Portugueses se voltam para a agricultura, como saída
Redação do DIARIODEPERNAMBUCO.COM.BR 22/02/2012 | 17h20 | Crise
"Um agricultor nunca passa fome",
exclama com orgulho o jovem César Teixeira enquanto colhe limões nas colinas de Amarante, região do norte de Portugal onde, em resposta à crise, muitas pessoas se associaram para produzir frutos, legumes e, principalmente, cogumelos.
Padeiro durante a madrugada, ele dedica seus dias aos kiwis, mirtilos e outros cítricos que cultiva nas terras dos sogros há um ano e meio.
"Meu objetivo é criar meu próprio emprego e, quando minha plantação atingir todo o seu potencial, abandonarei meu outro emprego para ser agricultor em tempo integral", diz o homem, de 25 anos, convencido de que sua geração "vai saber tirar o máximo da agricultura para fazer dela um meio de subsistência para Portugal".
No setor da construção civil e hotelaria, que impulsionavam a economia local, "os caminhos estão fechados para os jovens", explica este camponês cheio de entusiasmo, que pensa em se somar a outros produtores para se lançar no setor de exportação.
Aos 36 anos, Pedro Catão também acaba de descobrir uma vocação agrícola. Atingido em cheio pelo cancelamento de grandes obras públicas, consequência da política de austeridade seguida pelo governo, em troca de uma ajuda financeira da UE e do FMI, este empreendedor precisou abandonar seu negócio de atacadista de material de construção.
Se ele ainda guarda, "principalmente por motivos sentimentais", a loja de ferramentas e ferragens, herdada do pai, seu futuro profissional passará pela produção de ′champignons`, cogumelos.
Com as variedades `pleurotes` e `shitakes` que ele pensa vender para Espanha, França e Alemanha, Pedro Catão calcula um lucro anual de 10 mil a 12.000 euros até 2015, que vai garantir a ele "um rendimento suplementar" e criar tantos empregos quanto os que foram suprimidos na região.
"A crise se abateu sobre nós de improviso, mas a construção civil nunca mais será a mesma", afirmou.
Num contexto de recessão econômica e de esgotamento do crédito bancário, este novo caminho para a agricultura seria impossível sem a ajuda europeia que permite aos novos agricultores investir até 75.000 euros, praticamente sem capital próprio.
Desde maio de 2008, 5.200 novos projetos de jovens agricultores foram criados em Portugal. Na região de Amarante, "o número de produtores teve um aumento de cerca de 20% no ano passado, e nós ajudamos a criar 30 novos projetos, seguindo o exemplo dos cogumelos", precisou Lourdes Cardoso, engenheira agrícola da Associação dos Agricultores de Riba Douro.
"As pessoas estão desesperadas, principalmente os jovens ou os casais desempregados, disse. Então, voltam-se para a agricultura, para a qual só é preciso um pequeno pedaço de terra, além de ser o único setor que ainda se beneficia das ajudas públicas."
No momento em que as taxas de desemprego atingiram no final de 2011 um nível recorde de 14%, e mais de 35% entre os portugueses de 15 a 24 anos, os exemplos de César Teixeira e Pedro Catão fazem sonhar.
"Constantemente solicitada por pessoas que procuram uma saída para a crise", Lourdes Cardoso organizou um serviço de informação nas dependências da associação. Mais de 20 candidatos responderam ao chamado.
Eletricista desempregado há dois anos, Nuno Pereira, 25 anos, veio com a namorada, Inês Alves, animadora cultural que, aos 24 anos, nunca trabalhou. "Nós ouvimos dizer que os cogumelos iam bem por aqui", explicou Nuno.
"Não encontro trabalho e não tenho nenhuma perspectiva, afirmou. Como meu pai tem um pequeno lote de terra, quero aproveitar para me lançar na produção de `champignons` e tentar construir alguma cois para mim."
Da AFP Paris
Padeiro durante a madrugada, ele dedica seus dias aos kiwis, mirtilos e outros cítricos que cultiva nas terras dos sogros há um ano e meio.
"Meu objetivo é criar meu próprio emprego e, quando minha plantação atingir todo o seu potencial, abandonarei meu outro emprego para ser agricultor em tempo integral", diz o homem, de 25 anos, convencido de que sua geração "vai saber tirar o máximo da agricultura para fazer dela um meio de subsistência para Portugal".
No setor da construção civil e hotelaria, que impulsionavam a economia local, "os caminhos estão fechados para os jovens", explica este camponês cheio de entusiasmo, que pensa em se somar a outros produtores para se lançar no setor de exportação.
Aos 36 anos, Pedro Catão também acaba de descobrir uma vocação agrícola. Atingido em cheio pelo cancelamento de grandes obras públicas, consequência da política de austeridade seguida pelo governo, em troca de uma ajuda financeira da UE e do FMI, este empreendedor precisou abandonar seu negócio de atacadista de material de construção.
Se ele ainda guarda, "principalmente por motivos sentimentais", a loja de ferramentas e ferragens, herdada do pai, seu futuro profissional passará pela produção de ′champignons`, cogumelos.
Com as variedades `pleurotes` e `shitakes` que ele pensa vender para Espanha, França e Alemanha, Pedro Catão calcula um lucro anual de 10 mil a 12.000 euros até 2015, que vai garantir a ele "um rendimento suplementar" e criar tantos empregos quanto os que foram suprimidos na região.
"A crise se abateu sobre nós de improviso, mas a construção civil nunca mais será a mesma", afirmou.
Num contexto de recessão econômica e de esgotamento do crédito bancário, este novo caminho para a agricultura seria impossível sem a ajuda europeia que permite aos novos agricultores investir até 75.000 euros, praticamente sem capital próprio.
Desde maio de 2008, 5.200 novos projetos de jovens agricultores foram criados em Portugal. Na região de Amarante, "o número de produtores teve um aumento de cerca de 20% no ano passado, e nós ajudamos a criar 30 novos projetos, seguindo o exemplo dos cogumelos", precisou Lourdes Cardoso, engenheira agrícola da Associação dos Agricultores de Riba Douro.
"As pessoas estão desesperadas, principalmente os jovens ou os casais desempregados, disse. Então, voltam-se para a agricultura, para a qual só é preciso um pequeno pedaço de terra, além de ser o único setor que ainda se beneficia das ajudas públicas."
No momento em que as taxas de desemprego atingiram no final de 2011 um nível recorde de 14%, e mais de 35% entre os portugueses de 15 a 24 anos, os exemplos de César Teixeira e Pedro Catão fazem sonhar.
"Constantemente solicitada por pessoas que procuram uma saída para a crise", Lourdes Cardoso organizou um serviço de informação nas dependências da associação. Mais de 20 candidatos responderam ao chamado.
Eletricista desempregado há dois anos, Nuno Pereira, 25 anos, veio com a namorada, Inês Alves, animadora cultural que, aos 24 anos, nunca trabalhou. "Nós ouvimos dizer que os cogumelos iam bem por aqui", explicou Nuno.
"Não encontro trabalho e não tenho nenhuma perspectiva, afirmou. Como meu pai tem um pequeno lote de terra, quero aproveitar para me lançar na produção de `champignons` e tentar construir alguma cois para mim."
Da AFP Paris
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