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terça-feira, 1 de setembro de 2015

A saga das avós da Praça de Maio tem contínuas surpresas. ../ BBC

Avós da Praça de Maio encontram mais um bebê 'roubado' pela ditadura argentina http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2015/09/150901_bebe_ditadura_argentina_mdb.shtml

Avós da Praça de Maio encontram mais um bebê 'roubado' pela ditadura argentina

  • 1 setembro 2015
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Image copyrightEPA
Mais uma criança sequestrada pelo governo militar da Argentina (1976 – 1983) foi identificada, segundo informou a organização Avós da Praça de Maio.
Testes de DNA confirmaram que uma mulher, agora com cerca de 30 anos, era filha dos ativistas Gladys Castro e Walter Domínguez, integrantes do Partido Comunista Marxista Leninista da Argentina.
Ambos viviam na cidade de Mendoza (norte) e foram capturados na casa em que moravam em 1977. Na época, Gladys estava grávida de seis meses e deu à luz na prisão no ano seguinte. Gladys e Walter nunca mais foram vistos.
Segundo a ONG, há mais de 300 pessoas que foram roubadas quando bebê ou crianças pelo regime militar e ainda não foram identificadas.
O sequestro de bebês era parte de um plano da ditadura argentina e ocorria de maneira sistemática, segundo grupos de direitos humanos.
O objetivo era dar os filhos de pessoas que o governo considera subversivas a famílias de militares e seus aliados. Na lógica da ditadura, isso evitaria que fosse criada outra geração do que os militares consideravam radicais da esquerda.

Prêmio pela luta

A organização Avós da Praça da Maio foi fundada em 1977 com o objetivo de encontrar os filhos roubados e adotados ilegalmente durante o governo militares.
Ao longo dos anos e de muitos protestos e lutas, a ONG conseguiu muitos frutos.
Um deles ocorreu em 2014, quando o neto de Estela de Carlotto, a presidente da ONG, foi identificado após mais de 30 anos de buscas.
Para muitos, a identificação de Guido foi como um prêmio para a vida de luta de Estela. Ele se submeteu ao teste de DNA por conta própria, após desconfiar de sua verdadeira identidade.
Image copyrightAFP
Image captionA organização Avós da Praça de Maio, cuja presidente é Estella de Carlotto, já identificou 117 pessoas sequestradas pelos militares quando eram bebês
A filha de Gladys e Castro é a 117º pessoa a ser identificado pela ONG.
O grupo possui um amplo banco de dados genéticos de familiares das vítimas da ditadura. Foi a partir desta base de dados que os bebês separados dos pais biológicos – e agora com mais de 30 anos – foram localizados.
A organização costuma veicular anúncios em jornais, TVs e rádios incentivando pessoas com dúvidas sobre sua identidade a procurar a ONG e realizar o local e realize o exame de DNA.

segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Será que a Lava Jato vai virar pizza ...? / blog de Aluizio Amorim / Paulo Roberto Costa / Folha.com


VÍDEO-BOMBA REVELA AS ENTRANHAS DO ESQUEMA CRIMINOSO DO PT. RESTA SABER SE A MAIORIA DOS BRASILEIROS ACEITARÁ PLACIDAMENTE O "ACORDÃO" QUE SE PaulINSINUA.

A Folha de S. Paulo editou um vídeo contendo partes do interrogatório do ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, e o  Luciano Ayanprovidenciou, em boa hora, a postagem no YouTube. 

As revelações de Costa, o primeiro a aderir à delação premiada no inquérito da Operação Lava Jato, conta o que rolava e continua rolando no breu das tocas.
É impressionante. E isto é o que se sabe, mas se sabe que não é tudo. A rede de corrupção e roubalheiras instalada por Lula, o PT e seus sequazes contaminou o Estado brasileiro de uma forma jamais vista na história do Brasil.

Pela decisão do Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, recentemente reconduzido ao cargo pela Dilma com a anuência da maioria do Senado, onde foi sabatinado, mandando às calendas a investigação requerida pelo Ministro Gilmar Mendes, sobre as contas da campanha eleitoral da "presidenta", pressente-se que está em curso a conhecida "operação abafa".

