quarta-feira, 5 de setembro de 2012

"A gente se apaixona com tanta facilidade..."


Afinidades essenciais

Você não quer um olhar de incompreensão cada vez que um filme levá-la às lágrimas

IVAN MARTINS
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IVAN MARTINS É editor-executivo de ÉPOCA (Foto: ÉPOCA)
Quem acompanha esta coluna sabe que eu sou obcecado pela questão das afinidades. Vira e mexe, com desculpas diferentes, eu volto a esse tema. É que me parece, cada vez mais, que a forma como a gente escolhe os parceiros, ou como cada um de nós estabelece vínculos com eles, define a nossa vida. Ao menos a nossa vida afetiva, que é parte enorme de todo o resto.

Quando a gente é muito jovem, ser amado parece ser o problema essencial da nossa existência. A gente se apaixona com tanta facilidade, e com tanta frequência, que encontrar alguém que retribua na mesma intensidade parece a parte mais difícil da vida. À medida que o tempo passa, se você for honesto com você mesmo, vai perceber que a parte difícil da vida é gostar por muito tempo de alguém. Vai notar que as pessoas passam, algumas mais legais do que as outras, mas que apenas algumas delas, muito poucas, estabelecem com você um vínculo essencial. Essas pessoas que ficam são especiais – e a grande pergunta é por quê?
Os cientistas e os filósofos dizem que há perguntas boas e perguntas ruins. As ruins são aquelas cujas respostas não levam muito longe no caminho do entendimento. As perguntas boas, ou certas, são aquelas que abrem horizontes e direcionam a nossa curiosidade em direção ao que realmente importa. Por que algumas pessoas ficam na nossa vida, e outras, não, é, para mim, uma dessas perguntas que fazem a diferença.
Na semana passada eu voltei a pensar nisso por causa do futebol.
Me desculpem os que não têm qualquer interesse pelo assunto ou se irritam à simples menção da palavra time. Eu, sem ser fanático, me envolvo emocionalmente com esse negócio de bola e camisa, e já descobri, a contragosto, que posso ter uma semana pior ou melhor a depender do resultado do meu time. A semana que passou, por exemplo, foi maravilhosa. Desde quarta-feira anda difícil tirar do rosto um sorriso de profundo e injustificado contentamento. O sentimento não resiste a nenhuma análise lógica, mas está aqui, e, de alguma forma subjetiva, e ao mesmo tempo muito concreta, melhora substancialmente a minha vida. Como eu, milhões de outros.
Como seria viver com uma mulher que não tivesse qualquer empatia com esse sentimento? Se ela odiasse o meu time, mas gostasse de futebol, poderia achar dentro dela entendimento e respeito pela minha comoção. Funcionaria, como já funcionou. Sendo corintiana, como é, foi o melhor dos mundos: voltar para casa, embriagado de alegria, e achar alguém feliz como eu, de braços abertos. Mas poderia também ser ruim. Poderia ser alguém – existem muitas – que genuinamente desdenha esse tipo de coisa e me tratasse como idiota. Nesse caso, minha semana de alegria grátis talvez se resumisse a um espasmo constrangido de contentamento, ou virasse irritação e discussão. Quando não há afinidade e compreensão, qualquer coisa é motivo de briga. Até alegria.  
O importante dessa história boba, eu acho, é perceber que na nossa vida tem de haver gente que nos entenda e que tenha conosco um grau elevado de empatia. Sim, podemos conviver com diferenças. Claro, personalidades diferentes nos desafiam. Mas isso tudo fica melhor na escola, no trabalho e na vida social. Na intimidade a coisa é outra. Você não quer um olhar de total incompreensão cada vez que certo tipo de filme levá-la às lágrimas. Nem quer ter de dar explicações quando tiver vontade de deitar no colo do sujeito no sofá da sala e ficar quieta, preferencialmente recebendo um cafuné. Se você é esse tipo de pessoa, ele tem de ser o tipo de cara que entende e participa. Ou então não rola.
Minha impressão, pelo acúmulo de experiências, é que nossos parceiros duradouros tendem a sair de um espectro estreito de personalidades, valores e visão de mundo. Para mim é um sinal saudável – e uma pista importante – que a gente repita a preferência por certos traços na hora de escolher pessoas. É que por trás dessas coisas que a gente vê há outras coisas, mais profundas, que nem sempre se percebem, como família e história pessoal. Elas definem quem cada um de nós é, e qual a nossa capacidade de viver juntos. Esse tipo de coisa não se improvisa e nem se ignora. É como um time de futebol: para nos dar prazer de verdade, tem de ser parte da nossa história. Ou então não tem graça nenhuma. 
(Ivan Martins escreve às quartas-feiras)

Presidente do PT perde serenidade - será que tinha? - e ofende STF


Ou adultos fora do controle emocional, psíquico, funcional
04/09/2012
 às 16:00 \ Política & Cia

MENSALÃO: presidente do PT perde as estribeiras e ofende o Supremo Tribunal Federal e o Judiciário em geral em comício em Osasco. Será que vai ficar por isso mesmo?

