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sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Argentinos protestam contra o governo de Cristina Kirchener em grande manifestação na capital e no interior

sexta-feira, novembro 09, 2012

MEGA PROTESTO NA ARGENTINA CONTRA CRISTINA KIRCHNER, A BRUXA QUE CONSPIRA CONTRA A LIBERDADE!

Milhares em Buenos Aires nas ruas. Protesto ocorreu também no interior de todo o país. Clique AQUI para ver mais fotos


Centenas de milhares de pessoas lotam as ruas centrais de Buenos Aires para protestar contra o governo Cristina Kirchner. Há registros ainda de concetração popular em Córdoba, Mendoza, Rosário e Bariloche. A mobilização foi convocada pelas redes sociais e tem o mesmo espírito do protesto realizado em 13 de setembro. A manifestação foi apelidada de 8N, uma referência ao dia 8 de novembro, uma ironia ao 7D, sigla escolhida pela presidente para se referir a 7 de dezembro, data que ela impôs para que as empresas de comunicação se adaptassem à nova legislação.

Para a manifestação, o trânsito foi interrompido em uma das principais avenidas da capital, a 9 de Julho, onde fica o Obelisco, informou o jornal La Nación. Os cartazes exibem críticas à alta inflação, à falta de segurança, aos casos de corrupção e à proposta de permitir que a presidente se candidate mais uma vez à reeleição.

Antes da data marcada para o protesto, grupos ligados ao governo acusaram a oposição e a imprensa de incentivar a marcha. A maior parte dos opositores deu seu aval à manifestação, mas resolveu não participar, para não tirar a legitimidade do movimento, segundo o jornal Clarín.

Citando fontes do governo, o jornal informou que a segurança foi reforçada na Praça de Maio, onde fica a Casa Rosada, sede do Poder Executivo, e na residência presidencial de Olivos, na província de Buenos Aires, de onde Cristina Kirchner deverá acompanhar o movimento dos manifestantes.

A presidente, que participou de dois eventos nesta quinta,  evitou falar sobre o panelaço. O mais perto que chegou de mencionar a manifestação foi ao inaugurar um espaço cultural que leva o nome do seu marido Néstor Kirchner, morto em 2010. Ela disse que Néstor lhe deixou a lição de que é preciso lutar sempre, mesmo nos “piores momentos”. “É nos piores momentos que se conhecem os verdadeiros dirigentes de um país”.

A expectativa é que evento, que está sendo organizado desde outubro, reúna pelo menos 500 mil pessoas em Buenos Aires.

Argentinos residentes em outros países também realizaram manifestações nesta quinta em lugares como Itália, França, Austrália, Holanda, Chile, Colômbia, Estados Unidos, Azerbaijão, Canadá e Áustria. Do site da revista Veja

VEJA AQUI ESTE VÍDEO COM A ANÁLISE DO MEGA PROTESTO PELOS JORNALISTAS DO JORNAL CLARIN, Eduardo van der Kooy y Daniel Juri

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Câmara de Vereadores Genéricos: "Bom dia, dona Dilma! Fiquei preocupada com o anún...

Câmara de Vereadores Genéricos: "Bom dia, dona Dilma! Fiquei preocupada com o anún...: BRASIL CARINHOSO Bom dia, dona Dilma! Eu também assisti ao seu pronunciamento risonho e maternal na véspera do Dia das Mãe...
Uma carta-desabafo entregue em mãos para a presidente Dilma depois do anúncio do programa BRASIL CARINHOSO...

