Rússia interrompe envio de gás para Ucrânia, remessa para UE fica sob risco
segunda-feira,
16 de junho de 2014 10:01 BRT KIEV/GORKI Rússia (Reuters) -
A Rússia interrompeu o fornecimento de gás para a Ucrânia nesta segunda-feira devido a um desentendimento sobre contas não pagas, em um impasse que pode também prejudicar o abastecimento para o restante da Europa e dificultar os esforços de paz na ex-república soviética.
Depois de um fim de semana violento que incluiu a morte de 49 militares na queda de um avião ucraniano, a Rússia disse que Kiev não cumpriu o prazo para o pagamento de 1,95 bilhão de dólares de dívida e que agora receberá gás apenas se pagar adiantado.
Os russos insistiram que os ucranianos ofereçam garantias de que deixarão o gás passar por seus gasodutos internacionais, rumo aos clientes russos na União Europeia.
Kiev e Moscou culparam-se mutuamente pelo insucesso das negociações sobre o preço das futuras entregas de gás e recusaram-se a abandonar posições consolidadas: a Rússia oferecendo um desconto e a Ucrânia rejeitando-o como uma ferramenta de manipulação política.
"Graças a posições não construtivas do governo da Ucrânia, hoje um sistema de pré-pagamentos foi introduzido", disse o presidente da estatal russa exportadora de gás Gazprom, Alexei Miller, ao primeiro-ministro Dmitry Medvedev, durante uma reunião.
Segundo o executivo, a Ucrânia "adotou uma posição que pode apenas ser definida como chantagem", acrescentando que "eles queriam um preço ultrabaixo."
O primeiro-ministro da Ucrânia, Arseny Yatseniuk, acusou a Rússia de bloquear deliberadamente o acordo para causar a Kiev problemas de fornecimento no próximo inverno, quando o gás será necessário para aquecimento.
"A questão não é o gás. É uma plano russo em geral para destruir a Ucrânia", disse Yatseniuk.
A redução a longo prazo no fornecimento poderá afetar os consumidores da UE, que recebem da Rússia cerca de um terço de suas necessidades de gás - e aproximadamente metade desse suprimento chega por gasodutos que atravessam a Ucrânia. Anteriores disputas de preços levaram às "guerras do gás" em 2006 e 2009, e a acusações russas de que a Ucrânia roubou gás destinado ao restante da Europa.
(Por Natalia Zinets e Vladimir Soldatkin)
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