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sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

O 'ponto de fuga' de um terrorista islâmico é a visita ao Paraíso acompanhado de 7 mil mulheres virgens...!

Os desafios de proteger multidões contra ataques como o de Berlim

  • 21 dezembro 2016
Pessoas fazem vigília após ataque com caminhão na AlemanhaImage copyrightGETTY IMAGES
Image captionAlguns países instalam barreiras em regiões de grande concentração de pessoas para evitar ataques
A escolha de um bem visitado mercado de Natal como o de Berlim para alvo de um atentado extremista não surpreendeu as forças de segurança ocidentais, que já sabiam dessa possibilidade e conhecem a tática desse tipo de ataque.
Mesmo assim, os desafios de tentar evitar ou conter atentados desse tipo são enormes, como demonstra o seu histórico.
Já em 2000, um mercado de Natal tinha sido alvo de um ataque à bomba da Al-Qaeda em Estrasburgo, na França - um atentado que as autoridades conseguiram desbaratar a tempo.
Esses mercados são uma antiga tradição em várias partes da Europa e reúnem um grande número de moradores locais e turistas. Um atentado em um local desses deixaria um alto de número de mortos - e o impacto simbólico e emocional de estar ligado a uma temporada de feriados.
Há apenas algumas semanas, um jovem de 12 anos foi preso na Alemanha com um plano para detonar explosivos caseiros em um mercado em sua cidade natal. A bomba, repleta de pregos, não foi detonada.
A metodologia deste tipo ataque com caminhões também não é nova.
Dois anos atrás, uma van foi jogada contra visitantes de um mercado de Natal na cidade francesa de Nantes, deixando 10 pessoas feridas. Uma pessoa morreu.
Os grupos extremistas Estado Islâmico e a Al-Qaeda fizeram chamados públicos a seus militantes para que usassem veículos como armas. O ataque em Nice, em julho, foi o sinal mais claro dos terríveis danos que um caminhão pode causar. Na ocasião, 86 pessoas morreram.
'Vi gente debaixo do caminhão': testemunha registra cenas de caos após atropelamento em Berlim
Nesse caso, o motorista parece ter se inspirado nos chamados do Estado Islâmico, mas a extensão do contato direto parece ter sido limitada. Rastrear cada caminhoneiro certamente não é uma solução - o que ficou claro especialmente após o caso de Berlim, onde houve fortes indícios de que o veículo foi sequestrado apenas algumas horas antes de ser usado.
Os desafios na prevenção de tais ataques que usam pouca tecnologia são complexos.
Há uma década, os membros da Al-Qaeda tendiam a planejar ataques mais complexos com explosivos. Isso muitas vezes exigia viagens internacionais e treinamento, além de comunicação, e tais ações levavam muito tempo para se desenvolverem.
Tudo isso oferecia várias oportunidades para que agências de inteligência pudessem interceptar a tempo possíveis planos de ataques.

Protegendo multidões

Se um indivíduo é seguidor do Estado Islâmico, mas não tem contato com eles e age sozinho ou em uma pequena célula, será difícil detectá-lo. No momento em que ele sequestrar um caminhão, haverá poucas chances de encontrá-lo.
A única esperança nesse caso é proteger as áreas de um ataque para reduzir os possíveis danos.
Policiais vasculham local de ataque em BerlimImage copyrightGETTY IMAGES
Image captionPlanejar ataque com veículo é mais simples do que bombas ou algo que exija treinamento
O Reino Unido investiu bastante na proteção de seus lugares mais lotados.
O governo, através do Escritório Nacional de Segurança Contra o Terrorismo, dá instruções a edifícios, pubs, bares e atrações turísticas para que estes saibam como se proteger e dar mais segurança a seus visitantes.
O foco tem sido sobre proteção contra carros-bomba ou os ataques em que um ou vários indivíduos atiram indiscriminadamente contra vítimas que veem pela frente - o tipo de incidente visto primeiro em Mumbai (em 2008, onde vários ataques coordenados resultaram na morte de 164 pessoas) e, mais recentemente, em novembro de 2015 em Paris.
A preocupação com os carros-bomba levou ao investimento em postes, balizadores de ferro (também conhecidos como "fradinhos"), chicanas e outros tipo de obstáculos de rua - às vezes integradas à arquitetura local de forma discreta - que tornariam mais difícil para um veículo atingir um prédio em velocidade.
Há também maior vigilância em eventos públicos e contato entre os organizadores e a polícia.
Os mercados ainda são difíceis de proteger, em parte porque eles tendem a estar localizados em praças e ruas abertas, mas também são temporários. Isso torna menos provável que haja investimentos em segurança pesada e permanente, embora ainda possam ser usadas barreiras temporárias.

