Receita e PF lançam operação contra suposta manipulação na Fazenda
Decisões suspeitas envolvem R$ 5 bilhões, segundo o Fisco. Esquema envolveria manipulação de resultado de julgamentos no CARF.
Da Reuters
A Receita Federal, a Polícia Federal, o Ministério Público Federal e a Corregedoria Geral do Ministério da Fazenda deflagraram nesta quinta-feira (26) uma operação visando desarticular uma organização suspeita de manipulação bilionária de julgamentos de processos junto ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), do Ministério da Fazenda.
Segundo nota divulgada pela Receita, a Justiça Federal expediu 41 mandados de busca e apreensão e decretou o sequestro dos bens e bloqueio dos recursos financeiros de envolvidos na investigação.
A Operação Zelotes ocorre em São Paulo, Ceará e Distrito Federal "onde estão sendo efetuadas buscas em empresas de consultoria e advocacia, residências e ainda em salas de alguns conselheiros do Carf investigados".
A Receita informou que as investigações começaram em 2013 e "apontam para a existência de fortes indícios de que tenham sido cometidos crimes de advocacia administrativa, tráfico de influência, corrupção, associação criminosa e lavagem de dinheiro".
De acordo com o fisco, o esquema envolveria a contratação de empresas de consultoria que, mediante trânsito facilitado junto ao CARF, conseguiam controlar o resultado do julgamento de forma a favorecer o contribuinte autuado. Constatou-se que muitas dessas consultorias tinham como sócios conselheiros ou ex-conselheiros do CARF.
Foram analisados mais de 70 processos suspeitos, no valor total atualizado de cerca de 19 bilhões de reais. Nos processos já encerrados, a nota informa que decisões suspeitas "reduziram ou extinguiram cerca de 5 bilhões de reais do montante de créditos tributários lançado pela fiscalização da Receita".
A Síria tem 5,6 milhões de crianças em risco humanitário, segundo um relatório elaborado por uma coalizão global de agências de ajuda divulgado nesta quinta-feira.
O relatório Failing Syria, feito por organizações que incluem a Save the Childrem e a Oxfam, afirmou que os 15 membros do Conselho de Segurança da ONU não cumpriram suas promessas de aumentar a ajuda humanitária e aliviar o sofrimento dos civis.
De acordo com o documento, 2014 foi o "pior ano" para civis desde que o conflito começou, em 2011.
"A realidade amarga é que o Conselho de Segurança não conseguiu implementar suas resoluções", disse Jan Egeland, secretário-geral do Conselho Norueguês de Refugiados, outro dos grupos envolvidos no relatório.
"As partes do conflito agiram com impunidade e ignoraram as exigências do Conselho de Segurança, os civis não estão protegidos e o seu acesso à ajuda não melhorou."
Três resoluções do Conselho de Segurança foram aprovadas no ano passado, pedindo o fim dos ataques a civis e o aumento da ajuda humanitária, permitindo que a ONU operasse na Síria sem a permissão de Damasco, entre outras coisas.
Em resposta ao relatório, a ONU também acusou as potências mundiais de falharem em ajudar as vítimas do conflito na Síria.
Stephane Dujarric, porta-voz do secretário-geral Ban Ki-moon, disse à BBC que nações poderosas colocaram seus interesses na frente da necessidade de colocar um fim à guerra no país e que a ONU ainda acredita em uma solução política para o conflito.
O porta-voz afirmou ainda que houve sucesso em eliminar as armas químicas do presidente Bashar Al-Assad e em conseguir que alguma ajuda humanitária entrasse no país, mas que suprimento de armas para as partes em conflito está piorando as coisas.
"Percebemos uma falta de vontade política de avançarmos juntos para dar um fim às batalhas."
Guerra na Síria
220.000
mortos desde o início da crise
76.000 sírios mortos em 2014 - o ano com mais fatalidades
4,8 mi de pessoas em necessidade vivem em áreas de difícil acesso
5,6 mi de crianças precisando de ajuda
1,6 mi de crianças fora da escola
Reuters
O relatório Failing Syria diz que:
As pessoas não estão protegidas: 2014 foi o ano com mais fatalidades do conflito, com pelo menos 76 mil mortos.
O acesso à ajuda humanitária não melhorou: 4,8 milhões de pessoas que precisam de ajuda vivem em áreas definidas pela ONU como "de difícil acesso", um milhão a mais do que em 2013.
As necessidades aumentaram: 5,6 milhões de crianças precisam de ajuda, um aumento de 31% desde 2013.
