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quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

"As figuras públicas não merecem lucrar ou ficar ricas por causa dos cargos que ocupam..." Rei Filipe da Espanha !


Rei de Espanha pede “grande impulso moral e colectivo” contra a corrupção


PÚBLICO

25/12/2014 - 12:58


As figuras públicas não merecem “lucrar ou ficar ricas” por causa dos cargos que ocupam, disse Filipe, dias depois de ser conhecida a acusação de crimes fiscais contra a sua irmã."Os íncides de desemprego são inaceitáveis", considerou o rei na sua mensagem de Natal ANGEL DIAZ/AFP

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Rei de Espanha: "Devemos cortar pela raiz e sem contemplações a corrupção"


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Infanta Cristina vai ser acusada por cooperação nos alegados crimes do marido

Na sua primeira mensagem de Natal, o rei Filipe de Espanha disse que o país precisa de “uma profunda regeneração da sua vida colectiva” para que “a corrupção não ganhe raízes” e de medidas para promoção do emprego já que a actual taxa de desemprego, de 24%, é “inaceitável”.


Filipe, que este erão sucedeu ao seu pai, Juan Carlos, que abdicou, não se referiu directamente à acusação da sua irmã mais velha, a infanta Cristina, e do marido, Iñaki Urdangarin. O diário espanhol El País diz que o rei não alterou o discurso, que já estava escrito antes da notícia, esta semana, de que Cristina seria também acusada por crimes fiscais (Urdangarin, soube-se já no início de Dezembro, era acusado de vários crimes de fraude, branqueamento de capitais e evasão fiscal no âmbito do caso Nóos, a organização sem fins lucrativos para promoção do desporto que serviria para obter contactos inflacionados com entidades públicas e autarquias).



Mas o rei disse que “não deve haver tratamento favorecido para os que ocupam uma posição de responsabilidade pública” e que quem ocupa cargos públicos não merece “lucrar ou ficar rico” por causa disso.

A investigação a Cristina e Urdangarin foi um dos motivos para a abdicação de Juan Carlos. O antigo monarca disse que a justiça era igual para todos, mas o discurso do novo rei é muito mais directo ao falar do tema. “A luta contra a corrupção é um objectivo irrenunciável”, declarou Filipe. Para que “a corrupção não ganhe raízes”, é necessário “um grande impulso moral colectivo”.

Filipe deixou, no entanto, uma nota positiva: “É certo que os responsáveis de condutas irregulares estão a responder por elas, essa é uma grande prova de funcionamento do nosso Estado de Direito.”

De seguida, Filipe falou no que é a principal preocupação dos espanhóis, a economia. “Os índices de desemprego são inaceitáveis e frustram as expectativas dos nossos jovens e de muitos mais homens e mulheres que estão há algum tempo no desemprego”, disse. Esta luta deve ser “a grande prioridade”, defendeu.

Na mensagem houve ainda lugar para a Catalunha, onde o ano foi dominado por um referendo à independência que Madrid não autorizou e onde foi feita ao invés uma consulta popular informal. “Milhões de espanhóis têm a Catalunha no seu coração”, disse Filipe, prometendo promover um “reencontro” com os catalães. “O que faz de Espanha uma nação com uma força única é a soma das nossas diferenças”. Assim, defendeu, é preciso “continuarmos a construir, todos juntos, um projecto que respeite a pluralidade”.

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