'Mais balizadores e soldados não é a resposta'

As forças policiais britânicas dizem que já estavam com esquema de segurança em vigor zelando pela proteção des mercados públicos do Reino Unido, mas que estes serão revistos e ajustados para aumentar a presença policial.
Especialistas antiterrorismo advertem que não basta apostar as fichas apenas em medidas de proteção.
"Mais balizadores e soldados ou policiais nas ruas absolutamente não é a resposta para este tipo de ameaça", disse à BBC Richard Walton, comandante das unidades antiterror na Polícia Metropolitana de Londres de 2011 até o início de 2016.
"Você tem que melhorar sua capacidade de inteligência. Você tem que incentivar as pessoas a se aproximar e, em particular, você tem que incentivar a comunidade muçulmana a confiar nas agências e reportar informações e preocupações que ela tem".
Há muitas dúvidas, porém, se foi feito o suficiente em Berlim, dado que este tipo de ameaça já era conhecido.
O Departamento de Estado norte-americano publicou um aviso no final de novembro dizendo aos cidadãos americanos para terem cautela em "festivais de férias, eventos e mercados ao ar livre".
O aumento da segurança foi posto em prática em alguns mercados de Natal, como o mais famoso da Europa, o de Estrasburgo, com monitoramento dos visitantes e restrições à circulação de veículos.
Soldado em frente à catedral de Colônia, na AlemanhaImage copyrightGETTY IMAGES
Image captionPara ex-comandante de unidades antiterror da Scotland Yard, 'mais fradinhos e soldados nas ruas não é a resposta para este tipo de ameaça'
Mas o problema é que todos os mercados precisariam seguir os mesmo padrões de segurança, pois um extremista pode sempre escolher um alvo mais frágil para um ataque.
Autoridades alemãs têm defendido suas medidas de proteção dizendo que é difícil conseguir implantar obstáculos capazes de deter um caminhão, como foi o caso em Berlim.
"Os mercados de Natal não podem ser transformados em fortalezas", disse um oficial alemão no dia seguinte ao ataque.
"Temos um número ilimitado de alvos frágeis. Há diversas possibilidades de usar um caminhão para atacar e matar pessoas".

quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

A propina espalhada pela América Latina e África...// El País


A propina da Odebrecht fora do Brasil: Venezuela, Argentina, Peru e Angola

Países estão em lista de 11 nomes divulgados pelas autoridades americanas como parte de acordo


Hidrelétrica no Peru construída pela Odebrecht.

A gigante brasileira da construção civilOdebrecht tinha uma máquina bem azeitada de pagamento de propinas na América Latina para tentar obter ou manter contratos de obras públicas. De 2001 até este ano, a empresa realizou ou mandou fazer pagamentos que somam cerca de 439 milhões de dólares em 11 países fora do Brasil, nove deles latino-americanos, segundo investigação que vem sendo realizada nos Estados Unidos. A partir desses pagamentos, a empreiteira obteve ganhos de mais de 1,4 bilhão de dólares.
A Odebrecht e seu braço petroquímico, a Braskem,admitiram à Promotoria norte-americana a responsabilidade pelo pagamento das propinas, descoberto no quadro da investigação de corrupção na Petrobras, segundo anunciou o departamento de Justiça dos EUA nesta quarta-feira. As duas empresas chegaram a um acordo para pôr fim ao processo em curso nos Estados Unidos, Brasil e Suíça mediante uma multa de 3,5 bilhões de dólares –a mais elevada da história para esse tipo de caso.
A Odebrecht, grupo presente em 28 países, com 168.000 funcionários, utilizou sociedades fantasmas e contas bancárias em diversas partes do mundo para gerenciar as propinas pagas a funcionários ou intermediários, com as quais procurava garantir uma “vantagem imprópria” em relação a seus concorrentes, segundo os documentos da investigação.
O país latino-americano em que o grupo fez mais pagamentos irregulares foi a Venezuela (98 milhões de dólares), seguida da República Dominicana (92 milhões). Fora da América Latina, a Odebrecht também corrompeu funcionários em Angola e Moçambique. No caso do Brasil, os pagamentos giraram em torno de pelo menos 349 milhões de dólares (1,2 bilhão de reais).
A seguir, algumas das irregularidades registradas em países latino-americanos:

Argentina

Entre 2007 e 2014, a Odebrecht pagou mais de 35 milhões de dólares para intermediários de funcionários ligados a três projetos de infraestrutura. As propinas geraram ganhos à empresa no valor de 278 milhões de dólares.