A resposta humanitária diminuiu, em comparação com o aumento da necessidade: em 2013, 71% dos fundos necessários para apoiar os civis na Síria e os refugiados em países vizinhos foi arrecadado. Em 2014, esse número caiu para 57%.
No escuro
Uma análise feita por outro grupo de agências humanitárias diz que 83% das luzes da Síria visíveis do espaço de apagaram.
A coalizão WithSyria, formada por mais de 100 organizações humanitárias, divulgou imagens de satélite mostrando que o número de luzes diminuiu dramaticamente desde março de 2011.
Elas afirmam acreditar que a queda ocorreu por uma série de fatores, incluindo danos de infraestrutura.
Separadamente, um terceiro relatório feito pelo Centro Sírio para a Pesquisa de Políticas afirmou que quatro anos de conflito armado, de desintegração econômica e de fragmentação social no país fizeram com que 10 milhões de pessoas deixassem suas casas e reduziram a expectativa de vida dos sírios em duas décadas.
Na quarta-feira, a organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) afirmou que é necessário um aumento urgente da assistência médica na Síria.
Em seu relatório, o MSF disse que, dos cerca de 2,5 mil médicos que trabalhavam em Aleppo – a segunda maior cidade da Síria – antes do conflito, restam menos de 100.
Os outros saíram do país, se deslocaram internamente, foram sequestrados ou mortos.
O conflito na Síria começou em 2011 com protestos em todo o país contra o presidente Bashar Al-Assad.
As forças de segurança do regime tentaram usar a força para reprimir as manifestações, mas a oposição aderiu ao conflito armado.
JACARTA (Reuters) - A Indonésia está reconsiderando a compra de aviões militares e lança-foguetes do Brasil, em meio a uma tensão entre os países sobre a execução de um brasileiros por tráfico de drogas, disse o vice-presidente indonésio, Jusuf Kalla, de acordo com o jornal Jakarta Post.
Os dois países chamaram de volta seus embaixadores para consultas em uma disputa que começou quando a Indonésia executou o cidadão brasileiro Marco Archer e outras cinco pessoas de diferentes países, no mês passado.
Um outro brasileiro, Rodrigo Gularte, está em um segundo grupo de 11 presos que aguardam para serem executados em breve na Indonésia, país que tem uma das leis mais rígidas do mundo contra o tráfico de drogas.
Kalla afirmou que o governo indonésio está reconsiderando a compra de 16 aviões Super Tucano fabricados pela Embraer para a Força Aérea do país, de acordo com o jornal.
O país do Sudeste Asiático também considera cancelar uma encomenda por sistemas de lançadores múltiplos de foguetes.
O Brasil chamou de volta o embaixador na Indonésia pouco após a execução de Archer.
Na semana passada, a presidente Dilma Rousseff cancelou, de última hora, o recebimento da credencial diplomática do novo embaixador da Indonésia, o que levou Jacarta a chamá-lo de volta em protesto.
O presidente da Indonésia, Joko Widodo, que tomou posse em outubro, prometeu não ter clemência com condenados por tráfico de drogas, apesar de ter recebido telefonemas de líderes mundiais, incluindo Dilma, pedindo pelo perdão de pessoas no corredor da morte.
Saab finaliza contrato para venda de 36 caças Gripen NG ao Brasil por US$5,4 bi
segunda-feira, 27 de outubro de 2014 08:24 BRST
ESTOCOLMO (Reuters) - A empresa aeroespacial sueca Saab concluiu a venda de 36 caças de combate para o Brasil, um contrato de 5,4 bilhões de dólares e considerado uma das encomendas militares mais valiosas em disputa em um mercado emergente.
As ações da Saab, que em dezembro passado saltaram um terço depois da companhia ter vencido a licitação, subiam 4,46 por cento às 7h37 (horário de Brasília).
A Saab disse em um comunicado que o valor total do pedido pelos caças Gripen NG, a serem entregues entre 2019 e 2024, era de cerca de 39,3 bilhões de coroas suecas (5,4 bilhões de dólares).
A empresa ganhou em dezembro de 2013 uma longa guerra de lances pelo fornecimento dos novos caças para a Força Aérea Brasileira (FAB), deixando para trás a francesa Dassault Aviation e norte-americana Boeing.
