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segunda-feira, 29 de junho de 2015

"O PT no volume morto da política" // Fernando Gabeira / O Globo

http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/opiniao-2/fernando-gabeira-reflexoes-sobre-o-volume-morto/#more-852221



29/06/2015
 às 15:51 \ Opinião

Fernando Gabeira: Reflexões sobre o volume morto

Publicado no Globo
FERNANDO GABEIRA
Lula teve alguns momentos de sinceridade na última semana. Disse que tanto ele como Dilma estavam no volume morto e que o PT só pensa em cargos. Ele se referiu ao volume morto num contexto de análise de pesquisas, que indicavam a rejeição ao governo e ao PT. Nesse sentido, volume morto significa estar na última reserva eleitoral. No entanto, o termo deve ser visto de forma mais ampla.
Estar por baixo nas pesquisas nem sempre significa um desastre. Em alguns momentos da História, o próprio PT, e disso me lembro bem, não alcançava 10% dos eleitores, mas tinha esperança, e os índices não abalavam sua autoestima. O volume morto em que se meteu agora é diferente. Ele indica escassez da água de beber e incapacidade energética, depois de 12 anos de governo. Foi um tempo em que, sob muitos aspectos, andamos para trás.
Há perdas na economia, na credibilidade do sistema político, todo um projeto fracassado acabou jogando o país também num volume morto. Há chuvas esparsas como a Operação Lava-Jato, mas elas caem muito longe dos reservatórios do PT. Tão longe que ajudam a ressecar ainda mais o terreno lodoso que ainda abastece as torneiras petistas.
Lula pode estar apenas querendo se distanciar de Dilma e do PT. Ele a inventou como estadista e agora bate em retirada. E quanto ao PT, quem vai rebater suas críticas e arriscar o emprego e a carreira? Pois é esse o combustível de seus quadros.
Há cerca de uma década escrevi um artigo intitulado “Flores para os mortos”, no qual afirmava que uma experiência com pretensão de marcar a História terminava, melancolicamente, numa delegacia de polícia. Foi muito divulgado, e na internet usaram até fundo musical para compartilhá-lo. O título é inspirado numa cena do filme de Luis Buñuel, a florista gritando na noite: “Flores, flores para os mortos”.
Devo ter recebido muitas críticas dos petistas. Passados dez anos e algumas portas de delegacia, hoje é o próprio líder que admite a incapacidade política de Dilma e a voracidade dos seus seguidores.
Olho para esse tempo com melancolia. Ao chegar ao Brasil, os tempos do exílio não pesavam tanto. O futuro era tão interessante, o processo de redemocratização tão promissor que compensavam o passado recente. Agora, não. O futuro é mais sombrio porque a tentativa de mudança foi uma fraude, a própria palavra mudança tornou-se suspeita: poucos creem que o sistema político possa realizar os anseios sociais.
Lula fala em esperança para sair do volume morto. Mas que esperança pode arrancá-los do volume morto quando o próprio líder, apesar de sua sinceridade ocasional, não consegue vislumbrar uma saída? Lula repete aquela frase atribuída ao técnico Yustrich: “Eu ganho, nós empatamos, vocês perdem”.
Lendo no avião uma entrevista do escritor argelino Kamel Daoud, muito criticado pelos muçulmanos mais radicais do seu país. O título da entrevista é: “Nem me exilar, nem me curvar”.
Uma de suas respostas me tocou fundo. O repórter perguntou: “Como você, depois de viver anos ligado aos Irmãos Muçulmanos, conseguiu escapar desse mundo?”. “Leitura, muita leitura”, respondeu Kamel Daoud.
O resto da viagem fiquei pensando como teria sido bom para a esquerda brasileira leitura, muita leitura, para poder escapar da sua própria miopia ideológica.
Na verdade, ela mastigou conceitos antigos, cultivou políticas retrógradas, como essa de apoiar o chavismo, e se perdeu nos escaninhos dos cargos e empregos. Ela me lembra os jovens do filme “O muro”. Um dos seus ídolos acaba como porteiro de hotel, e é melancólica a cena em que os admiradores o descobrem, paramentado, carregando malas.
Leitura, muita leitura, não importa em que plataforma, talvez impedisse a esquerda de ver seu predestinado líder proletário trabalhando como lobista de empreiteiras. Talvez nem se chamaria mais de esquerda.
Um dos mais ricos petistas critica os outros por só pensarem na matéria. A realidade surpreendeu todas as previsões da volta ao exílio, tornou-se uma espécie de pesadelo.
Tomara que chova nos reservatórios adequados e as forças que caíram no volume morto continuem por lá, fixadas na única esperança que lhes resta: sobreviver.
O país precisa sair do volume morto, reencontrar um nível de crescimento, credibilidade no seu sistema político. Hoje o país é governado por um fantasma de bicicleta e um partido de míseros oportunistas, segundo seu próprio líder, chamado de Brahma pelas empreiteiras.

