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sexta-feira, 6 de maio de 2016

"A caneta da autoridade, por dentro da lei, pode afetar direito alheio tanto quanto a ação de extremistas por fora da lei."


TIRAR WHATSAPP DO AR E QUEIMAR PNEUS NA

 ESTRADA. TUDO A VER.

por Percival Puggina. Artigo publicado em 



Todas as organizações extremistas são, por natureza, totalitárias. Convencidas de estarem fazendo a coisa certa em vista da causa e de seus fins, reagem violentamente quando contrariadas. Sabem que nessas ações e reações acabam prejudicando pessoas que nada tem a ver com o caso, mas isso pouco importa. É preciso quebrar as vitrines para chamar atenção, derrubar a cerca para haver reforma agrária, pichar parede alheia para ser visto.

As mobilizações contra o impeachment da presidente Dilma têm proporcionado abundantes exemplos disso. Foram antecedidas por reiteradas advertências do "general" João Pedro (quebra-quebra) Stédile sobre os raios e trovões que faria desabar no país caso prosperasse o processo contra a mandatária credora de sua admiração e afeto. Não deixou por menos o senhor Aristides Santos, secretário da Contag, em comício realizado no Palácio do Planalto, quando prometeu à presidente da República que sua turma iria invadir gabinetes e moradias dos deputados favoráveis ao impeachment. Ambos ameaçavam a nação com práticas prepotentes e imoderadas, de desrespeito à lei e à ordem. O direito alheio não é nem pode ser empecilho aos objetivos perseguidos pelos portadores de tais enfermidades políticas. Seu querer revolucionário não admite obstáculos. As revoluções fazem as próprias leis. Por bem ou por mal. Pergunto: não prometeu o senhor Mauro Iasi a seus adversários, repetindo Brecht, sob delirantes aplausos do auditório do CSP Conlutas, um bom paredão, uma boa bala e uma boa cova? Pois é.

Foi por isso que há bem poucos dias, em diferentes pontos do país, uns poucos gatos pingados queimaram pneus nas estradas bloqueando por longas horas o transporte rodoviário. Com mais pneus ardendo do que manifestantes para segurar a pressão, atrapalharam a vida de multidões paralisadas no meio do caminho, sem água nem alimento, causando inestimáveis prejuízos. "Sim, é isso mesmo, e daí?", responderiam os admiradores da presidente se indagados sobre as consequências do que faziam.

"Sim, é isso mesmo, e daí?", talvez seja a resposta do juiz Marcel Montalvão, de Lagarto (SE), se inquirido sobre os efeitos de sua ordem na vida de milhões de pessoas. O magistrado, como se sabe, mandou as operadoras TIM, Claro, Oi, Vivo e Nextel bloquearem o aplicativo Whatsapp por 72 horas como punição por descumprimento de alguma determinação que dera. Então, fica assim: do elenco de sanções possíveis, Sua Excelência escolheu essa. Queimou pneus na estrada cibernética, atrapalhando em todo o país, abrangente e indistintamente, comunicações pessoais, sociais e negócios. A caneta da autoridade, por dentro da lei, pode afetar direito alheio tanto quanto a ação de extremistas por fora da lei.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

" Os brasileiros abraçaram o celular " diz pesquisa inglesa / Fernando Nakagawa



87% dos médicos no Brasil usam WhatsApp com pacientes, diz pesquisa inglesa

FERNANDO NAKAGAWA / TWITTER @FNAKAGAWA
17 Dezembro 2015 | 11:11

Brasileiros lideram usam do aplicativo no mundo. Em segundo lugar, 61% dos entrevistados na Itália usam o serviço. Na China, o índice é de 50%. Reino Unido e Estados Unidos são os países em que o aplicativo é menos popular entre médicos

LONDRES – Nove a cada dez médicos do Brasil usa o aplicativo WhatsApp para se comunicar com os pacientes. Isso deu aos médicos brasileiros o título de usuários mais frequentes do aplicativo em todo o mundo, revela pesquisa de uma consultoria britânica do setor de saúde. No Reino Unido, só 2% dos médicos usa o aplicativo para falar com pacientes.

