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sábado, 5 de dezembro de 2015

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7 “fatos” científicos que você aprendeu errado na escola

O que você viu no colegial não vale mais para os cientistas
POR Fábio Marton ATUALIZADO EM 02/12/2015
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Não é segredo que a educação científica no Brasil é problemática. A triste verdade é que a maioria dos brasileiros não aprende direito, não ganha gosto pela ciência e acaba esquecendo o pouco que aprendeu, para acabar se apegando a velhas crenças que são fáceis de explicar.
O problema talvez esteja mais no método que no conteúdo. Porque nosso currículo não é muito diferente do resto do mundo. E aí a gente topa em outros probleminhas: a ciência avança mais rápido que os livros didáticos, que tendem ao que é "seguro" e acabam refletindo consensos de décadas atrás.
Então, mesmo se você não está na maioria, e gosta e entende ciência, talvez ainda acredite em algumas coisinhas passadas na escola que nenhum cientista defende hoje. Veja só:

1. Os cinco sentidos

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Tato, olfato, visão, audição, paladar. O clássico quinteto existe, mas você já ouviu falar em propiocepção? É nossa capacidade de saber onde está cada parte do corpo, sem precisar ver ou tocar. Dor e temperatura, outros sentidos óbvios, ficam na pele, mas não tem nada a ver com tato. Equilíbrio fica na orelha interna, mas não é audição. Você também tem sensores diferentes para notar que o pulmão, bexiga, estômago e intestinos estão cheios e percebe quando seu sangue está com pouco oxigênio, quando prende a respiração. Temos até mesmo um GPS no nariz.
Então, quantos sentidos existem? Bom, aí a porca torce o rabo. Na verdade, não é tão fácil assim definir o que é um sentido. Podemos chamar nossa percepção da passagem do tempo, sem nenhum órgão associado a ela, de sentido? No fim das contas, há quem fale em mais de 20 sentidos.
A certeza é que são mais de 5. Isso foi ideia de Aristóteles, há mais de dois milênios. Aristóteles é um pai da ciência, mas já passou da hora dos livros didáticos procurarem seu próprio apartamento.

2. A língua tem áreas diferentes para sabores, e eles são quatro?

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Ainda nessa de sentidos, talvez você se lembre do famoso mapa da língua, mostrando que o órgão tem partes separadas para detectar quatro sabores: salgado, doce, azedo e amargo.
Pra começo de conversa, são cinco. Também existe o umami (algo como "delicioso" em japonês), descrito em 1908 pelo cientista Kikunae Ikeda. Faz todo sentido, porque não tem outro nome: é aquela sensação de água na boca vinda do queijo, tomate, bife e - a inspiração de Ikeda - o dashi, caldo japonês de peixes e algas usado em ensopados. O sabor indica a presença de glutamatos, produzidos por seres vivos, e também vendido, na forma sintética, no Aji-No-Moto, criado um ano depois da explicação de Ikeda.
Os cinco sabores são percebidos da mesma forma na língua inteira. Não existem as áreas. O erro vem de 1901 por meio de um estudo falho que, por algum motivo, colou mesmo assim. Desde 1974 está provado que não tem nada a ver.
Outra coisa: o que chamamos de sabor (veja lá atrás a controvérsia dos sentidos) é mais percebido pelo nariz do que pela língua. Laranja e maçã tem tanto doce como azedo, mas parecem completamente diferentes, graças às suas propriedades químicas detectadas no nariz. E também à sua textura, percebida pelos sensores de pressão (tato) na língua.