Chineses lamentam o desaparecimento da Muralha da China .../ Sinosphere / NYTimes

http://sinosphere.blogs.nytimes.com/2015/06/29/disappearance-of-chinas-great-wall-prompts-concerns/?partner=socialflow&smid=tw-nytimes&_r=0

China Fears Loss of Great Wall, Brick by Brick





Scholars say the Great Wall of China is disappearing as a result of erosion, theft of bricks and damage from tourists scrambling over unrestored sections.CreditKevin Frayer/Getty Images
The Great Wall in northern China cannot be seen with the naked eye from high orbit above the Earth or from the moon, as some people believe. For centuries, those who have wanted to see the wall have had to make a trip to Asia to lay eyes on one of the greatest surviving artificial structures in the world.
These days, though, there is less of it to see, according to an article in The Beijing Times that cites local officials, statistics and a Great Wall scholar. The article, which appeared on Sunday, said that 22 percent of what was considered the Ming dynasty Great Wall had disappeared. And the total length of the parts of the wall that have vanished, 1,961 kilometers, or 1,219 miles, is equal to about 30 percent of the artificial part of the Great Wall. (More than 6,200 kilometers of the Ming-era wall’s 8,851.8 kilometers is artificial, and the rest consist of natural barriers, the article said.)
Those numbers were released in 2012 by the State Administration of Cultural Heritage, and no doubt more of the wall has disappeared since then.
The Beijing Times article caused a stir on social media on Monday. People’s Daily, the Communist Party’s flagship newspaper, wrote in English on Twitter: “Report on vanishing Great Wall shocks the country.” Global Times, a newspaper overseen by People’s Daily, expressed anxiety in a Twitter post: “Nearly 30 percent of Great Wall disappears. Fancy a trip before it’s all gone?” People’s Daily Online and Global Times both ran stories on Monday that repeated the findings of The Beijing Times.
The Great Wall is not actually a single wall, of course. Beginning with the Qin dynasty, successive empires built different series of walled fortifications in the area now known as northern China. For example, the Han dynasty, which ruled China from 206 B.C. to 220 A.D., built walls and watchtowers along the Hexi Corridor, a passage between mountains and high plateaus leading through the Gobi Desert in western China. Remnants of the Han-era Great Wall can be found west of the former oasis town of Dunhuang and were explored in the early 20th century by Sir Aurel Stein, the British archaeologist.
The Ming dynasty Great Wall also stretched into Gansu and ended at a desert site called Jiayuguan, east of the surviving Han sections.
It is the parts of the wall built during the Ming, which ruled China from 1368 to 1644, that are the best preserved. In Beijing, most tourists go to see the Ming wall at the renovated sections at Badaling or Mutianyu. In November 2009, President Obamawalked along a temporarily closed-off section of Badaling, which is usually mobbed with tourists. In March of last year, his wife, Michelle Obama, went to Mutianyu with their two daughters and, to descend, took a ride in a plastic sled down a popular tourist slide.
Outside Badaling, Mutianyu and a handful of other heavily visited sections, there is the “wild wall,” and it is in these areas — the vast majority of the Ming-era wall — that the structure is vanishing.
The Beijing Times reported that the main causes were erosion from wind and rain, the plundering of bricks by nearby villagers to use in construction and the scrambling over parts of the wild wall by more adventurous tourists.
Some of the bricks taken by villagers have Chinese words carved into them. Scholars judge those bricks to be invaluable historical relics, yet the same bricks can be found sold in village markets near the Great Wall for about 40 to 50 renminbi, or about $7 to $8 — and that can be bargained down to 30 renminbi, according to The Beijing Times.
In 2006, China established regulations for the protection of the Great Wall. But The Beijing Times said that with little in the way of resources devoted to preservation, and given the fact that the Ming-era wall runs through some impoverished counties, the regulations amount to “a mere scrap of paper.”
Some Chinese citizens expressed concern online after seeing the Beijing Times report. “The modern Chinese have done what people for centuries were embarrassed to do and what the invaders could not do,” one person wrote on a Sina Weibo microblog. “The wall is being destroyed by the hands of the descendants.”
Yifu Dong contributed research from Beijing, and Crystal Tse from Hong Kong.


