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quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

"... Descobrir o susto e a maravilha do bebê que chega logo... mesmo que ele não tenha um berço para repousar!

Lúcia Guimarães

O menino esperou 20 anos para nascer

24 de dezembro de 2012 | 4h 36
Lúcia Guimarães - O Estado de S.Paulo
Lembro a cena como se fosse ontem: uma tarde de calor escorchante. Estava em pé no meio da sala do apartamento e olhava em volta, procurando uma superfície segura para depositar o embrulho que trazia no colo. Nos meus braços, envolta em uma manta de algodão, minha filha de 3 dias não desconfiava do completo amadorismo da mãe, que julgava estar no oitavo mês de uma gravidez não planejada quando sentiu uma pontada estranha nas costas, no meio do fechamento do Jornal Nacional. Continuou trabalhando. Foi jantar com o marido num botequim pé-sujo de Botafogo. As pontadas continuaram e a estranha agitação foi temporariamente aplacada com a leitura do então muito debatido O Crepúsculo do Macho, de Fernando Gabeira. Como escreve bem o Gabeira. Ai, o que foi isso?
O berço de madeira encomendado ainda estava a caminho. O pai corria atrás de mamadeiras e esterilizadores. As camisas de pagão do Ceará, de algodão pele de ovo, não tinham sido lavadas e o carrinho de bebê emprestado não tinha chegado. Pior: como uma das últimas a nascer, até então, na minha pequena família, nunca tinha estado na presença de um recém-nascido, a não ser através do vidro de um berçário de hospital.
A história de improvisação e quase desastres que cercou minha estreia na maternidade provoca horror na minha filha. Ela vai ler manuais, vai ser acompanhada por profissionais, vai discutir dietas e teorias neonatais com a paixão com que eu brigava com trotskistas no diretório da faculdade.
Mas, de tudo o que soneguei à minha filha, por imaturidade e falta de ambição, não sabia que estava dando a ela algo que só faria diferença décadas depois: o fato de ter engravidado jovem. Se eu viver o bastante para precisar de assistência como idosa, minha filha estará madura, com filhos crescidos e alguma estabilidade para ficar menos vulnerável ao meu declínio.
O fenômeno dos pais de meia-idade cresce em sociedades industrializadas. É mais do que uma vitória dos tratamentos de fertilidade. As consequências da paternidade e da maternidade adiada têm sido tratadas mais do ponto de vista econômico e psicológico. A indústria da fertilidade apresenta uma narrativa de triunfo, frequentemente triunfo feminista, sem desdobramentos negativos. Filhos de pais mais velhos desfrutam maior afluência e sabedoria que é fruto da maturidade.
Mas, recentemente, estudos médicos mostram com mais clareza que não apenas a idade da mãe pesa nessa equação. A idade do pai influi no aumento de inúmeras doenças, do autismo à esquizofrenia. Uma ciência que provoca crescente desconforto entre aspirantes à procriação adiada, a epigenética, documenta transmissão de mutações e há de provocar um exame sobre as práticas de fertilidade em laboratório.
Não preciso me debruçar sobre publicações médicas para observar o que mudou para pior. No começo, ao notar a idade das mães que empurram carrinhos no meu bairro, um epicentro de adoções e casais ambiciosos que adiam a primeira gravidez, olhava com admiração a elaborada dedicação ao ritual reprodutivo planejado. O sucesso profissional exige mais anos de instrução superior. Educação e saúde de boa qualidade se tornaram luxo. Mas estas crianças do meu bairro começaram a falar e se manifestar como pequenos Mussolinis. Dominam as refeições noturnas. Não conseguem se distrair sozinhas. São exibidas como troféus. Seus ombros suportam o mundo e ele pesa mais do que a mão de um adulto narcisista e ansioso.
Uma grande amiga engravidou pela primeira vez aos 42 anos. Outro dia, ela passou a tarde vendo uma peça na escola da filha, uma daquelas montagens intermináveis, que requerem nossas reservas de amor e orgulho materno. Na mesma semana, passei a tarde no teatro com a minha filha. No palco, Martha e George se destroçavam na clássica Quem Tem Medo de Virginia Woolf, de Edward Albee. Disfarcei meu orgulho materno ao ouvir a análise serena que ela fez sobre a dinâmica de um casal.
Conversava com um conhecido clínico geral nova-iorquino, autor de sucesso e especialista em saúde na terceira idade e perguntei por que os pais de meia-idade criam filhos tão ditatoriais, como se cada um deles fosse o herdeiro da coroa britânica? "Esta obsessão do pai idoso é biológica, evolucionária", ele disse. Como assim? Ele explicou: se você tem o primeiro filho ainda jovem, sabe, inconscientemente, que pode ter mais filhos. Seu instinto protetor é diferente. Se começa a ter filhos depois dos 40, sabe que suas chances de procriar são radicalmente reduzidas.
É impossível desvincular a fertilidade do mercado de trabalho hostil à procriação e da ideia de que procriar cedo é um problema da mulher. Quem sabe se os filhos dos chamados pais-avós, mais afligidos por mutações genéticas, problemas de desenvolvimento psicológico, expostos ao trauma da perda prematura dos pais e o fardo de cuidar de idosos no começo da vida profissional, vão redescobrir o susto e a maravilha do bebê que chega logo. Mesmo que ele ainda não tenha um berço para repousar.