 

3. As cores primárias são amarelo, vermelho e azul?

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Segundo as aulinhas de educação artística, misturando amarelo, vermelho e azul, podemos obter todas as cores. E você não pode obtê-las misturando nenhuma outra cor. Pura balela.
As verdadeiras cores primárias são ciano, magenta e amarelo. Simplesmente não dá para fazer qualquer cor com vermelho e azul. E dá para fazer azul com ciano e magenta e vermelho com amarelo e magenta. Qualquer um que já recarregou uma impressora deve ter percebido: as tintas vêm nessas três cores, e não nas do guache com que você sujou os dedos na terceira série.
Só que isso não é tudo. Essas são as cores primárias substrativas. Mas existe outro tipo de cores primárias, as aditivas.
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Quando a gente fala em tintas, misturá-las é remover cores. Como ensinado na escola, a luz branca contém todas as cores. Quando ela reflete num material pintado, volta com menos cores (que percebemos como uma só). Quando você pinta uma parede branca de azul, o que está fazendo é impedir que ela reflita as outras partes do espectro luminoso. Misturando tintas, você reduz quais partes da luz branca são refletidas. O resultado é que, se você juntar as três cores primárias subtrativas, o resultado é preto, e não branco.
O branco é a união de todas as cores de forma aditiva. E podemos produzir cores dessa forma emitindo luz. Se você acender uma luz vermelha e outra verde, o resultado é amarelo, e não o marrom desagradável produzido ao se misturar tintas da mesma cor. Isso porque estamos ampliando o espectro luminoso ao adicionar mais partes dele à uma emissão de luz. Dessa forma, as cores primárias aditivas são azul, vermelho e verde. De fato, é assim que seus olhos funcionam: eles tem receptores para essas três cores.
As cores primárias erradas vem da Renascença, quando os pigmentos eram limitados. Desde o século 19 sabemos que não é assim.

 

4. Existem 3 estados da matéria

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Sólido, líquido e gasoso, certo? Mas o que dizer do plasma, em que os elétrons se separam de seus núcleos, criando algo que parece gás, mas conduz eletricidade e pode ser controlado por campos magnéticos? Ou o cristal líquido, com propriedades tanto de sólido quanto de líquido, que também está na sua TV, mas não nos livros didáticos? E ainda o superfluido, um material que tem zero viscosidade, e corre para cima quando posto num recipiente?
Assim como no caso dos sentidos, existem muitos outros estados da matéria. A maioria deles só existe em condições raras e extremas, observados apenas em laboratório. Então, para simplificar, lembre-se pelo menos do plasma, que é comum, existe na natureza (no Sol e em raios) e é fácil de explicar: basta aquecer qualquer gás imensamente ou expô-lo a uma grande corrente elétrica.

 

5. Existem 9 planetas no sistema solar?

Essa é manjada para quem vem acompanhando as notícias nos últimos anos. Plutão não é mais planeta. Então temos 8. Mas você sabe por quê? Veja abaixo o tamanho de diversos corpos celestes do sistema solar:
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Plutão é menor que nossa Lua, e várias outras luas do Sistema Solar. Também é menor que Eris um "planeta" que não é ensinado na escola. E Tritão, uma lua de Netuno que, acredita-se, um dia foi um planeta anão livre. Se Plutão fosse um planeta, então eles também teriam que ser, e teríamos 11 planetas no sistema solar.
Como os astrônomos acham que podem existir dezenas de objetos como eles ainda não descobertos no Cinturão de Kuiper (área do Sistema Solar para além da órbita de Netuno, que inclui Plutão), eles preferiram criar a categoria de "planetas anões" no lugar de ficar mudando toda a hora a contagem de planetas.
Não tem um tamanho certo pra ser anão. Basta não ser grande e ter gravidade o suficiente para "limpar sua órbita", isto é, fazer com que todos os objetos em sua órbita se tornem satélites, caiam no próprio planeta, ou sejam desviados para longe. Nossa órbita, por exemplo, é limpinha: tudo que havia no caminho hoje forma a Terra e a Lua.

 