domingo, 28 de junho de 2015

Socorro para as Santas Casas e Hospitais Filantrópicos que atendem pelo SUS...

 http://wp.clicrbs.com.br/visor/2015/06/28/confederacao-das-santas-casas-e-hospitais-filantropicos-lanca-campanha-acesso-a-saude/?topo=67,2,18,,,77


Confederação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos lança campanha Acesso à Saúde

28 de junho de 20150
Confederação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos (CMB) lança nesta segunda-feira a campanha Acesso à Saúde – Meu Direito é um Dever do Governo. O manifesto é um pedido de socorro dos hospitais privados e filantrópicos que atendem pelo SUS. Em Santa Catarina, por exemplo, eles representam 70% das consultas. Por conta da defasagem da tabela do SUS, além dos atrasos dos repasses de recursos por parte dos governos, as dívidas dos hospitais em Santa Catarina já ultrapassam os R$ 200 milhões.

Um ensaio sobre direitos, maturidade, amor e assuntos correlatos / Olavo de Carvalho / Mídia sem Máscara

http://www.midiasemmascara.org/artigos/cultura/15920-2015-06-28-06-17-07.html


A essência da ideologia gayzista consiste precisamente em colocar o desejo homoerótico acima de todos os valores reais, possíveis e imagináveis.
A principal característica de uma sociedade doente é a ascensão de almas imaturas e atrofiadas aos postos mais altos, de onde podem impor o seu subdesenvolvimento moral e emocional como padrão normativo para uma sociedade inteira.