Arte no céu // Nuvens em exibição // 60 fotos

http://www.stumbleupon.com/su/AfljM7/:6vj9T3H6:Xl40enr$/matadornetwork.com/bnt/60-insane-cloud-formations-from-around-the-world-pics/http://www.stumbleupon.com/su/AfljM7/:6vj9T3H6:Xl40enr$/matadornetwork.com/bnt/60-insane-cloud-formations-from-around-the-world-pics/





60. Vortex cloud, Wallops Island, VA
The photo below is from a NASA study on the wake vortices of aircraft. Here, the vortex phenomenon is made observable with the use of colored smoke. The formation occurs naturally in many diverse scenarios — tornadoes, hurricanes, and cyclones being obvious cloud-related examples.

Read more at http://matadornetwork.com/bnt/60-insane-cloud-formations-from-around-the-world-pics/#woCWeexdbYX3cZtg.99 

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

"Permissão para ser INfeliz" //Eliane Brum

Eliane Brum

ELIANE BRUM - 14/01/2013 10h18 - Atualizado em 14/01/2013 10h25
TAMANHO DO TEXTO

Permissão para ser INfeliz

A psicóloga Rita de Cássia de Araújo Almeida conta como a demanda por felicidade vem crescendo nos serviços de saúde mental da rede pública

ELIANE BRUM

Há alguns anos me pergunto se o “direito à felicidade”, que se tornou uma crença partilhada tanto por religiosos quanto por ateus na nossa época, tem sido causa de considerável sofrimento. Se você acredita que tem direito à felicidade, de preferência todo o tempo, ao sentir frustração, tristeza, angústia, decepção, medo e ansiedade, só pode olhar para esses sentimentos como se fossem uma anomalia. Ou seja: eles não lhe pertencem, estão onde não deveriam estar, precisam ser combatidos e eliminados. O que sempre pertenceu à condição humana passa a ser uma doença – e como doença deve ser tratado, em geral com medicamentos. Deixamos de interrogar os porquês e passamos a calar algo que, ao ser visto como patologia, deve ser “curado”, porque não faz parte de nós. É um tanto fascinante os caminhos pelos quais a felicidade vai deixando o plano das aspirações abstratas, da letra dos poetas, para ser tratada em consultório médico. E, ainda mais recentemente, como objeto do Direito e da Lei, inclusive com proposta de emenda constitucional.    

