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DIÁRIO DO PODER informa ...

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

''Xie Xie, China'', dizem comerciantes londrinos - Lá fora - O Globo

''Xie Xie, China'', dizem comerciantes londrinos - Lá fora - O Globo

A invasão chinesa não é sentida apenas no varejo. O número de visitantes ao Reino Unido subiu em 50% entre 2009 e 2010, ainda que as regras de concessão de vistos do país sejam muito mais rigorosas que no resto da UE e, na opinião de especialistas, previnam que mais interessados passem pela imigração em Heathrow - além do alto preço dos documentos, os britânicos não são signatários do Acordo de Schengen, que permite o livre trânsito por países europeus com visto apenas para um país.
Clubes de golfe, por exemplo, já dispõem de funcionários que falam mandarim ou cantonês (o dialeto de Hong Kong) para atender à demanda de visitantes atrás de algumas tacadas nas férias. Apenas os chineses são responsáveis por uma injeção de quase US$ 390 milhões na indústria do turismo britânica.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Veja uma perseguição de automóvel pela polícia nos EUA....



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Cliquem e apreciem as manobras dos fugitivo e dos policiais...

Coisas do Brasil, Paraíso de bandidos...


Animal foi ferido pelo dono em Nova Cardoso, distrito de Itajobi, SP. Outros dois cachorros foram mortos com disparos de espingarda. 

O criminoso já está solto...
O policial militar Humberto Pereira, que atendeu a ocorrência de execução de dois cachorros em uma propriedade rural em Nova Cardoso, distrito de Itajobi no interior de São Paulo, disse que adotará o único animal sobrevivente a um disparo de espingarda. “Vamos aguardar pela recuperação dele. Se tudo correr bem, vou ficar com o cachorro”, informou.
A veterinária Andréia Cristina Ambrizzi conta que o pastor belga ainda corre risco de morrer. “Estou com ele a menos de 24h. Risco de morte existe porque um projétil atingiu o crânio”. A profissional ainda comenta que há possibilidade de perda nos movimentos. “Como a bala afetou o lado direito da cabeça, o cão está com dificuldade para andar. Fica deitado, mas consegue se alimentar”, explica. Ele também recebe medicação e deverá permanecer na clínica pelo menos durante uma semana.

Coisas do Brasil, Paraíso de bandidos...


Do blog de Claudio Humberto
04/01/2012 | 16:58

BA: mais de 100 presos ainda comemoram Natal e Réveillon

Foto

113 PRESOS NÃO VOLTARAM PARA A PRISÃO APÓS SEREM BENEFICIADOS COM SAIDÃO
A Secretaria Estadual de Administração Prisional e Ressocialização (Seap) informou nesta quarta (4) que cento e treze detentos de presídios da Bahia não retornaram às unidades prisionais após o Natal e o Ano Novo. Foram, ao todo, 808 pessoas beneficiadas com a chamada saída temporária, prevista na Lei de Execuções Penais para presos com bom comportamento. Segundo a secretaria, 85 detentos estavam presos em Salvador e os outros 28 em cidades do interior do estado. Os internos que ainda não voltaram serão considerados foragidos, além de ter os próximos indultos suspensos. A data limite para o retorno, estabelecida pelas penitenciárias, foi o dia 1º de janeiro. Informações do Bahia Notícias.

04/01/2012 | 14:15

MG: bandidos ateiam fogo em fórum

O fórum de Nova Serrana (MG) foi invadido nesta semana por homens armados e encapuzados. Eles renderam quatro servidores e atearam fogo em duas salas da vara criminal. Segundo informações do jornalEstado de Minas, os bandidos exigiram ser levados até o local onde eram guardados os processos que tramitam em segredo de Justiça. O incêndio deixou cerca de 500 processos total ou parcialmente queimados. Ninguém se feriu na ação e os assaltantes fugiram com o carro de uma das servidoras. Nova Serrana fica a 124 quilômetros de Belo Horizonte e tem cerca de 73 mil habitantes.

Projeto de lei que obriga a divulgação de percentual de tributos de cada produto está engavetado há quase 15 anos...