Todo animal cresce e se desenvolve no sentido de alcançar a realização das potencialidades máximas da sua espécie, não de qualquer outra. Esse auge é o que se chama "maturidade". Uma vaca leiteira alcança a maturidade quando se torna capaz de produzir quarenta litros de leite por dia. Um urso, quando se torna grande, pesado, forte e feroz o bastante para matar outros ursos -- fêmeas e filhotes inclusive. Umbloodhound, quando se torna capaz de seguir uma pista por cem quilômetros. A escala do desenvolvimento sexual que expus na primeira parte deste artigo (http://www.midiasemmascara.org/artigos/cultura/15912-2015-06-23-22-29-17.html) é própria e exclusiva do ser humano. Ela é a medida de aferição da maturidade humana. Quem não chegou à última etapa está abaixo da medida humana. Pode estar evoluindo para alcançá-la ou pode estar fazendo o possível para estacionar nas primeiras etapas, tomadas fetichisticamente como se fossem a essência última do fenômeno sexual. Pode estar até se esforçando para que outros também estacionem. A característica fundamental do sociólogo mirim é o ódio à maturidade.
O que há de mais belo, nobre e elevado no ser humano é justamente o processo no qual, por transmutações sucessivas, o mais egoísta dos instintos se transfigura em bondade, generosidade, perdão e auto-sacrifício. Abdicar disso é renunciar à vocação humana e tentar competir com outras espécies animais naquilo que lhes é próprio.
Esse processo não deve ser confundido com algum pretenso “conflito entre matéria e espírito” – um chavão gnóstico que, nesta época de confusão mental estupenda, muitos tomam como cristão. O impulso evolutivo está dentro do próprio instinto sexual, que se compõe ao mesmo tempo de uma ânsia de auto-satisfação e de uma tendência incoercível à busca de um objeto. O conflito permanente entre o centrípeto e o centrífugo, entre imanência e autotranscendência é inerente à própria força sexual, e é isso que faz dela, de maneira inteiramente natural, o motor do processo evolutivo que descrevi. É patente que os sociólogos mirins não observaram suficientemente o fenômeno sobre o qual pontificam, já que nem mesmo chegam a notar a sua natureza contraditória e dialética, mas o tomam simploriamente como uma força unívoca voltada à busca de uma generalidade chamada “prazer”.
O Brasil não será um país adulto enquanto os sexólogos mirins não forem expulsos da vida pública.
O impulso sexual primário é uma pura agitação interna do organismo, uma mera urgência fisiológica que aparece sem a necessidade de nenhum excitante externo e pode ser satisfeita por mera fricção mecânica da genitália – masculina ou feminina.
Esse impulso – a libido -- é uma energia sem alvo: não vem com nenhum objeto definido, mas tem de encontrá-lo e fixar-se nele com a ajuda da emoção imaginativa, seja estética (níveis III e IV), seja moral (níveis V e VI).
O impulso sexual permanece mais ou menos o mesmo ao longo de toda a vida de um indivíduo. É como um motor que, por si, não determina o rumo do veículo, mas depende, para isso, de um piloto capaz de enxergar o terreno e escolher os trajetos. A progressiva fixação do impulso nos sucessivos objetos não o modifica em nada, apenas o integra em funções diferentes conforme o objeto que a emoção imaginativa lhe oferece vai se tornando mais sutil, mais rico e mais complexo.
A escalada de seis níveis está, em princípio, ao alcance de todos os seres humanos, mas qualquer um está sujeito a voltar a uma fase anterior, sobretudo se não logra encontrar ou possuir o novo objeto que o atrai para um “salto evolutivo” da consciência e para um novo e mais elevado patamar da experiência erótica.
É evidente que só quem percorreu o trajeto inteiro está habilitado a formar uma visão abrangente e objetiva da experiência sexual, que os outros só enxergam de maneira parcial e subjetivista – não raro solipsista – determinada pela sua fixação numa etapa que se recusa a passar.
Infelizmente, este último é o caso da maioria dos “formadores de opinião”, universitários ou midiáticos, que se oferecem gentilmente para modelar a vida sexual alheia segundo a medida do seu próprio subdesenvolvimento existencial.
***
Um exemplo característico é a tendência ou vício de denominar “amor”, indiscriminadamente, toda e qualquer expressão do desejo sexual.
Nessa perspectiva, é fácil condenar qualquer restrição às práticas sexuais mais grosseiras como um atentado contra o “amor”.
Mas é evidente que o termo “amor” só é cabível quando se fala do terceiro nível para cima. No primeiro estamos no reino da pura fisiologia, no segundo tudo não passa de reflexo condicionado. Num deles o objeto está ausente; no outro, é apenas o gatilho ocasional que dispara uma reação do organismo. Amor sem objeto é contradição de termos.
A característica mais fundamental do desejo sexual é a tensão permanente entre o impulso interno de auto-satisfação orgânica e a busca do objeto externo, o foco que o limita e ao mesmo tempo o intensifica.
No primeiro nível, a safisfação deve ser obtida da maneira mais rápida, material e direta possível. Mas o sexo é um impulso imanente que busca transcender-se. Do segundo nível em diante, a satisfação é adiada cada vez mais, em vista de um acréscimo de qualidade.
Nos dois primeiros níveis, é tudo fisiologia, nada mais. Nos niveis III e IV, o objeto é definido pela imaginação estética. Nos níveis V e VI o estético é transcendido pelo impulso moral: generosidade, proteção, compreensão, amparo, carinho etc.

Essa diferenciação de níveis é característica do ser humano, estando ausente em todas as demais espécies animais. Ela é a sexualidade propriamente humana. Nesse sentido, a escalada que vai desde a necessidade orgânica até as expressões mais elevadas do amor altruísta é a via normal e portanto normativa da vida sexual humana. Mesmo aqueles que não são capazes de diferenciar claramente os seis níveis têm uma vaga antevisão disso, como o prova o fato de que condenam as condutas sexuais egoístas – ao mesmo tempo que, paradoxalmente, chamam tudo de “amor”.

