Stephen Hawking: "Eu consideraria suicídio assistido se não tivesse mais contribuições a fazer"
Físico fez declaração a um programa da BBC
Ofamoso autor de "Uma breve história do tempo" afirmou, em um programa da BBC, que consideraria dar um fim à própria vida se sentisse ser um fardo para outras pessoas e se 'não tivesse mais contribuições a fazer'. Por sorte, Hawking afirmou que sabe que tem muito trabalho pela frente, apesar de estar em estágio avançado de esclerose lateral amiotrófica (ELA) que fez com que ele perdesse controle de seu corpo.
"Manter alguém vivo contra a sua vontade é uma grande indignidade", afirmou o físico.
Não é a primeira vez que Hawking mostrou seu apoio para o suicídio assistido - em 2014 ele revelou como ele tentou morrer durante sua operação de traqueostomia. "Tentei, brevemente, cometer suicídio ao parar de respirar. Mas o reflexo para respirar era muito forte".
Ele afirmou que pessoas que ajudam seu parentes ou amigos a morrer quando este é o desejo claro das pessoas não deviam ser submetidas a julgamento. Mas o físico também afirma que todas as medidas que garantem que exista o desejo da morte devam ser tomadas.
"Nem pensem que eu vou morrer antes de desvendar mais segredos do Universo", declarou.
Durante a entrevista, Hawking afirmou se sentir mal por não conseguir se comunicar com facilidade, o que faz com que muitos fãs e colegas fiquem nervosos ao se aproximar dele e começar uma conversa. "Muitas vezes fico solitário porque pessoas têm medo de falar comigo, ou não querem esperar para que eu escreva uma resposta", contou. O mecanismo que permite que o físico fale através de uma voz artificial é controlado por seus movimentos faciais em uma tela. Através de um movimento sutil na bochecha ele seleciona palavras e letras para formar frases inteiras (saiba como a interface funciona neste texto escrito pelo próprio Hawking).
"Sou tímido e fico cansado muito facilmente. Acho difícil conversar com pessoas que não conheço".
Hawking está em uma cadeira de rodas desde 1960. Seu diagnóstico foi feito quando ele tinha 21 anos - na época, médicos disseram a ele que ele tinha apenas dois anos de vida. Sua história de superação é conhecida mundialmente e, recentemente, foi popularizada pelo filme "A Teoria de Tudo".
A poluição luminosa não só acaba com a visibilidade do céu noturno, como também acarreta um prejuízo anual de US$ 110 bilhões, causa danos à saúde humana e compromete o meio ambiente 02/01/2014 - 10H01/ ATUALIZADO 10H0101 / POR ANDRÉ JORGE DE OLIVEIRA
Para os gregos antigos, a visão da Via Láctea no céu noturno representava o leite materno da deusa Hera, esposa de Zeus, derramado enquanto amamentava o bebê Hércules; os bosquímanos de Botsuana interpretavam o mesmo rastro esbranquiçado de gás, poeira e estrelas como sendo a coluna vertebral do céu – era ela que evitava que o firmamento desabasse sobre suas cabeças.
Mas e nós, seres humanos do século XXI, que vivemos em grandes centros urbanos (ou próximos a eles), como vemos a Via Láctea? Simplesmente não vemos: segundo este artigo, para 20% da população mundial, a visão a olho nu da nossa galáxia foi perdida por completo. O motivo é o uso inadequado da luz elétrica, desperdiçada através de um sistema público de iluminação ineficiente.
“Vivemos em uma era na qual sabemos mais do que nunca sobre o universo. Ainda assim, poucos de nós conseguem ver mais do que um punhado de estrelas onde vivem"
Scott Kardel, diretor da IDA
“Muitas cidades têm luminárias antigas, que acabam juntando poeira e insetos. O ideal é que tenham vidro plano, um bom rendimento, e estejam o mais próximo possível de 90º com o poste”, explica Saulo Gargaglioni, engenheiro energético especializado em poluição luminosa que trabalha no Laboratório Nacional de Astrofísica, em Itajubá (MG). “A luz deve ser jogada apenas para baixo – se tiver um mínimo feixe para cima, é desperdício”, diz. As luminárias redondas são as menos eficientes de todas, pois projetam luz desnecessária para todos os lados. Outdoors, refletores de estádios e letreiros luminosos frequentemente fazem uso inadequado da luz elétrica.
“Estamos vivendo em uma era na qual sabemos mais do que nunca sobre o universo. Ainda assim, poucos de nós conseguem ver mais do que um punhado de estrelas no lugar em que vivem”, diz Scott Kardel, diretor da Associação Internacional do Céu-Escuro (IDA), única organização sem fins lucrativos que luta para preservar o céu noturno e conter o avanço galopante da poluição luminosa.
