O depoimento da ex-gerente da Petrobras Venina Velosa da Fonseca ao Ministério Público Federal produzirá consequências. Novos inquéritos serão abertos para apurar desvios na estatal. E a presidente da companhia, Graça Foster, deve ser convocada a prestar depoimento. Os procuradores que cuidam da Operação Lava Jato querem ouvir também José Carlos Cosenza, que sucedeu o delator Paulo Roberto Costa no comando da diretoria de Abastecimento.
Deve-se a informação aos repórteres Juliano Basile e André Guilherme Vieira. Sob proteção policial, Venina foi interrogada por quase cinco horas, em Curitiba, na última sexta-feira. Falou sobre as irregularidades que reportou aos seus superiores durante cinco anos. Inclusive a Graça e a Cosenza. Repassou aos procuradores seu computador e documentos que atestariam a veracidade de suas afirmações.
Parte do papelório refere-se à refinaria de Abreu e Lima, assentada em Pernambuco. Trata-se daquela obra que, superfaturada, saltou de US$ 4 bilhões para US$ 18 bilhões. Um dos documentos repassados à Procuradoria revelam que Venina elaborou, a pedido de Paulo Roberto Costa, um plano para acelerar a execução das obras. Coisa de 8 de março de 2007.
Venina argumentou que o pedido de Paulo Roberto resultaria numa elevação de US$ 328,7 milhões nos custos do empreendimento. Ela diz que o plano foi submetido à diretoria da Petrobras e, depois, ao Conselho de Administração da estatal, presidido à época pela então ministra Dilma Rousseff (Casa Civil).
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