Fifa anuncia 6 sedes para Copa das Nações de 2013


Fifa confirma estádios para Copa das Confederações no Brasil

Atualizado em  8 de novembro, 2012 - 11:52 (Brasília) 13:52 GMT
Arena Pernambuco | Foto: Odebrecht/Divulgação
Imagem de novembro mostra Arena Pernambuco com 70,5% das obras concluídas
A Fifa confirmou nesta quinta-feira as seis cidades que vão receber jogos da Copa das Confederações, em junho de 2013: Belo Horizonte, Brasília, Rio de Janeiro, Salvador, Recife e Fortaleza. O torneio é considerado um teste importante para a Copa do Mundo de 2014.
O anúncio foi feito pelo presidente do comitê organizador da Copa, José Maria Marín. "O prazo é apertado e temos desafios pela frente", disse.
Marín, que também preside a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), acrescentou que os estádios escolhidos nas seis cidades estarão prontos e serão testados até 15 de abril de 2013.
Houve dúvidas e preocupação quanto ao andamento das obras no estádio da capital pernambucana, mas - embora os trabalhos ainda não tenham sido finalizados - o local foi incluído na lista.
A Arena Pernambuco, que tem capacidade para 46 mil pessoas, tinha mais de 70% das obras concluídas até o fim de outubro, de acordo com a empreiteira responsável pelos trabalhos.
Em geral, a Fifa tem como condição que obras de construção ou reforma em estádios estejam concluídas seis meses antes do início das partidas, mas, no caso do Brasil, a organização decidiu estender o prazo até abril.
Ingressos
A Copa das Confederações incluirá seis campeões de diferentes continentes, o vencedor da última Copa do Mundo - a Espanha - e o Brasil, país que será sede da Copa do Mundo de 2014.
A primeira partida do torneio está marcada para o dia 15 de junho de 2013, em Brasília.
A pré-venda dos ingressos vai começar no próximo dia 21 de novembro, apenas para clientes de uma operadora de cartão de crédito. As vendas para o público geral terão início no dia 3 de dezembro e terminarão em 15 de janeiro.
Para comprar ingressos, o usuário terá de se cadastrar no site da Fifa e participará de um sorteio. Caso consiga ser selecionado, poderá, a partir de então, efetuar a compra.
O número total de ingressos para o público em geral será de pouco mais de 477 mil (57,6% do total de quase 830 mil). Desse montante, 50 mil serão na categoria de preços mais acessíveis e exclusivos para brasileiros.
Em reais, os valores para o jogo de estreia vão variar de 38 reais (com desconto) até 266 reais, dependendo do tipo do ingresso. Para o jogo da final, os preços oscilarão de R$ 47,50 (com desconto) a R$ 418.

Microsoft vai lançar laboratório de pesquisa no Rio

http://www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/economia/2012/11/07/internas_economia,406544/microsoft-vai-investir-r-200-milhoes-em-laboratorio-de-pesquisa-no-brasil.shtml

Tecnologia »Microsoft vai investir R$ 200 milhões em laboratório de pesquisa no Brasil

Publicação: 07/11/2012 18:04 Atualização:
A Microsoft anunciou nesta quarta-feira que vai investir R$ 200 milhões no país em um Laboratório de Tecnologia Avançada (ATL), o quarto do mundo. A unidade vai funcionar no Rio de Janeiro. O investimento foi anunciado no Ministério da Ciência e Tecnologia.

A empresa também informou que vai fundar uma aceleradora de negócios (Startups), que deverá incentivar 15 empresas por ano, com recursos de R$ 1 milhão para cada uma. E vai investir na abertura de um centro de desenvolvimento da sua plataforma de busca (Bing). Os projetos vão funcionar no edifício Barão de Mauá, patrimônio da cidade do Rio, que será revitalizado pela empresa. Por enquanto, o laboratório ATL vai funcionar em uma área cedida pela universidade Estácio de Sá.

O presidente da Microsoft na América Latina, Hernán Ricón, falou ainda sobre os investimentos da empresa na região, que geram meio milhão de empregos. No Brasil, contam com duas plantas de manufaturas e um centro de dados, além de 14 escritórios locais no Brasil “Na Microsoft, acreditamos no potencial brasileiro, trabalhamos com os nossos parceiros e clientes”, destacou Rincón.

O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, disse que também quer ser parceiro da Microsoft em tudo que diz respeito a educação. Lembrou que o Brasil é o quarto país onde se vende mais computador e que está quase a metade das residências já têm computador.

Para o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, os investimentos da Microsoft no Brasil já são os primeiros resultados do programa TI Maior, lançado neste semestre pelo governo. Raupp disse que o governo espera com o projeto da empresa não só a atração de pesquisadores, mas também a fixação de pesquisadores experientes no país.

Google lança internet grátis para celulares em países emergentes


Reuters
08/11/2012 14h00 - Atualizado em 08/11/2012 14h29

Google lança serviço de internet móvel em países emergentes


Free Zone começa a ser oferecido nas Filipinas em celulares básicos.
Serviço permite acesso gratuito a buscas, e-mail e à rede social do Google.

