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sábado, 15 de outubro de 2016

Notícias escatológicas de Brasília / na coluna de Cláudio Humberto

15 DE OUTUBRO DE 2016
Está longe de ser consensual ou mesmo prioritário, para merecer tanta pressa, o projeto do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) que pretende “punir abuso de autoridade” de policiais e procuradores. Ainda licenciado, o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) acha o projeto “inoportuno sob todos os aspectos”. Com apoio do PT e políticos investigados, é vista como tentativa de intimidar a ação da Lava Jato.
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Indicado por Renan como relator, Romero Jucá (PMDB-RR) quer votar logo a projeto. “Quem abusa desautoriza as demais autoridades”, diz.
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“Não há nenhuma prioridade para o tema”, disse Cássio Cunha Lima sobre o projeto de Renan, “que tende a irritar ainda mais a sociedade.”
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A senadora Simone Tebet (PMDB-MT), uma das mais atuantes, acha o projeto de Renan “inoportuno, intempestivo, inadequado”, disse ela.
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Renan Calheiros, autor do projeto, responde a 8 inquéritos da Lava Jato, no STF, e a outros três: casos Mendes Jr, Zelotes e Belo Monte.
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Tomada por petistas na gestão Dilma, a EBC (Empresa Brasil de Comunicação), dona da ‘TV Brasil’, que registra audiência “traço” (não é nem zero) pagou, em 2015, R$ 272 milhões em salários e benefícios para os 2.600 funcionários concursados e comissionados. Sob o comando de Michel Temer, a empresa quer “fazer uma faxina ética”. Desde que Laerte Rimoli assumiu a EBC foram cerca de 40 demissões.
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Em um único mês, os servidores da EBC custaram ao contribuinte R$ 24,8 milhões em 2015. As 40 demissões poupam R$ 2,8 milhões/ano.
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Auditoria apontou cerca de 300 funcionários fantasmas deixados pela administração Dilma na EBC. Custavam mais de R$ 4,2 milhões/mês.
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Os cerca de 300 funcionários fantasmas da EBC de Dilma (apelidados de funcionários-caviar) recebiam média de R$ 16 mil por mês.
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O senador Romário (PSB-RJ) precisa de um craque administrando suas coisas. Ele sofreu novo revés na Justiça: teve dois apartamentos penhorados, no Rio, em ação movida por uma empreiteira.
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Neste Dia do Professor, não há muito a comemorar desde a instituição da “Pátria enganadora”, no governo Dilma. Prioridade para Educação continua sendo apenas promessa vã de período eleitoral.
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Irmão do ministro Geddel Vieira (Secretaria de Governo), o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) presidirá uma comissão especial para discutir a reforma política, pauta paralisada no Congresso há décadas.
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Em evento com Blairo Maggi (Agricultura) e o governador Beto Richa em Guarapuava (PR), um padre dava benção aos presentes, e concluiu: dou graças a Deus porque “as urnas livraram o Brasil do PT”.
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O deputado Celso Russomano (PRB) negou que foi retirado de avião após supostamente se recusar a passar pelo raio-x no aeroporto, em Brasília. Segundo ele, passou pela segurança. Estava só “apressado”.
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O filme Olhar de Nise, de Jorge Oliveira e Pedro Zoca, está entre os 13 filmes selecionados para o 31º Festival del Cinema Latino Americano de Trieste, na Itália, de 20 e 30 deste mês. Nise é dos documentários brasileiros mais premiados e um dos mais exibidos no exterior.
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Presidente da Câmara, Rodrigo Maia desistiu de colocar em votação projeto que muda a Lei de Repatriação. Ele diz que o governo não o apoiou, mas sequer acertou a votação com o governo. Fica para o vice.
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A polícia alagoana prendeu e exibiu à imprensa dois irmãos, acusados de matar um professor. Cinco dias depois, “ops, era engano”. O governo sequer pediu desculpas às vítimas da violência do Estado.
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...o ex-presidente Lula deve ter formação mesmo é em artes cênicas.
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Crime organizado; crime institucionalizado; delinquência governamental... Todos eles têm residência fixa no Brasil ...


