Postagem em destaque

Uma crônica que tem perdão, indulto, desafio, crítica, poder...

Mostrando postagens com marcador Srgio Gonçalves. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Srgio Gonçalves. Mostrar todas as postagens

sábado, 19 de dezembro de 2015

"O princípio do fim" // Sergio Gonçalves /



O princípio do fim 


Aproximamo-nos a passos largos para o fim. É algo tão certo quanto inevitável. A nível internacional, os infames e inaceitáveis ataques terroristas que recentemente abalaram Paris, ecoaram internacionalmente como um alerta de que o mundo tal como o conhecíamos deixou de existir. Nada de novo certamente, pois há muito que se desenham novos (des)equilíbrios geopolíticos, aos quais se somam a incapacidade do Ocidente em gerir e adaptar-se a esta nova realidade e o facto de outros gigantes se manterem estranhamente, ou felizmente, adormecidos. Embora criticado pela metodologia e conceitos utilizados, a verdade é que numa tese com origem em 1993, Samuel Huntington defendeu que a principal fonte de conflito no mundo pós-Guerra Fria seria precisamente as diferentes identidades culturais e religiosas dos povos. Estaria assim tão equivocado? O tempo parece dar-lhe razão, desvalorizando os interesses económicos como causa principal de grandes conflitos entre nações. Estando a Europa a atravessar uma crise de identidade, revisitar a teoria de Huntington pode ser uma forma de anteciparmos desafios e nos colocarmos mais perto da solução, evitando males maiores.
No nosso país, mantemos a característica, muito portuguesa, de nos adaptarmos facilmente a diferentes realidades e de as interpretarmos de forma ainda mais célere, mesmo que no fim exista apenas uma, única, realidade. Enquanto de um lado se apregoava o fim da crise, fruto do trabalho realizado, outros defendiam o fim da austeridade, fruto do trabalho que se propõem realizar. Possivelmente serão duas interpretações diversas da mesma realidade, provavelmente baseadas nos mesmos indicadores, mas aquilo que todos sabemos é que as coisas não voltam a ser como antes, e alguns dos ajustamentos são tão permanentes quanto necessários. Ainda assim, nada seria mais reconfortante do que a certeza de que melhores tempos virão, para famílias e empresas.
Por cá, aproximamo-nos igualmente do fim. Dezembro brinda-nos com a tradicional “festa”, repleta de jantares de natal, ponchas e sobretudo, bons momentos passados em boa companhia. Julgo ser mesmo a época do ano em que mais se respiram valores e princípios. É um período especial em que humanizamos a nossa vida e as relações com quem nos rodeia, e que culmina com um espectáculo de fim de ano único no mundo! Esperemos que seja um fim de ano memorável, partilhado na companhia de amigos, familiares e recebendo de braços abertos os milhares de turistas que escolhem a nossa terra para festejar o novo ano.
A todos, os meus votos de um santo Natal e um novo ano repleto de saúde, paz e sucesso.