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sábado, 30 de julho de 2016

"As enfermidade mentais se desenvolvem na adolescência" / Kirstie Whitaker

BBC
30/07/2016 06h00 - Atualizado em 30/07/2016 07h16

Cientistas desvendam segredo das mudanças no cérebro durante a adolescência

Áreas do cérebro relacionadas ao pensamento complexo são aquelas que mais se alteram durante esse período, revela pesquisa.

Pallab GhoshBBC News

Estímulos deixam cérebro mais ativo e mantêm órgão saudável a vida toda (Grep) (Foto: Globo Repórter)Áreas com muitas ligações a outras partes do cérebro se desenvolvem rapidamente em adolescentes (Foto: Globo Repórter)
Uma equipe da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, identificou as áreas do cérebro que mais se alteram durante a adolescência.
Tomografias cerebrais mostraram que são áreas associadas a processos de pensamento complexo.
Os pesquisadores também descobriram uma ligação entre o desenvolvimento do cérebro do adolescente e doenças como esquizofrenia.
A pesquisa foi publicada na revista especializada PNAS (Proceedings of the National Academy of Science, no original em inglês).
O time do departamento de psiquiatria de Cambridge escaneou os cérebros de 300 jovens entre 14 e 24 anos.
Enquanto as áreas associadas com o funcionamento básico do corpo, como visão, audição e movimento, estão totalmente desenvolvidas na adolescência, as partes ligadas ao pensamento complexo e tomada de decisões ainda estão mudando.
Tais áreas são centros nervosos com várias conexões a outras partes essenciais do cérebro.
Você pode imaginar o cérebro como uma malha aérea global, formada por pequenos aeroportos pouco utilizados e grandes centros de conexão como o aeroporto de Heathrow (Londres), onde há muito tráfego.
O cérebro usa um arranjo semelhante para coordenar nossos pensamentos e ações.
Durante a adolescência, essa rede de grandes centros é consolidada e fortalecida. É um pouco como os grandes aeroportos se tornaram gradativamente mais movimentados ao longo dos anos.
Os pesquisadores então analisaram os genes envolvidos no desenvolvimento desses "hubs" cerebrais e descobriram que são similares àqueles associados com muitas doenças mentais, incluindo esquizofrenia.
A descoberta corrobora o fato de que muitas enfermidades mentais se desenvolvem durante a adolescência, afirma a pesquisadora Kirstie Whitaker.
"Nós revelamos um caminho da biologia das células pelo qual pessoas no final da adolescência podem ter seus prímeiros episódios de psicose", afirmou à BBC.
Muitos estudos já mostraram que, além de fatores genéticos, o estresse durante a infância e adolescência está ligado à ocorrência de doenças mentais.
Os novos achados indicam que maus-tratos, abusos e negligência podem continuar a prejudicar o desenvolvimento de importantes funções cerebrais durante os cruciais anos da adolescência, contribuindo para a emergência de problemas mentais.
O coordenador da pesquisa, Ed Bullmore, diz acreditar que a descoberta de um elo biológico entre o desenvolvimento cerebral do adolescente e o início de doenças mentais possa ajudar cientistas a identificar grupos de risco para essas enfermidades.
"Ao entendermos mais sobre o risco de esquizofrenia, isso nos dá uma oportunidade de tentar identificar indivíduos com possibilidade de se tornar esquizofrênicos no futuro próximo, nos dois ou três anos seguintes, e talvez oferecer algum tratamento útil para prevenir o aparecimento de sintomas clínicos."
O estudo também ajuda a compreender melhor as mudanças de comportamento e humor do adolescente durante o desenvolvimento cerebral normal.
"As regiões que mudam mais são associadas ao pensamento complexo e tomada de decisões. Isso mostra que adolescentes estão numa jornada rumo à vida adulta, para se tornarem alguém capaz de conectar todos esses fragmentos de informação", afirma Whitaker.
"É uma etapa muito importante. Você provavelmente não gostaria de ser criança por toda a vida. É uma fase poderosa e importante que devemos passar para nos tornarmos o melhor e mais capacitado adulto que possamos ser."
No vídeo, o psiquiatra Táki Cordás comenta sobre o surgimento das doenças psiquiátricas entre adolescentes:

sexta-feira, 29 de julho de 2016

ONU, Lula e a sua petição ...