Eliane Cantanhêde: ‘Novo animal da criminologia’

Dinheiro voando do conceito de caixa — Fotografia de Stock #118676398

No mundo, o 'crime organizado'; no Brasil, também o

 'crime institucionalizado'

Por: Augusto Nunes  

Publicado no Estadão
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Em depoimento à Comissão Especial que analisa as dez medidas de moralização dos Poderes, o delegado aposentado da PF Jorge Barbosa Pontes, que se formou no FBI e atuou na Interpol, disse que a corrupção do Brasil não é só gigantesca como também criou uma nova modalidade de crime ou, nas palavras dele, “um novo animal da criminologia”. Em vez de “crime organizado”, aqui se tem “crime institucionalizado”, uma classificação perfeitamente compatível com a expressão usada pelo ministro do Supremo Celso de Mello para definir os desmandos revelados pela Lava Jato: “delinquência governamental”.
O delegado explicou a diferença entre esse “novo animal” e o crime organizado tradicional: um, o “organizado”, é praticado por grupos de pessoas; o “institucionalizado” é comandado pelo “núcleo do poder”, no Planalto e na Casa Civil, por exemplo, “e não usa armas, mas o Diário Oficial”. Lula, aliás, é três vezes réu.
O presidente e o relator da comissão, Joaquim Passarinho (PSD) e Onyx Lorenzoni (DEM), querem discutir o parecer final no início de novembro e a semana que vem será animada. A comissão ouvirá o ministro Alexandre de Moraes (Justiça) na segunda-feira, terá depoimentos todos os dias e chegará a cem depoentes sobre as dez medidas apresentadas por procuradores e subscritas, agora, por três milhões de brasileiros.
Só esse número comprova o quanto a sociedade está exausta de desvios milionários e onipresentes. Como disse o ministro do STF Luís Roberto Barroso ao Estado, “onde você destampa tem alguma coisa errada”. Ele não citou, mas bem poderia ter citado a Petrobras, a Casa Civil, Fazenda, Planejamento, Minas e Energia, BNDES, Correios, Carf (o conselho revisor de decisões da Receita), fundos de pensão e vai por aí afora. Destampou, achou.
Também participaram da sessão da comissão na terça-feira duas representantes da chamada “sociedade civil”, Ana Paula Sayão e Rosa Richter, e elas, assíduas no acompanhamento dos trabalhos, dizem que se surpreenderam com o ritmo frenético da Câmara e com a seriedade de parlamentares que estão de fato envolvidos na aprovação das propostas. O Congresso, visto de dentro, é menos horripilante do que aparece na mídia…
Eis as 10 propostas: “testes de integridade” em agentes públicos; criminalização do enriquecimento ilícito e do caixa 2 de campanha; transformar corrupção em crime hediondo; apressar penas e prisões em crimes comprovados; rapidez também nas ações de improbidade; acabar a prescrição ou ampliar prazos; redução das nulidades penais; prisão preventiva para evitar evasão do fruto do roubo; devolução do dinheiro desviado.
A questão do foro privilegiado para político fica fora, porque exige Emenda Constitucional e poderia atrasar a aprovação do pacote. Mas podem ser incluídas duas medidas pelas quais se bate Rubens Bueno (PPS): aposentadoria para juízes afastados por corrupção e mais rigor com os aditamentos em obras públicas, um ralo do dinheiro público.
Uma curiosidade: enquanto a comissão da corrupção se reunia, o plenário guerreava para incluir no projeto de repatriação de recursos a permissão para que familiares de políticos possam aderir e se beneficiar da lei. Dureza, não?

"Sinto que a visita ao Rio será adiada..." / Maria Helena RR de Souza,

Beleza não põe mesa

Não pense o Leitor que ao dizer isso declaro que a extraordinária beleza do Rio de Janeiro acabe por cansar seu morador. Longe disso, o único alívio que temos em nosso conturbado dia a dia é a suntuosa visão do estojo no qual Deus pousou o Rio.
Morador desce as escadas do morro indiferente à ação policial (Foto: Gabriel de Paiva  / Agência O Globo)
Morador desce as escadas do morro indiferente à ação policial (Foto: Gabriel de Paiva / Agência O Globo)
Como disse um amigo de Coimbra ao olhar para o mar do alto da Estrada das Canoas: “isto é impressionante, extasiante, espetacular!”.
Foto: Fernando Maia/ Riotur

Essa é a sensação que temos, cariocas da gema ou por opção, ao atravessar o Túnel Rebouças e dar com a beleza comovente da Lagoa, um simples aperitivo para o deslumbramento que virá a seguir, com o Cristo lá no alto abençoando a cidade.

