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NOTÍCIAS DE BRASÍLIA

terça-feira, 1 de abril de 2014

O que é uma quadrilha ??? / Guilherme Fiuza

Vida normal para a ex-quadrilha

O Supremo diz que o mensalão não foi quadrilha, e o governador visita o chefe na cadeia. Tudo certo

GUILHERME FIUZA
26/03/2014 07h00 - Atualizado em 26/03/2014 07h47



O governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, foi visitar José Dirceu na prisão. Era uma visita clandestina, que acabou descoberta. Agnelo confirmou o encontro com o chefe da ex-quadrilha do mensalão (o STF determinou que o bando seja tratado doravante como coautoria, o que fica mesmo mais elegante). Agnelo explicou que participava de uma inauguração ali perto, e aproveitou para fazer uma inspeção na Papuda. Aí, esbarrou com Dirceu.

Foi, portanto, um encontro casual, como outro qualquer. Se Agnelo estivesse vagando pela Marquês de Sapucaí, poderia ter esbarrado na Sabrina Sato. Como o rolezinho era no presídio da Papuda, esbarrou com José Dirceu. Cada macaco no seu galho. A única coisa estranha nessa história é a reação do Brasil a ela.

A oposição reclamou, disse que a visita não programada afronta o sistema penitenciário e as sanções por ele firmadas. A oposição é uma mãe. O que incomodou os adversários do PT foi o “privilégio” de Dirceu, ao receber Agnelo na cadeia. Com uma oposição dessas, dá para entender por que o PT vai para 16 anos no poder.
O governador do Distrito Federal visita clandestinamente na cadeia um criminoso, que por acaso é do seu partido, que por acaso foi condenado por corrupção não num desvio pessoal, mas no exercício da política partidária, exatamente aquilo que o liga a seu visitante. Um governador filiado ao PT foi visitar um ex-ministro também filiado ao PT, preso por roubar o contribuinte. Sobre o que eles conversaram? Agnelo foi dar um pito em José Dirceu, dizendo-lhe que nunca mais repita isso? E que, enquanto ele não se regenerar e cumprir toda a pena, não é mais seu amigo?

Seria interessante saber. Porque, se não foi isso, se não houve reprimenda, nem conflito, o que houve? Solidariedade? Não, não é possível: um governador não pode ir à cadeia apoiar um político condenado por corrupção. Seria um escândalo. Se também não foi isso, o que aconteceu no tal encontro casual? Falaram sobre Neymar e Bruna? Cauã e Grazi? Sobre o último esquete do Porta dos Fundos?
Depois, esse Brasil abobado e carnavalesco não sabe por que os companheiros representantes do povo pintam e bordam. Agnelo, o dublê de governador e cortesão de mensaleiro, deveria ser interrogado – pelo Congresso Nacional, pelo Ministério Público ou pelo raio que o parta. Deve explicações pormenorizadas sobre o seu encontro obscuro, em pleno exercício do mandato, com o parceiro condenado. Se nada explicar, autorizará a suposição de que Dirceu continua seu chefe político e que a ex-quadrilha é bem maior do que aquela julgada pelo STF.
Um indivíduo citado pelo bando de Carlinhos Cachoeira como o “01 de Brasília”, que permaneceu no cargo de governador imune aos graves indícios, graças à implosão da CPI do Cachoeira e à alergia dos brasileiros a investigações longas, deveria ser no mínimo receoso. Mas essa turma já não tem receio de nada, porque depois de toda a pilhagem volta a se encher de votos, na mais perfeita lavagem de reputação proporcionada pela maravilhosa democracia brasileira. Fora um camicase, como Roberto Jefferson, ou um franco-atirador, como Joaquim Barbosa, o terreno está sempre limpo – lavou, está novo.
O Supremo diz que os mensaleiros não formaram uma quadrilha, o governador visita o chefe na cadeia, e o Brasil chupa o dedo. Tudo certo. Se os companheiros formassem uma quadrilha, não bastaria operar dentro do mesmo partido, com o mesmo despachante, com os mesmos prepostos estatais (um deles está na Itália, esperando uma visita casual do companheiro Agnelo). Não bastaria montarem juntos um mesmo esquema de sucção de dinheiro público para o caixa partidário, com o mesmo tesoureiro coordenando tudo, as mesmas salas e as mesmas secretárias. Só configuraria formação de quadrilha se todos eles usassem aquela mesma máscara dos Irmãos Metralha – e isso, o ministro Luiz Roberto Barroso deixou claro, com todo o seu lirismo, não aconteceu.
Enquanto Agnelo esclarecia que esbarrou por acaso com Dirceu no xadrez, a ex-ministra Gleisi Hoffmann esclarecia que quem salvou o Plano Real foi o PT. Viva a verdade bolivariana, que o Brasil consagrou.