Quem acompanha esta coluna sabe que a felicidade tem sido um tema assíduo. Acredito que poucos fenômenos são tão reveladores sobre a forma como olhamos para a condição humana em nosso tempo como o “direito à felicidade”. Sem esquecer que este tema está relacionado a outros dois fenômenos atuais: a medicalização da vida e a judicialização dos sentimentos. Ou, dito de outro modo: tratar o que é do humano como patologia e dar aos juízes a arbitragem dos afetos. 
É importante – sempre é – ressaltar que obviamente existem doenças mentais e situações nas quais o uso de medicamentos é necessário e benéfico, desde que com acompanhamento rigoroso. O que se questiona aqui são os casos – infelizmente frequentes – de leviandade nos diagnósticos psiquiátricos e o consequente abuso no uso de medicamentos, que tem criado uma multidão de dependentes de drogas legais, cujas consequências só serão conhecidas nas próximas décadas. É íntima a relação deste fenômeno com a crença da felicidade que assinala nosso tempo. 
Desta vez, convidei a psicóloga e psicanalista Rita de Cássia de Araújo Almeida para falar sobre um recorte muito significativo: a crescente demanda por felicidade no SUS. No texto de final de ano em seu blog, ela abordava a “ditadura da felicidade” do ponto de vista de sua experiência como trabalhadora da rede pública de saúde mental. Rita, 43 anos, é formada em psicologia pela Universidade Federal de Juiz de Fora, com mestrado em educação. Há 10 anos ela atua como psicóloga em CAPS (Centros de Atenção Psicossocial), serviços estratégicos na área da saúde mental. Atualmente, Rita trabalha no CAPS Leste, de Juiz de Fora, e coordena o CAPS Casa Aberta, no município de Lima Duarte, ambos no interior de Minas Gerais. 
Nesta entrevista, ela toca em pontos importantes: o aumento do sofrimento causado pelo imperativo da felicidade; a crescente demanda por um diagnóstico de transtorno mental, com a consequente receita de medicamentos; a transformação de momentos como luto, desilusão amorosa e rebeldia juvenil em doença; a dificuldade cada vez maior de compreender que sentimentos como tristeza, angústia, frustração, ansiedade e medo dizem algo importante sobre a vida, que deve ser escutado e não calado. Assim como a insônia e a falta de apetite nem sempre significam doença, mas um aviso de que é preciso reformular algo no cotidiano.  
Nos últimos anos, Rita e seus colegas perceberam que tinham uma nova função ao acolher as pessoas que os procuravam na rede pública: autorizá-las a serem infelizes. Isso deve dizer algo sobre todos nós – e sobre nosso mundo.  

