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sábado, 15 de outubro de 2016

"Sinto que a visita ao Rio será adiada..." / Maria Helena RR de Souza,

Beleza não põe mesa

Não pense o Leitor que ao dizer isso declaro que a extraordinária beleza do Rio de Janeiro acabe por cansar seu morador. Longe disso, o único alívio que temos em nosso conturbado dia a dia é a suntuosa visão do estojo no qual Deus pousou o Rio.
Morador desce as escadas do morro indiferente à ação policial (Foto: Gabriel de Paiva  / Agência O Globo)
Morador desce as escadas do morro indiferente à ação policial (Foto: Gabriel de Paiva / Agência O Globo)
Como disse um amigo de Coimbra ao olhar para o mar do alto da Estrada das Canoas: “isto é impressionante, extasiante, espetacular!”.
Foto: Fernando Maia/ Riotur

Essa é a sensação que temos, cariocas da gema ou por opção, ao atravessar o Túnel Rebouças e dar com a beleza comovente da Lagoa, um simples aperitivo para o deslumbramento que virá a seguir, com o Cristo lá no alto abençoando a cidade.

O Rio sempre foi acolhedor com seus visitantes, assim como amado por seus moradores. Cariocas, graças a essas bênçãos de Deus, fizeram desta cidade um lugar acolhedor, cuja simpatia rivaliza com a beleza e a tornam um local que os estrangeiros amam visitar e ao qual sempre planejam retornar.
Mas talvez fosse melhor usar os verbos no passado. Sinto que a visita ao Rio será adiada...
O Rio anda violento, bravo, assustador. As UPPs, criadas pelo então Secretário de Segurança José Mariano Beltrame para pacificar as comunidades carentes em áreas menos aquinhoadas da cidade, excelente ideia à qual faltou a adesão firme e forte do governo do Estado, não conseguiram conter o avanço da criminalidade, brutal e estúpida. Será que a ninguém ocorreu que um posto policial, sem a contrapartida de uma política social importante – creches, escolas, clínicas de família, saneamento – não bastaria para desenvolver uma geração bem estruturada, disposta a não permitir que o Mal vencesse o Bem?
 
Faltou isso tudo, mas não faltou a visão do Lula e seu governador Sergio Cabral em um teleférico ligando a Praça General Osório, coração de Ipanema, ao alto do Pavão-Pavãozinho. Necessário? Pode ser. Se viesse depois das políticas sociais acima mencionadas, talvez merecesse os adjetivos da senhora Christine Lagarde, diretora do FMI que, certamente deslumbrada pela paisagem, não reparou onde o teleférico a levava e declarou que se sentia nos Alpes!

Foi pena que ela não estivesse no Rio no último dia 10 quando, durante um tiroteio violento que ecoou nas imediações da comunidade Pavão-Pavãozinho, as pessoas que vivem, trabalham e circulam por ali de repente não vissem um corpo de homem cair do alto do morro, morto ou vivo, ainda não se sabia ao certo.
Os cariocas perceberam que a ilusão da cidade unida acabara. Vencia a realidade da cidade partida.

Quando tivemos dinheiro não implementamos o que era necessário. Agora, que estamos quebrados, não adianta chorar pitangas. Mas quem sabe podemos exigir que o poder público ao menos controle seus presos e respeite o que o secretário Beltrame – e todos os cariocas de bom senso – pedem: chega de licença de saída da prisão em datas festivas, como Natal, Dia das Mães, e outras.

O bandido que comandou a ação que resultou no tiroteio no Pavão-Pavãozinho estava usufruindo de uma licença da prisão desde maio, para comemorar o Dia das Mães.

