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segunda-feira, 25 de maio de 2015

"Violento por natureza"... / Flávia Oliveira no blog de Ricardo Noblat

Violento por natureza
No Brasil, o ‘salve, simpatia’ só existe no consenso. Pintou conflito, sobra agressão. País dá vexame em ranking de segurança pessoal
Violência urbana (Foto: Arquivo Google)Flávia Oliveira, O Globo
País forjado na chibata dos escravocratas e nos castigos físicos do jesuítas, o Brasil, além de bonito, é violento por natureza. O “salve, simpatia” só é visível no consenso. Pintou conflito, sobram grito, xingamento, sopapo, chute, facada, tiro. Passou da hora de mirar o espelho e encarar a imagem de uma sociedade envelhecida em barris de brutalidade.
O brasileiro bate no filho e na mulher. Esmurra vizinho na reunião de condomínio e motorista em sinal de trânsito. Espanca LGBT em praça pública e torcida rival dentro de estádio de futebol. Tortura preso político e réu inconfesso. Esfaqueia universitário que discute preço em restaurante e ciclista em cartão postal. Lincha assaltante, adúltera e dona de casa vítima de boato na internet. Atira em morador de favela na porta de casa, em missionária religiosa no campo, em estudante em ponto de ônibus e em policial de folga. Degola traficante e jornalista. Chacina presidiário e suburbano. ONG americana Social Progress Imperative publica todo ano um ranking de qualidade de vida. Na edição 2015 do Índice de Progresso Social, divulgada mês passado, o Brasil aparece na 42ª posição entre 162 nações. Marcou, no geral, 70,89 pontos numa lista que a Noruega lidera com 88,36.
Na dimensão segurança pessoal, que leva em conta taxa de homicídios e de crimes violentos, sensação de segurança, terror político e mortes no trânsito, dá-se o vexame. O país marcou míseros 35,55 pontos; é 122º em 133 avaliados. Entre os vizinhos de América do Sul, só ganha da Venezuela. No topo do rol, está a Islândia, com 93,57 pontos; no pé, o Iraque, com 21,91.

Brasil está sem graça.. As instituições só servem para criar escândalos e renda para os políticos ?


25.05.2015 | 06h30

Mortos e alunos de alta renda tiveram bolsas do Prouni, aponta auditoria
Controladoria Geral da União constatou 47 mortos entre bolsistas em 2011. Mais de 4,4 mil estavam fora das regras de renda entre 2006 e 2012.



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DO G1

Uma auditoria da Controladoria Geral da União (CGU) aponta que ao menos 47 alunos do Programa Universidade para Todos (Prouni), gerenciado pelo Ministério da Educação (MEC), tiveram bolsas de estudo pagas pelo governo federal após sua morte.


A auditoria, cujo relatório foi publicado em março de 2015, considerou dados do período entre 2006 e 2012. Ela avaliou os dados de mais de 1 milhão de bolsistas do Prouni.

O G1 procurou o MEC e aguarda posicionamento da pasta.

Entre 2006 e o primeiro semestre de 2012, os auditores encontraram 3.800 estudantes beneficiados apesar de não se enquadrarem nos critérios de renda do Prouni e outros 12.052 que receberam a bolsa de estudos sem ter estudado em escola pública ou como bolsista em escola particular.
O QUE É O PROUNI?
Programa federal que concede bolsas de estudos integrais ou parciais em instituições particulares para estudantes de baixa renda oriundos de escola pública ou bolsistas de escola particular.

O Prouni é um programa federal que concede bolsas de estudos integrais ou parciais em instituições particulares para estudantes de baixa renda oriundos de escola pública ou bolsistas de escola particular.

Na primeira edição de 2015, o programa ofertou 213.113 bolsas — 135.616 integrais e 77.497 parciais. Mais de mil instituições de ensino superior participam do programa.

Fragilidades na fiscalização
O relatório da CGU aponta fragilidades na fiscalização dos critérios de seleção do Prouni. Para verificar se havia bolsas pagas para estudantes mortos, a auditoria cruzou os dados dos beneficiários com o Sistema Informatizado de Controle de Óbitos (Sisobi).