PÉSSIMAS NOTÍCIAS DA ONU PARA LULA

A Organização das Nações Unidas (ONU) confirmou que recebeu a denúncia do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva contra o Brasil. Entretanto, a instituição alertou que o processo pode levar "pelo menos dois anos" para ser concluído e que existe uma fila de casos pendentes de mais de 500 outras pessoas.
A entidade explicou que a denúncia foi apresentada ao Comitê de Direitos Humanos. "Os funcionários do escritorio da ONU vão examinar a petição, fazer um resumo legal e enviar aos membros do Comitê para que avaliem", informou a assessoria de imprensa da ONU.
"Membros vão decidir se o caso pode ser registrado", indicou. Um dos critérios será se "todas as avenidas legais domésticas foram esgotadas". Se for registrado, o caso entra como os pendentes no Comitê.
A entidade se reúne três vezes por ano, com cerca de 40 casos a cada encontro. Existe a possibilidade de que um caso ganhe prioridade, mas somente se for de expulsão de um país ou alguém que esteja no corredor da morte. Do site do Estadão

"Quem tem Lula que não atire pedra".../ Maria Lucia Victor Barbosa

sexta-feira, julho 29, 2016


QUEM TEM LULA QUE NÃO ATIRE 

PEDRA

Por Maria Lucia Victor Barbosa (*)
Recentemente dois fatos estão tomando conta da mídia de modo marcante e insistente: as olimpíadas do Lula, que começarão daqui alguns dias, e a eleição presidencial norte-americana. As olimpíadas, elucubradas por Lula ou por algum de seus companheiros como o foi a Copa do Mundo do 7 x 1, tem feito brotar aos montes trapalhadas e desacertos oriundos do improviso, da incompetência, do despreparo das autoridades cariocas, notadamente do prefeito Eduardo Paes.
O alcaide, infeliz nas suas graçolas que beiram a grosseria tenta minimizar o caos dos apartamentos da Vila Olímpica, os transtornos no trânsito, os problemas  do decantado Veículo Leve sobre trilhos – VLC e muito mais que vem acontecendo. Por tudo isso Paes devia receber o título de prefeito mais desastrado do Brasil.
Para piorar a situação, malgrado o enorme aparato de segurança que baixou no Rio de Janeiro, os assaltos continuam prejudicando e apavorando a   população e infernizando atletas e turistas. É a vergonha nacional da violência urbana mostrada ao planeta mesmo antes das Olimpíadas começarem.
Quanto a eleição presidencial norte-americana parece que se dará no Brasil onde se votará em Hillary Clinton. Donald Trump é mostrado como um demônio branco, rico, um bufão desbocado, dotado de retórica forte contra os adversários. Isso lembra dentro das devidas proporções uma figura nossa conhecida que adicionou ao nome a alcunha de Lula.
Na verdade, Luís Inácio Lula da Silva é mais desbocado no quesito palavrão e sua riqueza e patrimônio não têm a mesma origem nem o tamanho da de Trump, o magnata que não gosta de imigrantes ilegais nem de muçulmanos, “sujeito perigoso” que deseja que “a América volte a ser grande”. Em todo caso, Trump nunca usou a expressão, “nunca antes nesse país” ou se comparou a Jesus Cristo.
Tem também um traço no discurso de Trump que o faz detestado no Brasil latino-americano: ele encarna a direita e é politicamente incorreto, o que quer dizer que fala o que as pessoas não falam por temor de ficar mal socialmente ou serem punidas, mas pensam e sentem.
Trump, do qual se dizia que não conseguiria os delegados suficientes para obter a indicação do Partido Republicano e, se conseguisse seria barrado, já ultrapassou Hillary nas pesquisas. Sua identificação com o eleitorado se deve a alguns fatores como, por exemplo, a insegurança dos norte-americanos depois do trágico ataque de 2001 às Torres Gêmeas, o surgimento do Estado Islâmico e seus atentados terroristas, as alterações culturais e morais que esbarraram na ética tradicional.
Segundo análise de Peter Hakim presidente emérito do Diálogo Interamericano, publicada no O Estado de S. Paulo em 14 de fevereiro de 2016:
“Muito republicanos se sentem confusos e desconfortáveis com a legalização do casamento gay, com a legalização do uso recreativo da maconha e estão apreensivos com a imigração e as mudanças demográficas que estão transformando uma nação predominantemente cristã, branca e de língua inglesa, numa sociedade de múltiplas línguas, cores e culturas”.
Hillary foi oficializada como candidata presidencial do Partido Democrata. Na cerimônia Obama fez um discurso altamente elogioso para sua ex-secretária do Departamento de Estado Americano, hipotecando-lhe precioso apoio.
Curioso lembrar que em 2008, quando disputava a presidência da República com Hillary, “Obama dizia que ela era capaz de qualquer coisa para ser eleita, ironizava sua antipatia e a criticava por ficar do lado das grandes corporações, enquanto trabalhadores perdiam emprego” (Folha de S. Paulo – 28/07/2016). Ela retrucava dizendo que era perigoso alguém inexperiente como Obama chegar a tão algo cargo e o criticava por ter ligações com um empresário acusado de corrupção.
Na convenção de Filadélfia o clima era visivelmente feminista e no seu discurso, cercada por mulheres, disse Hillary: “deixe eu dizer que posso ser a primeira mulher presidente, mas uma de vocês será a próxima”. Em um cartaz era erguido estava escrito: “Madam Presidenta”.
Presidenta faz lembrar que tivemos pela primeira vez uma mulher eleita e reeleita. Aguardando seu impeachment ela foi a pior entre todos os demais presidentes, um pesadelo político que arruinou o Brasil.  Não dá para compará-la a Hillary, é claro, mas é bom lembrar que a seletividade com relação a homem ou mulher, branco ou negro, pobre ou rico, não é critério válido para definir alguém como ideal para um cargo público. O que se precisa é de uma pessoa competente, experiente, cujo objetivo se volte para o bem comum.
Quanto a Trump é bom dizer, que quem tem Lula não deve jogar pedra nos políticos de outro país. Mesmo porque, são os norte-americanos que decidirão quem deve ser seu presidente da República e não nós.
(*) Maria Lucia Victor Barbosa é socióloga