Uma flor de rapaz, com toda a certeza...
Morador desce as escadas do morro indiferente à ação policial (Foto: Gabriel de Paiva / Agência O Globo)

quarta-feira, 20 de julho de 2016

"Êta mundo ruim.." // Zuenir Ventura

Êta mundo ruim

A pior novidade é que agora estão procurando exportar para nós terrorismo e outras mazelas, como se as nativas não fossem suficientes
Zuenir Ventura, O Globo
Podia ser pior, podia ser a França dos atentados terroristas, a Turquia da tentativa de golpe de Estado com mais de 200 mortos, os Estados Unidos dos eternos conflitos raciais ou mesmo a Venezuela dos milhares de habitantes atravessando a fronteira para comprar alimentos e medicamentos.
Fanatismo (Foto: Arquivo Google)
Essas tragédias distantes não nos servem, porém, de consolo nem querem dizer que devemos ficar satisfeitos com a nossa crise, com os nossos quase 60 mil homicídios por ano e com uma situação como a do Rio, onde, em 72 horas da semana passada, balas perdidas deixaram três mortos e 12 feridos, em episódios de violência que viraram rotina.
É apenas uma lembrança para aqueles que acham que a solução é deixar o país. Como já escrevi aqui, não há mais Pasárgada, aquele lugar mítico, paradisíaco, onde Manuel Bandeira sonhava em se refugiar e, com essa viagem onírica, compôs um dos mais populares e bonitos poemas de evasão.
Tuberculoso, o poeta achava que lá faria tudo a que não tinha direito: andaria de bicicleta, montaria em burro brabo, faria ginástica, subiria em pau de sebo. Pasárgada era uma cidadezinha nas montanhas do sul da Pérsia onde é hoje o Irã, um país carregado de tensões.
A pior novidade é que agora esse mundo está procurando exportar para nós suas mazelas, como se as nossas, as nativas, não fossem suficientes — com a agravante de que são pragas desconhecidas aqui, como o terrorismo e o fundamentalismo religioso. Protegidos pela distância, olhávamos para lá com espanto, mas sem medo e até com um certo alívio: “Pelo menos disso estamos livres”.
No entanto, uma ONG internacional que monitora ações terroristas na internet acaba de descobrir que existe uma organização extremista fiel ao abominável Estado Islâmico enviando ameaças, uma das quais diz que, se a França não conseguiu impedir os ataques recentes, “o treinamento dado à polícia brasileira não conseguirá”.
Mais grave ainda: já existiriam brasileiros “preparados para o sacrifício de se tornarem mártires”, a exemplo do que está acontecendo com milhares de jovens europeus, que partem para as fileiras do EI na Síria e no Iraque, trocando suas vidas pela “causa”. Os atentados ocorreriam durante os Jogos Olímpicos, que vão atrair o olhar do planeta.
É preciso, porém, considerar que uma das armas do terrorismo que vem sendo praticado pelo Estado Islâmico é a propaganda, é a criação de uma expectativa de medo e pânico. De qualquer maneira, o sistema de segurança da Olimpíada deverá montar um esquema cujo aparato não provoque uma paranoia coletiva e, ao mesmo tempo, ofereça à população uma sensação de tranquilidade.
Zuenir Ventura é jornalista

domingo, 17 de julho de 2016

O PT é um partido descaradamente comunista que veste um 'uniforme' surrado de Democracia... E la nave va !