Você atua na rede pública de saúde, escutando pessoas que relatam dores psíquicas. Em seu texto de despedida de 2012, no seu blog, você escreveu sobre a “ditadura da felicidade”, apontando a diferença de queixa das pessoas nos serviços de saúde mental nesta última década. Afirmou que hoje o pedido é por “felicidade” – ou, dito de outro modo, teria se tornado impossível para as pessoas sentirem-se “infelizes” ou conviver com alguém “infeliz”. Como é isso?  
Rita de Cássia de Araújo Almeida
 Atuo na saúde pública, em serviços do tipo CAPS (saúde mental) há 15 anos, sendo 10 deles como psicóloga. E, sim, tenho percebido uma mudança na maneira como as pessoas entendem a felicidade. Num passado não muito distante a felicidade era um bem a ser conquistado, quase uma utopia. Hoje, as pessoas se sentem na obrigação de serem felizes. A psicanálise entende a nossa época como a “era do direito ao gozo”. Ou seja: hoje, todos têm o direito de gozar plenamente, sem restrições. Nesse caso, a felicidade deixou de ser uma contingência, um evento, e passou a ser um direito que supostamente deveria ser garantido. Vivemos sob a ditadura da felicidade, e, por isso, grande parte das pessoas tem dificuldade de passar por momentos de infelicidade, de frustração e de perdas com naturalidade, entendendo isso como parte da existência. 
O que você está dizendo é que o imperativo da felicidade, a obrigação de ser feliz, está provocando sofrimento?
Rita
 Percebo que as pessoas, além de sofrer pelo motivo que as levou a procurar ajuda, sofrem ainda mais pela angústia de ter que se livrar daquele sofrimento rapidamente, a qualquer custo. Não compreendem que aquilo que sentem pode ter um significado e um motivo que precisam ser escutados, pela própria pessoa. Também sentem muita necessidade de dar um nome para o que sentem. Querem logo receber um diagnóstico.
Tenho alguns exemplos que, imagino, não fogem muito à realidade de outros colegas trabalhadores da área. Um deles é quando alguém perde um ente querido e a própria pessoa – ou alguém da família, ou até mesmo outro profissional de saúde – solicita atendimento especializado pelo fato de ele ou ela estar sofrendo ou chorando muito. Enterram o pai num dia e querem estar prontos para ir ao cinema no fim de semana seguinte. Temos também adolescentes encaminhadas à psiquiatria por estarem em conflito com o namorado, assim como crianças indicadas por apresentarem problemas de comportamento e dificuldades de aprendizagem.
Para os que não estão familiarizados com o fluxo de funcionamento da atenção à saúde do SUS, precisamos abrir um parêntese para que entendam o exemplo que vou dar a seguir. O sistema funciona, ou pelo menos deveria funcionar, em rede. A atenção primária – o posto de saúde, unidade de saúde ou estratégia de saúde da família – é a extremidade da rede mais próxima do usuário. Portanto, é a primeira que ele procura quando apresenta qualquer problema. O desafio da atenção primária é não trabalhar em cima das especialidades médicas, mas intervir na pessoa como um todo, tendo como diretriz a promoção e a prevenção da saúde. Entretanto, a atenção primária pode, em casos mais específicos, nos quais a intervenção do chamado especialista seja imprescindível, acionar outros parceiros da rede que possam oferecer suporte. Os CAPS, modalidade de serviço que trabalho, oferecem uma escuta especializada no campo da saúde mental.

Certa vez, recebemos em acolhimento uma mulher, encaminhada por um profissional da atenção primária do nosso território de atuação. Segundo ele, esta mulher apresentava um quadro de insônia e delírio persecutório. Numa escuta mais cuidadosa, soubemos que ela, na verdade, estava insone por medo do marido, que ameaçava jogar água fervente em seu ouvido enquanto ela dormia. Portanto, uma ameaça real – e não um delírio de perseguição. Quando ela me disse que precisava de uma consulta com um psiquiatra para que ele lhe desse um remédio pra dormir, tive de perguntar a ela: “Um remédio? Para quê? Para a senhora acordar com o ouvido queimado?”. Parece óbvio, mas ela não se dava conta de que não dormir, no seu caso, era um sinal de saúde, era uma forma de se proteger (do marido violento) – e não uma doença. Tivemos de autorizá-la a estar com insônia e, obviamente, auxiliá-la a tomar outras providências mais adequadas à situação.
“Estamos nos tornando uma geração de humanos que teme sua própria humanidade” 
O que essa queixa de “infelicidade” diz da nossa época? O que ela oculta? O que revela?
Rita
 Na verdade, o que causa infelicidade às pessoas não mudou muito. Sofremos, em geral, pelo mesmo motivo apontado por Freud há quase 100 anos. Sofremos, na imensa maioria das vezes, do mal-estar resultante das nossas relações com os outros. Entretanto, percebo que mudou muito a forma como as pessoas lidam com esse mal-estar, com sua infelicidade cotidiana. Num passado não muito distante o profissional da saúde mental era, em geral, procurado para ajudar a pessoa a compreender seus mal-estares, decifrá-los. Hoje, um número cada vez mais crescente de pessoas nos procura com um único objetivo: se livrar dos mal-estares. Não querem saber nada sobre seus sofrimentos ou sobre sua infelicidade, não desejam decifrá-los ou interrogá-los. Querem apenas que o sofrimento e a infelicidade silenciem, e ainda demandam de nós uma resposta rápida, eficaz e, especialmente, que não lhe exija muito esforço. Estamos nos tornando uma geração de humanos que temem sua própria humanidade. Vivemos numa sociedade que pretende negar e rejeitar toda espécie de tragicidade que a condição humana carrega consigo.

