MUNDO
Protestos no Egito se estendem a universidade no Cairo
No Egito, persistem os confrontos entre apoiadores da Irmandade Muçulmana e as forças de segurança do governo. Um estudante foi morto na Universidade Al Azhar, bastião dos protestos da Irmandade Muçulmana, no Cairo.
Um estudante de 19 anos foi morto a tiros e um prédio da administração da Universidade Al Azhar foi incendiado, no Cairo neste sábado (28/12), quando a polícia entrou em ação para dispersar os estudantes que protestavam no campus da universidade contra a saída do presidente islamista Mohammed Morsi.
A polícia de choque usou gás lacrimogêneo para conter os manifestantes, que foram acusados de querer perturbar a realização das provas finais, segundo autoridades de segurança. Quatorze pessoas saíram feridas nos confrontos entre a polícia e os manifestantes.
De acordo com um comunicado do ministério do Interior egípcio, os estudantes invadiram vários prédios no campus numa tentativa de "aterrorizar alunos e professores". O ministério disse ainda que os estudantes dispararam tiros para o ar e danificaram propriedades da universidade, levando a polícia a intervir. Em seguida, atearam fogo na Faculdade de Comércio, disse o comunicado.
Estudantes versus polícia
Alunos da Universidade Al-Azhar, que foi palco de meses de protestos contra aquilo que a Irmandade Muçulmana chama de golpe militar, haviam instado os demais estudantes a boicotarem os exames. Eles negam, no entanto, acusações de assédio e intimidação dos colegas.
Aya Fathy, porta-voz dos estudantes, disse que os protestos estavam sendo pacíficos quando a polícia entrou no campus e começou a atirar indiscrimidamente. Ela acusou a polícia de ter ateado fogo no prédio administrativo para pôr a culpa nos estudantes.
Mais de cem estudantes teriam sido presos depois que o fogo foi controlado e a situação foi normalizada.
Repressão do governo
A violência na universidade ocorre um dia depois que três pessoas morreram e 265 apoiadores da Irmandade Muçulmana foram presos em confrontos violentos que eclodiram em todo o Egito após o governo ter reprimido manifestações da Irmandade Muçulmana.
Nesta semana, os islamistas protestaram contra a decisão do governo de considerar a Irmandade uma organização terrorista. Além disso, todas as manifestações pedindo a volta de Mohammed Morsi foram proibidas.
Ainda assim, os membros da Irmandade Muçulmana se comprometeram a continuar protestando. A lei egípcia prevê a pena de morte para acusações de terrorismo,
Desde que Morsi foi afastado do poder pelos militares, em julho deste ano, centenas de pessoas morreram no Egito.
CA/afp/dpa/rtr/ap
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