Garanta o futuro do seu filho aplicando em previdência infantil
Pais podem investir desde o nascimento da criança para colher os frutos e bancar sua faculdade, uma viagem para o exterior ou até a aposentadoria
Ter um filho requer gastos por muitos anos. Mas é perto da vida adulta que os sonhos pesam mais no bolso: a faculdade, uma viagem ao exterior, a compra do primeiro carro ou o início de um negócio próprio. De olho no futuro dos rebentos, mais pais aproveitam o nascimento do filho para começar a investir na previdência infantil.
A arrecadação dos fundos para menores de idade no Brasil aumentou 7,3% em 2012 ante o ano anterior, alcançando R$ 1,95 milhão. Em relação a 2010, quando o valor arrecadado foi de R$ 1,44 milhão, o crescimento foi de 31,2%, segundo dados da Fenaprevi (Federação Nacional de Previdência Privada e Vida).
Uma criança que, ao nascer, ganhar dos pais um plano de previdência com investimento mensal de R$ 100 e rentabilidade de 6% ao ano (valor aproximado da poupança), terá acumulado uma reserva de R$ 58,2 mil aos 23 anos. Se mantiver a aplicação até os 50 anos, a reserva será de R$ 359.625,39.
Mas antes de construir o patrimônio dos filhos, é preciso conhecer as diferenças de cada plano no mercado e traçar um objetivo claro no longo prazo. Pode-se iniciar a previdência em qualquer idade, mas quanto antes, melhor. Se o plano começar na fase do berço, a contribuição mensal pode ser bem mais baixa.
“Se o investimento começar do nascimento até em torno dos cinco anos, a rentabilidade da criança será turbinada”, afirma o consultor financeiro da Academia do Dinheiro, Mauro Calil. Já se o plano iniciar na adolescência, o patrimônio acumulado será muito menor, e precisará de aportes maiores.
O ideal é que a aplicação dure no mínimo dez anos, afirma Leonardo Lourenço, superintendente de marketing da Mongeral Aegon, onde o maior índice de contratação dos planos acontece nos seis primeiros meses de vida da criança. As taxas de administração podem variar entre 0,7% e 2%, dependendo do volume aplicado – quanto maior, menor a cobrança – e da empresa escolhida.
Para ser proprietário do plano, o recém-nascido precisa ter um CPF próprio, e o pai ou mãe responde pelo investimento até o filho completar 16 anos. A partir desta idade, o pai é responsável com a anuência do adolescente, e aos 18 anos, ele assume a administração do plano, podendo resgatar o valor quando quiser ou continuar investindo por conta própria.
PGBL ou VGBL?
Como todos os outros, os fundos para menores dividem-se nas modalidades PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre) e VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre). A principal diferença entre elas é a tributação. O PGBL permite ao pai deduzir até 12% da renda bruta anual de seu Imposto de Renda, recomendado para quem faz a declaração no modelo completo. Assim, o IR da aplicação só será pago no resgate. Já o VGBL tem tributação sobre o ganho de capital, não é retido na fonte e é indicado para quem opta pelo desconto simplificado do IR.
O plano pode ser 100% composto por renda fixa – mais conservador – ou misto, com até 49% de renda variável – como ações de empresas, uma opção mais arriscada, mas com chances de ganhos maiores. Segundo Lourenço, da Mongeral Aegon, a maior parte dos clientes opta por um fundo totalmente em renda fixa.
Para o consultor Calil, os pais podem optar por aplicações mais arrojadas fora destes fundos. “Aconselho que pessoas com filhos pequenos coloquem 100% do capital em renda variável no longo prazo”, orienta.
Os aportes da previdência são livres. Podem ser únicos, mensais ou periódicos. Para ajudar os pais a se disciplinarem na contribuição com regularidade, as seguradoras dos planos enviam boletos com o valor do aporte previsto.
5 REGRAS PARA INVESTIR
“Uma grande herança para deixar aos filhos é não depender deles na terceira idade”, afirma o educador financeiro Calil, para quem não adianta pensar no futuro do filho sem pensar no seu antes. Ele recomenda aos pais que sigam cinco princípios ao criar um plano de previdência para o filho, para garantir um patrimônio sólido e alcançar o objetivo no longo prazo:
1 – Contribua com regularidade: não adianta fazer um único aporte para a criança e esquecer de contribuir periodicamente. Uma opção é investir em datas especiais, como o aniversário do filho, Dia das Crianças ou Natal.
2 – Reinvista os juros e dividendos: Todo o rendimento proveniente da aplicação não deve ser gasto até alcançar o objetivo financeiro programado, como pagar a faculdade ou comprar um carro de presente.
3 – Aposte em empresas e setores que crescem: a estratégia é recomendada para pais que optem pelo modelo mais agressivo de investimento, em renda variável. No longo prazo, companhias sólidas costumam resultar em bons ganhos para o investidor.
4 – Diversifique : uma boa estratégia é aplicar parte do capital em um fundo misto de renda fixa e variável e também comprar cotas de imóveis, como os fundos imobiliários.
5 – Mantenha-se atualizado: os pais que investem no futuro do filho devem acompanhar periodicamente o investimento, observar seu desempenho e temor a decisão correta.
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