Photos panoramique / Túnel subterrâneo em NY

http://www.nytimes.com/interactive/2008/07/17/nyregion/20080718_SUBWAY_FEATURE.html?scp=3&sq=Raymond%20McCrea%20Jones&st=cse&_r=0
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Capa de Veja online / 01/04/2014

segunda-feira, 31 de março de 2014

Resultado das urnas da eleição passada: em eleitorado de 135 milhões o Brasil ficou com 80 milhões de votos; Dilma, 55 milhões de votos


30/03/2014‘Nós, nós e nós’, um texto de J. R. Guzzo

 às 19:34 \ Opinião
Publicado na edição impressa de VEJA 
J. R. GUZZO
O governo do Brasil criou uma certeza nos últimos onze anos. Está absolutamente convencido de que o fato de ganhar eleições lhe dá, automaticamente, razão em tudo; não pensa, nunca, que o eleito representa todos, e não apenas os que são a seu favor. Exatamente ao mesmo tempo, acha que quem discorda do governo está errado por princípio. É como na religião ─ se você não tem a mesma fé do vizinho, jamais pode ter razão em nada. É um herético que está desafiando a vontade de Deus, e um inimigo que tem de ser destruído. O problema é que existe aí uma séria encrenca com os fatos, essa praga que só atrapalha o conforto das ideias prontas ─ o Brasil, infelizmente para o governo, o PT e seus profetas, tem heréticos demais.
Fazer o quê? O diabo, além de estar nos detalhes, está nos números. No caso das eleições para presidente em 2010, a última medição objetiva sobre quem está a favor e quem está contra o governo, a aritmética prova que ninguém é muito maior que ninguém. No segundo turno da eleição, Dilma teve 55 700 000 votos e José Serra ficou com 43 700 000; obviamente não dá para fazer de conta que os votos do perdedor não existem. Na verdade, já é um assombro que Serra, tido como um dos candidatos menos atraentes do planeta, tenha conseguido esses espantosos 43,7 milhões de votos; positivamente algo não deu certo do outro lado. Além disso, mais de 29 milhões de eleitores nem foram votar, e outros 7 milhões preferiram ficar nos nulos e brancos ─ ou seja, 36 milhões de cidadãos simplesmente não votaram em ninguém. Resumo da ópera: de um eleitorado total de 135 milhões de pessoas, 80 milhões não votaram em Dilma.
Ficamos, assim, na curiosa situação em que a maioria dos eleitores é considerada pelo governo como inimiga da vontade popular ─ se não estão com a gente, reza o seu evangelho, só podem estar do lado do mal. Lula, Dilma e sua máquina de propaganda, ao que parece, resolveram lidar com esse despropósito inventando um modelo de adversário fabricado na sua imaginação. “O ódio que alguns têm de nós é ver a filha da empregada cursando uma universidade federal”, disse Lula ainda há pouco. Mas por que raios alguém haveria de se importar com isso? Quem vai se prejudicar se a filha da empregada estiver numa universidade federal? Ou estadual? Ou particular? Por que ficaria com “ódio”? Lula sabe muito bem que tudo isso é pura invenção. Mas sabe também que a mentira viaja de Ferrari, enquanto a verdade vai a lombo de burro; passa 100 vezes pelo mesmo lugar antes que a verdade tenha conseguido chegar lá, e nesse meio-tempo falsifica até a regra de três. Dilma faz a mesma coisa com menos talento. Outro dia veio com a história de que só criticam a estratégia social do governo os que “nunca tiveram de ralar, de trabalhar de sol a sol para comprar uma televisão, uma geladeira, uma cama, um colchão”. Como é mesmo? Todo mundo, ou 999 em cada 1 000 brasileiros, tem de trabalhar para comprar qualquer dessas coisas, já que nenhuma delas é dada de graça a ninguém. Mas e daí? O que interessa é vender a ficção de que só o governo é capaz de ajudar os pobres ─ e só pode discordar disso quem nunca trabalhou na vida.
Essa montanha de dinheiro falso é engolida com casca e tudo no Brasil de hoje ─ e, conforme o caso, há uma conta a pagar por quem não engole. O caso do músico João Luiz Woerdenbag Filho, 56 anos, natural do Rio de Janeiro, conhecido do público como Lobão e autor de uma coluna quinzenal nesta revista, é um clássico. Lobão foi colocado no banco dos réus do Tribunal de Inquisição formado na classe artística para decidir o que é o bem e o mal no Brasil, e até hoje não conseguiu se levantar. É acusado do delito de ter se vendido “à direita” ou apenas de ser “de direita” ─ coisa esquisita, porque se imagina que ele teria o pleno direito, pela Constituição, de ser de direita ─ ou de esquerda, ou seja lá do que lhe desse na telha. O que o resto do mundo tem a ver com isso? Mas Lobão é um artista de fama, e um artista de fama não tem direito à liberdade de pensamento e de expressão se ganhar o selo de “direitista”. Na verdade, no Brasil de hoje nem se sabe o que é ser “de direita”; nossos juristas diriam que o crime de “direitismo” ainda não está bem “tipificado”. Tanto faz. Para a polícia política do PT, é criminoso de direita todo sujeito que disser às claras que não gosta de Lula, nem de Dilma, nem da sua inépcia, nem do PT, nem do governo, nem do “projeto” do petismo, nem dos seus melhores amigos, que vão de Collor a Maluf.
Esperem a campanha começar.