A disputa foi marcada por muitas idas e vindas, com cada uma das proponentes aparecendo como favorita em diferentes momentos da licitação. Quando anunciou a decisão, o governo federal estimou um investimento previsto de 4,5 bilhões de dólares até 2023, com o comandante da FAB, Juniti Saito, afirmando que o Brasil ainda iria "pechinchar ao máximo" com a Saab.
"Desde então, todas as partes vinham negociando a finalização de um contrato. O anúncio de hoje marca a conclusão bem sucedida desse processo", disse a Saab nesta segunda-feira.
A Saab afirmou que o negócio ainda está pendente de autorizações relacionadas ao controle de exportação e outras condições, que espera que sejam cumpridas no primeiro semestre de 2015.
XANGAI (Reuters) - Uma farmacêutica chinesa com laços militares enviou à África uma droga experimental contra o Ebola para utilização pelos trabalhadores humanitários chineses e está planejando realizar ensaios clínicos no continente para combater a doença, disseram os executivos da empresa à Reuters nesta quinta-feira.
A Sihuan Pharmaceutical Group Holdings Ltd enviou vários milhares de doses de seu medicamento JK-05 para a região, disse seu diretor de operações, Jia Zhongxin. Mais doses poderão ser enviadas, se necessário, disse Jia.
O surto de Ebola na África Ocidental, o pior já registrado, matou mais de 4.000 pessoas.
Os governos e companhias farmacêuticas em todo o mundo correm para encontrar um tratamento para o surto, que já resultou em casos nos Estados Unidos e Europa. O presidente dos EUA, Barack Obama, se comprometeu na quarta-feira a agir de modo mais "agressivo" contra a doença.
"Os trabalhadores humanitários já levam a droga com eles, e se houver um caso (entre eles), em seguida a droga poderá ser usada", acrescentou Huo Caixia, gerente geral assistente da farmacêutica Sihuan.
GENEBRA (Reuters) - A agência de refugiados da ONU, o Acnur, disse nesta terça-feira estar fazendo planos de contingência diante da possibilidade de que todos os 400 mil habitantes da cidade curda síria de Kobani fujam para a Turquia para escapar do avanço de militantes do Estado Islâmico.
Cerca de 138 mil refugiados curdos sírios entraram na Turquia em um êxodo que começou na semana passada, e dois pontos de cruzamento de fronteira permanecem abertos, disse o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados.
“Estamos nos preparando para o caso de toda a população fujir para a Turquia. A população de Kobani é de 400 mil pessoas”, disse a principal porta-voz do Acnur, Melissa Fleming, em uma coletiva de imprensa em Genebra. “Nós não sabemos, mas estamos nos preparando para essa contingência."
Curdos sírios lutam para defender uma importante cidade fronteiriça frente ao avanço do Estado Islâmico na segunda-feira, e jovens curdos da Turquia correram para ajudá-los.
“Nossa principal preocupação seria se a própria Kobani fosse tomada”, disse na coletiva Rupert Colville, porta-voz de direitos humanos da ONU.
Pelo menos 105 vilas ao redor de Kobani foram capturadas por forças do Estado Islâmico desde 15 de setembro, incluindo pelo menos 85 no fim de semana, disse ele. O escritório de direitos humanos da ONU recebeu relatos de que outras 100 vilas haviam sido abandonadas ou esvaziadas por causa do medo de invasão, acrescentou.
A região de Kobani também abriga entre 200 mil e 400 mil sírios deslocados de outras partes do país, incluindo Raqqa, Aleppo e Homs, disse Colville.
Fleming pediu pelo o do governo da Turquia e de outros países vizinhos para abrigarem mais de 3 milhões de refugiados sírios: “Os 138 mil que acabaram de chegar na Turquia representam o número que toda a Europa recebeu em três anos de guerra na Síria."
Israel aceita proposta de trégua humanitária temporária, dizem autoridades
Reuters – 37 minutos atrás
JERUSALÉM (Reuters) - Israel concordou nesta quarta-feira com uma proposta de trégua de seis horas das hostilidades na Faixa de Gaza por razões humanitárias, afirmou um alto funcionário israelense à Reuters.
O funcionário, que falou sob condição de anonimato, disse que ainda não havia sido decidido quando a trégua acontecerá. O Hamas não fez nenhum comentário de imediato.
O apelo foi feito por um funcionário da Organização das Nações Unidas (ONU), disse a autoridade, confirmando reportagens da mídia israelense, pouco depois de o Hamas rejeitar um cessar-fogo proposto pelo Egito para acabar com a guerra de nove dias em que 215 palestinos e um israelense morreram.