6. Um átomo tem essa aparência

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É tão bonito e clássico que mesmo agências científicas continuam a usá-lo. Mas completamente furado. O átomo das ilustrações, tão icônica que é um símbolo da ciência, é baseado no modelo atômico de 1911 de Ernest Rutherford. Ele imaginou os elétrons como planetas orbitando uma estrela.
Mas muita coisa aconteceu depois disso. Dois anos depois, Niels Bohr desenhou a coisa como os elétrons orbitando em diferentes níveis energéticos, que ficou mais parecido com o sistema solar:
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Esse modelo é ensinado e cobrado em vestibulares. Só que a carruagem andou. Em 1927, Werner Heisenberg (sim, o ídolo de Walter White) postulou o princípio da incerteza. Que diz que é impossível se saber a posição e movimento exatos de um elétron. Então um átomo, na verdade, é formado por uma nuvem de elétrons. Eles podem estar em qualquer lugar nessa nuvem e podemos saber apenas a probabilidade de estarem em um lugar ou outro. Assim:
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O que, vamos convir, não tem graça nenhuma. Vamos abrir uma licença poética aqui e continuar a usar o átomo bonito de antigamente em bonés, tatuagens e camisetas. Porque amamos ciência, Sr. White!

 

7. As cinco classes dos vertebrados

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Peixes, mamíferos, aves, répteis e anfíbios. Parece moleza, não? Répteis têm escamas e vivem na terra; anfíbios não têm nada; mamíferos têm pelos; aves têm penas; peixes são os que respiram embaixo d?água, podendo ser ósseos ou cartilaginosos. 
Você pode classificar os bichos pelas aparências. Foi o que o naturalista sueco Carl Linnaeus - nosso amigo Lineu - fez em 1735, após dar uma volta ao mundo observando os bichos, como Charles Darwin faria um século depois. Essa foi a primeira vez que mamíferos ganharam nome. Antes disso, eram simplesmente chamados de animais.
Mas fazer o que Lineu fez hoje em dia é meio que como dizer que um prédio é um tipo de caixa de sapatos porque ambos são retangulares. Desde Darwin, o que interessa não é como os bichos parecem, mas quais descendem dos mesmos ancestrais.
Lá atrás, há 3,7 bilhões de anos, no começo da vida, há um só ancestral para você, os cogumelos e as bactérias no iogurte. Bem mais recentemente, entre 5 a 9 milhões de anos, dependendo de a quem você perguntar, está o ancestral em comum entre você e o chimpanzé.
Então o que temos é uma árvore que vai se dividindo conforme uma espécie vai dando origem a outras, e assim por diante. Podemos dar nome ao que vem depois de um galho em particular, e isso faz sentido: todos os mamíferos descendem de um ancestral comum, por exemplo. Essa Lineu acertou.
A coisa complica com as aves. Se você olhar na árvore, vai ver que o galho delas descende dos dinossauros, que são répteis. Por si só, isso não seria um problema. Poderíamos muito bem fazer uma linha de corte aí e dizer que os dinossauros que sobreviveram são todos aves. O caso é que outras coisas que chamamos de répteis estão mais perto das aves que de outros répteis. Veja a encrenca:
Jacarés são parentes mais próximos das galinhas que eles são das tartarugas ou lagartos. Então, das duas, uma: ou aves são répteis, ou répteis não existem. Tartarugas, lagartos e cobras, e crocodilianos são cada um sua própria classe.
A solução mais moderna é extinguir as classes Aves e Reptilia e usar no lugar a Sauropsida, que inclui todos os répteis, incluindo dinossauros, e aves. Em bom português: esqueça os répteis. Cobras, jacarés e tartarugas são ramos diferentes do mesmo galho em que estão os urubus.
A verdade é que a velha classificação de Lineu é cada dia mais obsoleta. A árvore da vida é complicada demais para ela. Ao invés de falar em reinos, classes, ordens, famílias etc., os cientistas preferem hoje falar em clades, classificações mais flexíveis, sem hierarquia definida.

Postagem de interesse público... sobre preservativo especial // Jornal da Ciência //

http://www.jornalciencia.com/tecnologia/industrial/4183-incrivel-empresa-australiana-cria-preservativo-que-pode-matar-o-virus-do-hiv-herpes-e-hpv.html





Por Bruno Rizzato
Podendo estar disponível para compra dentro de alguns meses, o produto depende de última aprovação.


O preservativo VivaGel é a ideia inovadora e ousada da empresa de biotecnologia australiana Starpharma. Os testes mostraram que o preservativo é eficaz na desativação de 99,9% dos vírus de HIV, herpes e casos de vírus do papiloma humano - HPV.

