, para impedir fraudes, tanto no setor público quanto no privado. Estima-se que o custo da corrupção represente 5% do faturamento das companhias, um dado aviltante. Estatisticamente, porém, a corrupção é menos nociva do que a escolha de um gestor ineficiente.
Veja – Como assim?
Zehneder – Basta fazer a conta. Um trabalhador na linha de produção de uma fábrica que tenha todas as qualidades para o seu ofício produz 40% mais do que um funcionário-padrão. Pesquisas acadêmicas também têm mostrado que, quanto mais complexa é a tarefa, maior a diferença de produtividade entre os funcionários. Um bom vendedor de seguros consegue comercializar 240% mais do que um colega mediano. Para funções que exigem mais qualificação, como programador de computador ou gerente de contas em uma empresa de serviços, o aumento de produtividade pode ser da ordem de 1000% ou mais. Uma companhia que possui um quadro de pessoal sem brilho produzirá, portanto, uma fração de uma concorrente cheia de talentos. Ao se compararem esses números com os 5% de perdas provocadas por corrupção, fica claro o que é mais relevante. É absolutamente necessário combater a corrupção, mas também se deve evitar o escândalo oculto das nomeações de funcionários incompetentes, cujos efeitos chegam a ser piores do que os desvios éticos. Nesse sentido, o grande número de apadrinhados políticos no Brasil é um escândalo em si.
Veja – Em que países a seleção dos altos funcionários estatais é feita de forma mais profissional?
Zehneder – Em alguns países, as nomeações são feitas puramente por motivos políticos. Raramente, ou nunca, isso leva a bons resultados. Em outros, o processo é tão regulado e engessado que se torna difícil atrair bons candidatos. De modo geral, quanto mais o conceito de meritocracia está enraizado em uma sociedade, menos provável é que a população aceite pessoas ineptas para ocupar funções executivas. Meritocracia é um valor que anda de mãos dadas com os níveis de ensino. Uma sociedade bem-educada entende mais claramente as consequências desastrosas das nomeações erradas. Um ministro sem credibilidade em seu campo de atuação ou sem habilidade para montar uma boa equipe pode paralisar os serviços públicos sob sua responsabilidade. Uma população bem-educada não toleraria isso. Em pouco tempo os cidadãos perceberiam o que há por trás dos resultados decepcionantes, e futuras nomeações que não levassem em conta a meritocracia não seriam mais aceitas. Em países com baixo nível educacional, os erros de nomeação são a regra.
Veja – Esse é o caso do Brasil?
Zehneder – O Brasil já melhorou bastante. No setor de telecomunicações, até os anos 1990, os dirigentes das empresas eram todos escolhidos pela conveniência política e pela influência nos governantes. Em geral, eram deputados e senadores. A meritocracia não estava no jogo. Esse é um setor particularmente crítico, porque as decisões precisam ser rápidas e baseadas em tecnologias que se renovam rapidamente. Uma única decisão errada pode ser catastrófica para a empresa. Nesse período, antes da privatização, eu conheci o presidente de uma estatal brasileira que tinha todas as credenciais necessárias para o trabalho, mas que não conseguiu nomear um único membro do seu conselho de diretores com base em critérios objetivos. Todas as indicações que ele foi obrigado a fazer eram políticas. Como resultado, a empresa era ineficiente. Não havia linhas telefônicas suficientes para a população e o custo dos serviços era proibitivo. As privatizações mudaram essa realidade.
Veja – As estatais brasileiras hoje sabem contratar seus presidentes e diretores?
Zehneder - O cenário atual é bastante heterogêneo. Algumas empresas conseguem fazer boas escolhas. Um exemplo é a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), que tem capital aberto e é controlada pelo governo do estado. Mesmo com as leis restritivas que governam as companhias estatais, como a que impede os recrutadores de comparar os candidatos internos com os melhores do mercado, a Cemig tem feito um bom trabalho. Nossos consultores no Brasil, contudo, têm escutado muitos empresários de grandes companhias privadas queixando-se dos diretores das agências reguladoras. Algumas dessas nomeações foram tão equivocadas que o setor como um todo foi prejudicado. Faltam aos chefes das agências reguladoras brasileiras os conhecimentos básicos para poder dialogar com diretores de companhias privadas. Com isso, muitos investimentos acabam sendo adiados. Setores inteiros da economia passaram a ter um desenvolvimento aquém do seu potencial.