Lula vira réu por tentativa de obstrução à Justiça.../ Ucho Info

Lula vira réu por tentativa de obstrução à Justiça e cai por terra o fantasioso recurso à ONU


A tentativa de Lula de transformar-se em falso mártir dessa barafunda chamada Brasil sofreu o primeiro tropeço. O juiz Ricardo Leite, da 10ª Vara da Justiça Federal de Brasília, aceitou denúncia do Ministério Público Federal (MPF) e transformou em réu o ex-presidente Lula por tentativa de obstrução dos trabalhos da Justiça, no caso da fracassada operação para comprar o silêncio de Nestor Cerveró, ex-diretor da área Internacional e condenado na Operação Lava-Jato.
Também tornaram-se réus Delcídio Amaral, ex-senador e ex-líder do governo Dilma; Diogo Ferreira, ex-chefe de gabinete de Delcídio; André Esteves, dono do Banco BTG; José Carlos Bumlai, amigo de Lula e preso na Lava-Jato; Maurício Bumlai. Filho do pecuarista; o advogado Edson Ribeiro.
Apresentada no começo deste ano pelo MPF ao Supremo Tribunal Federal (STF), a denúncia foi remetida à Justiça Federal de Brasília pode determinação do ministro Teori Zavascki, relator dos processos da Lava-Jato, após Delcídio perder o foro especial por prerrogativa de função, o chamado foro privilegiado.
Quando Delcídio teve o mandato parlamentar cassado, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, solicitou ao STF que o processo fosse enviado para o juiz federal Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, por entender que há conexão dos fatos com o Petrolão, esquema de corrupção durante uma década funcionou na Petrobras.
Janot alegou no pedido que parte dos denunciados, como José Carlos Bumlai, Maurício Bumlai e Nestor Cerveró já são alvos de processo no Paraná. Contudo, os acusados, por meio de seus advogados, contestaram o pedido.
André Esteves alegou que o suposto crime foi cometido em Brasília. Por outro lado, Lula justificou que o caso deveria ir para Justiça Federal de São Paulo, uma vez que os fatos ocorreram no mais importante estado da federação. Na verdade, os fatos ocorreram em Brasília, onde o filho de Cerveró gravou a proposta de compra do silêncio do pai. Sem contar que a capital dos brasileiros era onde Delcídio cumpria o mandato de senador.
Com a decisão, Lula e os outros réus poderão ser presos, caso o juízo entenda que os mesmos poderão obstruir novamente os trabalhos da Justiça, como, por exemplo, a intimidação de testemunhas, ou oferecem risco de fuga.
Diferentemente do que consta no recurso apresentado ao Comitê de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, Lula está longe de ser um inocente incompreendido e vítima de perseguição política e de abuso de poder por parte do juiz Sérgio Moro.
Trata-se de um malandro experimentado que durante todo o tempo apostou na impunidade para levar adiante um projeto criminoso de poder, o qual poderia transformar o Brasil em mais uma república onde reina o boquirroto socialismo do século XXI, também conhecido entre os gazeteiros comunistas como bolivarianismo.