O produto já recebeu um recibo de Conformidade de Certificação de Avaliação do Australian Therapeutic Goods Administration - um certificado semelhante ao fornecido pelo Ministério da Saúde - possibilitando a produção em massa. Isso significa que o preservativo, o primeiro já desenvolvido com essa função, deve estar disponível para compra nos próximos meses.

Os preservativos são lubrificados com VivaGel, um medicamento que contém 0,5% de astodrimer de sódio - projetada especificamente como um composto contra o HIV. Espera-se que o gel ajude a reduzir a transmissão do temido vírus da AIDS e outras doenças sexualmente transmissíveis, além de reduzir o risco de gravidez.

A produção é uma parceria da Starpharma com a Ansell, responsável por cerca de 70% do mercado de preservativos da Austrália. A recente aprovação veio depois que o preservativo foi avaliado em um conjunto de requisitos em matéria de segurança e desempenho.


Testes microbiológicos mostraram que o novo preservativo é seguro!

Na Austrália, o número de DSTs (doenças sexualmente transmissíveis) tem aumentado significativamente nos últimos anos. Estima-se, por exemplo, que a herpes genital, causada pelo vírus herpes simplex, afete um em cada oito australianos com 25 anos ou mais. A taxa de infecções por HIV recém-diagnosticadas aumentou 10% em relação aos últimos 12 meses, representando o maior aumento na Austrália nos últimos 20 anos. Os dados também revelam que o número de infecções diagnosticadas em 2013 são 70% maiores que os detectados em 1999, quando os casos estavam em seu nível mais baixo.

Peter Carroll, presidente e gerente geral da unidade de negócios globais de bem-estar sexual da Ansell, disse que os consumidores podem se animar. “O produto mais inovador de saúde sexual será colocado nas prateleiras em breve”, afirma.


Fonte: Daily Mail Fotos: Reprodução / Daily Mail e Pro-Goroda

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sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

"Agora que tudo está em ruínas, exceto algumas instituições que resistem, não me preocupo em parecer pessimista..." Fernando Gabeira no Estadão

Fernando Gabeira

Quase tudo em ruínas - 

ESTADÃO - 04/12
Agora que tudo está em ruínas, exceto algumas instituições que resistem, não me preocupo em parecer pessimista. Quando anexei às listas das crises o grave momento ambiental, algumas pessoas ironizaram: el Niño? Naquele momento falava apenas da seca, da tensão hídrica, das queimadas e enchentes. Depois disso veio o desastre de Mariana, revelando o descaso do governo e das empresas que, não se contentando em levar a montanha, transformam o Doce num rio de lama.

