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quinta-feira, 26 de junho de 2014

Cariocas brincam com foto de Suárez de 'beijo no ombro'

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Foto do G1

Suárez é suspenso por 'beijinho' no ombro

Suarez handed four-month ban for bite

26 de junho de 2014 10h25
Los memes de Suárez.
Foto de Olé, AR


 Fifa spokeswoman Delia Fischer announces Suarez's punishment Uruguay striker Luis Suarez has been suspended from all football-related activity for four months for biting Italy defender Giorgio Chiellini. 

The Liverpool player, 27, has also been banned for nine international matches, ruling him out of the rest of the 2014 Fifa World Cup. He will also miss the first nine games of the Premier League season. 

The incident occurred during Tuesday's 2014 Fifa World Cup Group D game, which Uruguay won to qualify for the last 16. Uruguay have three days to appeal against the decision. Suarez has also been fined 100,000 Swiss francs (£65,680). The ban is the biggest in World Cup history, beating the eight games given to Italy's Mauro Tassotti for elbowing Spain's Luis Enrique in 1994. "Such behaviour cannot be tolerated on any football pitch and, in particular, not at a Fifa World Cup when the eyes of millions of people are on the stars on the field," Claudio Sulser, chairman of the Fifa disciplinary committee, said in a statement. Suarez's first match back for Liverpool could be in round four of the Capital One Cup, with matches due to take place in the week commencing 27 October. Liverpool would have to win their third-round tie in September to reach that stage. 

Suarez has now been found guilty of biting three opponents in his career. He was banned for 10 games for biting Chelsea's Branislav Ivanovic during a Premier League match in 2013 and was also suspended for seven games for biting PSV Eindhoven's Otman Bakkal in 2010. Liverpool issued a statement shortly after news of Suarez's ban emerged. "Liverpool Football Club will wait until we have seen and had time to review the Fifa Disciplinary Committee report before making any further comment," chief executive Ian Ayre said. Under the terms of the ban, Suarez is prohibited from entering the confines of any stadium during the period of his suspension. But Liverpool would not be prevented from selling the former Ajax player this summer should they decide to offload him to another club. He has already been linked with moves to Real Madrid and Barcelona. More to follow. BBC © 2014

segunda-feira, 7 de abril de 2014

"A vida é assim, simples assim; gestos eternos surgem do nada." / Dois gestos / Ricardo Setti

05/04/2014
 às 19:00 \ Política & Cia

Roberto Pompeu de Toledo: Dois gestos

Bellini-placar
Bellini, o inesquecível capitão da Seleção de 1958, e o gesto que imortalizou (Foto: Placar)
Artigo publicado em edição impressa de VEJA

DOIS GESTOS

Hideraldo Luís Bellini e Adolfo Suárez González, dois personagens falecidos nas últimas semanas, tinham em comum o fato de se terem congelado cada qual em um gesto célebre.
Hideraldo Luís Bellini, para quem não está ligando o nome à pessoa, é o Bellini capitão da seleção brasileira de 1958, a primeira a ganhar a Copa do Mundo. Seu gesto foi estender os braços e erguer a taça acima da cabeça, traduzindo a conquista em efígie épica.
Adolfo Suárez é o político espanhol que, em 1976, foi nomeado primeiro-ministro (ou “presidente de governo”, como se diz por lá) pelo rei Juan Carlos com a delicadíssima missão de conduzir a transição da ditadura do general Francisco Franco para a democracia.
Seu gesto foi, cinco anos depois, quando um bando de estouvados golpistas invadiu as Cortes (o Parlamento espanhol), começou a atirar a esmo e mandou os deputados se deitar no chão, ter permanecido teimosamente sentado, “sozinho, estatuário e espectral”, como descreveu o escritor Javier Cercas, autor de brilhante livro sobre o assunto (Anatomia de um Instante), enquanto os outros rastejavam atrás das bancadas.