POLÍTICA

Afetados pela Síndrome de Estocolmo

PT doente (Foto: Arquivo Google)
O século XX, foi varrido por ideologias totalitárias, notadamente o comunismo, o fascismo e o nazismo. Milhões de pessoas foram assassinados em guerras e em tempos de paz por estes regimes ferozes. Partido único, supressão da liberdade econômica e política, combate as religiões, submissão dos poderes, adoração de ídolos, censura aos meios de comunicação e genocídios são marcas da ação política dos totalitários.
Certamente, quem conhece o mínimo de história não pode desprezar, a título de extrema ingenuidade, o perigo constante de assalto aos regimes democráticos. A democracia sempre é uma construção árdua, do dia a dia, e relaciona-se diretamente com a solidez das instituições, dos poderes independentes e da liberdade individual.
O Brasil viveu nos últimos treze anos um ambiente nada democrático, pois o PT aparelhou as instituições e a todo momento tentou controlar os meios de comunicação, a doutrinação de esquerda nas Universidades e escolas iniciada nos ultimos 40 anos foi intensificado nos Governos petistas que utilizou o sistema de ensino brasileiro para por em prática a hegemonia cultural recomendada pelo marxista Antonio Gramsci.
Hoje, poucos incautos duvidam das práticas nada republicanas que foram implantadas na educação brasileira. Basta abrir um livro didático aprovado pelo MEC para descobrir que o Presidente FHC teria vendido o Brasil e aumentado a desigualdade social ou que Lula é o herói do povo e teria praticado uma verdadeira revolução. 
O partido, de forma inteligente e sorrateira, providenciou o seu falso abrandamento ideológico; o seu disfarce. Fez isto após e durante as sucessivas derrotas em eleições presidenciais. Em 2002, com a famosa Carta ao Povo Brasileiro, promessas de racionalidade econômica, respeito à liberdade de mercado e discurso pela ética, o PT conseguiu chegar ao poder.
Foram as mãos do mago do marketing Duda Mendonça e do pragmático José Dirceu. A obra foi o Lulinha Paz e Amor. Enganaram a opinião pública e parece que enganaram alguns que publicam suas opiniões.
É fato. Ao mesmo tempo em que tentava disfarçar publicamente sua imagem de partido totalitário, o PT apostava em um renascimento do socialismo em uma agenda semissecreta. Em 1990, o PT, representado pelo ex-presidente Lula em parceria com Fidel Castro, montou o Foro de São Paulo.
Ela seria a instituição encarregada de estabelecer as estratégias de expansão do socialismo na América Latina. Partidos, movimentos sociais e movimentos terroristas revolucionários da America Latina e do Caribe passaram a se reunir no afã de pactuar a implantação do socialismo em todas as Américas.
Para chegar ao poder, o PT aplicou a receita de domínio das instituições e implantação da hegemonia cultural. Não há nisto nenhuma novidade. Aliás, a estratégia é explícita e consta em muitos documentos do partido.
Por exemplo, no Caderno de Teses para o quinto congresso do PT tem-se alguns exemplos: "ampliação da importância e dos recursos destinados às áreas da comunicação, da educação, da cultura e do esporte, pois as grandes mudanças políticas, econômicas e sociais precisam criar raízes no tecido mais profundo da sociedade brasileira".
Ou "é a partir desta centralidade que devem ser articulados programaticamente a defesa do avanço (...).  Ele pressupõe uma disputa de valores, de agendas e de programas, forte e permanente na sociedade, para fazer frente à pressão midiaticamente rearticulada neoliberal e conservadora."
Ou "o PT precisa retomar o conceito de disputa de hegemonia, combinando a ação institucional, articulado com as lutas dos movimentos sociais e com base numa forte organização interna, com vistas reencantar a juventude e a sociedade como um todo."
Consideramos covarde e criminoso inocular na mente das crianças e jovens ideologias, clichês, falsa ciência, falsa história e padrões morais divergentes dos padrões familiares. A Constituição Federal é clara e objetiva quando no artigo 206, inciso II, diz que o ensino brasileiro será ministrado com base na liberdade de aprender. Resta, portanto, claro que continuar permitindo que as crianças brasileiras sejam assediadas ideologicamente é, além de um despropósito moral, uma clara afronta à Carta Magna.
Como se já não bastasse a previsão da liberdade de aprender, o mesmo artigo 206 da Constituição, dessa vez no seu inciso III, determina que o pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas sejam preceitos básicos pelos quais o ensino deve ser ministrado.
Na verdade, adversários, impossibilitados de defenderem abertamente uma escola com partido e a própria doutrinação ideológica, acusam os que lutam pela liberdade de aprender de quererem impor mordaças ao professor. Invertem a questão para defenderem o status quo de total hegemonia esquerdista na educação atual.
Acusam adversários daquilo que fizeram. E quando os adversários da liberdade de aprender são oriundos de partidos que estão fora do espectro ideológico mais esquerdista, a única conclusão possível é que estas pessoas sofrem da Síndrome de Estocolmo: se apaixonaram pelos malfeitores; amam os que as escravizam. Lamentável!
Vamos combater duramente a doutrinação ideológica e a manipulação de compartamentos nas escolas porque acreditamos piamente na liberdade, no conhecimento e na educação. Sabemos que o aluno precisa ter acesso à pluralidade de correntes teóricas sobre os fatos da vida e da sociedade.
Não aceitamos um ensino instrumentalizado por interesses políticos sejam quais forem. Estamos preparados para qualquer embate intelectual honesto e aberto. Defenderemos o direito dos estudantes à liberdade de aprender.