O que perdemos quando paramos de nos interrogar sobre nosso mal-estar com o mundo? Ou sobre nossos conflitos, nossas angústias e ansiedades?
Rita –
 Para a psicanálise, nossos mal-estares são oportunidades que temos para reconduzir e aperfeiçoar nosso processo de subjetivação, de construção de nós mesmos, processo este que nunca cessa. São esses mal-estares que nos fazem repensar nossos valores, objetivos, nosso modo de ser e nossas relações. As lagartas, para se transformarem em borboletas, precisam antes passar pela fase do casulo. Se quisermos aproveitar esta metáfora para entender o processo de subjetivação humano, diríamos que somos capazes de viver esse processo de transformação um sem número de vezes. De lagarta para borboleta, de borboleta para lagarta, e assim sucessivamente. Estas transformações, por sua vez, só acontecem quando questionamos nosso modo de ser e de estar no mundo. Quando paramos de nos interrogar, perdemos a oportunidade de passar por essas transformações, ficando paralisados, fixados em uma só condição: ou lagarta, ou borboleta. E é muito melhor quando podemos aproveitar todas as possibilidades de estar nesse mundo.
Por que você acredita que paramos de nos interrogar? O que aconteceu? O que mudou?
Rita –
 A pressa talvez seja o sintoma mais evidente da nossa sociedade atual. Zygmunt Bauman (sociólogo polonês, autor de Modernidade LíquidaO Mal-Estar da Pós-Modernidade eVida para Consumo, entre outros) descreve muito bem nosso tempo. Ele diz que vivemos sob a pressão de constantes mudanças, o que favorece uma cultura do esquecimento, em vez de uma cultura do aprendizado e da lembrança.
Como eu disse, as queixas são as mesmas de 10 anos atrás, mas hoje é cada vez mais comum que as pessoas procurem soluções fáceis e rápidas. As pessoas não têm paciência e disposição para passar por tratamentos longos, que exijam esforço e tempo. Outro dia, eu ouvi algo mais ou menos assim, num atendimento: “Olha aqui, minha filha, eu não vim aqui pra ficar de conversinha com você. Eu tenho depressão e preciso de um remédio, porque esse que eu estou tomando não está valendo nada”.
O que você diz para uma pessoa que acabou de perder alguém que amava, mas não quer viver esse luto? Ou acredita que não deveria estar sentindo essa dor, ou até que é injusto sentir essa dor?

An Essay by Einstein -- The World As I See It - StumbleUpon

"The World As I See It" by Einstein
Einstein at his home in Princeton, New Jersey
"How strange is the lot of us mortals! Each of us is here for a brief sojourn; for what purpose he knows not, though he sometimes thinks he senses it. But without deeper reflection one knows from daily life that one exists for other people -- first of all for those upon whose smiles and well-being our own happiness is wholly dependent, and then for the many, unknown to us, to whose destinies we are bound by the ties of sympathy. A hundred times every day I remind myself that my inner and outer life are based on the labors of other men, living and dead, and that I must exert myself in order to give in the same measure as I have received and am still receiving...