A IDA estima que US$ 110 bilhões sejam gastos no mundo, anualmente, devido ao desperdício de energia. O quadro também resulta em significativos impactos ambientais: 750 milhões de toneladas de CO2 são despejadas na atmosfera, agravando o efeito estufa.
Os danos da superiluminação
Além do prejuízo econômico e ambiental, a luz elétrica utilizada em demasia e sem planejamento chega a afetar até mesmo a saúde humana. Estudos comprovaram que dormir em um ambiente iluminado suprime a produção de melatonina na glândula pineal, o que pode provocar estresse e câncer, especialmente câncer de mama nas mulheres. Postes mal posicionados nas ruas frequentemente projetam luz no interior de apartamentos e casas.
As plantas e os animais também sofrem com os efeitos da iluminação exagerada dos nossos tempos. A causa primária reside no fato de que, ao longo de milhões de anos, as espécies evoluíram adaptadas ao ciclo natural de dia e noite, claro e escuro.A noite iluminada pode impedir a floração de vegetais, além de desorientar o comportamento de diversos animais, como os filhotes de tartaruga, que necessitam de praias escuras para conseguir achar o caminho até o mar.
Até mesmo a ciência sente os impactos da superiluminação, especialmente a astronomia: segundo este estudo, com um aumento de 25% na poluição luminosa, a perda de potência verificada em um telescópio de 8 metros com custo US$ 85 milhões representa um prejuízo de US$ 20 milhões.
A luta pela noite escura
Para reverter a situação, diversos países já possuem legislações que buscam conter a poluição luminosa. A primeira lei do gênero foi aprovada na República Tcheca, em 2003, e acabou virando uma referência para parâmetros legais no assunto. O texto define poluição luminosa como sendo “todas as formas de iluminação artificial irradiadas para além das áreas destinadas, principalmente se direcionadas acima da linha do horizonte”. Outros países como Estados Unidos, Espanha e Chile também têm leis que regulam o tema.
No Brasil, discussões sobre poluição luminosa ainda não ganharam força
Em abril deste ano, a França aprovou a nível nacional uma lei inédita, focada principalmente no desperdício energético e econômico: o comércio agora deve apagar suas luzes externas durante a madrugada, entre 1h e 7h. De acordo com Scott Kardel, da IDA, a manobra deve evitar, por ano, o lançamento de 250 mil toneladas de CO2 na atmosfera, além de poupar uma quantidade de energia equivalente ao consumo de 750 mil casas convencionais. “Mesmo que combater a poluição luminosa não tenha sido o principal objetivo da lei, ela vai fazer uma grande diferença em reduzir os níveis a cada noite”, afirma o diretor.
Enquanto alguns países começam a levar o assunto mais a sério internamente, a Associação Internacional do Céu-Escuro, que existe desde 1988, promove ações a nível internacional. A de maior destaque é a instituição do programa “Lugares de Céu Escuro”, que reconhece e certifica a nível mundial localidades que possuem o céu noturno livre da poluição luminosa. Criado há doze anos, o projeto trabalha com três modalidades: parques, reservas ecomunidades.
“O interesse pelos Lugares de Céu Escuro está crescendo rapidamente, ele traz uma crescente conscientização dos problemas da poluição luminosa, enquanto promove os lugares que as pessoas podem ir para ver o céu noturno notadamente limpo”, diz Scott Kardel. Se algum lugar quiser tentar receber o status de parque, comunidade ou reserva de céu escuro, basta preencher estes formulários e seguir medidas que garantam a qualidade do céu.
“Paramos no tempo em termos de legislação, não temos nada a nível nacional"
Saulo Gargaglioni
No Brasil, as discussões sobre a poluição luminosa ainda não ganharam força. A medida mais efetiva até hoje partiu do Ibama, que aprovou em 1995 uma portaria que regula a iluminação nas praias, para proteger os filhotes de tartarugas marinhas. As demais legislações atuam somente a nível municipal, normalmente para proteger os entornos de observatórios astronômicos. “Paramos no tempo em termos de legislação, não temos nada a nível nacional. Se todas as cidades tivessem um plano diretor de iluminação e poluição, teríamos um ganho enorme, imporíamos limites”, diz Saulo Gargaglioni. “Não somos contra a iluminação, somos a favor da iluminação bem planejada”, explica.
Precisamos de tanta luz?