A falha no pagamento de 47 bolsas para alunos mortos foi constatada na análise de matriculados em 2011. Eles apareciam como regularmente matriculados, mas já estavam mortos. Um deles faleceu antes mesmo de se tornar bolsista.

Ao verificar se os estudantes com bolsa tinham cursado o ensino médio em escola pública ou como bolsistas de escola particular, conforme preveem as regras do programa, a CGU aponta que 12.052 candidatos receberam bolsa apesar de terem afirmado no formulário que não preenchiam essas condições.

No início de 2012, 33 dos 179,6 mil bolsistas que ingressaram no Prouni cursaram algum ano do ensino médio em escola particular sem bolsa, o que impediria a disputa de bolsa paga pelo governo.

Alta renda
A CGU considerou ainda se os alunos que recebiam bolsas integrais participavam do grupo com renda familiar de até um salário-mínimo per capita. O relatório indica que, de 2006 ao primeiro semestre de 2012, 3.800 candidatos que não se enquadravam nas regras de renda para participar do programa como bolsistas integrais.

Outros 621 tinham renda familair superior a três salários-mínimos per capita, valor máximo para receber bolsa de 50% do Prouni.

O relatório critica o fato do sistema não verificar rotineiramente a renda familiar. "Assim, não é possível que o sistema calcule se o bolsista continua dentro da condicionalidade renda ou se houve um substancial aumento socioeconômico (condição obrigatória de encerramento de bolsa)."

A auditoria também cruzou os dados oferecidos pelos bolsistas com informações da Rais (Relação Anual de Informações). O relatório indica que, em 2011, 18.895 bolsistas tinham renda familiar maior na Rais que a informada no sistema do programa de bolsas.

"Os resultados apresentados evidenciam que as informações relativas à renda do grupo familiar apresentadas pelos candidatos não são fidedignas, ocasionando a concessão de bolsa a candidato sem perfil de renda", aponta o relatório.

A CGU indica que o Ministério da Educação vincule o sistema do Prouni com a base de dados de CPF da Receita Federal para que esse tipo de divergência não seja possível.

Conclusão do relatório
A auditoria apontou que o sistema de gestão do Prouni tem "rotinas adequadas", mas sugere aprimoramento. Não foram divulgados valores dos eventuais prejuízos para o governo federal.

"No que concerne aos mecanismos de supervisão e controle do Sisprouni, embora os resultados demonstrem que o sistema apresenta rotinas adequadas de realização de críticas, verificaram-se fragilidades, tendo em vista a existência de inconsistências em sua base de dados concernentes à ausência de preenchimento de campos essenciais de identificação do bolsista, bem como registros relacionados aos critérios de elegibilidade exigidos pelo Programa", afirmou o relatório.

"Marin e Del Nero deveriam estar na cadeia!" > Romário, senador, sobre atuação de dirigentes da CBF


Uma seleção privatizada?

A CBF nega que seus contratos com uma empresa influam na convocação de jogadores


Jogo Camarões x Brasil na Copa. / BERNAT ARMANGUE (AP)