A Colunas nos Jornais Do blog de Claudio Humberto
04/01/2012 | 00:00

Governo barra
projeto que
detalha impostos

Está no limbo há quase 15 anos projeto de lei obriga a divulgação do percentual dos tributos embutidos em cada produto. Os consumidores, segundo o projeto, devem ser informados do valor da carga tributária na nota fiscal do produto ou serviço, que compõe o pacotão de 35,21% em impostos. Existem mais de 20 projetos sobre o mesmo tema e 10 requerimentos solicitando inclusão na ordem do dia para votação.

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04/01/2012 | 00:00

Enganação

Para o deputado Ronaldo Caiado (DEM/GO) o governo obstrui, pois o projeto vai desmascará-lo: “O povo saberia quanto paga em impostos”.

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04/01/2012 | 00:00

Promessa

Líder do PSD, Guilherme Campos (SP) promete “acelerar o motor” para votá-lo ainda este ano. “É direito do cidadão saber o que paga”.

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04/01/2012 | 00:00

Pra boi dormir

Cândido Vaccarezza (SP), líder do governo, alega que só pode aprovar a matéria após consenso sobre a reforma tributária. Ou seja, nunca.

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04/01/2012 | 00:00

É muita coisa

O Brasil atingiu o recorde de R$ 1,5 trilhão de impostos pagos em 2011. É emergente com a maior carga tributária do planeta.

Novo EcoSport da Ford tem novo desenho....









http://carros.uol.com.br/ultnot/2012/01/04/ford-mostra-como-sera-a-nova-geracao-do-ecosport.jhtm


"A Ford fez nesta quarta-feira (4), em Brasília (DF), o que ela chamou de "pré-apresentação mundial" do novo EcoSport, SUV compacto que se transforma no segundo produto global da nova fase da empresa -- o primeiro foi o New Fiesta. O jipinho tem DNA brasileiro em seu desenvolvimento e será fabricado em Camaçari (BA), na unidade local da Ford, assim como em outros mercados emergentes ao redor do planeta.
A apresentação brasileira ocorreu simultaneamente com a da Índia, por ocasião do Salão de Nova Déli, mas nos dois locais o que se viu foi uma versão conceitual do EcoSport, com traços típicos de um protótipo -- grade frontal exagerada, iluminação de faróis e lanternas feitas por LED. A versão final do modelo, que deve ir para as ruas, será conhecida em alguma data ainda não divulgada de 2012..."




NBA na TV...


QUA. 4 JANEIRO

GOLDEN STATE WARRIORS@SAN ANTONIO SPURS
11:30 PM
ESPN Brasil

QUI. 5 JANEIRO

MIAMI HEAT@ATLANTA HAWKS
11:00 PM
Space

SEX. 6 JANEIRO

CHICAGO BULLS@ORLANDO MAGIC
11:00 PM
ESPN Brasil

QUI. 12 JANEIRO

MIAMI HEAT@LOS ANGELES CLIPPERS
1:30 AM
ESPN Brasil

Elefante bom de bola...!

http://tvuol.uol.com.br/assistir.htm?&tagIds=250&time=all&orderBy=mais-recentes&edFilter=editorial&video=craque-do-zoologico-elefante-mostra-que-e-bom-de-bola-04020C983972C0A12326
Cliquem no link e divirtam-se...

"Escolher o que fazer com nossas lembranças é um flerte com a liberdade. É arbítrio, quase livre. / Eliane Brum

http://revistaepoca.globo.com/Sociedade/eliane-brum/noticia/2012/01/o-que-aprendi-com-o-pior-jornalista-do-mundo.html

Somos livres para escolher o mal? Somos livres para escolher o bem? Uma pequena reflexão sobre o livre arbítrio a partir do encontro com um personagem real que parece saído da literatura....