O Rio sempre foi acolhedor com seus visitantes, assim como amado por seus moradores. Cariocas, graças a essas bênçãos de Deus, fizeram desta cidade um lugar acolhedor, cuja simpatia rivaliza com a beleza e a tornam um local que os estrangeiros amam visitar e ao qual sempre planejam retornar.
Mas talvez fosse melhor usar os verbos no passado. Sinto que a visita ao Rio será adiada...
O Rio anda violento, bravo, assustador. As UPPs, criadas pelo então Secretário de Segurança José Mariano Beltrame para pacificar as comunidades carentes em áreas menos aquinhoadas da cidade, excelente ideia à qual faltou a adesão firme e forte do governo do Estado, não conseguiram conter o avanço da criminalidade, brutal e estúpida. Será que a ninguém ocorreu que um posto policial, sem a contrapartida de uma política social importante – creches, escolas, clínicas de família, saneamento – não bastaria para desenvolver uma geração bem estruturada, disposta a não permitir que o Mal vencesse o Bem?
 
Faltou isso tudo, mas não faltou a visão do Lula e seu governador Sergio Cabral em um teleférico ligando a Praça General Osório, coração de Ipanema, ao alto do Pavão-Pavãozinho. Necessário? Pode ser. Se viesse depois das políticas sociais acima mencionadas, talvez merecesse os adjetivos da senhora Christine Lagarde, diretora do FMI que, certamente deslumbrada pela paisagem, não reparou onde o teleférico a levava e declarou que se sentia nos Alpes!

Foi pena que ela não estivesse no Rio no último dia 10 quando, durante um tiroteio violento que ecoou nas imediações da comunidade Pavão-Pavãozinho, as pessoas que vivem, trabalham e circulam por ali de repente não vissem um corpo de homem cair do alto do morro, morto ou vivo, ainda não se sabia ao certo.
Os cariocas perceberam que a ilusão da cidade unida acabara. Vencia a realidade da cidade partida.

Quando tivemos dinheiro não implementamos o que era necessário. Agora, que estamos quebrados, não adianta chorar pitangas. Mas quem sabe podemos exigir que o poder público ao menos controle seus presos e respeite o que o secretário Beltrame – e todos os cariocas de bom senso – pedem: chega de licença de saída da prisão em datas festivas, como Natal, Dia das Mães, e outras.

O bandido que comandou a ação que resultou no tiroteio no Pavão-Pavãozinho estava usufruindo de uma licença da prisão desde maio, para comemorar o Dia das Mães.

Uma flor de rapaz, com toda a certeza...
Morador desce as escadas do morro indiferente à ação policial (Foto: Gabriel de Paiva / Agência O Globo)

O Brasil maltrata o Brasil; .. dá sinais de cansaço; manda recados ao bom senso...

Vlady Oliver: Palhaços de estimação

Não fomos nós que optamos pelo fim da civilidade em suaves 

prestações superfaturadas

Por: Augusto Nunes  
Não sei não, mas acho que ando vendo palhaços demais em minha vidinha besta. Basta uma rápida olhada na blogosfera para sabermos que somos acossados pela terceira guerra mundial, pela gravidade do Planeta X, pelos palhaços assombrações, pela prisão do meliante chefe da camarilha e por outras tantas hecatombes que fariam corar a sacristia toda. Aliás, ela mesma anda em polvorosa, mandando recados esquisitos e se recusando a abençoar o “governo golpista”, que vai queimar no inferno se resolver cobrar dos templos tudo o que eles devem em impostos.
Tempos esquisitos. Não sei se conta a pessoa acabar de perder o pai e a mãe e alguém vir confortá-la afirmando que “isso passa” e outras beatitudes e formalidades. Resumindo: não se questiona com razões, questões de fé, da mesma maneira que não adianta apelar para o civismo e para a cidadania, quando sabemos que estamos diante de um bando de ladrões em plena atividade parlamentar. É do jogo, como diria o próprio presidente Temer, que vem me ensinando algumas aulinhas de bom senso e tolerância.
Eu só acho que o abismo que nos olha tem nome, sobrenome e endereço certo. Não fomos nós que o parimos e o alimentamos; pelo contrário. Somos um povo até bastante tolerante com tudo o que está acontecendo no país. A estrondosa roubalheira capitaneada por todos estes homúnculos vem merecendo uma resposta rápida e contundente do poder público, antes que o sapato seja usado para abater estes salafrários todos. E haja sapato.
Continuo a brandir a diferença entre uma convicção e uma constatação. Por convicção sou contra a violência, seja ela uma sapatada, um tiro de canhão ou toda essa vigarice institucionalizada. Por constatação, no entanto, penso que só podemos pedir respeito às leis, às instituições, ao governo, à sociedade e à classe política, quando estes agentes da vida pública se fazem respeitar perante o conjunto de indivíduos a que estes deveriam representar. O resto é guerra.
É evidente que temos que ser a turma do “deixa disso”. Os bombeiros da nação exausta. Os “médicos sem fronteiras” dessa doença chamada Brasil. O problema é justamente a demora das soluções. A disparidade de versões. As avarias de julgamento. É muito bonito oferecer flores aos combatentes, mas não somos nós que sentimos o cheiro da morte em confrontos estúpidos. Não fomos nós que optamos pelo fim da civilidade em suaves prestações superfaturadas. Não fomos nós que trouxemos essa guerra para o nosso quintal. Mas ela está aí na porta, nos ameaçando o tempo todo.
Se eu precisar pegar no porrete para defender minha casa, minha família, minha vida e minha dignidade desses párias, o farei sem pestanejar. Não sou daqueles que oferece a outra face: só tenho uma para oferecer. O homem é um animal sem complacência, sem compaixão e sem limites. Entende o fim do seu território só quando começa o território do outro. Pois o cara que transpasse a minha cerca será alvejado por um pé 43. Republicanamente. Sem a menor dor na consciência. Só na careca. Vai encarar?