No mês de julho passado, quando a Alemanha arrasou o prestígio futebolístico brasileiro em sua própria casa, o país do jogo bonito exigiu uma revolução esportiva: uma melhor organização do futebol-base, um modelo de rentabilidade que saneasse seus campeonatos e uma investigação das denúncias de corrupção na poderosa Confederação Brasileira de Futebol (CBF) desde os tempos em que era dirigida por Ricardo Teixeira, genro do ex-presidente da FIFA (e também corrupto) João Havelange. O ex-jogador Romário, hoje senador, chegou a pedir uma comissão parlamentar de inquérito: “Marin e Del Nero deveriam estar na cadeia!”, afirmou sobre os dirigentes máximos da entidade. Especulou-se inclusive com a contratação de Pep Guardiola como treinador, na esperança de que um técnico estrangeiro modernizasse os esquemas táticos de um futebol deprimido, e ainda rompesse os vínculos de amizade (“máfia”, diz Romário) que mantiveram a tomada de decisões sobre o esporte mais popular de um país de 200 milhões de habitantes entre um grupo reduzido de pessoas durante décadas.
A escolha de Dunga como técnico esfriou o entusiasmo popular. Não só por ele já ter ocupado o posto recentemente, mas por sua concepção pouco chamativa de jogo e sua pouca experiência no posto. Os resultados, até agora, o endossam: o Brasil ganhou as oito partidas amistosas disputadas desde setembro e enfrenta a próxima Copa América com um pouco mais de confiança. A última que venceu (2007) foi exatamente com Dunga como técnico. Sua mão firme parece ter unido de novo uma equipe que saiu arrasada doMineiraço, e até o esquecido Robinho volta a justificar suas inesperadas convocações com gols.
Há uma semana, o jornal O Estado de S. Paulo publicou contratos “confidenciais” assinados entre a CBF e uma sociedade de fachada sediada nas Ilhas Cayman (International Sports Events, ISE), segundo os quais a federação deve pagar uma multa de 500.000 dólares se jogadores estrelas como Neymar não estiverem sobre o gramado em uma partida da seleção. A empresa de marketing, que explora comercialmente a marca, paga um milhão de dólares pelos direitos de cada encontro amistoso e exige, em troca, contrapartidas. O contrato prevê que a CBF deve apresentar um atestado médico para a International Sports Events quando um jogador ficar no banco, e que a “CBF poderá substituí-los por outros jogadores do mesmo nível, segundo seu valor de mercado e capacidade técnica”. O ISE tem, além disso, os direitos exclusivos para a organização das partidas em qualquer país do mundo: determina o preço dos ingressos e tem poder de decisão até sobre os rivais da equipe brasileira em partidas preparatórias. O acordo secreto exclui, em princípio, toda tributação pelos valores pagos.
A CBF rejeitou taxativamente as insinuações, chamando de “ridículas” e “absurdas” as denúncias de que tenha “vendido” a seleção e nega qualquer influência externa na convocação de jogadores: “Os critérios para escolher a equipe nacional brasileira são, e sempre serão, do técnico” [...] A CBF não vendeu a seleção brasileira. Em nenhum momento o contrato influiu na composição da equipe, nem no julgamento do treinador”. A nota oficial da Federação expressa, além disso, que a “hipótese ridícula não se sustenta sobre qualquer prova e se explica apenas pela necessidade do jornalista Jamil Chade [autor da matéria] de procurar notícia fácil que gere escândalos”.
Os dirigentes do futebol brasileiro negam também que as exigências comerciais dessa empresa possam bloquear o desenvolvimento de jovens talentos, em uma seleção que não mantém, nem de longe, a qualidade de décadas anteriores. As revelações ilustram, no entanto, o poder financeiro da seleção nacional e seus vínculos com agentes comerciais, sociedades instaladas em paraísos fiscais e a própria FIFA, na qual Ricardo Teixeira (promotor do contrato) foi membro do Comitê Executivo até sua demissão de todos os cargos em 2012 por um escândalo milionário e seu posterior exílio em Miami. A empresa International Sports Events é uma subsidiária do grupo saudita Dallah Al Baraka Group, associado ao escândalo de subornos milionários que aposentou para sempre do futebol Mohamed bin Hammam, do Catar, ex-candidato a presidente da FIFA e ex-presidente da Confederação Asiática de Futebol.
Romário voltou a chamar de “criminosos” os dirigentes da CBF e expressou em público seu desejo de que “o técnico Dunga não aceite esse esquema nojento”. Segundo o campeão do mundo de 1994, “o futebol sofre porque os atuais gestores agem em sua própria conveniência [...] Só modernizaram o que podia maximizar seus benefícios. Mantiveram a tirania, a falta de transparência e a permanência eterna no poder”. O jornalista José Cruz também qualificou, em seu blog, a gestão da CBF de “criminosa” e escreveu: “Essa revelação ressuscita a tese sobre a representatividade da Seleção Brasileira, que se apresenta em nome da nação, desfila com a Bandeira Nacional e pratica o principal patrimônio esportivo do país. No entanto, a renda dessas exibições não contribui para o fortalecimento do futebol, internamente. ‘Clubes e federações estão quebrados’, dizem os cartolas”.

