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segunda-feira, 27 de julho de 2015

A vida política dá cambalhotas... / Eliane Cantanhêde no Estadão / Prosa e política



Eliane Cantanhêde também comenta o pedido de ajuda do PT ao PSDB


Cambalhotas – Estadão
Eliane CantanhedeEliane Cantanhêde
Governo é governo, oposição é oposição. Até por isso, mas não apenas por isso, é questionável o ex-presidente Lula pedir ajuda ao antecessor Fernando Henrique para buscar saídas para a imensa crise em que Dilma, o PT e o próprio Lula afundaram o País e se afundaram. Lula e o PT foram implacáveis e duríssimos contra tudo e contra todos, como esperam que tudo e todos sejam condescendentes com eles agora?
Quando ficou evidente que a emenda Dante de Oliveira não passaria no Congresso e as “Diretas Já” teriam de esperar mais um pouco, todas as forças políticas responsáveis se uniram em torno da transição com Tancredo Neves. O PT ficou de fora para privilegiar seu próprio projeto de poder. Quem se opôs às diretrizes de cúpula caiu em desgraça e enterrou precocemente promissoras carreiras políticas.
Quando veio a Constituinte de 1988, todos os setores da sociedade empenharam-se de corpo e alma por suas ideologias, seus interesses e, muitos, por um País melhor. Todos os partidos, após perderem umas, ganharem outras, endossaram o que o grande Ulysses Guimarães carimbou como “Constituição cidadã”. O PT ficou de fora, mais uma vez, para privilegiar seu próprio projeto de poder.
Quando o governo Collor fez água, todas as forças políticas, empresariais, sindicais, estudantis, militares e eclesiásticas aderiram a um pacto de governabilidade em torno do vice Itamar Franco. O PT, tão ativo para derrubar Collor, ficou de fora para privilegiar seu próprio projeto de poder. Luiza Erundina insubordinou-se e nunca mais teve vez no partido.
Quando o ministro Fernando Henrique liderou os mais geniais economistas no combate à inflação e Itamar avalizou o Plano Real, as forças públicas e privadas deram suporte à investida que mudou os horizontes do País. O PT, que entrou na Justiça contra o plano, ficou de fora para privilegiar seu próprio projeto de poder. Quando se discutiu uma aliança entre PSDB e PT para governar o País com as melhores, mais bem intencionadas e capacitadas forças políticas e técnicas, prevendo a alternância entre os dois na cabeça de chapa, o PT, sabendo que o PSDB abriria a temporada, ficou de fora para privilegiar seu próprio projeto de poder. O Brasil paga um altíssimo preço por esse erro de petistas e tucanos.
Quando o governo FHC começou a tropeçar em dificuldades políticas e econômicas, a popularidade do presidente desabou, mas sua sustentação política e partidária foi suficiente para que concluísse o mandato dignamente, com saldo positivo. O PT, de onde gritavam “Fora FHC”, ficou de fora para privilegiar seu próprio projeto de poder.
Quando veio a sucessão de 2002, FHC foi decente na campanha e há até quem jure que ele trabalhou mais pelo adversário Lula do que pelo aliado e amigo José Serra. Na transição, escancarou o governo ao sucessor e à nova equipe. Pois a primeira providência de Lula ao assumir foi fazer picadinho do legado de FHC, cunhado como “herança maldita”.
O projeto de poder do PT acabou dando certo e ele já está no quarto mandato, mas o custo é alto. A vida dá voltas, a política dá cambalhotas e eis que Lula vê sua popularidade e seu mundo esfarelando, com Dilma isolada, ainda teimosa e apegada à irrealidade dos palácios. Acossado pela Lava Jato, exposto por ligações perigosas com empreiteiras e mortificado pela escolha lamentável de Dilma para ser a líder política e a gestora econômica do Brasil, Lula agora quer a ajuda de Fernando Henrique.
Que interesse FHC pode ter nisso? Não é legítimo PSDB devolver na mesma moeda e privilegiar seu projeto de volta ao poder? E como explicar uma aproximação para os 62% da pesquisa CNT-MDA que são pró-impeachment? É o caso de os tucanos darem a mão para o PT, para Dilma e para Lula e voltarem às costas para a maioria da população? Um grão tucano lembra que até o PMDB está desembarcando e resume tudo de forma cruel. “Fernando Henrique só poderia encontrar Lula com uma única intenção: sugerir a renúncia de Dilma.”