Da Reuters

Site do serviço FreeZone de internet móvel para celulares básicos (Foto: Reprodução)Site do serviço FreeZone de internet móvel para
celulares básicos (Foto: Reprodução)
O Google lançou nesta quinta-feira (8) um serviço de acesso à internet móvel para pessoas de países em desenvolvimento que possuem celulares mais simples.
O Google está lançando o serviço, chamado Free Zone, inicialmente nas Filipinas, em parceria com a operadora local de telefonia móvel Globe Telecom. O serviço permitirá que celulares que possuem conexão com a Internet com funcionalidade online limitada acessem serviços do Google como buscas, e-mail e a rede social Google+, gratuitamente.
Os usuários terão acesso aos sites que surjam em resultados de busca do Google gratuitamente, mas qualquer site que não conste desses resultados acionaria um convite para assinar o plano de dados da operadora.
"O objetivo é atingir o próximo bilhão de potenciais usuários da Internet, muitos dos quais estarão em países emergentes e terão acesso à Internet primeiro em seus celulares, sem que nunca tenham comprado um computador", disse AbdelKarim Mardini, gerente de produto do Google, à Reuters.
O Google e a Globe esperam que, ao oferecer serviços iniciais gratuitos, atraiam os usuários de celulares de segunda linha a usá-los para mais que telefonemas e mensagens de texto, e os levem a assinar para acesso a serviços de Internet.
Esses serviços são mais lucrativos para as operadoras. O Google obtém a maior parte de seu faturamento com anúncios vinculados a resultados de busca. A empresa informou que pretende lançar o serviço em outros países em breve.
Embora países em desenvolvimento como as Filipinas tenham adotado os celulares entusiasticamente, ainda há milhões de usuários que dispõem apenas de celulares básicos demais para acesso à Internet ou que relutam em pagar por serviços mais caros.
Nas Filipinas, as vendas de celulares inteligentes triplicaram nos 12 meses até setembro, mas apesar desse avanço eles ainda respondem por apenas 24% do total de celulares no país.

O PT no divã....

PT por Renato Janine Ribeiro

PT. Nunca acreditei que traria o paraíso. Demorei a votar nele. Talvez por isso, minha decepção com ele seja menor do que a dos seus fiéis. Quem acreditava que ele era tão diferente dos outros caiu realmente de suas ilusões. Entendo. Mas quem não espera muito dos partidos tem menos a perder, pelo menos em termos de fantasias. Agora, mesmo assim, acho que ele deveria ter prestado contas sobre suas mudanças pós-2002, em especial a passagem da ética intransigente a uma política de resultados. Deveria ter explicado até onde iria nisso.

Renato Janine Ribeiro 

DEZ mil japoneses cantam o 4° movimento da 9ª Sinfonia de Beethoven em estádio de futebol

Dez mil japoneses lotam um estádio de futebol e cantam em coro com orquestra o 4° movimento da Nona Sinfonia de  de Beethoven.
VEJA O REGISTRO DO EPISÓDIO INCRÍVEL

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

O câncer não espera na fila....


Cláudia Collucci

 