Venezuela

No caso da Venezuela, os pagamentos foram de 98 milhões de dólares, para vários intermediários que disseram ter acesso direto a empresas públicas. O objetivo da Odebrecht era obter informações confidenciais sobre projetos e garantir concessões.

México

No caso do México, os pagamentos somaram 10,5 milhões de dólares, entre 2010 e 2014, gerando ganhos de 39 milhões. A investigação revelou, por exemplo, que em outubro de 2013, a Odebrecht pagou seis milhões a um alto executivo de uma empresa pública mexicana em troca de um contrato.

Colômbia

Entre 2009 e 2014, a empreiteira gigante pagou propinas na Colômbia no valor de 11 milhões de dólares, que lhe geraram ganhos de 50 milhões em contratos. O grupo possui dois contratos na Colômbia. Não se sabe se o acordo judicial pode ou não atingi-los de alguma forma.
Segundo o vice-presidente da Colômbia, o regulamento anticorrupção do país estabelece que qualquer condenação internacional em termos de corrupção inabilita uma empresa por 20 anos para efeito de obtenção de contratos com o Estado, como informa Ana Marcos, de Bogotá.

República Dominicana

As propinas pagas entre 2001 e 2014 chegam a 92 milhões de dólares. Foram destinadas a intermediários que influenciaram na aprovação de projetos que geraram ganhos de 163 milhões.

Peru

A Odebrecht pagou propinas no valor de 29 milhões de dólares para funcionários do Governo entre 2005 e 2014 para obter contratos públicos. Os ganhos foram de 143 milhões de dólares. Um exemplo: em 2005, um funcionário se ofereceu à empresa para ajudá-la a obter um contrato, que ela, de fato, acabou ganhando. Essa ajuda custou 20 milhões de dólares.
Segundo veículos de comunicação locais, a Promotoria peruana pediu na semana passada à Justiça brasileira o acesso à investigação que está sendo realizada sobre as obras de um gasoduto da Odebrecht no país.

Charge de Chico Caruso...

A charge de Chico Caruso

Charge (Foto: Chico Caruso)

Sergio Moro sai de férias e no seu posto entra Gabriela Hardt

Saiba quem é a juíza substituta de Moro na Lava Jato

Nas redes sociais, a juíza Gabriela Hardt se revela esportista, exibe fotos de viagens, cartas da filha mais nova e fotos ao lado de amigos

Por Da redação

Durante as férias do juiz federal Sergio Moro, de folga até o dia 20 de janeiro, quem assume os processos da Operação Lava Jato em primeira instância é a juíza-substituta Gabriela Hardt. Ela é formada em Direito pela Universidade Federal do Paraná e deverá manter o ritmo da 13ª Vara Federal de Curitiba.
A juíza já mostrou ser tão rigorosa quanto Moro por meio da decisão desta quarta-feira, em que determina que o ex-tesoureiro do PT Paulo Ferreira deverá indicar um imóvel para garantir fiança estabelecida pelo juiz Sergio Moro no último dia 16. O ex-tesoureiro petista foi solto mediante a fiança e é acusado de ter recebido propina referente ao contrato para a construção do novo Centro de Pesquisa Petrobras (Cenpes), no Rio de Janeiro.
Leia também:
“Oportunizo que seja indicado imóvel desembaraçado de ônus como caução real para garantia da fiança fixada pelo Juízo Titular. Caso o imóvel não pertença a Paulo Adalberto Alves Ferreira, deverá o proprietário apresentar termo oferecendo o bem em garantia”, decidiu a juíza.
Nas redes sociais, Gabriela se revela esportista, exibe fotos de viagens, cartas da filha mais nova e fotos ao lado de amigos.
(Com Estadão Conteúdo)