No fim de semana compreendi ainda outra dimensão da crise. O Brasil, segundo especialistas, vive uma situação única no mundo: três epidemias produzidas peloAedes Aegypti (dengue, chikungunya e o zika vírus). O zika está sendo apontado como o responsável pelo crescimento dos casos de microcefalia. Sabe-se relativamente pouco sobre ele. E é preciso aprender com urgência. O dr. Artur Timerman, presidente da Sociedade Brasileira de Dengue e Arboviroses, considera a situação tão complexa como nos primeiros momentos da epidemia de aids.
Agora que está tudo em ruínas, restam os passos das instituições que funcionam, o prende aqui, prende lá, delata ou não delata, atmosfera de cena final, polícia nos calcanhares. Lembra-me a triste cena final do filme Cinzas e Diamantes, de Andrzej Wajda. A Polônia trocava um invasor, os nazistas, por outro, os comunistas: momento singular. No entanto, há algo de uma tristeza universal naPolonaise desafinada e no passeio do jovem casal por uma cripta semidestruída pelos bombardeios.
Aqui, a cena não é de filme de guerra, ocupação militar, mas de um thriller policial em que a quadrilha descoberta vai sendo presa progressivamente. Enquanto isso, não há governo para responder ao desemprego, empobrecimento, epidemias, mar de lama e ao sofrimento cotidiano dos brasileiros.
As cenas finais são eletrizantes e a ausência de um roteirista tornou o filme político ainda mais atraente. Mas perto da hora de acender a luz os cinemas se preparam, abrem as cortinas e já se pode ver, de dentro, como é sombria a noite lá fora.
Quase todos concordam com a gravidade da crise, nunca antes neste país o governo errou tanto, corrompeu tão disciplinadamente a vida política, corroeu tanto os alicerces da jovem democracia, engrandecida com a luta pelas diretas. Naquele momento, a bandeira das diretas tinha conotação positiva, era a esperança que nos movia. Muitos acham que só ela nos move. Mas diante das circunstâncias ameaçadoras é o instinto de sobrevivência que nos pode mover: o Brasil está se desintegrando.
Hoje a esperança só pode ser construída na luta pela sobrevivência. Chegou a hora de conversarmos por baixo, uma vez que do sistema político não vem resposta. Naturalmente, saindo do pequeno universo, abrindo-se para as diferentes posições no campo dos que querem a mudança. Nada que ver com conversa de ex-presidentes ou com essa história de que oposição e governo têm de se entender.
O governo tem de entender que chegou sua hora, pois é o grande bloqueio no caminho da esperança. Não é possível que, no auge de uma crise econômica, epidemias e desastre ambiental, o País aceite ser governado por uma quadrilha de políticos e empresários.
Às vezes me lembro do tempo do exílio, quando sonhava com um passaporte brasileiro. Agora é como se tivesse perdido o passaporte simbólico e de certa maneira voltasse à margem.
Vivemos momento em que quase tudo está em ruínas, como se fôssemos uma multidão de pessoas sem papel. O foco nas cenas de desmonte policial é importante. O voto direto dos senadores não seria aprovado, no caso Delcídio, não fora a vigilância da sociedade.
No entanto, a gravidade da situação pede muito mais. Há um momento em que você se sente órfão dos políticos do País. Mas logo em seguida percebe que é preciso caminhar sem eles. Hora de conversar na planície.
Não descarto a importância de um núcleo parlamentar que nos ajude a mandar para as Bermudas o triângulo Dilma, Renan, Cunha. Mas as grandes questões continuam: como recuperar a economia, como voltar a crescer de forma sustentável, como reposicionar o Brasil no mundo, distanciando-nos dos atrasados bolivarianos?
Uma das muitas maneiras de ver os limites do crescimento irracional é o próprio desastre em Mariana, a agressão ao Rio Doce. A essência desse crescimento é o depois de nós, o dilúvio. Às vezes o dilúvio se antecipa, como no distrito de Bento Rodrigues, e fica mais fácil compreender a gigantesca armadilha que legamos às novas gerações. É preciso uma conversa geral e irrestrita entre todos os que querem mudar, tirando da frente os obstáculos encalhados em Brasília.

Não se trata de estender o dedo como naquele cartaz do Tio Sam, dizendo: o País precisa de você. Na verdade, o caminho é mostrar que você precisa do País; se ele continuar se enterrando, alguns sonhos e perspectivas individuais se enterram também.
Compreendo as pessoas que temem a derrubada do governo e seus aliados porque não sabem precisamente o que virá adiante. Não sei se isto as conforta, mas o descobrimento do Novo Mundo foi feito com mapas equivocados e imprecisos. A fantasia dos navegantes estava povoada de monstros e prodígios, no entanto, acabaram sendo recompensados por se terem movido.

O desafio de agora é menor do que lançar-se nos mares desconhecidos. Os mapas nascem de um amplo diálogo e, mesmo se não forem cientificamente precisos, podem nos recompensar pela movida.
Desde o princípio, o impeachment era uma solução lógica, mas incômoda. Muita gente preferiu ficar com um governo porque ele foi eleito. Não importa se a campanha usou dinheiro do petrolão, Pasadena, não importam as mentiras, a incapacidade de Dilma. Ela foi eleita. Tem um diploma. E vamos dançar nas ruínas contemplando o luminoso diploma, cultuando sua composição gráfica, a fita colorida.
Muitos povos já se perderam no êxtase religioso como resposta a uma crise profunda. Mas os deuses eram mais fortes, o sol, a fecundidade, a morte. Estamos acorrentados a um diploma.
* FERNANDO GABEIRA É JORNALISTA

'Setadas' perfeitas... Joice Hasselmann continua infernizando a vida do PT em seu espaço na Facebook

04/12/2015

PETIÇÃO DO IMPEACHMENT É MAIS DO QUE PERFEITA. É UMA PEDRADA NO CORVO VERMELHO QUE FINCOU SUAS GARRAS NO CORAÇÃO DO BRASIL.