"A arte de dizer merda" / Observatório da Imprensa


REDES SOCIAIS > DESINFORMAÇÃO 


A arte de dizer besteiras 

Por Flávio Damiani em 18/07/2015 na edição 859
O filósofo americano Harry Frankfurt, ao escrever o livro Sobre falar merda, não poderia ser mais realista, analisando o comportamento daqui e de fora. Manda um recado direto aos que passam o tempo falando bobagens nas redes sociais, embora o objetivo dele seja o de desvendar a essência do discurso político. O livro, um mini-book com pouco mais de 60 páginas que podem ser devoradas durante uma ida ao banheiro, faz parte do currículo do curso de Pedagogia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, na cadeira de Filosofia, do professor Luiz Carlos Bombassaro.
Frankfurt estabelece uma diferença básica entre a mentira e o falar merda. Diz que o mentiroso esconde os fatos e inventa deliberadamente suas histórias; respeita a verdade, mesmo que fuja dela. Já o outro não tem o mínimo de classe, consideração ou respeito e tenta induzir quem quer que seja a aceitar sua versão como verdadeira, procurando sempre chamar a atenção, construindo uma impressão sobre si mesmo. Um perigo porque o mentiroso, embora reconheça o blefe, respeita regras e limites; já o “evacuador” revela o seu cardápio por meio de suas ideias ou palavras – ele é mais perigoso do que aquele que mente.
O orador, no entanto, não está mentindo, afirma o filósofo, porque não tem intenção de impor à plateia crenças que considera falsas. Um político, quando sobe à tribuna para falar em público, só está interessado na opinião dos outros sobre ele. “Ele quer ser considerado um patriota, alguém que aprecia a importância da religião, que é sensível à grandeza de nossa história, cujo orgulho combina com a humildade perante Deus”, destaca Frankfurt. Mais adiante, ele se debruça a analisar as áreas da propaganda e das relações públicas, “exemplos tão consumados de falar merda que podem servir como os paradigmas mais inquestionáveis e clássicos do conceito”.
Travestidos de pastores do bem
A obra encaixa como uma luva neste momento de turbilhão político em que velhas raposas da política, envolvidas até o pescoço com operações criminosas, duvidosas, escandalosas, mentem descaradamente para provar inocência quando suas vidas já foram vistas e revistas e suas falcatruas se tornaram públicas. Do outro lado, um exército de abnegados cidadãos sem a mínima consciência, levados no bico e totalmente desinformados, tenta defender as trincheiras da corrupção, entra no jogo político de quem não quer mudanças, quando a mudança é a única saída. A corrupção tem dois lados e contaminou os coxinhas que chamam a esquerda de petralhas e petralhas que chamam os da direita de coxinhas.
Na verdade, os mentirosos, travestidos de pastores do bem, com seus sermões e mazelas buscam controlar a ira do seu rebanho e os adeptos por sua vez só falam merda. Claro que ainda sobram os corruptores. Bom, estes estão por toda parte, na mídia em especial.
***
Flávio Damiani é jornalista

domingo, 26 de julho de 2015

Brasil lidera ranking de consumo de álcool...

Brasileiros consomem menos álcool, mas seguem entre os que mais bebem na AL http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2015/07/150723_alcool_americalatina_saude_pai.shtml

Quadro de medalhas do Pan de Toronto

Faltam poucos desafios esportivos para dar fim ao Jogos Pan-americanos de Toronto e o quadro terá poucas alterações de posições dos países na classificação

Quadro de Medalhas

PAÍSTOTAL
Estados Unidos1028181264
Canadá786870216
Brasil413960140
Cuba36273497
Colômbia27143172
México22294394
Argentina14293174
Venezuela8222050
Equador791632
10°
Guatemala61310
11°
Chile561829
12°
Peru44614
13°
República Dominicana3111024
14°
Jamaica3429
15°
Trinidad e Tobago3328
16°
Bahamas2226
17°
Porto Rico111315
18°
Santa Lúcia1001
19°
Uruguai0134
20°
Barbados0123