sexta-feira, 17 de junho de 2016

Governo do Rio de Janeiro decreta estado de calamidade pública...

Dornelles, governador interino do Rio, decreta estado de calamidade pública

Motivo é a crise financeira que o estado enfrenta
Pablo Jacob (Foto: Agência O Globo)Francisco Dornelles (Foto: Pablo Jacob / Agência O Globo)
Carina Bacelar, O Globo
O governador interino do Rio Francisco Dornelles decretou nesta sexta-feira "Estado de Calamidade Pública no âmbito da administração financeira". O decreto foi publicado na segunda edição do Diário Oficial. Na publicação, o governador justifica a medida pela "grave crise econômica que assola o estado", e diz que a crise está impedindo o Rio de "honrar seus compromissos" para a realização da Olimpíada de 2016.
Com a medida, Dornelles admite que "o cumprimento das obrigações assumidas em decorrência da realização dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016" fica impedido diante da situação financeira do estado. Ele autoriza "as autoridades competentes" a "adotar medidas excepcionais necessárias à racionalização de todos os serviços públicos essenciais, com vistas à realização dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016".
Confira a íntegra do decreto
"Considerando a grave crise econômica que assola o Estado do Rio de Janeiro, Considerando a queda na arrecadação, principalmente a observada no ICMS e nos royalties e participações especiais do petróleo; considerando todos os esforços de reprogramação financeira já empreendidos para ajustar as contas estaduais; Considerando que a referida crise vem impedindo o Estado do Rio de Janeiro de honrar com os seus compromissos para a realização dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016; considerando o que tal fato vem acarretando severas dificuldades na prestação dos serviços públicos essenciais e pode ocasionar ainda o total colapso na segurança pública, na saúde, na educação, na mobilidade e na gestão ambiental; Considerando que a interrupção da prestação de serviços públicos essenciais afeta sobremaneira a população do Estado do Rio de Janeiro; Considerando que já nesse mês de junho as delegações estrangeiras começam a chegar na Cidade do Rio de Janeiro, a fim de permitir a aclimatação dos atletas para a competição que se inicia no dia 5 de agosto do corrente ano; Considerando, por fim, que os eventos possuem importância e repercussão mundial, onde qualquer desestabilização institucional implicará um risco à imagem do país de dificílima recuperação; (o governador Francisco Dornelles) DECRETA:
"Art. 1º- Fica decretado o estado de calamidade pública, em razão da grave crise financeira no Estado do Rio de Janeiro, que impede o cumprimento das obrigações assumidas em decorrência da realização dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016.

segunda-feira, 13 de junho de 2016

Prepare-se para o futuro que se avizinha ... /

http://noblat.oglobo.globo.com/geral/noticia/2016/06/os-privilegios-dos-servidores.html
http://noblat.oglobo.globo.com/geral/noticia/2016/06/os-privilegios-dos-servidores.html