Aprecie a Natureza ! / by Ronan Follic

Aprecie

quinta-feira, 28 de julho de 2016

"Quem vale mais, deputado ou professor ? Zero Hora

Gilberto Schwartsmann: quem vale mais, deputado ou professor? 

Médico e professor

27/07/2016 - 05h20min | Atualizada em 27/07/2016 - 11h32min




O bom político merece remuneração condizente.
Mas quem assiste às sessões da Câmara dos Deputados não tem dúvida quanto à má qualidade de muitos deles. Falta-lhes preparo para o exercício do cargo. Têm baixa escolaridade. Pouca cultura. Alguns são réus ou condenados em processos por fraude ou corrupção.
Posso errar o cálculo, mas será por pouco. Cada um dos nobres deputados federais custa ao erário cerca de R$ 170 mil por mês. Isto mesmo. Façamos a conta. São R$ 34 mil por mês de salário, uns R$ 90 mil para cargos em comissão e R$ 45 mil para auxílio-moradia, alimentação, aluguel de carro etc.
Em resumo: o Brasil gasta mais de R$ 1 bilhão por ano com os 513 deputados federais. E cada deputado tem ainda direito ao ressarcimento de gastos médicos e outros serviços. Há ainda despesas com carros oficiais, em número de 11, para presidente, vice, presidente do conselho de ética, ouvidor e outros.
Os senadores da República custam até mais. Somados, deputados federais e senadores consomem mais de R$ 2 bilhões por ano de nosso dinheiro. Congresso caro, não? A título de comparação, tomemos apenas (apenas?) os R$ 34 mil que os deputados federais recebem de salário. Como esses valores se comparam aos salários dos professores?
Por que os professores? Muito simples. Os professores desempenham uma função essencial ao país. Sem ensino de qualidade, nunca teremos um país justo e desenvolvido. Na maioria das capitais brasileiras, o governo paga ao professor do Ensino Médio entre R$ 2 mil e R$ 3 mil mensais. No topo da pirâmide do Ensino Superior, o professor universitário titular de instituições federais, com dedicação exclusiva, recebe entre R$ 6 mil e R$ 17 mil.
Portanto, os deputados federais recebem salário 11 a 17 vezes maior do que o de um professor do Ensino Médio e duas a seis vezes maior do que o do professor universitário no ponto máximo da carreira.
Na comparação de custos totais ao erário, ou seja, salário mais extras, individualmente, é abismal a diferença no investimento público com professores e políticos. O professor do Ensino Médio custa 56 a 85 vezes menos ao Estado do que o deputado federal. E o professor titular, no ponto máximo da carreira universitária, 10 a 28 vezes menos.
No Brasil de Temer, não há o menor sinal de corte nos privilégios da classe política. Tampouco há evidência de uma maior valorização dos professores, por mais modesta que seja. Pelo andar da carruagem, o Congresso continuará incompetente e recebendo a peso de ouro. E o professor continuará mal pago e sem o menor reconhecimento. Mas não deixará de ensinar.