Para o diretor da IDA, Scott Kardel, o uso que se faz da luz elétrica é claramente exagerado. Ele defende que a iluminação pública não deva ficar acesa a noite toda em lugares em que haja pouca ou nenhuma necessidade para tanto. “Frequentemente, utiliza-se mais iluminação do que realmente é necessário. Se é preciso uma certa quantidade de luz para circular com segurança por uma área, mais luz não a torna mais segura”, diz.
“As pessoas não estão apenas desconectadas do céu noturno, a maioria nem sequer sabe o que está perdendo"
Scott Kardel
A própria premissa de que a iluminação pública iniba a criminalidade vem sendo questionada. Em um relatório de 1997 ao congresso americano, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos afirma: “Nós podemos ter pouca convicção de que a iluminação previna o crime, particularmente por não sabermos se os criminosos a utilizam em favor próprio. Em resumo, a efetividade da iluminação é desconhecida”.
Por conta da opção pela iluminação geral e irrestrita, estamos abrindo mão de algo que foi declarado pela UNESCO como patrimônio comum e universal da humanidade: o céu estrelado. “A aparência noturna das estrelas tem inspirado a arte, a ciência, a religião e a filosofia ao longo de toda a história humana. Basta olhar para a bandeira do Brasil (e de muitos outros países) e você vai ver que as estrelas são importantes para todos nós”, diz Scott Kardel. “As pessoas não estão apenas desconectadas do céu noturno, a maioria nem sequer sabe o que está perdendo”.
O que estamos perdendo:
O fotógrafo francês Thierry Cohen fez o ensaio Villes Étaintes (Cidades Escurecidas) para alertar a população sobre os efeitos da poluição luminosa no céu noturno das cidades. Sem o excesso de luz elétrica, os céus de São Paulo e do Rio de Janeiro seriam assim:
Hacker de 19 anos revela como fraudou eleições no Rio de Janeiro
Ao interceptar dados transmitidos pelas urnas, hackers são capazes de modificar resultados eleitorais
por Redação Galileu
Ao que parece, o sistema de contabilização de votos através das urnas eletrônicas não é seguro. Nesta segunda-feira, dia 10 de dezembro, um Hacker de 19 anos, identificado apenas como Rangel, contou como conseguiu fraudar resultados das últimas eleições, durante um seminário chamado “A urna eletrônica é confiável?”.
Segundo ele, é possível modificar o resultado das eleições interceptando os votos no momento em que eles são enviados das urnas para o sistema que contabiliza os votos. Tudo isso momentos antes das urnas serem fechadas, invadindo a rede do TRE, sob responsabilidade da Oi.
De acordo com Rangel, que está sob proteção da polícia, ele atuava em companhia de outros hackers beneficiando políticos da Região dos Lagos do Rio de Janeiro, especificamente o deputado Paulo Melo (PMDB), atual presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.
O assunto deve ser transformado em um livro e em um documentário, mas até agora não foram informadas ações legais em relação às fraudes reportadas.
Ele reúne mentes brilhantes em um fórum que rende papos e livros. Craig Venter, Richard Dawkins e Marcelo Gleiser estão lá
por Rafael Tonon
John Brockman // Créditos: Eamonn McCabe
John Brockman é daquele tipo capaz de reunir em torno de si as pessoas mais criativas e inteligentes que estiverem em um lugar. Apesar da expressão sisuda, seus amigos e conhecidos dizem que ele é dono de uma retórica invejável, capaz de prender a atenção de qualquer um. Brockman é o nome por trás do Edge (edge.org), fórum virtual que reúne grandes nomes da ciência mundial — como Craig Venter, um dos maiores responsáveis pelo sequenciamento do genoma humano, Steven Pinker, psicólogo canadense nomeado pela revista Time como uma das 100 pessoas mais influentes do mundo, e Richard Dawkins, biólogo evolucionista famoso por sua defesa do ateísmo. No site, considerado por veículos de imprensa como o jornal britânico The Observer e a revista americana Wired o mais representativo da área científica, esses pensadores debatem sobre o que estão estudando. Ou, como diz Brockman, fazem uns aos outros a pergunta que estão fazendo a si mesmos. A cada ano, lança-se uma questão filosófica a ser discutida pelo membros. E desde 2005, as respostas são editadas em um livro. No início de 2013, será lançado lá fora o This Explains Everything (Isso explica tudo), com textos escritos a partir da indagação: “qual a sua profunda, elegante ou bela explicação favorita?”, proposta para este ano. Autor e agente literário, Brockman começou essa espécie de clube de