POLÍTICA

Os privilégios dos servidores

Somos viciados em privilégios. No Brasil, todo mundo tem, ou busca, um privilégio para chamar de seu
Ruth de Aquino, ÉPOCA
Funcionários públicos (Foto: Arquivo Google)
Uma hora esta caixa-preta será aberta. O debate da Previdência Social já mudou as leis em vários países. Não há como nenhum Estado pagar aposentadoria integral de supersalários a funcionários e seus viúvos e viúvas e dependentes. Aposentadorias, pensões e benefícios pagos pela Previdência representam cerca de 20% dos gastos do governo. Vai piorar. Não dá.
Se é para equilibrar contas públicas e não quebrar o país, essa vaca terá de deixar de ser sagrada. Além de prender os ladrões sem-vergonha da República, o Brasil precisa da reforma da Previdência. O Brasil e o resto do mundo, que hoje envelhece muito. Não é para fazer maldade, mas para não perpetuar privilégios e desigualdades até os 100 anos de idade. Há, em países menos hierarquizados, uma estrutura de saúde e acolhimento digna e mais democrática para os velhinhos.
A estabilidade dos servidores – direito adquirido, previsto na Constituição – é outro tabu a discutir. A impossibilidade de demitir um servidor colide com a meritocracia e estimula a acomodação. Alguns países acabaram com a estabilidade, outros a flexibilizaram ou adotaram contratos temporários. O desempenho do servidor passa a ser controlado, premiado ou punido.

sexta-feira, 10 de junho de 2016

Uma empresa estatal que não cumpriu seus objetivos ...

A imagem borrada de uma era

Em vez de espectadores, gerou empregos a companheiros, programas que ninguém viu e prejuízos irrecuperáveis
TV Brasil (Foto: Divulgação)
Nelson Motta, O Globo
Você já viu a TV Brasil? Em cinco anos, ninguém viu. Porque não dá para ver. Em vez de uma imagem digital nítida e brilhante como se vê em outros canais, é uma tela de manchas e borrões em cores esmaecidas que remetem à TV dos anos 80. Essa é a principal, mas não única, razão para o fracasso retumbante da TV Brasil, que Lula bravateava que seria uma BBC, mas jamais conseguiu sair do “traço” de audiência, do zero, jogando no lixo bilhões de reais de dinheiro público. Em vez de espectadores, gerou empregos a companheiros, programas que ninguém viu e prejuízos irrecuperáveis.
A EBC explica que a imagem da TV Brasil é a pior da televisão brasileira porque não havia dinheiro para investir na qualidade da geração de áudio e vídeo: a base de tudo. Com tantos funcionários e terceirizados consumindo a maior parte do orçamento produzindo programas para ninguém ver, é natural que não sobre dinheiro para o investimento fundamental em tecnologia, sem o que, é certo, por melhor que seja o “conteúdo”, ninguém vê. É o que provam os números do Ibope, esclarecendo que os raros sinais de alguma audiência do canal são apenas registros residuais de zapings.
Foi bizarra a polêmica sobre a entrevista que Dilma deu a Luis Nassif para a TV Brasil: deveria ou não ir ao ar? Seria uma partidarização da emissora? Mas a TVB não foi sempre governista e contratante de profissionais identificados com suas políticas? O diretor da EBC diz que, por imparcialidade, também entrevistará Temer... rsrs. Mas por que Temer perderia seu precioso tempo para falar para ninguém?
A entrevista de Dilma pode ir ao ar quantas vezes for. Ninguém vai ver mesmo, entre as sombras e borrões da tela da TV Brasil — a imagem de uma era brasileira em que a “vontade política” e o aparelhamento ideológico prevaleceram sobre a lógica, a tecnologia e a rejeição absoluta do público que a financia.
Uma televisão que não é vista por ninguém simplesmente não tem razão de ser — por mais nobres e justas que sejam suas intenções. É melhor tentar outro modelo: este fracassou no conceito, na forma, no conteúdo e na gestão.
Nelson Motta é jornalista

domingo, 1 de maio de 2016

Festa patrocinada pelos camisas vermelhas no primeiro de maio...