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Joice Hasselmann, colega jornalista que embora não conheça pessoalmente e que recentemente foi despedida do site da revista Veja, continua produzindo seus vídeos por meio de sua página no Facebook que tem milhares de acessos e curtidas da galera.

Desde que Joice começou esse seu novo trabalho independente tenho postado seus vídeos aqui no blog. Na primeira postagem dessa sequência de vídeos indaguei se os leitores aprovavam a iniciativa do blog. Resultado: foram mais de 70 comentários apoiando a iniciativa. É que muitos leitores não têm conta no Facebook e a edição dos vídeos aqui no blog permitem a todos, sem distinção, acompanhar o trabalho jornalístico-televisivo de Joice Hasselmann.

Pois bem. No vídeo acima, de forma sintética, ela aborda os principais pontos do requerimento do impeachment da Dilma, formulado pelos Juristas Miguel Reale Jr., Hélio Bicudo e Janaína Paschoal, desmontando as falácias espalhadas pela petezada e reverberada pelos jornalistas petistas que infestam as redações da grande mídia, com destaque para veículos como Rede Globo e Folha de S. Paulo, principalmente. 

Em suma: o requerimento do impeachment da Dilma, do ponto de vista jurídico é mais do que perfeito. É uma pedrada mortal no corvo vermelho que fincou suas garras no coração do Brasil.

Política > "O dia da mentira é todo dia" // no blog de Ricardo Noblat

O dia da mentira é todo dia

Jaques Wagner, chefe da Casa Civil da presidência da República (Foto: VEJA)Ricardo Noblat
Com gosto de sangue na boca, depois de ter sido alvo de um duro discurso da presidente Dilma na televisão, o deputado Eduardo Cunha acusou-a de ter mentido ao país. Repetiu a acusação sete vezes.
Ouviu de volta, menos de uma hora depois, o ministro Jaques Wagner, chefe da Casa Civil da presidência da República, chamá-lo de mentiroso. Afinal, quem mentiu – Eduardo, Dilma ou Wagner?
Por elegância, digamos que os três faltaram com a verdade.
Dilma negou que tenha negociado com Eduardo o apoio do PT para que ele salvasse seu mandato no Conselho de Ética em troca do sepultamento de qualquer processo de impeachment.
Mentiu. Ela negociou, sim, por meio de ministros.
De sua parte, Eduardo negou ter participado de qualquer tipo de negociação.
Mentiu também. Negociou por meio de amigos e também pessoalmente em encontros secretos com Wagner.
Quanto a esse...
Wagner foi o único que confessou ter mentido:
- Não sou obrigado a ser verdadeiro com alguém que usa de seu próprio poder para paralisar um país e paralisar a vida do Congresso Nacional.
Jaques Wagner, chefe da Casa Civil da presidência da República (Foto: VEJA)

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quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

" O PT brincou com fogo e se queimou.;;" // no blog de Ricardo Noblat

O país e Dilma na direção do fundo do poço
É uma crise histórica. O país só viu outra maior às vésperas da queda de Fernando Collor em 1992. E, antes, na década de 40 do século passado