A empresa de marketing paga um milhão de dólares pelos direitos de cada encontro amistoso e exige, em troca, contrapartidas
A plataforma Bom Senso exige há anos uma profunda renovação e o saneamento do futebol brasileiro “para que volte a ser o país do futebol”, com propostas concretas que foram ouvidas pessoalmente pela presidenta Dilma Rousseff e estão sendo debatidas no Congresso durante a renegociação da dívida milionária dos clubes brasileiros com a Fazenda. Um de seus líderes, o meio-campista internacional Alex, também reagiu duramente à divulgação dos contratos: “O futebol é patrimônio do povo brasileiro e não pode ser usurpado por tanto tempo por uma sociedade privada como a CBF [...] Como ex-jogador, minha maior preocupação é com o futebol brasileiro, que tem muitos clubes endividados, está pobre de ideias e tem pouca preocupação de melhorar. A CBF enriquece comercialmente, mas se preocupa pouco com o futebol”.
Ele já tinha avisado o então presidente da CBF, José Maria Marin, semanas antes da Copa de 2014: “O futebol brasileiro está no purgatório. Se ganharmos, vamos para o céu. Se não, desceremos para o inferno”. Falta agora ver se haverá consenso algum dia sobre as causas de uma crise tão profunda.

domingo, 24 de maio de 2015

Alejandro Sanz Corazon Partio (MTV) legendado em português

O mundo visto através de um véu islâmico / El País / fotos

http://brasil.elpais.com/brasil/2015/05/18/album/1431971543_095259.html#1431971543_095259_1431971671


O mundo através de um véu islâmico

De preto dos pés à cabeça, uma mulher libanesa de 32 anos posa no teto de sua casa em Beirute, a capital do Líbano. Seu pai é xiita e sua mãe é sunita. Ela usa o ‘nicabe’, peça de roupa que esconde o rosto e deixa descobertos apenas os olhos. Estes, por sua vez, podem ser cobertos por um fino véu quase transparente. Normalmente, elas também usam o resto do corpo coberto. Nas imagens seguintes o mundo é mostrado através do nicabe, com a falta de nitidez como as mulheres a enxergam


México ganhou do Brasil a quarta posição da indústria automobilista do planete


Como o México se tornou a 'menina dos olhos' da indústria automobilística global?

  • Há 9 horas
(Reuters)
O México tornou-se objeto de desejo da indústria automobilística global. O setor, um dos motores da economia, está passando por um novo boom.
A americana Ford e a japonesa Toyota anunciaram no mês passado a construção de novas plantas no país, totalizando investimentos da ordem de US$ 4 bilhões (R$ 12 bilhões).
Levando-se em conta os últimos dois anos, são mais de US$ 20 bilhões (R$ 60 bilhões) aplicados em novas fábricas ou na expansão das já existentes.
O México, o 4º maior exportador de veículos do mundo, desbancou o Brasil no ano passado e passou a ocupar o 7º lugar no ranking de produção. Em 2014, o país fabricou quatro em cada 100 automóveis do mundo.
E, a este ritmo, estima-se que o México possa chegar à 4ª posição em menos de uma década, logo depois de China, Estados Unidos e Japão. Há seis anos, o país ocupava o 10º lugar.
A subida no ranking se deve ao aumento da produção, em parte explicado pela chegada de novas montadoras ao país.
Hoje, oito fabricantes globais de veículos produzem automóveis no México.
E o número deve crescer ainda mais, com o lançamento das fábricas, no ano que vem, da sul-coreana Kia e da alemã Audi.
Já em 2017, chega a nipo-americana Infiniti; no ano seguinte, é a vez da alemã Mercedes Benz. Em 2019, a alemã BMW e a japonesa Toyota inauguram suas plantas no país.
O setor, essencial e emblemático para a economia do país, representa cerca de 3% do PIB (Produto Interno Bruto, ou a soma dos bens e serviços) e emprega 1,7 milhões de pessoas, incluindo empregos diretos e indiretos.