Charge de Sponholz no blog de Aluizio Amorim

Sponholz: Jogando xadrez no xadrez!

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Mais sacanagem....? O Brasil não tem medo de ser infeliz !

REFORMA POLÍTICA: Cuidado! Voto em lista é golpe no eleitor! Sem essa, Rodrigo Maia! | VEJA.com

REFORMA POLÍTICA: Cuidado! Voto em

 lista é golpe no eleitor! Sem essa, Rodrigo Maia!

Partidos agora dão de uma de joão sem braço e falam em lista fechada em razão de dificuldades financeiras. Uma ova!

Por: Reinaldo Azevedo  

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), postou nesta quinta uma mensagem no Facebook que me parece infeliz sob vários pontos de vista. Eis a imagem abaixo, com a transcrição:
Rodrigo Maia lista
Está lá, literalmente, com todos os infinitivos flexionados:
“Na próxima semana o Congresso voltará a debater uma nova reforma política. Ao meu ver, o nosso sistema entrará em colapso em 2018 se nada for feito. Estive hoje com o presidente do TSE, ministro Gilmar Mendes para discutirmos pontos que devem ser analisados pelo Parlamento. Com o fim do financiamento privado, eu tenho defendido a adoção da lista fechada. Uma opção que traria menor custo para as próximas eleições. O modelo vigente no país não representa mais a sociedade, uma prova disseo é que mais de 40% da população não foi às urnas. É preciso encontrarmos um sistema que possibilite a legitimação da política e também o seu financiamento.”
Retomo
Uma das pedras de toque da reforma política que o PT queria fazer quando era o todo-poderoso do país previa o voto em lista.
Para lembrar como é a coisa: o eleitor é convidado a votar, nas eleições proporcionais (deputados federais e estaduais e vereadores no caso de grandes cidades), num partido.
Apurados os votos que obtiveram as legendas, vê-se qual é o número de cadeiras que cabe a cada legenda. E os eleitos são aqueles que compõem a lista fechada do partido, a começar do primeiro rumo ao último.
O voto em lista é o único sistema, fora uma ditadura, em que uma pessoa sem voto pode ser “representante do povo”. Basta que ela pertença a um partido com uma máquina poderosa e que esteja entre os primeiros da lista.
Suposta virtude, mas que é conversa mole: o voto fortalece os partidos. A verdade: esse mecanismo só robustece burocracias partidárias.
Por que queria?
Por que o PT queria esse sistema? Porque era o partido mais forte e também liderava a preferência dos brasileiros quando estes eram indagados a respeito.
Eu era contra. Só porque fortalecia o PT??? Não! Fosse assim, hoje eu seria a favor, quando o partido está na lona. Mas eu continuo contra.
Reforma?
Quero uma reforma política que aproxime o eleito do eleitor, não o contrário. E isso se dá com o voto distrital puro. Cada partido indica o seu representante para uma área restrita. Pode-se pensar no distrital misto, que combina esse modelo, que aprovo, com a lista? Não é a minha escolha, mas dá para debater. O voto em lista, como queria o PT e agora diz querer Maia, é inaceitável. Trata-se de um golpe no eleitor.
Desculpa esfarrapada
Pior: Maia trata do assunto na esteira das dificuldades geradas pela proibição da doação de empresas a campanhas eleitorais.
Acontece que essa proibição esdrúxula tem é de cair, em vez de gerar novos frutos teratológicos.
Sou quase capaz de apostar que o PT, que antes defendia o voto em lista, agora já não vê a coisa com simpatia, fazendo trajetória inversa à de Maia.
Os senhores políticos precisam pensar uma reforma política que sirva ao país, não a seus interesses oportunistas.
Comissão
O deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), irmão do ministro Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo), presidirá a Comissão Especial que vai debater a reforma política. O relator será o petista Vicente Cândido (PT-SP).
Espero que essa estupidez de voto em lista seja arquivada de pronto e que se tente trilhar o caminho contrário.
De resto, voto distrital, voto distrital misto e mesmo voto em lista são alternativas que só fazem sentido num regime parlamentarista.
E este, sim, deveria ser o debate. A partir de 2018, certamente é impossível. Que se pense, então, na possibilidade a partir de 2022.
A única grande nação em que o presidencialismo dava certo ERAM os Estados Unidos. Nem isso mais. Donald Trump levou o modelo à falência.
Os EUA elegerão Hillary Clinton presidente, a candidata democrata mais fraca em muito tempo porque boa parte dos americanos votará CONTRA o falastrão.
O debate da reforma começou pelo avesso.
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O Brasil e seus criminosos intelectuais...