Um exemplo especialmente deprimente de sexologia infantilizada nos é fornecido pelos “formadores de opinião” que definem a pedofilia como “uma forma de amor”. Um professor de filosofia que diz que a pedofilia é "amor", como fazem os srs. Clovis de Barros e Paulo Ghiraldelli, está obviamente desqualificado para o exercício de tão séria atividade intelectual. Não por ter dito uma imoralidade. Há imoralidades que são filosoficamente valiosas (as obras de Nietzsche estão repletas delas). Nem por ter feito apologia do crime. Ele pode ter dito o que disse com puro intuito teorizante, em tese, sem desejo de incentivar. Está desqualificado por manifesta incapacidade de fazer uma distinção fenomenológica elementar. A pedofilia, pela sua estrutura mesma, nunca pode ser amor a uma pessoa, porque é fixação simbólica na sua imaturidade, isto é, numa situação cronológica passageira. As crianças crescem, tornam-se adultas e perdem interesse para o pedófilo, que tem de buscar novos objetos de prazer na mesma faixa etária dos anteriores. Por definição, a fixação erótica numa circunstância externa não é amor a uma pessoa. Na nossa escala, a pedofilia, como o fetichismo ou o sadomasoquismo, está no nível II e não tem absolutamente nada a ver com o amor – embora a convivência entre o pedófilo e sua vítima possa despertar secundariamente algum tipo de emoção amorosa, pelo menos unilaterial, como o ativista homossexual Rudi van Dantzig documentou muito claramente no seu pungente  depoimento For a Lost Soldier (The Gay Men's Press, 1996). Qualquer primeiranista de filosofia, ou melhor, qualquer cidadão inteligente sem treino filosófico, tem de ser capaz de fazer essa distinção quase instintivamente.

Outro exemplo de puerilismo é o clamor gayzista pela legalização do “casamento gay” sob a alegação de “igualdade de direitos”.

As leis do matrimônio civil ou religioso não foram feitas para proteger, exaltar e fomentar o sexo heterossexual, mas, bem ao contrário, para moderar e controlar a sua prática, às vezes drasticamente. A proposta do “casamento gay”, ao contrário, visa a legitimar, a tornar respeitável e inatacável a homossexualidade em todas as suas formas e versões, inclusive grupais, obscenas, ofensivas e públicas como aquelas da Parada Gay. O casamento tal como a sociedade o conhece há milênios é uma autolimitação voluntária do impulso heterossexual, em vista de valores mais altos. O casamento gay, ao contrário, é um salvo conduto para que uma classe de pessoas tenha um direito ilimitado aos prazeres sexuais que bem deseje, da maneira e no local que bem entenda, livre das limitações legais e morais que pesam sobre o restante da espécie humana.

(Não deixa de ser deprimentemente irônico que, numa época em que tanto se discute “maioridade penal”, esta mesma noção tenha se reduzido a uma formalidade cronológica totalmente esvaziada de qualquer referência aos traços substantivos que constituem a maioridade psicológica e moral, sem os quais ela não faz o menor sentido.)
Se existe algo como a noção de “maioridade legal”, é porque obviamente o exercício de determinadas funções na sociedade – a começar pela mais geral e disseminada, a “cidadania” -- requer a maioridade substantiva, a maturidade da alma e do espírito, da qual a maioridade legal não é senão um sinal convencional de reconhecimento.
Não obstante, desaparecida do cenário mental a noção da maioridade substantiva, o exercício de altas funções sociais se tornou compatível com a mais rasteira imaturidade psicológica. Pessoas como os srs. Clovis de Barros, Paulo Ghiraldelli, Jean Willys, Gregório Duvivier  e similares são aqueles que denomino “sexólogos mirins”: crianças crescidas que dão lições de moral aos adultos.
Um critério elementar e patente de maturidade é a atitude do cidadão para com seus próprios impulsos sexuais.
Um ser humano maduro, equilibrado e saudável não hesitará em pensar, falar e agir contra os seus mais óbvios interesses sexuais, em nome de valores que lhe pareçam mais altos. Um homossexual pode fazer isso? Pode. Karol Eller e meu aluno Alexandre Seltz, homossexuais assumidos, deram exemplo disso, ao posicionar-se contra os excessos blasfematórios do movimento gayzista. Mas a essência da ideologia gayzista consiste precisamente em colocar o desejo homoerótico acima de todos os valores reais, possíveis e imagináveis. Por isso é que digo: um homossexual pode ser uma pessoa madura, equilibrada e saudável. Um gayzista, nunca. E é por isso que os gayzistas não respeitam nada nem ninguém. Eles simplesmente não podem fazê-lo sem ter de abdicar do princípio mais básico da sua ideologia.
É quase impossível um gayzista entender isso, pois para tanto precisaria reconhecer que sua pretensão de mando é incomparavelmente maior que a dos mais empedernidos machistas conservadores e que o que ele deseja não é a “igualdade de direitos” e sim a mais cínica e prepotente desigualdade, que um adulto normalmente desenvolvido jamais exigiria.
Numa sociedade saudável, os adultos mal desenvolvidos e imaturos permanecem nas camadas mais baixas da hierarquia social, onde podem fazer relativamente pouco dano às demais pessoas. A principal característica de uma sociedade doente é a ascensão de almas imaturas e atrofiadas aos postos mais altos, de onde podem impor o seu subdesenvolvimento moral e emocional como padrão normativo para uma sociedade inteira.
Não é possível corrigir os males sociais mais graves sem devolver essas pessoas ao anonimato do qual jamais deveriam ter saído.