07/11/2012 - 03h00

O câncer não espera na fila


Há uma semana o Senado aprovou o projeto de lei que fixa um prazo máximo (60 dias) para início do tratamento de pacientes com câncer pelo SUS. Ainda falta a sanção da presidente Dilma Rousseff, que dificilmente vetaria um projeto dessa natureza.
Mas será que existe alguma chance de esse prazo ser respeitado pela rede pública? Tenho minhas dúvidas.
O tratamento do câncer é uma das áreas mais críticas do SUS. Segundo relatório do Tribunal de Contas da União, em 2010, só 34% dos pacientes de câncer conseguiram fazer radioterapia. Outros 53% demoraram muito para conseguir uma cirurgia.
O tempo médio de espera por uma quimioterapia foi de 76 dias. Apenas 35% dos pacientes foram atendidos em 30 dias, prazo que o próprio Ministério da Saúde recomenda e considerado o ideal pelos especialistas. Na radioterapia, são 113 dias de espera, em média.
Apenas 16% são atendidos no primeiro mês. Isso sem contar o tempo precioso perdido entre o cidadão perceber que tem algo errado, conseguir consulta com especialista e encontrar vaga em centro oncológico.
ESTÁGIO AVANÇADO
Essa espera faz com que muitos pacientes comecem o tratamento com o tumor em estágio mais avançado e, portanto, com menor chance de cura. Estudos mostram que enquanto em outros países os pacientes com câncer sobrevivem de 12 a 16 anos, em média, no Brasil esse tempo é reduzido para dois a quatro anos.
Diante desse cenário, fica difícil pensar que, num passe de mágica, as pessoas passarão a ser atendidas em até dois meses após o diagnóstico da doença --com medicamentos, quimioterapia, radioterapia e cirurgia.
O fato é que o país não se preparou para enfrentar a doença, que tem 500 mil novos casos por ano. Faltam leitos, equipamentos e profissionais qualificados. E não há solução a curto prazo. É preciso que se faça investimentos no desenvolvimento de uma infraestrutura que possa dar vazão à demanda, que só crescerá com o envelhecimento populacional.
Silva Junior-11.nov.11/Folhapress
Hospital do Câncer de Barretos
Hospital do Câncer de Barretos
O que acontece hoje no Estado de Rondônia (Norte) é um bom exemplo para entender o tamanho da complicação. Quase todos (97%) dos pacientes que têm câncer diagnosticado por lá viajam mais de 3.000 km para serem atendidos no Hospital de Câncer em Barretos, interior de SP, porque não existem centros especializados naquela região. Escrevi sobre isso em abril
O próprio ministro da Saúde, Alexandre Padilha, reconhece a desigualdade de acesso ao tratamento oncológico, especialmente nas regiões Norte e Nordeste, mas diz que o SUS tem ampliado o volume de recursos para tratamento contra o câncer. No ano passado, foram R$ 2,2 bilhões de investimentos --R$ 400 milhões a mais do que em 2010.
Padilha também já anunciou a compra de 80 aceleradores nucleares (ainda em processo licitatório) para a realização de radioterapia, o principal gargalo no serviço público. Mas isso, na melhor das hipóteses, só começará a funcionar em 2015.
DISPARIDADE
Enquanto isso, milhares de brasileiros vão continuar morrendo porque não tiveram a mesma sorte de pessoas como a presidente Dilma e o ex-presidente Lula de estarem em um centro oncológico de excelência, onde puderam diagnosticar e tratar seus tumores precocemente.
Há três anos, uma pesquisa feita com mulheres que tiveram câncer de mama mostrou que a sobrevida das que são tratadas no SUS é 10% menor do que aquelas acompanhadas pelos serviços privados. Entre elas, o câncer também foi diagnosticado em estágios mais avançados (36% contra 16%).
A incorporação recente da droga trastuzumabe no SUS (usada por 25% das mulheres com câncer de mama), dez anos depois de a rede privada já oferecê-la, é outro exemplo da disparidade entre os mundos da saúde pública e da privada.
Portanto, garantir o atendimento integral aos doentes oncológicos em um menor período de tempo possível é a única chance de o país reduzir as mortes evitáveis pela doença. Não há números de quantas elas seriam, mas uma coisa é certa: o câncer não espera na fila.
Avener Prado/Folhapress
Cláudia Collucci é repórter especial da Folha, especializada na área da saúde. Mestre em história da ciência pela PUC-SP e pós graduanda em gestão de saúde pela FGV-SP, foi bolsista da University of Michigan (2010) e da Georgetown University (2011), onde pesquisou sobre conflitos de interesse e o impacto das novas tecnologias em saúde. É autora dos livros "Quero ser mãe" e "Por que a gravidez não vem?" e coautora de "Experimentos e Experimentações". Escreve às quartas, no site.

O Pavão /// Crônica de Rubem Braga // 1958


Rubem Braga

O Pavão
Rubem Braga

Eu considerei a glória de um pavão ostentando o esplendor de suas cores; é um luxo imperial. Mas andei lendo livros, e descobri que aquelas cores todas não existem na pena do pavão. Não há pigmentos. O que há são minúsculas bolhas d'água em que a luz se fragmenta, como em um prisma. O pavão é um arco-íris de plumas.

Eu considerei que este é o luxo do grande artista, atingir o máximo de matizes com o mínimo de elementos. De água e luz ele faz seu esplendor; seu grande mistério é a simplicidade.

Considerei, por fim, que assim é o amor, oh! minha amada; de tudo que ele suscita e esplende e estremece e delira em mim existem apenas meus olhos recebendo a luz de teu olhar. Ele me cobre de glórias e me faz magnífico.
Rio, novembro, 1958

Simples e ternas. Assim são as lindas crônicas de Rubem Braga.