"I have never looked upon ease and happiness as ends in themselves -- this critical basis I call the ideal of a pigsty. The ideals that have lighted my way, and time after time have given me new courage to face life cheerfully, have been Kindness, Beauty, and Truth. Without the sense of kinship with men of like mind, without the occupation with the objective world, the eternally unattainable in the field of art and scientific endeavors, life would have seemed empty to me. The trite objects of human efforts -- possessions, outward success, luxury -- have always seemed to me contemptible.
"My passionate sense of social justice and social responsibility has always contrasted oddly with my pronounced lack of need for direct contact with other human beings and human communities. I am truly a 'lone traveler' and have never belonged to my country, my home, my friends, or even my immediate family, with my whole heart; in the face of all these ties, I have never lost a sense of distance and a need for solitude..."
"My political ideal is democracy. Let every man be respected as an individual and no man idolized. It is an irony of fate that I myself have been the recipient of excessive admiration and reverence from my fellow-beings, through no fault, and no merit, of my own. The cause of this may well be the desire, unattainable for many, to understand the few ideas to which I have with my feeble powers attained through ceaseless struggle. I am quite aware that for any organization to reach its goals, one man must do the thinking and directing and generally bear the responsibility. But the led must not be coerced, they must be able to choose their leader. In my opinion, an autocratic system of coercion soon degenerates; force attracts men of low morality... The really valuable thing in the pageant of human life seems to me not the political state, but the creative, sentient individual, the personality; it alone creates the noble and the sublime, while the herd as such remains dull in thought and dull in feeling."This topic brings me to that worst outcrop of herd life, the military system, which I abhor... This plague-spot of civilization ought to be abolished with all possible speed. Heroism on command, senseless violence, and all the loathsome nonsense that goes by the name of patriotism -- how passionately I hate them!
"The most beautiful experience we can have is the mysterious. It is the fundamental emotion that stands at the cradle of true art and true science. Whoever does not know it and can no longer wonder, no longer marvel, is as good as dead, and his eyes are dimmed. It was the experience of mystery -- even if mixed with fear -- that engendered religion. A knowledge of the existence of something we cannot penetrate, our perceptions of the profoundest reason and the most radiant beauty, which only in their most primitive forms are accessible to our minds: it is this knowledge and this emotion that constitute true religiosity. In this sense, and only this sense, I am a deeply religious man... I am satisfied with the mystery of life's eternity and with a knowledge, a sense, of the marvelous structure of existence -- as well as the humble attempt to understand even a tiny portion of the Reason that manifests itself in nature."
Albert Einstein (signature)

 See also Einstein's Third Paradise, an essay by Gerald Holton
The text of Albert Einstein's copyrighted essay, "The World As I See It," was shortened for our Web exhibit. The essay was originally published in "Forum and Century," vol. 84, pp. 193-194, the thirteenth in the Forum series,Living Philosophies. It is also included in Living Philosophies (pp. 3-7) New York: Simon Schuster, 1931. For a more recent source, you can also find a copy of it in A. Einstein, Ideas and Opinions, based on Mein Weltbild, edited by Carl Seelig, New York: Bonzana Books, 1954 (pp. 8-11).
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"É o partido do poder quem serve ao Brasil, e não o contrário"


ROBERTO DAMATTA - 12/01/2013 10h00 - Atualizado em 18/01/2013 16h34
TAMANHO DO TEXTO

2013 – Ano Velho ou Novo?

ROBERTO DAMATTA
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ROBERTO DAMATTA é antropólogo, autor de Carnavais, malandros e heróis (1979) e Pé em Deus e fé na tábua (2010) (Foto: Guillermo Giansanti/ÉPOCA)
Perguntaram a Santo Agostinho de onde vinha o tempo, e ele disse: o tempo vem do futuro que ainda não existe; passa pelo presente, que não tem duração; e vai para o passado que não existe mais. Não tenho nenhuma afinidade com futurologias e sofro de aversão a previsões, sobretudo quando anunciam ideias grandiosas. O século XX (com duas grandes guerras e vários holocaustos e barbarismos) é a melhor prova do poder destrutivo de receitas para melhorar o mundo – como o nazismo, o comunismo e os vários autoritarismos latino-americanos, todos marcados por um excesso de credos com seus inevitáveis e sedutores milenarismos.