Publicado no Diário do Comércio.
http://olavodecarvalho.org

Muita calma nessa hora... E a família vai aceitar a intromissão do Governo que tem poucos exemplos de cidadania.?

http://www.midiasemmascara.org/artigos/governo-do-pt/15921-2015-06-28-06-28-42.html


criancas-bricando-mundo
www.tudointeressantea.com.br

Incutir tal disparate na cabeça das crianças da mais tenra idade, mediante imposição legislativa, usando a sala de aula e a autoridade do professor, é uma fraude à biologia e à experiência humana.

Nota oficial do Conselho Regional de Psicologia do Rio Grande do Sul, braço freudiano do PT, informa que se a ideologia de gênero não for incluída nos planos decenais de educação, Joãozinho e Maria estarão sob forte possibilidade de se tornarem agentes ou vítimas de "discriminações, exclusões e iniquidades decorrentes das relações de gênero e sexualidade". Leia a íntegra aqui: www.crprs.org.br/noticias_internas.php?idNoticia=2971.

Estou à espera de que alguém me indique o motivo pelo qual, numa sala de aula onde o bullying faz sofrer o aluno mais gordo, o mais baixo, o gago, o de óculos, o que tem maiores dificuldades de aprendizagem, a única forma de discriminação que causa rebuliço nos legislativos e suas galerias é a discriminação por motivo de conduta sexual. Pergunto: o respeito não é devido a todos, sempre? Por que eleger o sexo como essência do convívio respeitoso, num espaço onde há tanto desrespeito, inclusive ao professor? E note-se: o preconceito e muitos outros males se instalaram nas escolas precisamente quando elas se assumiram como lugares de "construção da cidadania" ou de revolução social.

A partir do momento em que o Congresso Nacional suprimiu do Plano Nacional de Educação as referências a gênero, adotando preceito corretíssimo "(...) erradicação de toda forma de discriminação", certas organizações foram à loucura. Através do Ministério de Educação, manietaram a lei e criaram um hospício legislativo, obrigando estados e municípios a deliberar novamente sobre o assunto.

O que não dizem, e só é conhecido por quem acompanha os debates nacionais e internacionais sobre as ditas questões de gênero, é que essa ideologia pretende ensinar crianças e adolescentes que não existe aquilo que existe - a homossexualidade masculina e feminina, e o sexo com o qual se nasce. Não satisfeitos, afirmam, lisamente, que o gênero é uma construção e que convencer as crianças disso faz parte indispensável da "desnaturalização dos papeis de gênero e sexualidade" (leia a nota, está tudo lá).