Ricardo Noblat
O PT brincou com fogo e se queimou. Parece um amendoim torradinho.
O fundo do poço (Foto: Arquivo Google)
Havia, de um lado, um homem-bomba, Eduardo Cunha, capaz de se imolar caso não encontrasse uma saída para salvar seu cargo de presidente da Câmara e seu mandato.
Até abriria mão do cargo se não tivesse outro jeito, mas do mandato, não. A política foi o melhor negócio da vida dele até aqui. Dedicou-se a ela com entusiasmo e ambição. Deu-se bem.
Deu-se mal quando mentiu a seus pares ao negar que tivesse contas bancárias no exterior. Teve 5 pelo menos. Mentir é pecado mortal numa casa, o Congresso, onde todos mentem.
O PT, que resolveu apostar suas fichas na destruição de Eduardo, não era páreo para ele no jogo de cartas. Negou-lhe três votos necessários para que ele se salvasse no Conselho de Ética da Câmara.
Por algumas horas, ontem, o comando nacional do PT, afinado com as tendências mais à esquerda do partido, celebrou o entusiasmo com que militantes do PT receberam sua decisão de confrontar Eduardo.
Finalmente, o partido levantara a cabeça e fizera a opção por si mesmo, sua História, seu passado, sua fama imerecida, como se vê hoje, de refratário a concessões espúrias.
Durou pouco.
Tão logo Eduardo anunciou que acolhera o pedido de abertura de impeachment contra Dilma, o entusiasmo da militância esfriou, esvaiu-se por fim. Cedeu espaço à perplexidade e ao medo.
Pesquisas de opinião conferem que 65% dos brasileiros são favoráveis ao impeachment. Cerca de 40% creem que o impeachment será possível.
E se os 65% atenderem aos pedidos que serão renovados de ocuparem as ruas para pressionar o Congresso a aprovar o impeachment?
Sem as ruas, Dilma vencerá a batalha para concluir seu mandato. Só precisa do apoio de 171 dos 513 deputados federais para enterrar o impeachment.
Contra as ruas, tem tudo para perder. De resto, conspira pelo impeachment o aprofundamento da crise econômica.
É uma crise histórica. O país só viu outra maior às vésperas da queda de Fernando Collor em 1992. E, antes, na década de 40 do século passado.
O país ainda não atingiu o fundo do poço. Nem Dilma atingiu. Os dois — o país e Dilma — poderão chegar juntos ao fundo do poço. Ele sobreviverá. Ela, não. 

"Em seis minutos, quando você houver terminado de ler este texto, 12 brasileiros terão perdido o seu emprego: dois a cada minuto. Será difícil achar outro."


