Brasil perde R$ 16 bilhões por ano com
ciberataques
No país já são mais de 28 milhões de vítimas de crimes cibernéticos
RIO - O Brasil perde quase R$ 16 bilhões por ano com ataques de cibercriminosos, avisa estudo da Norton/Symantec. A média de prejuízo por usuário no país com ataques a PCs, smartphones e afins é de R$ 562, alerta o especialista de Segurança Cibernética da Norton, Adam Parker, que já foi promotor da Marinha americana e hoje trabalha num escritório da empresa junto ao FBI, em Pittsburgh, nos Estados Unidos.
— No mundo, este prejuízo com os ciberataques chega a US$ 110 bilhões por ano, e a média de perda por usuário com violações foi de quase US$ 200 nos últimos doze meses — diz Parker.
No período, mais de 556 milhões de pessoas no mundo sofreram com algum tipo de crime cibernético. No Brasil, são 28,3 milhões as vítimas.
— Os ataques são cada vez mais direcionados ao mundo móvel (celulares, tablets e smartphones) e às redes sociais — afirma Parker. — Trinta e dois por cento dos brasileiros já foram vítimas de uma infecção móvel ou através de redes sociais.
O estudo diz ainda que 44% dos usuários brasileiros já receberam uma mensagem de texto em seu celular oriunda de desconhecidos e pedindo que clicassem num link ou discassem para um número desconhecido para acessar uma caixa postal de terceiros. Além disso, 23% dos usuários de redes sociais no país já tiveram seus perfis invadidos, e outros 12% já foram contaminados com malware via phishing (endereços falsos de sites) enviados via redes sociais.
— Cerca de 42% dos usuários adultos on-line no país (40% no mundo) simplesmente não sabem que um vírus pode atuar de forma bem discreta no computador — frisa Parker, que como promotor da Marinha teve por vezes que convencer juízes não familiarizados com tecnologia de que crimes virtuais haviam sido cometidos. — Um dos juízes sequer tinha e-mail, e embora percebesse que houvera uma violação clara da lei no caso, conferiu ao hacker em questão uma pena leve, de apenas dois anos e meio. Esse é um problema sério: enquanto os cibercriminosos atuam na velocidadade da luz, o sistema trabalha na velocidade da lei, que é bem mais lenta.
Para o especialista, as fraudes bancárias on-line e o roubo de identidade, com credenciais de cartões de crédito, são as modalidades que hoje mais deixam os usuários desesperados. Ele trabalha não só em conjunto com o FBI mas com polícias de todo o mundo (inclusive do Brasil) para prepará-las de forma a atuar contra os cibercriminosos.
Parker reconhece que o modelo atual de serviços gratuitos, pelos quais os usuários na realidade pagam com suas informações e preferências pessoais, é intrinsecamente inseguro, já que não sabemos como essas informações são manipuladas pelas empresas.
— Você recebe pelo que paga, em última análise. Acredito que, para garantir um mínimo de segurança real, vale fazer um pequeno investimento em serviços mais confiáveis.
Nenhum comentário:
Postar um comentário