Pessimismo com Brasil em pico histórico
Uma pesquisa da Bloomberg mostra que o patamar de pessimismo com o Brasil chegou a um pico histórico, com a aproximação de um provável rebaixamento da nossa dívida. Apenas 10% dos entrevistados acham que o país será capaz de evitar o “downgrade” no ano que vem.
Mais da metade está pessimista com as medidas do governo Dilma. Isso é mais do que o dobro dos 22% que mostravam pessimismo quando Dilma assumiu o governo. Foram entrevistados 750 analistas e investidores, assinantes do serviço da Bloomberg.
Não é para menos: o governo Dilma deve terminar seu mandato com o mais baixo crescimento de 4 anos desde 1990. As perspectivas da agência Standard & Poor’s são negativas para o Brasil desde junho, justamente por causa do baixo crescimento.
Além do baixo crescimento, a inflação continua em nível bastante desconfortável, apesar de alguns preços administrados pelo governo estarem congelados. As contas públicas deterioraram muito, e a dívida bruta já chega a 60% do PIB, contra uma mediana de 45% dos demais países com mesma nota nos títulos públicos. O aumento do crédito público foi o grande vilão.
É verdade que o pessimismo ou o otimismo excessivos costumam ser bons indicadores contrários nos mercados financeiros. Quando muitos jogaram a toalha, pode ser sinal de que o pior já foi incorporado no preço dos ativos. Mas nem sempre.
Há casos em que a situação é tão grave e sem reversão aparente, que todo o pessimismo anterior se mostra pouco. Há algum patamar de pessimismo por parte dos investidores que tenha se mostrado exagerado com relação à Argentina ou à Venezuela? Pois é.
E esse é o grande ponto aqui: se em 2014 o Brasil insistir nesse modelo fracassado e intervencionista, então esse pessimismo será visto como tímido à frente. Mas se houver alguma chance de dar uma guinada de 180 graus e trocar toda a equipe econômica e a ideologia nacional-desenvolvimentista que vem com ela, aí sim, poderia se falar que tal pessimismo foi demasiado e que o Brasil se mostrou maior do que o governo Dilma. O veredicto ainda não foi dado…
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