Campeão. Quase 90% usa aplicativo para falar com pacientes / Reprodução 
A pesquisa da consultoria britânica Cello Health Insight que entrevistou 1.040 médicos em oitos países – Reino Unido, França, Alemanha, Itália, Espanha, Estados Unidos, China e Brasil – revelou que 87% dos brasileiros usaram o WhatsApp nos 30 dias anteriores à entrevista para a comunicação com pacientes. O número é muito superior ao de outros países. Em segundo lugar, a Itália teve 61%. Na China, 50% dos médicos disse ter usado o WeChat, uma versão local do aplicativo. A pesquisa foi divulgada em novembro.
“França, Estados Unidos e Reino Unido estão muito atrás de outros países no uso do WhatsApp. Médicos nos países do sul da Europa, China e Brasil estão usando essa plataforma para comunicação com colegas, pacientes e representantes da indústria farmacêutica”, destaca a pesquisa. Segundo o estudo, só 2% dos médicos britânicos usa o aplicativo para se comunicar com pacientes e o índice é de 4% entre os norte-americanos.

Fãs. Consultoria britânica diz que brasileiros “abraçaram” celulares / Estadão 
Em um dia em que o Brasil acordou sem WhatsApp, a boa notícia é que a pesquisa também mostrou que 82% dos médicos brasileiros também usa a velha e boa mensagem de texto para trocar informações com os pacientes. Na média mundial, 30% dos médicos usa o canal de comunicação. “No Brasil e na China, os dados sugerem que os médicos abraçaram os smartphones e tablets, o que gera uma interessante oportunidade para a indústria farmacêutica para alcançar esses profissionais”, nota a pesquisa que cita que 87% dos médicos brasileiros e 76% dos chineses usam celulares e tablets para pesquisas relacionadas ao trabalho.
A íntegra da pesquisa está disponível na internet, nesse link

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Whatsapp tem bullying de ministro / Gizmodo

http://www.msn.com/pt-br/noticias/ciencia-e-tecnologia/operadoras-preparam-peti%c3%a7%c3%a3o-contra-whatsapp-e-ministro-defende-regulamenta%c3%a7%c3%a3o/ar-BBlWbBV?li=AAaDxqs

Fontes dizem à Reuters que algumas operadoras estão preparando um documento para questionar a atuação do WhatsApp no Brasil. Enquanto isso, o ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, diz que o app está "à margem da lei". Lá vem.

Segundo a Reuters, as operadoras se opõem ao serviço de voz do WhatsApp, não às mensagens. O problema é que o app usa seu número de celular para realizar ligações, mas não paga por isso.
Enquanto isso, as operadoras são obrigadas a arcar com as taxas do Fistel (Fundo de Fiscalização das Telecomunicações) por cada linha autorizada. De acordo com a Teleco, as operadoras pagam R$ 26 pela ativação de cada linha móvel, mais R$ 13 anuais de taxa de funcionamento.
Elas não veem problema em outros serviços - como o Skype, que oferece VoIP gratuito - porque eles exigem a criação de um login independente, e não requerem número de celular.
Aparentemente, todas as operadoras estão envolvidas na petição que será entregue à Anatel - inclusive TIM e Claro, que oferecem pacotes promocionais com WhatsApp que não desconta da franquia. (A promoção, obviamente, não vale para ligações feitas dentro do app.) Uma fonte diz à Reuters que o assunto já foi levado ao Ministério das Comunicações.

E Ricardo Berzoini já se manifestou a favor de regulamentação: segundo O Globo, ele acredita que o WhatsApp é um serviço pirata: "eu acho que o termo é um termo bom para chamar a atenção para esse debate - dá para dizer que eles estão à margem da lei", afirmou o ministro em uma audiência na Câmara.
Ele diz que a regulamentação dará a garantia de "tratamento equânime a serviços de telecomunicações e novos serviços de internet", de acordo com a Folha.
No entanto, Berzoini quer ir além e regulamentar todo tipo de serviço OTT (over the top), que geram valor usando a infraestrutura de internet - isso inclui o Google, Facebook e Netflix.

Enquanto isso, o presidente da Anatel, João Rezende, disse na mesma audiência que é contra: "não sou favorável à regulamentação. A discagem via WhatsApp não é serviço de telecomunicações".
Uma fonte da Anatel diz à Reuters: "a agência não regula aplicativos. Não sei se a Anatel tem competência para analisar o serviço, que não é de voz tradicional".
A Reuters diz que uma operadora - sem revelar qual - cogita até entrar com uma ação judicial contra o WhatsApp. Amos Genish, presidente da Vivo, afirmou este mês que o app é "pirataria pura", e disse: "não é admissível uma empresa prover serviço de voz sem licença do regulador, usando os números das demais operadoras e sem pagar impostos".
Enquanto isso, o Netflix sofre a ira das operadoras de TV a cabo. A Ancine promete criar um marco regulatório para o serviço até o fim do ano.
Fotos por arivera/Pixabay, PT na Câmara/Flickr e Senado Federal/Flickr