O comício em Osasco no qual Falcão (que não aparece na foto) considerou o Judiciário um instrumento da oposição "suja e reacionária" (Foto: Renato Silvestre / Folhapress)
O presidente nacional do PT, deputado estadual Rui Falcão, foi durante muitos anos um jornalista sereno e afável, que, durante largo período, dirigiu uma revista voltada para os negócios, os lucros e as vantagens do capitalismo – a revista EXAME, da Editora Abril.
Sua transformação em político profissional, porém, fez surgir um outro Falcão – e este outro Falcão, que vem seguidamente acometendo atropelos à lógica, ao bom senso e aos fatos, ultrapassou mais uma barreira ontem à noite, ofendendo o Supremo Tribunal Federal ao incluí-lo entre a oposição “conservadora, suja e reacionária” que pretenderia, supostamente, “destruir” o PT – tudo isso pela condenação, por parte do tribunal, do deputado João Paulo Cunha (PT-SP) por corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro.
Indo mais longe em seu delírio, segundo relato publicado hoje no jornal O Estado de S. Paulo, Falcão considerou ter havido um “golpe” da oposição e da “mídia”, durante discurso proferido na noite de ontem em Osasco (SP), no ato de lançamento do substituto de João Paulo na disputa pela prefeitura da cidade – o ex-secretário municipal de Governo Jorge Lapas (PT). E avisou: “Não mexam com o PT, porque quando o PT é provocado, ele cresce, reage.”
“Um golpe grande, que faz parte de uma ação daqueles que foram derrotados nas urnas três vezes seguidas na Presidência da República, mas insistem em querer nos derrubar e nos destruir”, disse, tudo isso porque setores de oposição ao lulo-petismo supostamente não aceitam as políticas implantadas pelos governos de Lula e da presidente Dilma Rousseff e, assim,”lançam mão de instrumentos de poder que ainda dispõem: a mídia conservadora e o judiciário”.
Ou seja, o Judiciário, Supremo incluído, é um “instrumento de poder” da oposição. Pura e simplesmente.
“Essa elite suja, reacionária não tolera que um operário tenha mudado o País, que uma mulher dê continuidade a esse projeto, mostrando que o preconceito que atingia as mulheres não sobrevive mais”.
Falcão não conseguiu, até porque seria muito difícil, apontar um único exemplo de manifestação de dirigentes ou integrantes da oposição ou de qualquer outro setor significativo da vida nacional que haja de alguma forma manifestado qualquer preconceito contra a presidente Dilma por sua condição de mulher.
Na verdade, nem sei porque estranho as manifestações da falcoaria petista, uma vez que, entre muitas outras asneiras proferidas pelo presidente do partido que está envolvido até o pescoço no mensalão, confira esta, de abril passado — em que solenemente recitou na TV os seguintes absurdos — no caso, sobre a CPI do Cachoeira:
Falcão falando na TV em abril: o mensalão, apurado pela Polícia Federal, denunciado pelo Ministério Público e, agora, tendo seus participantes julgados e condenados pelo Supremo foi uma "farsa" (Foto: veja.abril.com.br)
“As bancadas do PT na Câmara e no Senado defendem uma CPI para apurar esse escândalo dos autores da farsa do mensalão. É preciso que a sociedade organizada, as centrais sindicais, os movimentos populares, os partidos políticos comprometidos com a luta contra a corrupção, como é o caso do PT, se mobilizem para impedir a operação-abafa e para desvendar todo o esquema montado por esses criminosos, falsos moralistas, que se diziam defensores da moral e dos bons costumes”.
A “FARSA” do mensalão é a mesma “FARSA” que está levando para a condenação à cadeia de figurões do partido e até de banqueiros.
Mas, se Falcão considera que o Supremo é parte de uma oposição “conservadora, suja e reacionária”, nada há de incoerente em suas declarações.
Se bem que o presidente do PT, que agora espuma pela boca de ódio e profere barbaridades à vontade, parece estar necessitado de ajuda profissional.
Caso o procurador-geral da República o denuncie por ofender a mais alta corte do país, certamente Falcão verá confirmada sua teoria — e acabará incluindo o chefe do Ministério Público na oposição “suja”.

"Adultos fora de controle"...


rosely sayão

 