"Eu não mereço ser estuprada", Nana Queiroz // BBC


O estupro mora no quarto ao lado

Atualizado em  31 de março, 2014 - 16:14 (Brasília) 19:14 GMT

Nana Queiroz iniciou campanha online contra a ideia de atribuir culpa do estupro à vítima
Desde que iniciei o protesto on-line "Eu não mereço ser estuprada", na noite da última quinta-feira, recebi uma série de depoimentos de mulheres, homens e adolescentes que foram vítimas de abuso sexual. É incrível como essas histórias têm força, muito mais força que os números. E o que vi é que o estupro geralmente não ocorre à noite, num beco escuro. Ele ocorre, principalmente, em situações mais cinzentas.
No Distrito Federal, onde vivo, uma pesquisa publicada no ano passado, por exemplo, indicou que 85,2% dos estupros acontecem dentro da casa da vítima ou do agressor. Os números são chocantes, e me sinto na obrigação de contar sobre alguns rostos por trás das estatísticas.
Todos os nomes a seguir são fictícios.
Joana foi abusada sexualmente pelo pai durante toda a infância. O mais curioso é que ela só percebeu ter sido vítima de abuso na vida adulta - e o pai dela não percebeu até hoje. Sabe por quê? Porque ele nunca a penetrou. Enfiava a mão por dentro de sua calcinha, acariciava seus seios mas, para ele, abuso sexual é penetração.
No entanto, segundo a Lei Ordinária Federal nº 12.015, de 2009, que alterou o Código Penal Brasileiro, o crime de estupro não se refere somente à penetração, mas a qualquer ato de "conjunção carnal ou outro ato libidinoso com alguém, mediante fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da vítima".
Outra história. Certa noite, Maria estava entediada. Foi à casa de um amigo em quem confiava muito para ouvir música e beber até cair. Temerosa de dirigir para casa embriagada, ela pediu para dormir em seu sofá até que o efeito do álcool se dissipasse. Acordou algumas horas depois com a bruta inserção de um pênis em sua vagina. Ela gritou, protestou, exigiu que parasse. Ele prosseguiu até não conseguir mais lutar contra ela. Argumentou que a culpa era dela por ter dormido na casa dele.
"Devíamos nos concentrar em explicar aos homens como não estuprar, e não em dizer às mulheres como não serem estupradas"
Nesse caso, vale um raciocínio básico: na dúvida, é estupro. Não tem certeza se ela está suficientemente consciente? É estupro. Não sabe se álcool ou drogas afetaram sua capacidade de julgamento? É estupro. Ela está semiacordada? É estupro. Devíamos nos concentrar em explicar aos homens como não estuprar, e não em dizer às mulheres como não serem estupradas.
Marco foi estuprado aos cinco anos pelo irmão. Na vida adulta, ele teve coragem de contar aos pais. Pressionado para dar explicações, o abusador, que era bem mais velho que Marco, afirmou: "Eu já havia percebido que ele era gay, imaginei que ele iria gostar, e ele gostou".
Mas crianças não podem "gostar" ou não de sexo. Elas ainda não têm a maturidade e os critérios para definir se desejam ou não uma relação sexual. A ONG Childhood, que trabalha com vítimas de pedofilia, explica que "a natureza sexuada, inerente a qualquer criança, não pode ser entendida no sentido genital, mas sim no contexto de uma série de experiências psicológicas e físicas que vão, aos poucos, dando forma a seu pensamento e a seu corpo, ao que ela pensa sobre seu corpo e como o sente".
Mais: vocês sabiam que mais de um terço dos abusadores de crianças são também menores de idade? Ou seja, você que forçou seu primo ou prima mais nova a ter envolvimento sexual com você também cometeu um abuso, mesmo sendo menor de idade. Este é o caso de Marcelo, um belo homem que foi abusado constantemente por um primo cinco anos mais velho durante a infância. Quando enfrentou o abusador, apoiado pela família, na vida adulta, o abusador alegou: "Eu também era menor de idade, portanto, não sou culpado". É, sim. Mas, claro, deve ser tratado como um menor ofensor, que não tinha seu caráter ainda completamente formado.
Finalmente, gostaria de dizer que tenho recebido e-mails de pessoas que sugerem castração e pena de morte para abusadores. Não creio que a solução esteja por aí. A lei brasileira já protege amplamente o abusado. Temos que pedir que ela seja aplicada e não que endureça. O trabalho deve se concentrar em educar os homens para que não estuprem, as mulheres para que denunciem, os policiais para que não culpem as vítimas e os familiares para que não acobertem os casos de abuso intrafamiliares.
O primeiro passo para evitar mais histórias como as de Marco, Marcelo, Maria e Joana é a mudança do discurso. Diga às suas filhas que elas são dignas e que seu corpo é só delas. Ensine seus filhos a respeitar as mulheres e buscar o sexo como uma experiência mágica a dois. Não deixemos esse movimento morrer. Eu lancei a pergunta, agora, a resposta é com vocês!
Nana Queiroz, 28 anos, é autora do movimento "Eu não mereço ser estuprada", criado no Facebook na última quinta-feira em resposta ao resultado de uma pesquisa do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) segundo a qual 65% dos brasileiros acham que mulheres com roupas curtas merecem ser atacadas. O movimento ganhou a adesão de 44 mil pessoas e repercutiu em vários países. Jornalista formada pela USP, Queiroz estuda desde 2009 o sistema carcerário feminino do Brasil. A pesquisa dará origem ao livro "Presos que Menstruam", a ser publicado até o fim de 2014.

