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sexta-feira, 9 de agosto de 2013

O paradoxo chinês... A luta contra a poluição

A China limpará o mundo?

O país vive um paradoxo. Virou o líder global de tecnologias verdes e energia renovável. Mas ainda é o maior poluidor do planeta

FELIPE PONTES
30/07/2013 09h57 - Atualizado em 31/07/2013 14h08


BRILHO CHINÊS Sede da Himin Solar, uma das maiores empresas de aquecimento solar da China – e do mundo. As placas no telhado geram 30% da eletricidade do prédio (Foto: Liang baohai/AP)BRILHO CHINÊS
Sede da Himin Solar, uma das maiores empresas de aquecimento solar da China – e do mundo. As placas no telhado geram 30% da eletricidade do prédio (Foto: Liang baohai/AP)
"Observe profundamente o vento e a nuvem, e você conhecerá completamente este reino.” É assim que se encerra o poema “Habitando as montanhas”, do chinês Xie Lingyun, considerado o primeiro poeta paisagista da história. Lingyun viveu entre 385 e 433 a.C. e passou os dez últimos anos de sua vida recluso, numa região montanhosa do sudeste da China. Pouco imaginaria que, milênios depois, o céu limpo que o inspirou se tornaria tão poluído e cinza. Os moradores de Pequim que o digam. Em janeiro, a poluição do ar na capital chinesa ultrapassou em 25 vezes o limite considerado seguro pela Organização Mundial da Saúde. Segundo a embaixada americana local, a concentração de sujeira no ar ao longo do mês foi de 194 microgramas de partículas por metro cúbico, maior que a média nos fumódromos dos aeroportos americanos.
O cenário quase apocalíptico é incongruente com os investimentos do governo chinês em energia limpa. Segundo um relatório publicado em abril pelo instituto americano Pew de pesquisa, em parceria com a empresa Bloomberg New Energy Finance, a China assumiu em 2012 o título de país que mais investe em energia limpa no mundo. Somente no ano passado, gastou US$ 65,1 bilhões instalando geradores de energia solar, eólica e de biomassa. É quase o dobro dos Estados Unidos, o vice-líder em investimentos verdes do mundo.
O empenho ambiental impressiona. Mas não anula a poluição produzida com as riquezas da China. “Embora o governo tenha metas ambiciosas para lidar com seus problemas ambientais, parece perder espaço em outras áreas importantes”, afirma Henry Paulson, ex-secretário do Tesouro americano e ex-executivo-chefe do banco Goldman Sachs. Em nome do Paulson Institute, organização sem fins lucrativos que fundou em 2011, ele atualmente aconselha o governo chinês na busca de um crescimento sustentável. “Pouco adianta crescer e aumentar 1 ponto no PIB, se as pessoas estão morrendo pela poluição”, diz.
A China não sujeita seus moradores a infecções respiratórias, doenças cardiopulmonares e câncer de pulmão à toa. O país paga a conta pelos planos de ultrapassar a economia dos EUA até 2030. “Para chegar lá, a China precisará gastar 400% a mais de energia que atualmente”, afirma Richard Brubaker, professor de sustentabilidade e liderança responsável da China Europe International Business School, em Xangai. “É impossível atingir essa meta de maneira sustentável.” Principalmente quando o país depende da energia gerada pelo carvão. Segundo a agência de Administração de Informação de Energia dos EUA, em 2011 a China consumiu 47% do carvão no mundo.
O custo da sujeira é alto. Segundo o Ministério do Meio Ambiente da China, os danos à saúde e aos ecossistemas custaram US$ 230 bilhões em 2010, o equivalente a 3,5% do PIB do país. “Muitas autoridades chinesas já admitem que os problemas ecológicos podem prejudicar o desenvolvimento futuro”, afirma Sam Geall, professor da Universidade de Oxford e editor do livro China and the environment: the green revolution (China e o meio ambiente: a revolução verde, em tradução livre).
As autoridades chinesas dão sinais de que pretendem um novo tipo de progresso. Um projeto desafiador para um país que pretende colocar mais 300 milhões de pessoas em cidades nos próximos 30 anos – o equivalente a criar uma Nova York a cada ano. “A China tem uma economia bem mais complexa que há dez anos, e seus interesses resistirão a mudanças. Mesmo sendo otimista, sei que elas levarão tempo”, afirma Paulson.
Um indicador positivo é a mudança na postura dos cidadãos. Há 20 anos a China tinha apenas duas ONGs ambientais. Hoje, são milhares, afirma Geall. “Os jovens chineses estão cada vez mais preocupados com o meio ambiente, e muitos políticos sabem disso”, diz. A mudança de mentalidade é importante para além da Grande Muralha, pois boa parte da poluição não tem fronteiras. 

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Essa tal felicidade... todo mundo procura, mas, ela é difícil de ser encontrada

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2012/02/120127_felicidade_pequim_fm.shtml

Chineses de Pequim estão mais infelizes, embora mais ricos, diz pesquisa

Uma pesquisa feita entre chineses que moram em Pequim aponta um crescente aumento da infelicidade entre os moradores da segunda cidade mais rica do país.
Feito desde 2006, o estudo da Universidade Capital de Economia e Negócios indica que o percentual de habitantes infelizes na cidade cresce a cada ano, passando de 24,99% em 2006 para 27,72% no ano passado.

"As mudanças trazidas pelo renascimento econômico do país privilegiam certas classes apenas, mas todos os moradores têm de lidar com seus impactos negativos, como o trânsito ruim", disse à BBC Brasil o sociólogo Zheng Denghao, da Universidade do Povo.Analistas avaliam que o mesmo sucesso econômico que dá a Pequim indicadores como o segundo maior PIB per capita da China (equivalente a R$ 22.227 por habitante) traz uma série de consequências negativas para a vida na capital.
A poluição figura como um dos principais motivos pelo descontentamento na cidade, tendo sido indicado por quase 64% dos entrevistados como fator que contribui para a infelicidade.
Na semana passada, a agência de meteorologia de Pequim informou que a qualidade do ar na capital passara a ser considerada "perigosa", com uma concentração de 500 microgramas de partículas de 2,5 micrômetros de tamanho por metro cúbico de ar.



A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera as concentrações acima de 100 microgramas de partículas por metro cúbico como perigosas à saúde.
"A qualidade do ar está cada vez pior, parece que vivemos dentro de uma chaminé", diz Peng Xue, 56 anos, natural de Pequim. "Eu passo dias tossindo e, às vezes, fico enjoado com o cheiro do ar."
Segundo o índice,(de satisfação) publicado em junho de 2011, o percentual de satisfação da população da China é de 54,49%. Os indicadores relevantes na pesquisa são salários, custo de vida, serviços médicos, qualidade do meio ambiente e ritmo de vida.
Pequim está na oitava posição no ranking, com uma média de 56,23%.
Os descontentes, no entanto, não são apenas os menos favorecidos pela reforma econômica.
Relatório divulgado em novembro de 2011 pelo Instituto Hurun e o Banco da China apontam que metade dos milionários chineses querem deixar o país. Entre a população mais rica, 14% já deram entrada em processos de emigração.
O motivo indicado pelos empresários entrevistados na pesquisa é a busca por mais segurança de seus capitais e de vida, além de opções melhores de educação para seus filhos.






segunda-feira, 26 de setembro de 2011

China investirá US$ 313 bilhões em energias limpas - Economia - iG

A rua da cidade Baoding no nordeste da China tem lâmpadas acionadas por energia solar

A China lidera os investimentos em energia limpa no mundo e quer diminuir a poluição no país em 15%

Sunny side up for solar city|Business|chinadaily.com.cn