Na primavera de 2000, entrou na minha vida um personagem da literatura. Um repórter de um jornal europeu me procurou, por intermédio de uma colega, porque viria ao Brasil e queria fazer uma reportagem sobre prostituição infantil. Expliquei a ele que, para fazer algo que valesse a pena nessa área, ele precisaria de tempo e bastante trabalho. Por considerar a pauta relevante e uma repercussão no exterior importante, abri todas as minhas fontes e fiz contatos com outros jornalistas que trabalhavam com o tema em capitais nordestinas. Fiz, praticamente, uma pré-produção para que ele pudesse fazer a reportagem quando chegasse ao país. Mas ele não a fez. Passou uma semana entre São Paulo e Rio de Janeiro e, para meu espanto, publicou em seu jornal uma reportagem sobre meninas leiloadas em jogos no centro-oeste do Brasil, onde jamais havia colocado os pés. Não precisei investigar. O próprio jornalista me contou que havia copiado um texto publicado anos antes em um jornal do interior daquela região como se fosse seu. Segundo ele, com a anuência do autor. Publicou como se fosse o retrato do momento e como se tivesse estado lá.
Eu sabia que coisas assim aconteciam mesmo na melhor – e às vezes entojada – imprensa europeia. Mas jamais testemunhara. Até então eu e o jornalista nunca tínhamos nos visto. Fiquei tão indignada que marquei um encontro para dizer o que pensava olhando na sua cara. Quando cheguei ao bar, ele já estava lá, no longo balcão. Tinha em torno de 50 anos, talvez menos, um físico de mercenário e os olhos mais azuis que eu já tinha visto. Pedi uma taça de vinho e fiz de imediato o que tinha ido fazer. Disse que gente como ele fazia mal não só ao jornalismo, mas ao mundo. E que conhecê-lo tinha sido um desprazer.
O jornalista me ouviu como se eu estivesse contando o enredo de uma comédia romântica. Me provocou, com um sorriso de Humphrey Bogart: “Então, você sempre faz o que é certo?”. Em seguida, me contou que na guerra do Golfo foi tirado do banho do hotel, em Paris, para dar um boletim ao vivo na rádio – e deu, descrevendo a violência que não transcorria diante dos seus olhos. Enquanto o vinho encolhia na garrafa, ele foi desfiando uma longa lista de pecados jornalísticos. Acho que no início queria apenas me chocar, por me considerar uma espécie de virgem da imprensa dos trópicos. Aos poucos, porém, foi trocando a ironia pela amargura. E começou a parecer um homem perigoso de outras maneiras.
Nesta altura, algum leitor pode estar se perguntando por que eu permaneci lá, sentada ao seu lado. É uma boa pergunta. Acho que fiquei porque aquele personagem me fascinava. Ele parecia saído da literatura – e era da vida. E manipulava a vida real que deveria contar. Em certo momento, voltei a habitar o meu corpo e disse que sentia um profundo desprezo por pessoas como ele e que o mundo seria melhor se ele mudasse de profissão. E que, sim, estava na hora de eu ir embora.
Ele então me olhou com aqueles olhos quase transparentes e disse:
- Vou te fazer uma proposta. Só por um dia, eu vou fazer o bem desde o momento em que acordar até a hora de dormir. Em troca, você vai fazer o mal em todas as oportunidades. Amanhã, um dia apenas, viveremos este pacto.
Disfarçando meu desconcerto, respondi que ele soava como um péssimo Mefistófeles e que seria um ator ainda pior do que era jornalista. Pagamos a conta, e o vi desaparecer na escuridão da rua. Naquele momento, ao vê-lo meio curvado e atormentado sobre o próprio corpo, ele parecia mais o Mister Hyde, de Stevenson, do que o personagem imortalizado por Goethe. Peguei um táxi e fui para casa. Naquela época eu morava sozinha e passei a noite de olhos estalados sobre a cama feita. Ele tinha me perturbado.(Pare de ler por um momento, agora, e pense por pelo menos um minuto nessa proposta, como se ela fosse feita a você. Pense com a mente aberta e com a honestidade que só temos com nós mesmos, na sala privada, trancada à chave, de nossas reflexões secretas.)