02/12/2015
 às 15:24 \ Opinião

José Nêumanne: Brasil, uma vergonha lá fora e outra aqui dentro

Publicado no Estadão
Em seis minutos, quando você houver terminado de ler este texto, 12 brasileiros terão perdido o seu emprego: dois a cada minuto. Será difícil achar outro. Quem encontrar, dificilmente será com um salário semelhante. Mas isso não é problema para a sempre “extremamente preocupada, estarrecida e muito chateada” presidente da República Dilma Rousseff, que viajou na sexta-feira e está de volta após ter participado da Cúpula do Clima em Paris, para onde Barack Obama só foi no domingo.
Que Deus nos acuda! Nosso clima agora não é favorável – do Oiapoque ao Chuí. A sinistra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, que ficará na Europa duas semanas, na chefia da delegação brasileira nas negociações da mudança climática, informou há 15 dias que o desmatamento na Amazônia aumentou 16% de agosto de 2014 a julho último, longe da meta zero anunciada. Nunca no Brasil governo algum tomou a única atitude para pôr fim ao desmate da floresta tropical: simplesmente proibi-lo. Mas Dilma foi aquém ao cortar 72% das verbas programadas para combatê-lo. Com a Hileia em chamas, diz candidamente Izabella que a defesa do ecossistema não depende só de sua presença aqui. Enquanto isso, ardem reservas florestais no interior da Bahia.
Domingo, Dilma reuniu-se, antes de começar a 21.ª Conferência das Nações Unidas sobre Condições Climáticas (COP-21), com os chefes de governo do Equador e da Noruega. Será que tentou convencê-los a transpor neve dos Andes e água dos fiordes noruegueses para o semiárido? Lá ocorre a maior seca em 50 anos, sem que jamais ela haja visitado a região, nem que fosse apenas para confortar sertanejos morrendo de sede. Os reservatórios de água das grandes cidades nordestinas estão praticamente vazios e a única providência tomada por seu governo foi incluir nos anúncios do Partido dos Trabalhadores (PT) na televisão depoimentos de vítimas da estiagem manifestando sua esperança na transposição do Rio São Francisco, obra faraônica que virou esfinge inconclusa em ruínas.
A presidente só foi ao Vale do Rio Doce uma semana após a tragédia da ruptura da barragem de contenção de rejeitos da mineradora Samarco, um dos maiores desastres ambientais da História. Assim mesmo, manteve a tradição de não pôr o pezinho na lama tóxica. A participação do Brasil na COP-21 foi vergonhosa como a avalanche de mentiras que a candidata à reeleição desencadeou na campanha de 2014. A diferença é que, no ano passado, ela mentiu em português tatibitate, enquanto em Paris balelas como a cobrança de R$ 20 bilhões de multas pelo Ibama tiveram tradução simultânea para muitos idiomas. Os meios de comunicação já se tinham encarregado de contar a verdade em línguas suficientes.
Não dá para levar a sério um governo que nunca tomou nenhuma providência para evitar a trágica imprevidência da mineradora, na qual a União tem relevante participação acionária. E ninguém está disposto a relevar essa falha só porque antes nenhum outro governo também nunca fiscalizou alguém. A tragédia ambiental e humana é de tal monta que qualquer desculpa esfarrapada, a esta altura, deixa de ser cínica para virar um escárnio – tomando emprestada a magnífica metáfora usada pela ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), ao votar pela permissão da prisão, pela Polícia Federal, do líder do governo no Senado, Delcídio “do” Amaral (PT-MS).
A onda de lama contaminada que desceu da cidade histórica de Mariana, em Minas, até o mar do Espírito Santo (que não nos valeu!) foi mais do que uma evidência da vergonha que o Brasil passaria em Le Bourget com o descaramento destrambelhado da desabilitada gestora desta República. A tragédia que destruiu vidas, vilas e campos às margens do Rio Doce é também a metáfora mais exata dos vexames que têm paralisado o país com a revelação da roubalheira devassada na Operação Lava Jato.
Preso na véspera o amigo de Lula que tinha licença do ex para entrar em seu gabinete sem ser anunciado, o 25 de novembro entrou para a História com a prisão do líder do governo no Senado, por ter planejado a fuga do ex-diretor internacional da Petrobras Nestor Cerveró para não ser delatado por ele. O PT abandonou-o em nota alegando que ele não cumpria tarefa partidária, igual desculpa do Palácio do Planalto para evitar se sujar na lama que invadiu seu lago na entrada, onde nem os patinhos nadam em paz.
Delcídio (na etimologia, assassínio de Deus) só podia, então, estar a serviço do Menino Jesus, cujo aniversário se celebrará em menos de um mês e era frequentemente citado em suas pias mensagens em redes sociais. Essa hipótese seria reforçada pela desculpa de que sua decisão de doar R$ 50 mil (sendo seu salário de R$ 33 mil) por mês ao ex-subordinado Cerveró fora por “razões humanitárias”. Só isso talvez merecesse a canonização do ex-diretor da Petrobras, ex-tucano e concorrente de Irmã Dulce e de Madre Teresa de Calcutá.
Os votos unânimes da 2.ª Turma do STF foram históricos. Mais histórica ainda foi a sessão noturna na qual, entre lamentos e feições soturnas, os senadores abriram a votação (52 a 19) e confirmaram a prisão do colega (59 a 13), contrariando desesperados apelos do presidente Renan Calheiros (PMDB-AL). Como no verso célebre de John Donne, os insignes anciãos (Senado vem do latim senior) sabiam que os sinos da opinião pública não dobravam por Delcídio, mas por todos quantos a ele se associaram na doce ilusão da impunidade, ora em extinção. Tudo sob o silêncio funéreo de opositores que, por falta de inteligência, vergonha ou por rabo de palha, sob a liderança do amigo oculto Aécio Neves (PSDB-MG), se juntaram ao chororô cuspindo para cima sem cuidar da lei da gravidade.
Da última semana de fortes emoções ficou ao menos a esperança de essa lama tóxica da política nos levar ao pleno Estado de Direito, no qual todos são mesmo iguais perante a lei.