Ora, incutir tal disparate na cabeça das crianças da mais tenra idade, mediante imposição legislativa, usando a sala de aula e a autoridade do professor, é uma fraude à biologia e à experiência humana. Introduzir esse conteúdo em cartilhas e figurinhas com o intuito de formatar mentes infantis, afronta sua inocência e invade os direitos educativos dos pais. É perversa manipulação e agressão ao ECA. Combata-se o bullying, ensine-se a igual dignidade de todas as pessoas independentemente de suas diferenças naturais, mas não se obrigue crianças e adolescentes, como parte da atividade escolar, a aprender errado sobre sua própria natureza. 
         
Diferentemente do que pretende o Conselho Regional de Psicologia do Rio Grande do Sul, retirar esses conteúdos dos planos estaduais e municipais de Educação não é "excluir o respeito à diversidade sexual". Ao contrário, colocar foco exclusivamente nessa pauta é discriminar o universo dos desrespeitados. Quem merece respeito é a pessoa humana, sempre. A escola deve ensinar a não discriminação em quaisquer circunstâncias. E ponto. O resto é, deliberadamente, criar grave desorientação e ensinar errado, por ideologia ou perversa intenção.


"Não chegamos ainda nem perto do fundo do poço "... / Armínio Fraga em entrevista à Folha de SP/ Prosa e Política

http://prosaepolitica.com.br/2015/06/28/entrevista-arminio-fraga-temos-hoje-um-pais-que-esta-morrendo-de-medo-folha-de-s-paulo/#.VZBkpxtViko

Entrevista Armínio Fraga: Temos hoje um país que está morrendo de medo – Folha de S.Paulo