"Adeus às ilusões " / José Nêumanne


José Nêumanne: Adeus às ilusões

Em matéria de cinismo, marqueteiro e “presidenta” se equivalem

Por: Augusto Nunes  
Publicado no Estadão
Dilma, quem diria, logo dará adeus às ilusões. Nas campanhas eleitorais em que se elegeu e reelegeu graças aos préstimos de João Santana, inventor de patranhas, foi vendida por ele como a “gerentona” mais habilitada a pôr o País nos eixos e guiar a classe operária ao paraíso. Acusada de ter cometido crimes funcionais, o que está para interromper seu mandato, responde pela irresponsabilidade de, por culpa da roubalheira do partido que a adotou, o PT, ter gerado a quebradeira e o desemprego generalizados que condenaram a Nação às piores crises ética, econômica e política da História. E ela ainda se agarra à imagem de ser “pessoalmente honesta”, que começa a desabar.
Por ironia da História, uma grave acusação foi feita por esse gênio da lorota de fancaria, cujo depoimento ao juiz Sergio Moro, da Operação Lava Jato, deu mais uma pista concreta de que, de fato, a campanha dela, que ele criou, produziu e dirigiu, foi financiada por dinheiro roubado, de propina de fornecedores da Petrobrás. A iminente homologação da delação premiada do mágico do marketing, de sua mulher, contadora e sócia, Mônica Moura, e de muitos executivos da empreiteira Odebrecht, entre os quais o presidente, Marcelo, prenuncia o fim do refrão com que Dilma enfrenta o impeachment: não levou vantagem financeira em nada nem tem conta em banco no exterior.
Para convencer policiais, procuradores e juiz, o marqueteiro, chamado de Patinhas na juventude pela fértil originalidade de letrista de música popular, na passagem de sucesso pelo jornalismo e na maturidade de publicitário milionário, decidiu abrir o bico como um “canário” da Máfia da Sicília em Chicago. E o faz de maneira cínica, idêntica à usada para inventar a torpe falsidade de um Brasil irreal de pleno emprego, redução da pobreza crônica e competente e honesta gestão dos recursos públicos. Tudo isso foi pago com o fruto do maior assalto desarmado aos cofres públicos da História, que levou à beira da falência a maior estatal do País.
Joãozinho Patinhas teve o desplante de confessar ao juiz que mentiu em depoimento anterior, após se entregar desembarcando do Caribe, “para não destruir a Presidência”, uma aparente expressão de lealdade. Mas que, na verdade, continha, de um lado, o compromisso com a força-tarefa de comprometê-la. E, de outro, a ameaça de que se dispunha a “cantar”, como um vil delator mafioso, que Dilma disse desprezar. “Eu, que ajudei de certa maneira a eleição dela, não seria a pessoa que iria destruir a Presidência, trazer um problema. Nessa época já iniciava o processo de impeachment, mas ainda não havia nada aberto, e sabia que isso poderia gerar um grave problema até para o próprio Brasil”, depôs.
A primeira versão de “Tucano” (nome da cidade baiana onde ele nasceu, adotado como codinome nas planilhas do banco de propinas da Odebrecht) não se sustentava nas próprias pernas: segundo a narrativa, o dinheiro depositado em suas contas teria sido ganho em campanhas no exterior e o pago pelo PT foi sempre legal.
A história atual, endossada por Mônica Moura, é mais lógica: em 21 de julho, o casal admitiu ter recebido no caixa 2 US$ 4,5 milhões para quitar uma dívida da campanha de Dilma em 2010. Naquela mesma quinta-feira, o engenheiro Zwi Skornicki, tido pela força-tarefa da Lava Jato como operador de propina do esquema da Petrobrás (dito petrolão), contou ao juiz Sergio Moro ter depositado, de 2013 a 2014, em conta do casal no exterior US$ 4,5 milhões para saldar parte de uma dívida que o PT lhe ficou devendo durante a campanha.
O valor coincide, mas não o recurso ao “caixa 2”, conversa mole de estelionatário confesso, que sempre doura a pílula, tentando desviar a acusação para alguma infração menor. Assim fazem quaisquer flagrados em crime mais grave. Deixo ao atento leitor a decisão sobre a quem dar fé: quem pagou ou quem recebeu a bolada?
Em matéria de cinismo, marqueteiro e “presidenta” se equivalem. O “Feira” dos registros da propina da Odebrecht se arvorou a dar lições de contabilidade fora da lei ao maior especialista em lavagem de dinheiro da Justiça brasileira. Ele disse que milhares, quiçá milhões, de políticos não prestam contas de campanhas corretamente à Justiça Eleitoral. Recorreu a metáforas dignas de sua imaginação: fariam uma fila de Brasília a Manaus, equivalente à Muralha da China, ficando aptos a ser fotografados por satélite. Seria mais persuasivo se delatasse pelo menos uma centena dentre os “98%” dos candidatos, que ele considera trapaceiros como ele.
Os exageros de João do milhão o qualificam como mestre da patroa em desfaçatez. Terá sido de sua lavra a explicação que Dilma deu para o fato de, como presidente do Conselho de Administração da Petrobrás, ter autorizado a compra da refinaria de Pasadena à Astra Oil? Por que não ocorreu a ela, a conselho de sua protegida Graça Forster, exigir do ex-diretor internacional, Nestor Cerveró, relatório mais detalhado tecnicamente do que o que ela definiu como incompleto, antes de autorizar negócio lesivo ao patrimônio nacional?
Agora recorreu ao estilo de Lula, ao assegurar no Twitter: “Não autorizei pagamento de caixa 2 a ninguém. Se houve pagamento, não foi com meu conhecimento”. Esse argumento é fátuo. O professor José Eduardo Martins Cardozo devia ter-lhe ensinado que, no caso, ela será acusada de ter-se beneficiado do dinheiro ilegal na campanha. À Rádio França Internacional Dilma disse que, feito dois anos após o pleito, o repasse não a atinge, omitindo que a propina pagou dívida contraída para a própria eleição.
A confissão de Santana, Mônica e Skornicki revela que o mantra profano dos partidos acusados – o de terem recebido doações legais e aprovadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) – é mentiroso. Parte dessas doações se originou de propinas e as tidas como legais podem ter usado o TSE como lavanderia de dinheiro do furto.