Veja – A legislação trabalhista brasileira dificulta muito as demissões. No setor público isso é praticamente impossível. Qual é a consequência disso para o desempenho das companhias?Zehneder – O consultor americano Jim Collins enumerou vários fatores que levam uma organização a obter sucesso. Colocar um grande líder no topo do organograma é apenas um deles. Também conta a capacidade de demitir os piores funcionários e manter os melhores. De preferência, nas posições certas. Uma companhia sem liberdade de dispensar as pessoas que não atendem às expectativas obviamente terá de operar de forma precária. Nessas situações, a qualidade dos produtos e dos serviços quase sempre é ruim. Um contexto em que é quase impossível demitir os funcionários não faz sentido no sistema capitalista. Nos países em que foram adotadas medidas para facilitar os processos de demissão, as empresas privadas e públicas ganharam competitividade. Foi o que ocorreu quando Silvio Berlusconi assumiu o governo da Itália na década de 90, após anos de administração socialista. Os lucros das empresas cresceram e elas puderam competir melhor no exterior. Na Inglaterra, o Partido Conservador, de David Cameron, substituiu o Partido Trabalhista no poder, há dois anos. Como essa mudança ocorreu recentemente, é cedo para analisar seus efeitos. Em geral, eles aparecem depois de quatro anos de reformas, mas acredito que serão positivos.
Veja – Para enfrentar uma profunda crise financeira, países como a Grécia e a Itália escolheram tecnocratas para conduzir o governo. Foram boas escolhas?Zehneder - Enquanto nos ministérios, nas estatais e nas fundações é preciso sempre ter um especialista na liderança, quem deve estar na chefia do governo são os políticos. As situações de crise extrema são uma exceção. Nesses casos, um tecnocrata, ou seja, um economista ou um administrador qualificado para a gestão pública, pode tomar uma série de decisões polêmicas e urgentes que seriam extremamente difíceis para os políticos tradicionais. Governar um país inteiro por muito tempo sem uma base de apoio política, contudo, é inviável. Pelas leis da democracia, o chefe de governo precisa ter uma base política ampla. Essa sustentação vem dos partidos políticos, dos sindicatos, das prefeituras e, acima de tudo, dos cidadãos. São eles que devem orientar as políticas públicas. A longo prazo, os tecnocratas devem ocupar apenas cargos de nível ministerial para baixo.
Veja – Nos países onde a presença do estado na economia é maior, há mais dificuldade para escolher as pessoas certas nas estatais e no governo?
Zehneder - Não necessariamente. Singapura tem uma economia muito controlada. Apesar disso, os diretores das estatais são cuidadosamente selecionados e estão sempre muito bem alinhados com as necessidades do negócio. O país tem um grande número de empresas públicas. Singapura tem um governo muito integrado ao mercado, e ao mesmo tempo é extremamente controlador. Trata-se de uma situação diferente da dos Brics (Brasil, Rússia, índia e China), que, em geral, são céticos em relação ao mercado e tampouco querem entregar o comando das empresas ao setor privado.
Veja – Como foi que Singapura, uma cidade-estado com 5 milhões de pessoas, conseguiu formar alguns dos melhores executivos do mundo?
Zehneder - Os fundadores de Singapura decidiram que, por serem pobres em recursos naturais e terem um mercado interno restrito, a única saída econômica era investir no talento humano. Então, enviaram os estudantes mais promissores às melhores universidades no exterior e por fim os contrataram para trabalhar dentro do governo. Depois de décadas de decisões acertadas no setor público, Singapura se tornou uma das nações mais competitivas do planeta. Esse processo disciplinado de formar, selecionar, e reter os melhores talentos na administração pública levou a uma transformação incrível. Singapura comprovou que a meritocracia no governo tem ótimos resultados. Esse caminho não foi o escolhido, por exemplo, pela Jamaica. Os dois países deixaram de ser colônia inglesa ao mesmo tempo, no início dos anos 1960. Eram duas nações situadas em ilhas subtropicais, igualmente pobres e com populações equivalentes. O que é a Jamaica hoje? Um país irrelevante.
Veja, 15/10/12