Resta saber se a esmagadora maioria do povo brasileiro, que exige a deposição imediata da Dilma e a proscrição do PT e seus satélites, simplesmente se retirará das ruas aceitando placidamente o "acordão" espúrio que se desenha.

domingo, 30 de agosto de 2015

"A CPMF é um roubo"... quem disse isso foi Lula, no governo de Fernando Henrique... / Ruth de Aquino / Época




A CPMF é uma extorsão oficial 

A CPMF é um roubo. Quem disse isso foi Lula, no governo de Fernando Henrique. Depois, já presidente, mudou de ideia


RUTH DE AQUINO
28/08/2015 - 20h43 - Atualizado 28/08/2015 20h43 já!
A CPMF é um roubo. Uma usurpação dos direitos do trabalhador. Quem disse isso foi Lula, no governo tucano de Fernando Henrique Cardoso. Lula foi a Brasília denunciar o imposto extorsivo sobre o cheque. Mas Lula ainda era oposição. Em 2007, presidente do Brasil, mudou radicalmente. Comparou a CPMF à salvação da pátria. Citou Raul Seixas para explicar que ele, Lula, era uma metamorfose ambulante.
Tudo é mentiroso na CPMF. A começar pelo nome: Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras. É uma trapaça ao idioma. “Contribuições” costumam ser voluntárias – a palavra contribuir vem do latim e significa “ter parte numa despesa comum”. Foi chamada de “provisória” mas virou “permanente” até ser derrubada em 2007, numa derrota fragorosa de Lula no Senado.
Ao se referir a “movimentações financeiras”, parece punir os ricos, os que movimentam mundos e fundos. Não. É um imposto sobre cada cheque emitido, recebido, depositado. É um confisco direto sobre as transações bancárias e comerciais, sobre as compras no supermercado. É uma assombração e uma bitributação, porque já pagamos o IOF, o Imposto sobre Operações Financeiras – que, aliás, foi aumentado quando a CPMF acabou, em 2007. É tão matreira que se paga CPMF até no ato de pagar os impostos.
Oremos e lembremos o que Lula disse em 2007. “Estamos perdidos sem a CPMF.” “Se os senadores votarem contra a CPMF, temos de mostrar quem é o responsável de deixar milhões de pessoas sem esse programa (o Bolsa Família).” “Todo mundo sabe que o Estado brasileiro não pode viver sem a CPMF.”  Sabem o que Lula fez para tentar aprovar a continuidade da CPMF há oito anos? Liberou R$ 500 milhões de verbas para senadores. O mesmo que Dilma fez nesta semana.
A CPMF é um imposto tão impopular que precisa de uma cirurgia plástica invasiva para se tornar palatável. Primeiro, muda-se o nome. Vira CIS: Contribuição Interfederativa da Saúde. Ah, ela se tornaria, portanto, um “imposto do bem”. Quem pode ser contra ajudar o SUS, combater a penúria dos hospitais públicos, reduzir as filas de doentes? Quem? O duro é o dinheiro chegar lá. Pois uma década de CPMF não mudou o caos da Saúde.
Mais uma mentira, mais uma extorsão, mais uma imoralidade num país de pixulecos e pinóquios. Quem, em sã consciência, acredita que os impostos beneficiam os pobres no Brasil? A CPMF ludibriou até mesmo um de seus criadores, o ex-ministro da Saúde Adib Jatene. Ele se demitiu ao perceber que a verba caíra no colo do Tesouro.
O maior sonegador de todos é o Estado brasileiro. O Estado sonega da população o que arrecada de nós, os contribuintes. Dilma quer ressuscitar a CPMF para cobrir o maior rombo do governo central desde 1997 – mais de R$ 9 bilhões –, divulgado na quinta-feira. A CPMF é portanto um oportunismo de princípio, meio e fim.
Dilma, além de liberar meio bilhão de reais para parlamentares, também prometeu repassar aos Estados e municípios uma parcela dos R$ 80 bilhões por ano que seriam arrecadados com a nova CPMF. A promessa deixou assanhadinhos os governadores e os prefeitos – todos pensando no bem público.
Há duas maneiras de equilibrar um orçamento. Sabemos disso dentro de casa. Ou se cortam gastos ou se aumenta a renda. Os brasileiros cortam gastos. Não roubam dos vizinhos. Não roubamos de quem tem menos que nós, porque eles estão com a corda no pescoço. Aliás, não roubamos porque é crime.
Oi, Planalto! Os brasileiros estão inadimplentes, desempregados. O programa federal mais popular hoje é o Minha Casa Minha Dívida. Não dá para criar mais imposto. Precisa desenhar? Dilma, corte R$ 80 bilhões em sua ilha da fantasia. E não venha com essa desculpa esfarrapada de que não sabia, no ano passado, a gravidade da crise.
Vi uma cena, no programa Bom dia Rio, na TV Globo, de cortar o coração. Para agendar o recebimento do seguro-desemprego, homens e mulheres têm passado a noite inteira ao relento, deitados sobre papelões improvisados. Como eles se sentem? “Eu me sinto humilhado”, disse um deles. Os pedestres passam ao largo, achando que são todos moradores de rua, pedintes.
A volta da CPMF é a maior pauta-bomba surgida até agora. Mostra o desespero de um governo que obriga os outros a decretar falência, a fechar seus negócios, a se reinventar, mas que continua a aumentar os gastos além da inflação.
A sociedade civil deveria aproveitar para exigir transparência no destino dos impostos que já pagamos. Prestação de contas. Nós merecemos. Só vemos deputados, senadores, juízes ganhando reajustes superiores à inflação. Mais de 22 mil cargos comissionados no Executivo, 39 ministérios, uma barafunda no aparato do Estado. Nós não merecemos.

