No Brasil, o ‘salve, simpatia’ só existe no consenso. Pintou conflito, sobra agressão. País dá vexame em ranking de segurança pessoal
País forjado na chibata dos escravocratas e nos castigos físicos do jesuítas, o Brasil, além de bonito, é violento por natureza. O “salve, simpatia” só é visível no consenso. Pintou conflito, sobram grito, xingamento, sopapo, chute, facada, tiro. Passou da hora de mirar o espelho e encarar a imagem de uma sociedade envelhecida em barris de brutalidade.
O brasileiro bate no filho e na mulher. Esmurra vizinho na reunião de condomínio e motorista em sinal de trânsito. Espanca LGBT em praça pública e torcida rival dentro de estádio de futebol. Tortura preso político e réu inconfesso. Esfaqueia universitário que discute preço em restaurante e ciclista em cartão postal. Lincha assaltante, adúltera e dona de casa vítima de boato na internet. Atira em morador de favela na porta de casa, em missionária religiosa no campo, em estudante em ponto de ônibus e em policial de folga. Degola traficante e jornalista. Chacina presidiário e suburbano. ONG americana Social Progress Imperative publica todo ano um ranking de qualidade de vida. Na edição 2015 do Índice de Progresso Social, divulgada mês passado, o Brasil aparece na 42ª posição entre 162 nações. Marcou, no geral, 70,89 pontos numa lista que a Noruega lidera com 88,36.
Na dimensão segurança pessoal, que leva em conta taxa de homicídios e de crimes violentos, sensação de segurança, terror político e mortes no trânsito, dá-se o vexame. O país marcou míseros 35,55 pontos; é 122º em 133 avaliados. Entre os vizinhos de América do Sul, só ganha da Venezuela. No topo do rol, está a Islândia, com 93,57 pontos; no pé, o Iraque, com 21,91.
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