Mas concordo com Santo Agostinho que estamos todos num gigantesco trem histórico chegando à estação 2013 para, em seguida, deixá-la e esquecê-la. Penso que o ano de 2013 reafirmará nosso desejo de permanecer brasileiros. O que temos consolidado nesta primeira década deste século XXI não é a visão tremendamente pessimista que tínhamos na entrada do século XX. Uma visão marcada pela teoria do “quanto pior, melhor”. Realmente, na alvorada do século passado, pelos 1913, vivíamos uma intensa instabilidade política justamente porque a República de 1889 proclamava no papel uma igualdade de todos perante a lei – a regra de ouro da democracia republicana – por cima de uma sociedade cuja experiência e rotina era aristocrática, escravocrata e hierárquica. Nossa instabilidade do século passado se explica pela dissonância entre a República, com seus ideais de igualdade e liberdade, e uma sociedade constituída de barões, bispos, senhores de engenho e ex-escravos cujas rotinas se faziam fora do igualitarismo do mercado e, acima de tudo, de um civismo ausente e ignorado por suas elites.
Além da mestiçagem condenada pelo racismo vigorante em todo o mundo, tínhamos um hibridismo sociopolítico resultante de um longo processo histórico, durante o qual acasalamos misturas com o ideal simples da igualdade democrática. Nesta Terra de Santa Cruz os portugueses casavam com as índias e se acasalavam com as negras. Surgiu daí um sistema marcado por uma imensa verticalidade, mas sem as distâncias sociais que eram o marco da colonização-padrão adotada pelos modelos europeus, sobretudo do inglês, francês e holandês. Mesmo o sistema espanhol era muito mais rígido do que o nosso quando, em 1808, a corte portuguesa veio para o Brasil e nosso país passou a ser o centro de um imenso domínio colonial.
Depois do mensalão, não se admite mais que quem governa possa ter mais privilégios que os governados
Convenhamos que, com esse passado, fazer funcionar (ou nem sequer compreender) uma República – ou seja: um futuro de cidadania e de igualdade, numa cultura cujo passo foi marcado pelo escravismo e pelas etiquetas dos baronatos e dos catolicismos cuja preocupação era “um lugar para cada coisa e cada qual em seu lugar” – não é uma tarefa fácil. Pois, como ensina Santo Agostinho, passado, presente e futuro são muito mais misturados do que pensa nossa vã filosofia.
É nesse contexto histórico que devemos compreender as idealizações do “Estado” como mais importante agente de mudança da sociedade, bem como sua brutal autoridade. A estadolatria e a estadomania – a noção segundo a qual o salvador do sistema é o “Estado” – tiram da sociedade seu papel. Esse papel que hoje começamos a criticar quando verificamos que tem sido a idealização do “Estado” a responsável pelos messianismos esquerdistas e direitistas, bem como dos surtos autoritários do getulismo e do governo militar, ao lado do interlúdio com uma vivência democrática – conturbada por esse mesmo estatismo – nos governos de Juscelino, de Jânio e de João Goulart.
No meu entender este século XXI não permite mais a leitura do Brasil como um combate entre capitalismo e socialismo, mas – eis a novidade – obriga a ver como problema a sintonia entre governantes e governados. Ninguém, depois da experiência desses governos petistas, pode admitir que quem governa possa ter mais privilégios do que os governados. Ou, em outras palavras, que ser do partido ou do “governo” signifique isenção de punições. 2012 será lembrado, sobretudo, pelo mensalão. Serão as implicações e reações a esse julgamento – que resultou em condenação a prisão de todo cardinalato petista, inclusive de seu “capitão do time”, José Dirceu – que vão certamente marcar 2013. Suas resultantes podem significar o fechamento do sistema democrático e do liberalismo no Brasil por crises institucionais de vários calibres – entre o Supremo e o Congresso, ou pela castração da Promotoria-Geral da República ou da mídia. Poderão, em sentido oposto, significar maior abertura e demanda de mais igualdade cívica e jurídica.
Mas isso não é tudo, pois este 2013 vai ser marcado pelos desdobramentos morais inevitáveis do “affaire” Lula-Rosemary Noronha, um caso cuja lógica vem reiterar a resistência e o poder dos laços pessoais na vida coletiva do Brasil. O que esse caso revela com todas as letras é a intimidade transformada em mecanismo de aristocratização de agentes e, muito pior que isso, de agências do Estado. A rede centrada em Rose tem a mesma lógica do “você sabe com quem está falando?” e do “jeitinho”. Ela mostra como redes de relações pessoais ultrapassam a lógica do mérito e do bem-estar social, esse centro de qualquer sistema republicano. Se os cargos públicos são negociados entre amigos, se agências governamentais importantes, inventadas para ampliar eficiência e decisões independentes, são ocupadas por parceiros da amiga do presidente, vai pelo ralo a ideia de um distanciamento mínimo entre pessoa e cargo. Entre governo e Estado. Entre partido político e nação.
Temos, pois, a seguinte equação: 2013 será ano novo se pudermos prosseguir na demanda por um sistema mais igualitário. Um sistema no qual o Estado trabalhe para a sociedade, e o governo tenha em mente o Brasil como um todo em suas decisões. É o partido do poder quem serve ao Brasil, e não o contrário.