Razões para o sucesso

(AFP)
A indústria automotiva representa quase 3% do PIB do México e emprega 1,7 milhão de pessoas
Em primeiro lugar, a localização geográfica do país, às portas do mercado de automóveis dos Estados Unidos ─ o maior do mundo, com boas ligações com o Atlântico e o Pacífico, e com a Ásia, faz do México um ímã para as montadoras.
Segundo, sua vasta rede de acordos de livre comércio, que lhe dão acesso a 45 países, também tornou o país um local atraente para os investidores.
O terceiro ponto, consenso entre os representantes da indústria, é o custo.
"Não só é mão de obra barata, mas também pesam a eficiência e a qualidade dos produtos mexicanos", disse Luis Lozano, analista de indústria automotiva mexicana da consultoria PwC, à BBC Mundo, o serviço em espanhol da BBC.
O apoio a nível estatal vem desempenhando um papel importante nesse sentido.
A indústria automobilística "tem sido uma das mais privilegiadas em termos de política pública para aproveitar e promover o seu crescimento e desenvolvimento", disse Armando Soto, presidente da consultoria Kaso & Associates, à BBC Mundo.
Na opinião de Soto, outro fator importante para compreender o boom do setor é a "estabilidade macroeconômica e financeira" do México.

Indústria premium

(BBC Mundo)
Tratados de livre comércio despertam interesse das montadoras no México
Outra surpresa é de que o México conseguiu atrair o interesse de marcas de luxo.
Audi, BMW, Infiniti, Lincoln, Mercedes Benz...algumas das montadoras do setor premium decidiram transferir parte da sua produção para o país.
A alemã Audi é uma delas. A montadora está construindo no Estado de Puebla uma fábrica que deve se tornar operacional no ano que vem.
Inaugurada a planta, a produção do SUV Q5 deve migrar de sua sede em Ingolstadt, no sul da Alemanha, para o leste do México.
Dali sairão para o mundo, exceto a China, 150 mil unidades do utilitário. Estima-se que cerca de 99% da produção será exportada.
"Fomos os primeiros deste segmento a vir para o México porque estamos confiantes de que o país está pronto para dar o próximo passo", disse à BBC Mundo Javier Valadez, porta-voz da Audi México.
"O México está na vanguarda no aspecto do capital humano", acrescentou Valadez, "segundo estatísticas oficiais, mais engenheiros se formam aqui do que na Alemanha por ano".

"Carros lixo"

