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sábado, 23 de maio de 2015

Um pouco de inocência é a atitude de Chico Buarque / blog de Reinaldo Azevedo



Se em meu ofício, ou arte severa,/ Vou labutando, na quietude/ Da noite, enquanto, à luz cantante/ De encapelada lua jazem/ Tantos amantes que entre os braços/ As próprias dores vão estreitando —/ Não é por pão, nem por ambição,/ Nem para em palcos de marfim/ Pavonear-me, trocando encantos,/ Mas pelo simples salário pago/ Pelo secreto coração deles. (Dylan Thomas — Tradução de Mário Faustino)
23/05/2015
 às 0:06

Chico Buarque, o guri que se fez o idiota político de Sérgio, faz proselitismo sobre a maioridade penal, chafurdando no sangue de inocentes!

Chico, o burguês da morte alheia, resolve adotar mais uma causa...
Chico Buarque, o burguês da morte alheia, resolve adotar mais uma causa…
Chico Buarque, o velhote de anteontem que pretende ser o eterno guri do pensamento politicamente correto, decidiu posar com uma camiseta contra a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos (foto).
Pfui…
Já foi o tempo em que essa gente ditava a pauta. Hoje, no máximo, faz a cabeça dos que fazem um jornalismo que está fechando as portas porque decidiu virar as costas para a maioria do povo brasileiro.
Eu já me sinto meio velho e passadito até mesmo ao criticá-lo. Chico Buarque, parafraseando um amigo dele, quer “matar amanhã o velhote inimigo que morreu ontem”.
Em música, é bom. Em literatura, é uma piada. Em política, é patético.
Eu poderia ser simplista e dizer que é fácil viver em segurança em Paris — média de menos de um homicídio por 100 mil habitantes; no Rio, 33!!! — e ser contra a maioridade penal aos 16 no Brasil. A propósito: em terras francesas, onde mora o burguesote da morte alheia, um assassino pode ser responsabilizado já a partir dos 13 anos — ainda que não seja punido como adulto. Dos 16 aos 18, punir ou não como adulto fica por conta do juiz.
Esse idiota político resolve comer croissant lá para chafurdar no sangue da impunidade aqui. Sérgio Buarque — este, sim, um intelectual, ainda que de esquerda — não se orgulharia da irresponsabilidade do filhote. “Olha aí, é o meu guri, olha aí…”
Mas eu evito a crítica fácil do burguesote deslumbrado. Parece ressentimento; sempre sobra a suspeita de que eu gostaria de estar no lugar dele; de fazer as boas músicas que ele JÁ FEZ ou de escrever os péssimos romances que escreve, com a crítica sempre de quatro para suas facilidades literárias. Ele não sabe nem o que é o paralelismo sintático num período. É de dar vergonha.
Então deixo isso pra lá. A camiseta nada tem a ver com a sua boa vida de parisiense por empréstimo. Decorre apenas de sua preguiça, de sua desinformação, de seus preconceitos ideológicos. Outros, mais pobres e menos talentosos do que ele, pensam a mesma coisa. Porque igualmente ignorantes e mistificadores.
Chico tem de entrar na campanha que vou lançar: “Adote um menor assassino e faça dele um Rousseau”. Não que Rousseau fosse grande coisa. Eu lhe daria um chute no traseiro.
Por Reinaldo Azevedo

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