gênios (por onde já passaram 600 nomes notórios e só entra quem é convidado por um deles) nos anos 80. Na época, sob o nome de Reality Club, o grupo se encontrava quase semanalmente em restaurantes chineses e bibocas de Manhattan. O intuito, segundo o bordão, era reunir em mesmo lugar as mentes mais brilhantes do mundo. “Com a chegada da internet, o grupo se tornou online e as discussões ganharam mais representatividade, já que pessoas comuns podem ter acesso a essas ideias transformadoras”, disse Brockman à GALILEU. O intelectual nascido em Boston e radicado em Nova York tornou-se um divulgador das principais ideias da ciência contemporânea. “John é um agente superstar, com uma lista enorme de pesquisadores famosos representados por ele”, diz o físico brasileiro Marcelo Gleiser, um dos integrantes do Edge. “Isso lhe dá a oportunidade de promover temas importantes sobre ciência e seu impacto social.” Brockman acredita que vivemos em tempos em que os pesquisadores de matemática, física ou biologia — e não os filósofos, literatos e outros estudiosos das ciências humanas — é que vão ditar as revoluções em nossa sociedade. Com descobertas sobre temas como biologia molecular, inteligência artificial, redes de neurônios, nanotecnologia, genoma humano, células-tronco e realidade virtual, a ciência é que estaria nos ajudando a definir quem somos e para onde vamos. Essa ideia de cientistas fazendo as vezes dos revolucionários sociais é chamada de “terceira cultura”. O termo foi cunhado em 1959 pelo químico inglês Charles Percy Snow, que escreveu pela primeira vez sobre um conflito entre as áreas de conhecimento humano e as exatas. A primeira cultura seria a dos intelectuais, e a segunda, dos cientistas. Enquanto isso, a terceira englobaria as duas. Ou seja, trataria de cientistas que escrevem, discutem sobre a sociedade e não ficam restritos aos redutos acadêmicos, atingindo mais gente. “Ao longo da história, a vida intelectual foi marcada pelo fato de que poucas pessoas faziam uma reflexão séria para todos os outros”, diz Brockman. Para ele, a ciência quebrou esse paradigma. “As conquistas da terceira cultura não são as disputas marginais de uma classe: elas irão afetar a vida de todos no planeta.” Esse pensamento encontra alguma resistência entre os próprios membros do Edge. “Existem questões que estão fora do alcance da ciência, e que são muito mais adequadas a um estilo de pensar filosófico”, afirma Gleiser. Para Nicholas Carr, professor do MIT e estudioso de como a internet interfere em nossas vidas, não seria sensato deixar que a elite da ciência excluísse outros intelectuais. “Eu não estou totalmente confortável com a ideia de terceira cultura porque ela pode acabar diminuindo em vez de ampliar nossa perspectiva de mundo.” As discordâncias estão longe de incomodar Brockman — aliás, o objetivo dele é justamente promover o debate, e claro, os livros que organiza. Ele quer catalisar ideias que estão ainda germinando ao reunir gente que tem muito a dizer e pensar. Não dá pra negar que Brockman tem em mãos um conteúdo poderoso a ponto de mudar os rumos do conhecimento. Afinal, ele vive rodeado pelas mentes mais brilhantes do mundo.
Perguntas que não querem calar
Todo ano, desde 1998, Brockman lança questões para algumas das mentes mais brilhantes do mundo — a partir de 2005, as respostas passaram a virar livros. Conheça alguns deles: 2012: Isso vai te deixar mais esperto (sem edição no Brasil). A pergunta foi: Que conceito científico deveria fazer parte do kit cognitivo de qualquer pessoa?Alguns autores: Craig Venter, Aubrey De Grey e James Flynn (que disse que escrever bem melhorou nossa linguagem e fez as pessoas mais inteligentes).
2011: A internet está mudando o jeito como você pensa? (sem edição no Brasil). A pergunta foi: Como a internet está mudando a forma como você pensa? Alguns autores: Chris Anderson, David Clay Shirky e Nicholas Carr (que disse que a internet fez nosso cérebro ter preguiça de ler textos longos).
2010: Isso vai mudar tudo (sem edição no Brasil). A pergunta foi: O que vai mudar tudo? Alguns autores: Richard Dawkins, Steven Pinker, Marcelo Gleiser, Kevin Kelly e James Craig Venter (que falou sobre como a venda de mapeamento genético por US$ 100 mudaria nossa relação com o corpo).
O suíço Fabian Oefner mescla conhecimento científico, manha tecnológica e muita paciência para conseguir criar suas images. Nas obras desta galeria o artista usou ferrofluido, grãos de sal tingidos, balões de festa com amido de milho e latinhas de Coca-Cola.