Enquanto atravessava a madrugada em uma espécie de transe, eu imaginava como seria levantar no dia seguinte e escolher fazer o mal. Nada muito complexo e com muitas nuances, apenas o mal mais trivial. O que talvez pudéssemos chamar de pequeno mal, amplamente praticado e pouco confessado. Chutar em vez de acariciar o gato, apontar o bigode que a colega de trabalho descoloria no esforço de que ninguém o descobrisse ou a calvície que um amigo se esforçava por disfarçar, humilhar os que estavam abaixo na hierarquia, disseminar comentários cruéis sempre que tivesse oportunidade. Por escolha.
Era como se embriagar de liberdade. É claro que, como todo mundo, eu já havia praticado pequenos atos de maldade. Mas raramente como opção consciente. Em geral meu histórico de maldades, maior na infância e na juventude, contém deslizes e omissões – seguidas por um sentimento de culpa que me impingia bolas de ferro no espírito ao perceber o que havia feito. Pensar que eu podia escolher fazer o mal era algo perturbadoramente sedutor.
No dia seguinte, entorpecida de sono, eu já sabia que seguiria tentando ser a melhor versão de mim mesma. Mas jamais me esqueci desta história – e da inquietação com que ela me assinalou. “Olhos Azuis” – é assim que eu chamo esse enigmático personagem que assaltou meu sossego numa noite da primavera de 2000 – me fez enxergar algo sobre mim. Não algo como tema de um debate filosófico, onde as palavras nem sempre se sujam com as tripas, mas algo como uma possibilidade encarnada na vida. Suas palavras deformadas me deram um vislumbre da liberdade. E eu corri dela o mais rápido que pude.
Eu soube ali que não poderia escolher praticar o mal. Eu só poderia escolher praticar o bem – o que implica descobrir a cada passo o que isso significa. Se eu não sou livre para escolher praticar o mal, então eu seria livre para escolher praticar o bem? Não. Ou há escolha – ou não há escolha. Não pode haver escolha só para um lado. Desde então, marco esta noite como aquela em que eu perdi a ilusão da liberdade graças a um dos piores jornalistas de todos os tempos.
Penso que nossa liberdade é limitada e que, como dizia Nietzsche, o livre arbítrio não existe. Explico, do meu jeito. Temos arbítrio, mas ele está longe de ser totalmente livre. Cada escolha nossa é não só baseada em prós e contras, mas também em influências externas e internas. No lado de fora, a cultura e os valores da época em quem vivemos, o meio onde nascemos e onde nos fizemos adultos, os desafios materiais que a sobrevivência nos impõe. No interior, nosso vasto inconsciente nebuloso, nossas pulsões, o dentro que está além do nosso controle.
 Nosso estar no mundo – e em nós mesmos – elimina a possibilidade do livre arbítrio. Mas a imperfeição desta liberdade não nos absolve do arbítrio. Se, ao contrário, caíssemos no outro extremo, o de que nossas escolhas são totalmente determinadas pela cultura ou pela genética ou pelas nossas necessidades de fins que permitem todos os meios, nos colocaríamos além de qualquer responsabilização. Seríamos como marionetes de uma guerra de desrazão por almas que não temos.