Crônica do incomodo com uso da garrafa de plástico no Brasil / Luisa Leme

 Cartas Expatriadas:
Água mineral (Foto: Divulgação)
 Aquele incômodo de que todos nós precisamos Recém chegada, ainda descobrindo o mundo que é o Rio de Janeiro, a garrafa d’água é o item que tem me causado desagrado 
 28/07/2016 - 14h06

 As vezes ela é azul, as vezes verde, mas quase sempre transparente. Difícil de abrir quando estamos com pressa. Depois de quebrar o lacre, uma tirinha de plástico fica infestando as mãos. Há muitos tipos, preços, tamanhos, opções (quase sempre caros). Pode ser do tamanho de um barril, pode caber no bolso. E em algumas situações raras, é distribuída de graça. Afinal, a presença dela na mesa brasileira é frequente. Isto é, se a mesa é farta…A sua é com ou sem? A minha quase sempre vem com, mas no fim de toda mesa, a falta ou não do gás não faz diferença. 

O barulho de plástico amassado, na verdade, é o que mais me incomoda na garrafa d’água. Recém chegada, ainda descobrindo o mundo que é o Rio de Janeiro, a garrafa d’água é o item que tem me causado desagrado. Enquanto tanta gente no mundo discute como viver sem, nós aqui ainda precisamos dela. Claro, água todo mundo precisa. 

E então, por razões que meu olhar cheio de comparações, atrasado para enxergar, não consegue identificar direito, o plástico se torna necessário. E aí o tamanho da garrafa condiz com o estabelecimento, o galão toma conta de um braço inteiro que estaria levando as compras do supermercado. E assim, de garrafa em garrafa d’água, quem lucra é quem vende algo de que o corpo humano precisa para sobreviver—aproximadamente dois litros por dia. 
 Talvez por essas razões, a garrafa d’água vence todas as disputas ambientais, do governo, econômicas e sociais. 
Combatemos a seca no Sudeste com garrafas d’água. Não entendo como, mas mesmo depois de tanta coisa no Brasil acabar, elas continuam proliferando por aqui. A garrafinha azul—aquela que só parece ficar parada e exercer sua função antes de aberta, porque logo que perde a tampa derruba, desperdiçando tudo. Aquela garrafa de plástico ruim, que parece quase uma burrice entre pessoas esclarecidas no hemisfério norte, se torna um fator social no Brasil. Enquanto restaurantes refinados nos Estados Unidos perguntam se nós aceitamos água da torneira apresentando copos gigantes e cheios na mesa—sem cobrar pelo líquido transparente—aqui a gente paga seis reais por uma garrafinha inútil de menos de 500 mililitros. 

 A sede e o alarde sobre a qualidade das águas tão fartas ao redor nos faz comprar a garrafa. A garrafa de plástico que me lembra que muitos não podem beber dessa água. A água da garrafa me faz pensar na água parada da dengue e do zika—a que não desce porque não tem esgoto. A água que afeta a saúde da maioria das pessoas na cidade em que eu vivo agora. Penso na garrafa já usada, perto dessa água suja que atrapalha o córrego. A garrafinha que já não está nas prateleiras do mercado, nem no isopor do vendedor da praia, nem no console do carro do Uber. 