Triste (Foto: Arquivo Google)

Nada a comemorar

Com 11 milhões de desempregados, 22% a mais do que em dezembro e quase 40% (39,85%) acima dos 7,9 milhões que procuravam ocupação no primeiro trimestre de 2015, o Brasil nada tem a comemorar neste 1º de Maio. Ainda assim, São Paulo – a capital do trabalho e hoje do desemprego – vai cair na folia sob o patrocínio das milionárias centrais sindicais e do governo Dilma Rousseff, que, mesmo findo, quer se aproveitar da data para distribuir bondades que o país não pode pagar.
Incluem-se aí os reajustes dos valores pagos ao Bolsa-Família e da tabela do imposto de renda. Bombas que Dilma pretende lançar para explodir no colo do vice Michel Temer, que ela e o PT insistem em dizer que não tem legitimidade para assumir a Presidência por não ter voto popular. Por absoluta má-fé, não contam ao distinto público que ao vice são contabilizados os mesmos votos do titular. E que a figura do vice só existe para assumir em caso de vacância do presidente, seja por viagem, doença, impeachment ou morte.
Entre idas e vindas, vou e não vou, Dilma deverá anunciar os presentinhos de última hora ao lado do ex Lula no palanque montado pela CUT no Anhangabaú, área central de São Paulo. Fará de conta que nada tem a ver com a crise e os milhares de desempregados. Ali o “não ao golpe” e “a defesa da democracia” se confundirão com os shows de Chico César, Luana Hansen e Detonautas. E aos sambas de Martinho da Vila e Beth Carvalho.
Na Zona Norte da cidade, a Força Sindical promete shows de Michel Teló, Paula Fernandes e outros ícones da música sertaneja, além de sorteios de 19 carros zero. Para tal, conseguiu patrocinadores-patrões, como a Hyundai, e o apoio oficial do governo do estado de São Paulo. Como contabilizou vaias em anos anteriores, o governador Geraldo Alckmin deve passar longe do palco do Campo de Bagatelle.
Menos dispendiosa, mas impactante, a UGT inaugura uma exposição fotográfica ao ar livre --“Os trabalhadores e os 100 anos de samba”--, com painéis gigantes instalados na Avenida Paulista. Por lá devem passar o ex-prefeito, ex-ministro de Dilma e dono do PSD, Gilberto Kassab, e o candidato a prefeito Andrea Matarazzo.
Assim como Dilma, que há tempos acionou o mecanismo de defesa que a mantém desconectada da realidade, as centrais sindicais não têm mais qualquer sintonia com os seus representados.
A maior parte dos trabalhadores quer se ver livre delas. Ligam-se aos sindicatos – e, consequentemente, às centrais -- não por vontade, mas por imposição da lei. Discordam do imposto compulsório que enchem as burras de quase 11 mil associações sindicais, federações, confederações e centrais.
Em 2015, mais de R$ 59 milhões chegaram à CUT, outros R$ 47 milhões à Força, e R$ 44 milhões à UGT. Números que caem com o desemprego, mas que, ainda não contabilizadas as contribuições obrigatórias dos empregados, só feitas no final de abril, já respondem por mais de R$ 5 milhões só nos dois primeiros meses do ano.
Uma fortuna que sai do patrão e do salário do trabalhador e que, por decisão do governo no período em que Lula presidia o país, está livre de qualquer auditoria. Corre livre, leve e solta.
Mais: mesmo entregando ao imposto sindical um dia de labuta, trabalhador algum opina quanto à posição política de sua representação sindical. Nem a UGT, nem a Força, nem a CUT perguntam aos seus filiados quantos apoiam ou não o afastamento da presidente Dilma. E se eles topam o alinhamento automático.
Ainda assim, a CUT empunha seus balões vermelhos contra o “golpe”, é linha auxiliar do PT. Custeia com dinheiro dos trabalhadores que não foram consultados as manifestações pró-Dilma, como se tivesse aval de seus associados para fazê-lo. Torra o imposto compulsório do trabalhador a seu bel prazer, em uma causa que só interessa aos seus dirigentes.
E isso é só um pedaço da república sindical que nestes 13 anos de petismo viu multiplicar sua força, seu poder e sua grana. Já o trabalhador...