Mega abre suas portas para você ter uma conta


22/01/2013 10h34 - Atualizado em 22/01/2013 10h40

Como criar uma conta no Mega

Carolina KadixPara o TechTudo

Depois que o novo lançamento do Kim Dotcom conquistou mais de 1 milhão de contas cadastradas no Mega em menos de 24 horas, muitos usuários ainda reclamam da lentidão do serviço e dos problemas do upload de arquivos. O TechTudo explica agora um passo a passo de como criar a sua conta facilmente.
Passo 1.  Acesse o site do MEGA e no canto superior direito existe uma aba onde é possível selecionar o idioma Português.
mega_tutorial_02 (Foto: mega_tutorial_02)MEGA em português (Foto: Reprodução/Carolina Kadix)
Passo 2. Para criar sua conta é bem simples, basta inserir seu nome, um endereço de e-mail válido e escolher uma senha. Lembre-se de ler os Termos de Serviço do MEGA para poder registrar-se.
mega_tutorial_03Página da criação da conta (Foto: Rerprodução/Carolina Kadix)
 Passo 3. Você irá receber um e-mail de confirmação (pode ser que demore um pouquinho, devido ao grande número de novas contas sendo criadas). Assim que receber a mensagem clique no link de confirmação para validar sua conta.
mega_tutorial_09E-mail de confirmação do MEGA (Foto: Reprodução/Carolina Kadix)
Passo 4. No teste realizado, encontrei lentidão no momento da confirmação. Espere um pouco mais e finalmente a tela de boas vindas é exibida, informando o processo de criação da chave de segurança.
mega_tutorial_06Tela de boas vindas do MEGA (Foto: Reprodução/Carolina Kadix)
 Passo 5. Bem vindo ao MEGA! Após fazer o login você já tem disponível as principais funcionalidades, tais como: upload de arquivos, pastas, criar nova pasta, contatos e depois de enviar o primeiro arquivo pode visualizar o painel de gerenciamento de arquivos.
mega_tutorial_08Página de upload do MEGA (Foto: Reprodução/Carolina Kadix)
O que está esperando? Crie agora mesmo sua conta no MEGA, são 50 GB de armazenamento gratuito e outros serviços pagos com maiores tamanhos na nuvem.