Michel Petrucciani - Estate (Summer in Italia) Live at Montreux 1990

Sobre procura de vida melhor / Refugiados e migrantes do Mediterrâneo / AFP

Confira o Tweet de @afpfr: https://twitter.com/afpfr/status/637568643220434944?s=09


"Somos guerreiros… lutando com… tudo… o tempo todo. Ei! A vida é uma guerra… não é? Será que é? O que estamos fazendo mesmo? Normalizando a malevolência. Recompensando uns aos outros por punirmos todos. Vivendo vidas de zumbi. Jogando cocô uns nos outros, repetidamente, automaticamente, permanentemente, sem reflexão. E quem mais age assim? Prisioneiros há tanto tempo na solitária que ficaram loucos "...

A arte de batalhar 

O que é necessário para viver uma boa vida? Exatamente o oposto do que nos foi ensinado a fazer 







Nossos atuais Mecenas: 
 



Vá em frente. Admita. Viver hoje em dia. Parece uma batalha infindável e cansativa, não? E por quê? 

Deixar comentários indignados na internet. Tentar avançar no trabalho. Protestar na mesa de bar. Dar notas no Tinder. Fofocar no Face. 


Só que você não é “competitivo”, filho. Seus próprios colegas disseram que você não é tudo isso! Você não tem “instinto de matador”. Seu cérebro, corpo, rosto, carreira, vida… não está no topo da lista.

É tudo a mesma coisa. Temos nos enganado pensando que cagar em todo mundo e em todos o tempo todo é a melhor coisa que podemos fazer.
Passamos muito tempo competindo uns com os outros. A competição é o grande projeto da modernidade racionalizada, movida pelos dados, em sua busca pela perfeição. E talvez nós tenhamos começado a acreditar que a competição em si é o prêmio. Vou chamar isso de “hiper-antagonismo”. Somos extremistas no antagonismo, acreditamos nesse princípio fundamental de que quanto mais combativos formos, em qualquer aspecto da vida, melhor estamos. 

Somos guerreiros… lutando com… tudo… o tempo todo. Ei! A vida é uma guerra… não é? Será que é? O que estamos fazendo mesmo? Normalizando a malevolência. Recompensando uns aos outros por punirmos todos. Vivendo vidas de zumbi. Jogando cocô uns nos outros, repetidamente, automaticamente, permanentemente, sem reflexão. E quem mais age assim? Prisioneiros há tanto tempo na solitária que ficaram loucos. 

Toda vida é uma batalha. Da menor criatura até a mais poderosa. A questão é: Pelo que exatamente batalhamos? 