Arminio-FragaNão chegamos ainda nem perto do fundo do poço, diz Armínio Fraga – Folha de S.Paulo
Raquel Landim
Principal assessor econômico do candidato derrotado à Presidência Aécio Neves (PSDB), o economista Armínio Fraga diz que hoje o Brasil está morrendo de medo
de tudo: recessão, inflação, desemprego.
“A campanha foi um show de mentiras. Agora o custo é este: um país morrendo de medo”, disse à Folha.
Na época, a presidente Dilma foi acusada de disseminar entre a população o medo de crise e arrocho se houvesse vitória da oposição.
Ele afirma que Dilma expõe o ministro Joaquim Levy (Fazenda) ao escalá-lo para discutir o ajuste fiscal com o Congresso.
“Mandaram o general para a linha de frente com uma espada na mão”, comparou.
Para o economista, que presidiu o Banco Central no governo FHC e hoje é sócio da Gávea Investimentos, o governo deveria ter optado por uma meta de superavit primário (receitas menos despesas) menor neste ano. A seguir, trechos da entrevista.
*
Folha – A economia brasileira amargará 1,5% de recessão neste ano. O que está ocorrendo?
Armínio Fraga
 –
O governo chutou o pau da barraca [do gasto público] nas eleições e agora paga a conta. Isso já tinha acontecido no início do primeiro mandato da presidente Dilma. A situação hoje é pior porque o país entrou muito torto na história. A evolução da dívida é assustadora, e a recessão morde firme. É possível ver isso na indústria, no setor imobiliário.
Hoje o quadro está sendo tratado de maneira mais razoável, mas ainda insuficiente. O ajuste fiscal não vai resolver tudo. É preciso cortar mais o gasto, que é rígido.
Os empresários reclamam que o governo cortou investimentos, mas não reduziu gastos. Qual é a sua opinião?
O ajuste fiscal requer um debate profundo sobre o tamanho do Estado. Não vou nem discutir qual é o tamanho do Estado ideal.
Alguns países deram certo com um Estado grande, como os escandinavos. Outros funcionam com um Estado menor, como os EUA. Só que o Estado precisa ser funcional e hoje temos um Estado meio capturado.
Sem essa discussão, o ajuste está sendo feito do jeito que dá. Algumas medidas são boas, mas há problemas. Surgiu essa história de acabar com o fator previdenciário [que desestimula a aposentadoria precoce], que considero uma loucura.
O PSDB votou contra o fator previdenciário. O que você acha da posição do partido?
Não falo pelo PSDB. Tenho simpatia pelo partido e gosto de trabalhar com o ex-presidente Fernando Henrique e com o Aécio.
O partido foi infeliz no tema do fator previdenciário, mas tem agido bem. O PSDB tem que ser o bastião de grandes ideias e princípios. Nessa confusão toda, não é fácil.
Qual é o efeito da crise política na economia?
A situação política é caótica. O país tem 32 partidos, 29 representados no Congresso e quase não existe discussão de programa de governo.
Há essa percepção de que a política está terceirizada para o PMDB, mas claramente o PT não está satisfeito. A oposição tenta se posicionar, mas ainda não engrenou o ritmo.
Por que o governo não faz reformas estruturais?
O Levy lida com muitas restrições, inclusive da chefe dele, que é responsável por tudo isso que está aí. É uma situação muito constrangedora.
Ele está muito exposto [negociando com o Congresso]. Mandaram o general para a linha de frente com uma espada na mão, algo que não se via há 500 anos. É da época de Alexandre, o Grande.
Na sua opinião, o governo deveria reduzir a meta de superavit primário?
O superavit de 1,2% do PIB foi planejado com estimativas muito otimistas para a economia. Desde o início, o governo deveria ter optado por uma meta menor no primeiro ano e mais ambiciosa nos dois anos seguintes. Agora, mexer na meta não é fácil.
Mas a arrecadação não está correspondendo às expectativas. Não é melhor assumir que não dá para cumprir a meta?
Não sei o que eles vão fazer. A minha opinião é que deveriam ter colocado uma meta menor neste ano e deixado claro qual é o pagamento das “pedaladas” passadas. Classificar direito o que é uma conta do passado e o que é um ajuste permanente.
O governo tem armas para combater a recessão?
A capacidade de reação do governo está prejudicada pela inflação alta e por um Orçamento muito precário.
Portanto, as ferramentas anticíclicas tradicionais não estão disponíveis em razão de uma herança que Dilma deixou para ela mesma.
É uma situação muito difícil, e quem vai pagar o pato, como sempre, é a população.
Até quando vai a recessão?
É preciso não confundir. Vivemos um ciclo de curto prazo provocado pelo aquecimento da economia antes das eleições e temos um problema de médio prazo.
Daqui a um ano ou um ano e meio, podemos até sair do ciclo de curto prazo, mas teremos questões estruturais.
Agora, se ficar claro que existem respostas para as questões estruturais, ajuda a quebrar o ciclo porque as empresas se animam a investir.
O governo está tentando estimular investimentos com o programa de concessões de infraestrutura.
Sim. Mas tem tido uma imensa dificuldade de executar os projetos. E vão utilizar esse dinheiro para vencer as contas do ano, enquanto deveriam abater dívidas.
Na campanha eleitoral, você foi criticado por dizer que o país entraria em recessão, e hoje isso se concretizou. Como você se sente?
Aquilo foi um grande teatro, um show de mentiras. O Aécio e o Fernando Henrique falaram isso o tempo todo. O custo é este: temos um país morrendo de medo.
Com medo de quê?
De tudo: recessão, desemprego, inflação. Não sou político, vivo de administrar o dinheiro dos meus clientes. Se for pessimista, estou acabado, mas tenho que ser realista. A situação não está boa.
As empresas estão demitindo. A situação vai piorar?
Infelizmente, acredito que não chegamos ao fundo do poço. Espero estar errado, mas analiticamente não estamos nem perto disso.Havia um represamento de demissões em razão das incertezas que as eleições geram. Agora a situação ficou clara e as empresas demitem.Esse ciclo, no entanto, ainda mal começou.

Qual é o impacto do aumento do desemprego?
As centrais sindicais, que sempre foram a base do PT, já estão reclamando. Existe uma briga no próprio governo. Pode gerar mais manifestações de ruas e mais dificuldades para aprovar o ajuste fiscal. Governar nesse contexto não é fácil.
O BC exagerou na alta de juros para atingir a meta de inflação de 4,5% no fim de 2016?
É uma meta muito ambiciosa. Dá para chegar a esse resultado em dois anos, mas vai exigir disciplina e um pouco de sorte. Talvez fosse mais fácil deixar para 2017.
O problema é que a inflação está acima da meta há bastante tempo, as contas públicas se deterioraram e o país ameaça perder a classificação de risco. Se o governo tivesse mais credibilidade, poderia ser mais gradual.