Como aquelas pessoas que bochecham a boca com o discurso da liberdade de prateleira e, sempre que possível, responsabilizam o chefe pelo mal que fazem, com a justificativa de que estão cumprindo ordens. Delegam a responsabilidade pelos seus atos, quando mesmo o mais cativo entre nós ainda tem uma estreita margem de escolha. Nossa vizinhança está cheia de gente como Adolf Eichmann, o oficial nazista responsável pela logística do extermínio dos judeus. Em seu julgamento, o nazista surpreendeu o mundo porque, em vez de um monstro sanguinário, se revelou um humano medíocre e mais semelhante do que diferente daqueles que o assistiam. O episódio foi analisado com brilhantismo por Hannah Arendt em “Eichmann em Jerusalém – um relato sobre a banalidade do mal” (Companhia das Letras).
Penso que a resposta não está nos extremos. Se a liberdade é tão fugidia que nos escapa a cada momento, maior deve ser a nossa ânsia de buscá-la. Desde que Olhos Azuis tentou me provar que eu tinha tão pouca escolha de fazer o bem quanto ele de praticar o mal, ainda que nossos imperativos fossem opostos, passei a perseguir com muito mais empenho um jeito de viver que tornasse minhas escolhas mais minhas, mesmo sabendo que jamais serão totalmente minhas.
Quando tratamos a liberdade como um bem adquirido ou um direito consolidado, penso que corremos o risco de perdê-la lá onde ela efetivamente está: nas bordas. Se a aceitamos como mercadoria – como uma velha calça azul e desbotada, ainda que novíssima, com rasgões de fábrica e com uma etiqueta que lhe multiplica o preço – nos perdemos dela porque deixamos de procurá-la. Quanto mais fácil e dada a liberdade está, mais nos afastamos dela.
A liberdade é uma coisa séria – e muito mais séria é porque jamais a teremos por completo. Ao contrário do que Olhos Azuis insinuou, a liberdade não se torna algo menor porque inalcançável – mas maior e mais vital porque nos escapa. A liberdade exige – e cobra – nossos melhores esforços.
Penso que a melhor forma de tornar nossas escolhas mais nossas é também a mais difícil: duvidar o tempo todo de nossas certezas. Duvidar de nossos porquês mais óbvios. De nossa rotina estabelecida, de nossos velhos hábitos, de afirmações como “eu sou assim” ou “fulano nunca vai mudar”. Duvidar de que a vida tenha de ser de uma determinada maneira ou de outra. Duvidar de nossas crenças mais profundas, duvidar de nossas necessidades de consumo. Duvidar de que não exista um outro jeito de viver nem um outro mundo melhor que este a ser construído. Duvidar de gente que diz que está fazendo algo para o nosso bem. E mais ainda se essas pessoas estão em lugar de poder. Duvidar quando a gente diz que está fazendo algo para o bem do outro. Assim como a liberdade, o bem não tem respostas óbvias.
Duvidar não é um exercício fácil. É um ato de resistência internamente tão exaustivo – e tão perigoso – quanto atravessar o Atlântico num barco a remo. Escolher duvidar como caminho para alargar nosso estreito espaço de liberdade é uma boa meta para 2012. Só os escravos de espírito têm certezas de concreto armado. Quem anseia pela liberdade, ainda que imperfeita, escolhe tornar-se um colecionador de dúvidas.
Com o passar dos anos, Olhos Azuis foi perdendo sua aura de personagem clássico da literatura em minha memória. Bem aos poucos, ele tornou-se uma figura triste, quase patética. Que, como muitas figuras tristes, quase patéticas, tinha um bom emprego e o pequeno poder de mentir em larga escala. Nunca mais ouvi falar no seu nome. Mas sou grata a ele por ter me arrancado algumas certezas. Ao escolher duvidar dele e de mim, simultaneamente, acessei uma experiência mais profunda. Escolher o que fazer com nossas lembranças é um flerte com a liberdade. É arbítrio, quase livre.
(Eliane Brum escreve às segundas-feiras.)
  

