MUNDO
Imprensa europeia credita vitória da Seleção à atuação de Neymar
"Dá gosto vê-lo", escreve o Spiegel Online. "Rápido, elegante, cheio de truques", elogia o "Süddeutsche Zeitung". Mas publicações veem problemas no esquema tático de Felipão.
Após a vitória por 4 a 1 contra Camarões em Brasília, nesta segunda-feira (23/06), a Seleção ganhou destaque na imprensa europeia como o time de um jogador só: o brilhante Neymar.
"Apesar da significativa vitória, os brasileiros mostraram algumas fragilidades em Brasília. Felipão ficou quase toda a primeira metade do tempo do lado do campo, gesticulando para o gramado. Jogadores como Hulk, Fred, Marcelo e Dani Alves apresentaram-se longe do que se espera de uma Copa do Mundo. A equipe atacou cedo, mas, quando Camarões reagia à pressão, abriram-se enormes lacunas no meio-campo. O primeiro tempo teria sido quase equilibrado se não fosse o grande Neymar trazer alegria à nação", escreve o jornal, em matéria intitulada "Borboleta entre as lagartas".
Caso se repita na partida contra o Chile, neste sábado, o desequilibrado desempenho dos jogadores pode comprometer o avanço do Brasil no Mundial, afirma o Süddeutsche. "Ele é rápido, elegante, cheio de truques – e a imensa pressão está toda sobre ele: Neymar lidera o time brasileiro rumo às oitavas de final. Mas futebol é um esporte coletivo, e isso pode ser fatal para a Seleção contra o 'esquadrão suicida' do Chile".
O site alemão Spiegel Online também destaca o desempenho do "superstar" Neymar. E, de acordo com a publicação, os méritos do atacante não se revelam apenas no número de gols.
"Desde a noite de segunda-feira, ele lidera a lista de artilheiros do Mundial, com um gol a mais que Arjen Robben e Thomas Müller. Mas a eficiência diante do goleiro não é a razão principal para os elogios recebidos após o jogo: dá gosto vê-lo, observar como ele domina com elegância as bolas mais difíceis e como ele procura de maneira irresistível o caminho até o gol", escreve o site.
O jornal britânico The Guardian também ressalta a atuação do camisa 10 da Seleção, mas expressa desconfiança quanto ao sucesso da equipe nas próximas fases do campeonato.
"A questão parece ser não tanto se o Brasil pode ganhar a Copa do Mundo, mas se Neymar poderá trazer o título sozinho para eles. É impossível negar a sua importância para o time brasileiro, e não foi nenhuma surpresa quando Luiz Felipe Scolari o retirou, faltando 18 minutos para o fim da partida. A última coisa que o técnico do Brasil precisava arriscar era o seu melhor jogador tomar um cartão amarelo, o que o tiraria do jogo contra o Chile", considera o jornal.
Sobre a troca de Paulinho por Fernandinho, meia do Manchester City, o Guardian é categórico: "[Fernandinho] é um muitos mais dinâmico do que o decepcionante Paulinho".
O jornal francês Le Figaro critica o esquema tático de Felipão, mas elogia Neymar e a entrada de Fernandinho no segundo tempo – ele trouxe o impacto que faltava para o meio-de-campo da Seleção. "No primeiro tempo, as façanhas do ex-jogador do Santos [Neymar] não foram suficientes para esconder os pontos fracos do sistema mantido pelo técnico Luiz Felipe Scolari", ressalva o jornal.
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