Alvoroço do governo é motivo para fundamentar a CPI

Pressão do Planalto atesta necessidade de CPI

Josias de Souza


O cenário de ruína da Petrobras justifica a abertura de uma CPI. E a operação montada pelo Planalto para evitá-la comprova a sua necessidade. Por isso mesmo, o risco de dar certo é mínimo.
PMDB e PT são sócios em diretorias com teto de vidro na Petrobras. Na CPI, os interesses dessas duas potências do Legislativo se ajustam às conveniências do Executivo. Uma mão suja a outra.
Se não conseguirem convencer pelo menos três silvérios governistas a retirarem suas assinaturas do pedido de CPI, já protocolada no Senado, o Planalto e seus aliados reencenarão o teatro que assou pizzas nas últimas CPIs. O enredo é conhecido.
Começa com o recrutamento de uma milícia parlamentar para compor a maioria na CPI. Passa pelo duopólio do comando: o PMDB na presidência e o PT na relatoria. Ou vice-versa.
Para o grand finale, um relatório que combine com esse contexto geral em que eles mesmos cometem os delitos, eles mesmos investigam e eles mesmos absolvem. Em minoria, resta à oposição gritar contra os exageros da coreografia.
O espetáculo tende a melhorar se algum detalhe escapar às preocupações cenográficas do Planalto. Não se deve esquecer que essa CPI nasceu da nota escrita por Dilma com o propósito de puxar para baixo o fio da meada que acomodara no seu colo o descalabro da refinaria de Pasadena.
É preciso saber se Nestor Cerveró, o ex-diretor da Petrobras a quem Dilma terceirizou o desastre, já foi devidamente ensaiado por seus padrinhos do PMDB e do PT para desempenhar o papel de incompetente ou de desonesto. Uma declaração enviesada de Cerveró pode fazer o melado escorrer.
Os presidenciáveis Aécio Neves e Eduardo Campos não perdem por esperar. Ganham. Suas pretensões políticas nunca tiveram tanta visibilidade como agora. As mancadas de Dilma tornaram-se oportunidades que a dupla aproveita.
A infantaria do Planalto esfrega na cara dos antagonistas de Dilma o escândalo Alstom-Siemens e as suspeitas de malfeitos no porto pernambucano de Suape. A tropa rival ameaça trazer à boca do palco a Eletrobras e a Transpetro, feudos de José Sarney e de Renan Calheiros.
Há na PF, no TCU e no Ministério Público inquéritos, processos e ações sobre as mazelas em debate. Diz-se que esse trabalho torna dispensável a CPI. Meia-verdade. O lufa-lufa da CPI no mínimo dá visibilidade às tramóias. Com sorte, pode esbarrar num “fato novo”.
A inteligência convencional ensina que um governo que leva a Petrobras ao balcão não é sério. E os políticos que enfiam na estatal seus apadrinhados não fazem isso por patriotismo. A CPI obriga o Planalto e seus sócios a executarem sob refletores um balé de elefantes. É horroroso. Porém, a sete meses da eleição, pode ser útil na hora de decidir em quem votar.

Charge do Miguel / blog do Josias

- Charge do Miguel, via ‘Jornal do Commercio.

26ª edição do Concurso de fotografias da National Geographic / Fotos de viajantes

http://www.bbc.co.uk/portuguese/videos_e_fotos/2014/03/140330_galeria_national_geographic_traveler_pai.shtml