Texto extraído do livro "Ai de ti, Copacabana", Editora do Autor - Rio de Janeiro, 1960, pág. 149.  Agradeço ao Antônio pela lembrança.
Saiba tudo sobre o autor e sua obra em "Biografias"

Martha Medeiros /// Frase

"Gente" - 'Qual é o hormônio que dá a uma mulher o gosto de engomar, tão alvamente, a sua toalha para a bandeja de café? /// Elsie Lessa


Elsie Lessa: Gente

Elsie Lessa: Gente
De Elsie Lessa
De repente, escolhemos a vida de alguém. Era essa que a gente queria. Naquela casa grande e branca, na rua quieta, na cidade pequena. Sim, estamos trocando tudo. Era ela que a gente queria ser, aquela serenidade atrás dos olhos claros, aquela bondade que se estende aos bichos e às coisas, tão simplesmente. E aquela mansa alegria de viver, aquele risonho voto de confiança na vida, aquela promissória em branco contra o futuro, descontada cada dia, miudamente, a plantar flores, a brunir a casa, a aconchegar os bichos. Era naquele porto que a gente gostaria de colher as velas, trocar a ansiedade, a inquietação, a angústia latente e sem remédio, o medo múltiplo e cósmico, todas as interrogações, por aquela paz. Acordar de manhã, depois de dormir de noite, achando que vale a pena, que paga, que compensa botar dois pés entusiasmados no chão. Abrir as bandeiras das venezianas para que o sol entre, com o gesto de quem abre o coração. Qual é o hormônio, e destilado por que glândula, que dá a uma mulher o gosto de engomar, tão alvamente, a sua toalha bordada para a bandeja do café? Há uma batalha bem ganha, cotidianamente renovada, contra o pó e a traça e a ferrugem, que tudo consomem. Dentro dos muros da sua cidadela, as flores viçam, a poeira foge, nada vence o alvo imaculado das cortinas, os cães vadios acham lar e dono. E é esse um modo singelo mais difícil de ter fé. Cada bibelô tem uma história, diante de cada retrato há um vaso de flor, para cada bicho há um gesto de carinho. “Mulher virtuosa, quem a achará? Porque o seu valo excede ao de muitos rubis” – cansei eu de ouvir, na escola dominical, e olho em torno a indagar quantos e que orientais rubis pagarão aquele miúdo, enternecido carinho, que pôs flores nos vasos e cera no chão e transparência nos vidros e outro liquido no chá. Oh, a perdida paz fazendeira deste chá no meio da tarde, que as mulheres do meu tempo já não sabem o que seja, misturado a esse morno cheiro de bolo e torradas que vem da cozinha! Somos uma geração que come de pé, que trocou os doces ritos que cercavam o nobre ato de alimentar-se, por uma apressada ingestão de calorias. Já não comemos, abastecemo-nos como um veículo, como um automóvel encostado à sua bomba. Trocamos as velhas salas de jantar por mesas de abas, que se improvisam, às pressas, de um consolo exíguo encostado a uma parede. E o que sabe de um lar uma criança que não foi chamada, na doçura da tarde, do fundo de um quintal, para interromper as correrias, lavar mal-e-mal as mãos e vir sentar-se à mesa posta para o lanche, com mansas senhoras gordas que vieram visitar a mamãe? É a hora dos quitutes, das ingênuas vaidades doceiras, da exibição das velhas receitas, copiadas em letra bonita de um caderno ornado de cromos. Somos uma geração que perdeu o privilégio de não fazer nada, aquele doce não-fazer-nada que é a mansa hora de repouso, o embalo da rede na frescura de uma varanda, a quietude ensolarada de um pomar em que o sono da tarde nos pegou de repente, a hora de armar brinquedos para as crianças, das visitas que chegam sem se fazer anunciar, pois na certa estaremos em casa para uma conversa despreocupada e sem objetivo. Somos uma geração de mulheres que saem demais de casa, para trabalhar ou para se divertir, e perde metade da vida indo ou vindo para não se sabe onde, fazendo fila para comprar, tomar condução ou assistir a um cinema. Perdemos o abençoado tempo de perder tempo, de não fazer nada, a única hora em que a gente se sente viver. O mais é canseira e aflição de espírito. E foi tudo isso que reencontrei, de repente, na casa grande e branca da rua quieta.