A LAVA JATO E A "CRIMINALIZAÇÃO" DA CORRUPÇÃO

por Percival Puggina. Artigo publicado em 

 O leitor destas linhas deve saber que foi instalada em nossos hábitos e costumes uma distinção entre o crime contra o patrimônio praticado por um e o mesmo crime praticado por muitos. O "coletivo" da segunda situação permite atribuir-lhe a característica de movimento social, ideologicamente credor de benevolência e reverência. As razões pelas quais as coisas se passam assim no Brasil permanecem envoltas pelos mistérios inerentes à alquimia marxista. Tremem as luzes do intelecto, borbulham as retortas cerebrais, fumegam os neurônios e pronto: afirmar que qualquer dos ditos movimentos sociais violou dispositivo do Código Penal torna-se pura e simples criminalização do movimento e isso não é coisa que se faça.
 O MST já conta 32 anos empenhado em crescente pluralidade de causas, entre as quais a que menos importa é a reforma agrária. Até o PT, com o tempo, descobriu que desapropriar terra para assentar o pessoal indicado pelo MST é jogar dinheiro fora. Sob o ponto de vista político, resulta mais eficiente e mais barato dar dinheiro para o movimento e bolsa família para seus militantes. Tanto isso é verdade que após 13 anos e quatro governos federais petistas, Michel Temer esquentava sua cadeira há apenas uma semana quando o MST lhe apareceu com extensa pauta de reivindicações. Sem nenhum constrangimento.
Denunciar a "criminalização" dos movimentos sociais é ato de extrema astúcia, cujo objetivo consiste em criminalizar a denúncia do ato criminoso. Hoje, são condutas e expressões inseparáveis. Basta que alguém denuncie ou reaja a um crime contra a propriedade privada ou pública praticado por muitos para que, imediatamente, passe a ser acusado de estar criminalizando movimento social. Esta acusação pretende conseguir (e pela insistência e repetição consegue) que o denunciante seja percebido como réu ele mesmo. Invertem-se as culpas e responsabilidades. Graças a isso, o MST e os exércitos rurais do senhor Stédile sempre agem impunemente. Graças a isso, as milícias urbanas do MTST e do senhor Boulos obtêm a mesma proteção. Graças a isso, os truculentos máscaras-negras do senhor Freixo, conhecidos pela alcunha de Black Blocs, podem queimar lixeiras e espatifar vidraças sem serem tolhidos. Graças a isso, também, os adolescentes intelectualmente abusados por professores militantes podem invadir escolas e prédios públicos sem serem perturbados pelas instituições da República. E por aí vai a semeadura cultural da impunidade.
Se o leitor destas linhas observar a reação desses mesmos grupos, bem como a dos partidos e lideranças políticos que os sustentam, perceberá que a mesma estratégia está sendo aplicada em relação à força-tarefa da Lava Jato e, especialmente, ao juiz Sérgio Moro. Atacam os delegados, os procuradores e o juiz por estarem "criminalizando" condutas criminosas. O petrolão não foi um movimento social. Foi mais um movimento societário. Mas a Lava Jato está criminalizando a corrupção e isso deixa muita gente indignada.
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