Durante a tentativa de golpe contra a democracia na Espanha, Adolfo Suárez (à esq.) enfrentou os militares golpistas que acossavam seu vice para assuntos de Defesa, o general Gutierrez Mellado (Foto: EFE)
Durante a tentativa de golpe contra a democracia na Espanha, em 1981, Adolfo Suárez (à esq.) enfrentou no plenário do Parlamento os militares golpistas que acossavam seu vice para assuntos de Defesa, o general Gutierrez Mellado (Foto: EFE)
[Suárez teve um segundo gesto, que merece ser lembrado: ao ver que militares golpistas, armados, agarravam seu vice para assuntos de Defesa, o septuagenário general da reserva e deputado Gutierrez Melado, afastou-os no grito.]
Há estranhas coincidências na vida desses dois homens tão diferentes, de países diferentes e de universos diferentes como o esporte e a política.
Ambos, para começar, eram considerados medíocres no que faziam. Bellini impunha-se nos gramados pelo porte físico. Todos os companheiros da seleção de 1958 eram tecnicamente melhores do que ele.
Adolfo Suárez foi péssimo estudante, formou-se em direito aos trancos e barrancos e ascendeu na política à custa de espertezas.
Bellini foi escolhido capitão porque era zagueiro (reza a cartilha do futebol que zagueiros dão melhores capitães), porque era branco (em 1958 vigia a lenda de que o Brasil perdera as copas anteriores por excesso de negros no time) mas também porque era um homem reto e tinha espírito de liderança.
Adolfo Suárez, “o protótipo perfeito do arrivista que a corrupção generalizada do franquismo criou”, segundo Javier Cercas, nem fama de homem reto tinha ao ser escolhido para o cargo. Causou surpresa e desconfiança que um homem com raízes no passado ditatorial tivesse sido incumbido de conduzir o processo destinado à democratização.
Os dois se superaram em seus papéis.
Bellini foi o capitão exemplar. Se não tinha a técnica, encarnou o empenho e a entrega ─ a “raça”, como se diz no futebol, que também foi característica daquele time, e de outros times que defendeu. Virou o paradigma do capitão no futebol brasileiro.
Suárez, para completa surpresa dos compatriotas, assumiu em sua inteireza a nova persona de democrata e com coragem e habilidade, além das habituais espertezas, levou a bom termo a missão. Tanto grudou em sua pessoa a causa da democracia que até se arriscou por ela, naquele fim de tarde nas Cortes, com seu gesto solitário, enquanto as balas zuniam.
O gesto de Bellini não teve perigos a cercá-lo, mas coincide com o de Suárez na solidão que igualmente o caracteriza. Levantar a taça virou praxe, depois que ele inventou tal procedimento, mas foi assumindo novas feições.
Hoje não é mais um gesto solitário. Depois de erguida pelo capitão, a taça vai passando de mão em mão entre os demais jogadores, enquanto todos pulam, gritam e cantam. O que era celebração de triunfo em modo hierático como de general romano virou carnaval.
Por que Bellini levantou a taça? “Porque todos queriam vê-la e fotografá-la”, respondeu mil vezes o capitão.
Por que Suárez se manteve sentado? “Porque um presidente de governo não deve nunca deitar-se ao chão”, respondia o dirigente espanhol.
A vida é assim, simples assim; gestos eternos surgem do nada. Os dois gestos tiveram significado profundo e duradouro para as respectivas pátrias. O de Bellini simbolizou a vitória sobre o complexo de vira-latas. O de Suárez tornou-se a expressão da altivez e da coragem que contribuíram para a consolidação da democracia.
Uma última coincidência entre os dois homens é que ambos viveram os anos finais fulminados pela tragédia da doença de Alzheimer, sem reconhecer os parentes, escondidos em seus cantos, sem saber nem mesmo quem eram, e muito menos lembrar-se de que um dia protagonizaram gestos que ficaram para a história.
A vida também é assim.