Penso nas garrafas que ficaram nos aterros de lixo fora da cidade. Montanhas de plásticos amassados azuis ou transparentes ou verdes, todo barulhentos, nas montanhas do lixão que existia em Duque de Caxias, que eu conheci só no filme do Vik Miniz. Essa água mineral, natural, fluoretada, sem gás, que não contém glutén, que vem lá de Campos do Jordão...da qual eu até sei a composição química por causa desse rótulo da “Indústria Brasileira” me deixa com um gosto ruim na boca. Essa água me causa irritação com o nosso país de “recursos naturais abundantes”. Sinto falta do passado de promessas e mais igualdade e do filtro de barro dos meus avós. Água mineral (Foto: Divulgação) TAGS:geralrio de janeiroágua mineralSedebrasil

Ghetto Kids Dancing Sitya Loss New Ugandan music 2014 DjDinTV


Dança da cultura de Uganda

quarta-feira, 27 de julho de 2016

Projeto de lei cínico...apresentado por Renan Calheiros tem forte rejeição do Judiciário do Brasil

quarta-feira, julho 27, 2016


JUÍZES, PROCURADORES, PROMOTORES EM NÍVEIS ESTADUAL E FEDERAL PROMOVEM MEGA PROTESTO CONTRA RENAN CALHEIROS EM CURITIBA POR AMEAÇA CONTRA LAVA JATO

Juízes federais, juízes estaduais, procuradores da república, promotores públicos, procuradores de justiça, delegados da Polícia Federal e estadual e servidores públicos vão realizar um ato nesta quinta-feira (28) contra o projeto de lei do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), que altera a Lei de Abuso de Autoridade (PLS 280/2016) para dificultar operações de combate à corrupção, como a Lava Jato e a Zelotes. O juiz Sérgio Moro, da força-tarefa da Lava Jato, confirmou presença.
Organizada pela Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), pela Associação Paranaense dos Juízes Federais (Apajufe), pela Associação Paranaense do Ministério Público (APMP) e pela Associação dos Magistrados do Paraná (AMAPAR), com o apoio de outras entidades, a manifestação terá início às 15h, na sede da Justiça Federal, na Avenida Anita Garibaldi, 888, no Bairro Ahú, em Curitiba (PR).
Para a Ajufe, vários dispositivos do projeto de lei do Senado Federal abrem a possibilidade de punição ao juiz pelo simples fato de interpretar a lei – o que atinge diretamente a independência e criminaliza a atividade judicial. No entendimento da Ajufe, o texto tem o objetivo de intimidar juízes, desembargadores e ministros, além de outras autoridades, na aplicação da lei penal, sobretudo em casos de corrupção que envolvam criminosos poderosos, políticos, empresários e ocupantes de cargos públicos.
“Sem um Judiciário independente os juízes não podem fazer seu trabalho e ficarão à mercê de poderosos, verdadeiros alvos dessas operações”, afirma o presidente da Ajufe, Roberto Veloso.
TODOS CONTRA RENAN
A iniciativa de Renan foi criticada por líderes partidários. Ronaldo Caiado (DEM-GO), Cristovam Buarque (PPS-DF) e Álvaro Dias (PV-PR) disseram que o momento não era “oportuno” para pautar o projeto, uma vez que vários congressistas, inclusive Renan, são investigados pela operação Lava Jato.
O líder da Rede, Randolfe Rodrigues (AP), chegou a dizer que o projeto tinha o objetivo de “intimidar” o Ministério Público e as investigações da Lava Jato. Em entrevistas, Renan Calheiros disse que aprovar a proposta não é uma tentativa de interferir nas investigações da Lava Jato.
A Associação dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) assinalou que o projeto que define os crimes de abuso de autoridade, em tramitação no Senado, é "inoportuno, porque este tipo de punição já é regulamentada". “É estranho que um projeto que trata de assunto já regulamentado ocupe a agenda no Congresso Nacional em um momento em que nosso país discute o aperfeiçoamento do combate à corrupção”, disse o presidente da ADPF, Carlos Sobral.
O procurador da República Deltan Dallagnol, da força-tarefa da Lava Jato, afirmou que o projeto tem por objetivo atrapalhar e dificultar a operação em curso. Ele destacou que os riscos da operação se intensificaram na medida em que as investigações passaram a atingir pessoas influentes e poderosas.
PETIÇÃO ONLINE BOMBANDO
Em apenas sete dias a petição Ajufe no site Avaaz coletou 68 mil assinaturas contra o projeto de lei de Renan Calheiros. Na petição online, a Ajufe convida todos os cidadãos do país a participarem contra o projeto de lei do Senado que muda as regras atuais da Lei, criminalizando, em alguns artigos, diretamente a atividade judicial (PLS 280/2016). As assinaturas chegam de todos os estados do Brasil e também há nomes de fora do país. Do site Diário do Poder