04/09/2012 - 03h30

Adultos fora de controle


A mãe de uma garota de oito anos me contou que está vivendo uma situação de conflito muito intensa com o marido cujo resultado, ela acredita, deverá ser a separação. Enquanto eles não tomam a decisão final e efetivamente se separam, vivem de conflito em conflito, diariamente.
A maior preocupação dessa mãe, além da situação estressante que ela experimenta, relaciona-se a um fato ocorrido dias atrás.
Num desses desentendimentos entre a mulher e o marido, eles trocaram acusações, xingamentos pesados e chegaram até a "pequenas agressões físicas", segundo suas palavras. O problema é que só então perceberam que a filha assistia a tudo, com expressão bastante assustada.
Desde então, a menina chora por qualquer coisinha e até mesmo sem motivo algum. Várias vezes se desespera com fatos simples de sua vida, como, por exemplo, não conseguir deixar o cabelo do jeito que gostaria. Será que a garota ficou traumatizada com o que viu? Essa é a maior preocupação dessa mãe.
Aproveito esse incidente para comentar um aspecto da vida na atualidade: a facilidade com que os adultos têm se descontrolado. Você pode observar isso, caro leitor, todos os dias.
Seja no espaço público, seja no ambiente de trabalho, nas relações sociais presenciais ou virtuais e, inclusive, na intimidade das relações familiares, tudo é motivo para justificar o descontrole de pessoas adultas.
Expressões de raiva, de irritação e de braveza, por exemplo, são distribuídas sem nenhuma economia ou constrangimento. Aliás, em geral, com uso de muita grosseria. Pessoas muito próximas (como um casal em vias de se separar), parentes e colegas de trabalho usam e abusam do descontrole verbal e até mesmo físico. Como chegamos a esse ponto?
Muitos pensadores da atualidade têm realizado análises a respeito de um fenômeno que, talvez, tenha relação íntima com esse fato: a infantilização do mundo adulto.
Tomemos um exemplo: a busca da aparência jovem e de acordo com determinados padrões estéticos. Você não se assusta, leitor, quando vê a imagem de alguém que se descontrolou nessa busca?
Faces completamente lisas e juvenis, sustentadas por pescoços envelhecidos, com lábios e bochechas exageradamente pronunciados são apenas alguns exemplos gritantes das consequências do descontrole dessas pessoas.
O que isso tem a ver com infantilização?
Quem não teve a oportunidade de observar uma criança em busca de algo que deseja e que, para obter o que quer, ignora totalmente a realidade? Adultos que buscam algo sem fazer a análise da realidade agem de modo infantil, portanto.
Falemos agora das emoções. Existe algo mais infantil do que deixar as emoções fluírem de modo desajeitado, desastrado até, sem conseguir conter sua expressão mais forte?
Esse é o comportamento típico de quem ainda não aprendeu como reagir a sentimentos agitados e só conhece uma maneira de lidar com eles: colocar tudo para fora. Isso acontece antes de a criança crescer, amadurecer e passar pelo processo de socialização.
Temos agido assim, com a maior naturalidade: os sentimentos se agitam dentro de nós? Deixamos que saiam em seu estado mais primitivo.
Não temos de nos preocupar apenas com o fato de que algumas crianças terão de arcar com consequências pessoais por terem sido testemunhas de cenas de descontrole de adultos próximos, com quem elas têm vínculos afetivos fortes.
Temos de considerar toda uma geração de mais novos vivendo rodeada por adultos que, com frequência, se comportam de maneira infantil e acham isso muito natural. Que lições são essas que temos passado às crianças?
Rosely Sayão
Rosely Sayão, psicóloga e consultora em educação, fala sobre as principais dificuldades vividas pela família e pela escola no ato de educar e dialoga sobre o dia-a-dia dessa relação. É autora de "Como Educar Meu Filho?" (Publifolha), entre outros. Escreve às terças na versão impressa de "Equilíbrio".

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Aluysio foi meu compadre...!

Aluysio foi meu compadre...

Tive uma ‘filha’ – Maratona – que “saía” todo domingo com a Folha da Manhã. As duas faziam parceria. Foi Aluisio que escolheu o nome para a minha ‘filha’. Foi ele também seu pediatra, seu nutricionista. Foi o mentor de suas primeiras palavras e frases... “uma lauda e umas 500 palavras” e deixou livre o conteúdo que iria alimentar cada crônica.

A infância da coluna seguiu a prescrição. Seus primeiros passos foram capengas. Ela seguiu em frente conforme o receituário. A partir da sua adolescência desviou o conteúdo da proposta, mas recebeu a benção do padrinho.

Na fase adulta a afilhada estava aos pés de Fernando Sabino e passou a fazer parte da Folha em cerca de 300 domingos.

Hoje minha filha presta uma singela homenagem ao padrinho: sabe de seu esforço pelo bom combate; saúda sua passagem pela fita de chegada como um herói; festeja sua trajetória profissional; aplaude o esforço de manter e dirigir um jornal diário...!
 Agora distante de seu convívio agradece o carinho e atenção do padrinho inesquecível com um Até breve!
Fifica Nunes Campos


Quadro de medalhas dos Jogos Paraolímpicos de Londres 2012



 
PAÍS
TOTAL
1China533940132
2Grã-Bretanha23302679
3Rússia23221762
4Ucrânia18151750
5Austrália18132152
6Estados Unidos14151847
7Brasil107421
8Alemanha9111030
9Irã74112
10França691025
11Polônia57517
12Nigéria55111
13Cuba54211
14Irlanda52310
15Espanha411924
16Canadá47516
17Holanda441018
18Coréia do Sul44513
19Nova Zelândia44412
20Tunísia