Artistas do Cirque du Soleil visitam a Cidade do Samba.. e se divertem.

"Um mundo extraordinário, onde tudo é possível. Esta é a misteriosa Varekai, floresta que dá nome ao espetáculo do Cirque du Soleil em cartaz até o próximo domingo no Rio de Janeiro. Na manhã desta terça-feira, os artistas da companhia circense mais famosa do mundo visitaram outro mundo fantástico: a Cidade do Samba, uma espécie de Varekai das escolas de samba cariocas.

"Em toda a minha vida, sonhei vir ao Brasil conhecer a tradição de vocês, o Carnaval. Acho que nós temos muito em comum com as escolas de samba. Temos que dar emoção ao público. E, aqui, nos deram emoção", contou o acrobata italiano Steve Bello, 34 anos
http://veja.abril.com.br/noticia/celebridades/artistas-do-cirque-du-soleil-visitam-a-cidade-do-samba

Durante duas horas, o elenco e equipe do Cirque du Soleil conheceram o barracão da São Clemente, que em 2012 traz o enredo Uma aventura musical na Sapucaí. Eles foram ao ateliê no qual são feitas aproximadamente 5.000 fantasias por ano, viram os carros alegóricos em construção e ainda tiveram uma aula de samba no pé.O carnavalesco da São Clemente, Fábio Ricardo, exibiu os croquis das fantasias de alas dedicadas aos musicais, como Cats, Os Miseráveis, Um violinista no telhado e também o brasileiro Orfeu da Conceição. A cada desenho revelado, os artistas reproduziam o coro que estão acostumados a ouvir do palco: "Ó...".......

"A mágica do Carnaval é chegar na noite do desfile sem ter ensaiado com as alegorias e as fantasias", explicou o carnavalesco Milton Cunha, para espanto dos convidados. "A linguagem do Carnaval é grande porque o público fica mais distante do que no teatro. Então, precisamos fazer tudo em proporções grandes", completou. 

O deslumbre repetiu-se diante das esculturas - ainda em fase de construção -, como uma versão carioca da Estátua da Liberdade, deitada de biquíni e chinelos, com direito a um sorvete na mão.

"Eu não sabia que servíamos de inspiração. É um orgulho. Eles também nos inspiram. É inacreditável o que eles fazem. Podemos apreender daqui o design, as cores e a beleza", afirma Marcel Bofill, figurinista do Cirque du Soleil.

Por impostos mais baratos empresa portuguesa desloca sua sede para a Holanda...


Ida da Jerónimo Martins para a Holanda abre polémica


A venda de 56% da Jerónimo Martins a uma subsidiária da Holanda está a provocar as mais variadas reações. A empresa diz que não vai ter implicações fiscais, os partidos políticos estão indignados e esperam uma reação do Governo.
O PS considerou hoje que a deslocação da sede social da empresa Jerónimo Martins para a Holanda configura um caso de "iniquidade fiscal" e exigiu ao Governo uma resposta imediata para evitar desigualdades no pagamento de IRC.
A Jerónimo Martins, dona dos supermercados Pingo Doce, anunciou ontem que a sociedade Francisco Manuel dos Santos vendeu a totalidade do capital que detinha no grupo à sua subsidiária na Holanda, mas mantém os direitos de voto. Em comunicado enviado à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários, o grupo informou que "no passado dia 30 de dezembro de 2011 a sociedade Francisco Manuel dos Santos SGPS vendeu à sociedade Francisco Manuel dos Santos B.V. (subsidiária), que comprou àquela, 353.260.814 ações da sociedade aberta Jerónimo Martins SGPS, representativas de 56,136 por cento do capital social e 56,213 por cento dos respetivos direitos de voto".
Uma decisão que para o vice-presidente do grupo parlamentar do PS, José Junqueiro, significa que "essa empresa vai pagar em IRC muitíssimo menos, quatro por cento segundo o conhecido, do que aquilo que deveria pagar em Portugal". "Perguntamos ao Governo o que tenciona fazer? O PS, no Orçamento do Estado para 2012, apresentou uma proposta que obrigava estas empresas a pagar em Portugal o diferencial até aos 25%, mas a maioria [PSD/CDS] chumbou essa proposta", apontou o dirigente da bancada socialista.
Segundo Junqueiro, está em causa "uma realidade muito concreta de iniquidade fiscal". "Exigimos do Governo uma resposta sobre esta matéria, Estando todas as empresas empenhadas na recuperação do país e na mesma circunstância de igualdade fiscal, não se percebe que uma outra empresa, de grande dimensão, desloca a sua sede social para o estrangeiro, pague menos do que as outras e o Governo fique calado sobre esta matéria", declarou o deputado do PS.
Francisco Louçã, por seu lado, considerou hoje "mesquinha" a decisão da Jerónimo Martins, afirmando que foram operações de grandes grupos económicos como esta que levaram Portugal "à situação em que está". O coordenador do Bloco de Esquerda assinalou ainda que este género de operação já foi feita por "19 das 20 empresas do PSI20".
http://www.dn.pt/inicio/economia/interior.aspx?content_id=2219042