(AFP)
Alemã Audi constrói fábrica que deve estar operacional no ano que vem
Mas há um paradoxo no modelo mexicano: ele é essencialmente exportador. Oito em cada dez veículos fabricados no país são vendidos no exterior.
Ainda que no primeiro trimestre 3.500 veículos tenham sido vendidos por dia, marca recorde para o país, o mercado interno ainda não "decolou".
O Canadá, por exemplo, com um terço da população mexicana, vendeu 60% mais veículos no ano passado.
Há dez anos, o país não consegue superar a barreira dos 1,2 milhão de veículos novos vendidos anualmente.
E um dos motivos são os chamados "carros chocolate".
Ou "carros lixo", como descreveu Eduardo Solís, presidente da Associação Mexicana da Indústria Automotiva (AMIA).
"A importação desses automóveis dos Estados Unidos provocou um dano brutal em nosso mercado doméstico. Trata-se de lixo veicular, porque nos Estados Unidos esses carros não têm outro destino senão o ferro-velho, mas acabam sendo vendidos aqui", disse Solís à BBC Mundo.
Solís se refere aos 7,5 milhões de carros importados dos Estados Unidos nos últimos nove anos que não podem mais circular naquele país por questões ambientais, mas trafegam pelas ruas do México.
(BBC)
Com modelo essencialmente exportador, México manda para fora oito em cada dez veículos que fabrica
Em média, a frota mexicana tem idade média de 16 anos, o dobro da dos Estados Unidos.
As importações de usados durante os últimos dez anos representam 75% das vendas de veículos no mercado local.
Por trás disso, dizem especialistas, está a falta de acesso ao crédito, problema enfrentado por milhões de mexicanos.
No México, 60% dos carros novos são financiados. No Brasil, por exemplo, esse percentual é maior, de 80%.
Dois terços dos veículos vendidos no mercado local têm preço que varia entre 214 mil e 256 mil pesos (cerca de R$ 43 mil a R$ 52 mil).
E esse é o segmento mais acessível.
"Se você considerar o poder de compra da maioria da população, mais de 50% dos mexicanos dificilmente podem adquirir um veículo zero quilômetro se não recorrerem a um financiamento", explica Soto.
"Mas aí vem outro problema: há muitos trabalhadores na informalidade e essa força de trabalho não pode acessar o mercado financeiro".
A japonesa Nissan parece ter uma resposta para esse problema.
A subsidiária mexicana, que detém 25% do mercado, foi reconhecida pela matriz no ano passado como a de melhor faturamento a nível mundial.
Uma das explicações, argumentou à BBC Mundo Herman Morfin, porta-voz da Nissan, é que "estamos oferecendo financiamento a um segmento da população a que os bancos e outras empresas não oferecem, ou seja, estamos falando de pessoas que não têm como comprovar renda".

Futuro

Olhando para o futuro, os desafios são muitos.
"O México tem de chegar em 2020 com uma infraestrutura que lhe permita que, tal como atualmente, tenhamos a facilidade de movimento de peças, componentes, veículos terminados tanto nos portos de entrada quanto no território nacional", disse Solis.
"Estamos falando de portos, estradas e, claro, ferrovias", acrescentou.
O México espera produzir 6 milhões de veículos em 2022, desbancando a Alemanha do quarto lugar mundial.
Mas especialistas dizem que para isso não bastará apenas uma forte demanda global.
"Um grande desafio é o crescimento do mercado interno. É preciso chegar a 1,5 milhão de unidades vendidas nos próximos cinco anos", afirmou Soto.
"Se esse plano fracassar", acrescentou o analista, "será difícil que o nível de investimento aumente e o potencial de crescimento se amplie", concluiu.

Luciano Hulk e família passaram por um susto: avião em que viajavam fez pouco de emergência em fazendo no Mato Grosso do Sul

Angélica e Luciano Huck estão casados há mais de 10 anosLuciano Huck, Angélica e os filhos são internados após pouso forçado de aeronaveLuciano Huck, Angélica e os filhos são internados após pouso forçado de aeronave
Luciano Huck e Angélica passaram por um grande susto na manhã deste domingo (24). O avião turbo-hélice Carajá, onde estava o casal de apresentadores, os três filhos, Eva, Benício e Joaquim, e duas babás precisou fazer um pouso forçado em uma fazenda a 30 km de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. Angélica estava no Pantanal gravando uma temporada do seu programa, o "Estrelas".
Todos os nove tripulantes - incluindo piloto e copiloto - passam bem e foram encaminhados para o hospital Santa Casa de Campo Grande, onde foram submetidos a exames. Segundo o Corpo de Bombeiros e a Aeronáutica, a aeronave decolou às 9h da Estância Caimam, em Miranda, na cidade de Bonito, e seguia para a capital do estado. O pouso forçado ocorreu nas imediações da rodovia MS-080, por volta das 10h52, quando o piloto, Osmar Frattini, informou a Torre de Controle que estava em situação de emergência.
Segundo o jornal "Correio do Estado", quando estavam a aproximadamente 10 minutos do aeroporto de Campo Grande, a aeronave apresentou uma pane na bomba de combustível. Em seguida, os dois motores falharam. O responsável pela aeronave precisou ainda desviar do gado. A perícia será feita pela Força Aérea Brasileira, que ja foi à fazenda.
Angélica teve fratura na bacia, e Luciano, em uma das vértebras