"Assim ou assado" / Monica de Bolle

quarta-feira, julho 27, 2016

Assim ou assado - 

MONICA DE BOLLE

ESTADÃO - 27/07

Falta saber usar o bônus de confiança que o mercado depositou nessa equipe, e a ousadia de dizer às claras que, entre assim e assado, há algo mais do que palavras


Pode ser assim, pode ser assado. Pode ser que a inflação ceda rapidamente porque há muita ociosidade – termo que os economistas usam para se referir à taxa de desemprego ou à utilização da capacidade produtiva do País quando essas se distanciam do nível considerado compatível com o potencial da economia –, assim como pode ser que demore a cair por conta da conhecida inércia inflacionária, praga nossa desde sempre. Pode ser que o ajuste fiscal pretendido e repetido à exaustão ajude a reduzir os juros caso se concretize, assim como pode ser que nada faça de útil para a política monetária caso jamais ocorra, ou mesmo caso venha a se materializar de modo menos alvissareiro do que dizem por aí. O ajuste fiscal, diz o Copom, é ao mesmo tempo um risco e uma oportunidade. Pergunto-me se algum dia isso já foi diferente.

Muito tem se falado do novo Banco Central, da melhoria da comunicação, da transparência, de como a nova equipe tem mais chances de trazer a inflação à meta do que a que antes lá estava. A comunicação, por certo, deixou de lado o laconismo, a economia exagerada de palavras que marcou a era Tombini. O comunicado divulgado após a última decisão do Copom em julho, e, em seguida, a ata da reunião recém-publicada, revelam novo estilo. Explica-se, para que não restem dúvidas, que tudo pode acontecer, inclusive nada – no caso, o nada na área fiscal.

É evidente que saber como pensa o Banco Central, ainda que seja exatamente aquilo que já imaginávamos, é um alívio. No entanto, as dúvidas sobre quando a autoridade monetária deverá reduzir as taxas de juros permanecem tão altas quanto antes de se trocar o comando da instituição.

Em momento de mudanças e algum otimismo frente à crise que nos assola, em instante de angústias ainda sufocantes perante o altíssimo nível do desemprego no País, diante das dificuldades financeiras das empresas e das famílias, não seria a hora oportuna para o Banco Central mostrar-se mais audacioso? Reconheço que a pergunta nada tem de fácil. Também reconheço que falar de longe – no meu caso, de bem longe – é sempre tarefa das mais simples. Contudo, valem algumas considerações.

Em outubro de 2015, eu e outros economistas discutimos a hipótese de a política monetária estar refém de uma situação fiscal fora de controle. Na ocasião, alguns de nós argumentamos que enquanto não fosse resolvido o problema das contas públicas, a política monetária perdera o sentido e a potência. Ou seja, podia-se fazer o que fosse com os juros que nada mudaria na economia brasileira. A inflação era apenas um dos sintomas mais evidentes de nossa aguda patologia fiscal.

Suponhamos que esse seja o diagnóstico correto para o que vivemos hoje, isto é, que a inflação esteja inexoravelmente atrelada aos rumos da política fiscal – e da política, pois da política depende a política fiscal, ao contrário do que costuma ocorrer com a política monetária. Se isso for verdade, a inflação só haverá de cair de forma persistente, sem sustos, quando a economia brasileira começar a se recuperar, logo que a sustentabilidade fiscal estiver garantida. Antes disso, o máximo que se pode esperar é uma queda por uma razão ruim: a recessão catastrófica que conosco ainda está e seus efeitos sobre a tal ociosidade – os milhões de desempregados que não têm poder de compra, por exemplo.

Diante de tal quadro, caberia ao Banco Central ir além da transparência e da retranca. Caberia ao Banco Central uma reflexão mais aprofundada sobre a possibilidade de reduzir os juros já, desafogando famílias, empresas, o próprio governo.

Não defenderia essa tese não fosse a situação brasileira tão alarmante e fora do comum. Infelizmente, a situação brasileira é tão fora do comum que os modelos usados pelos economistas para fazer previsões já não funcionam há tempos. Os comunicados assim e assado do Banco Central revelam isso com clareza inequívoca.

A nova era da política monetária brasileira começou bem, com mais elucidações, explicações. Falta saber usar o bônus de confiança que o mercado depositou nessa equipe. Falta a ousadia de dizer às claras que, entre assim e assado, há algo mais do que palavras.