Passar o dia inteiro contentes em cagar nos outros não é viver uma vida digna. Se todos cagarem em todos, o que acontece? Não vamos até a lua. Não inventamos novos antibióticos. Não fazemos bons filmes, não escrevemos bons livros, não compomos boas músicas. Não rimos com alegria verdadeira – grasnamos cheios de raiva. Não ardemos de amor – queimamos de vergonha. Nos afogamos na merda. Sufocamos na mediocridade, no tédio, na banalidade, na crueldade... na falta de sentido. Não usufruímos a melhor vida que se pode viver porque simplesmente estamos a perdendo toda vez que jogamos merda nos outros.




O que é necessário para viver uma boa vida? Exatamente o oposto do que nos foi ensinado a fazer... apreciar ... competir por... colocar esforço em... aprender... dominar. Desdém não é determinação. Desprezo não é confiança. Escárnio não é aceitação. Menosprezo não é nobreza. Robôs assassinos programados com algorítimos de raiva, fúria e autodestruição, para servir a sistemas de destruição até podem ser úteis. Mas não estão… vivos. De fato não estão. O que significa estar vivo? Realmente vivo? Arder de paixão, ser estimulado com o sofrimento, ser caloroso com amor, iluminado pela verdade, devastado pela beleza – renascido na possibilidade.

E é isso que muitos de nós estamos abandonando. Quando jogamos cocô nos outros, rindo como seres desesperados e loucos – porque viemos a aceitar isso como o melhor que podemos fazer, tudo que podemos ser ou fazer, tudo que existe... o que exatamente abandonamos com isso?

A nós mesmos. E é quando conseguimos cultivar nosso melhor que nos sentimos vivendo de fato. E então nunca sentimos como se não estejamos realmente presentes. Porque é aí que estamos. Somos nossos próprios jardins. Quando eles murcham, nós não morremos, na verdade nunca chegamos a viver.
Sentimos como se estivéssemos batalhando. Mas estamos mesmo? Essa batalha não seria apenas agressão nua e sem freios? O grande desafio em cada vida não é só arrastar todos os outros para a escuridão. É levá-los à luz. A grande batalha em cada uma das vidas não é derrotar outras vidas. A grande batalha para cada vida é conseguir abarcar toda vida. Essa é a maior batalha de todas. Aquela que decide se vamos nos arrepender – ou regozijar. Amar.

Seus adversários, seus inimigos. Seus oponentes. Seus antagonistas. Eles não são essas coisas, de fato. São apenas como você. Alguém a quem foi incorretamente ensinado que odiar é amar, e que amar é odiar. E é por isso que você se ocupa tanto de competir... agarrar... brigar. Jogar cocô, a todos os momentos, todos os dias. Uns nos outros. Cada vez mais forte, mais rápido, mais sujo, mais grosseiro. Sem nunca reconhecer.

Os dois estão sob o mesmo céu perfeito. Não é o último de pé que vence, mas o primeiro que se ajoelha. E começa seu jardim.




publicado em 08 de Agosto de 2015, 00:05

" Não é da sua conta "; ... / blog do Ricardo Noblat... / O Globo

http://noblat.oglobo.globo.com/artigos/noticia/2015/08/nao-e-da-sua-conta.htm

“Não é da sua conta”

“O delator não é dedo-duro, X-9, ou alcaguete, é um colaborador”. Rodrigo Janot, sobre as críticas ao instituto da delação premiada

O senador Fernando Collor foi o primeiro a chegar para a sabatina de Rodrigo Janot (Foto: Jorge William / O Globo)
O senador Fernando Collor foi o primeiro a chegar para a sabatina de Rodrigo Janot (Foto: Jorge William / O Globo)
A mim me dá a maior tristeza lembrar que Collor já foi presidente da República do Brasil. Acho uma humilhação termos tido essa figura no posto mais alto da Nação. Saber que depois de tudo ele ainda voltou para o Senado Federal, é de amargar.

Figura em tudo hiperbólica, sem nem um fiapo de desconfiômetro, peça que faz muita falta nas engrenagens de uma pessoa, ensaboado, engomado, convencido, sempre se comportou como se já fosse um busto em praça pública. Eu não me surpreenderia se ele depositasse flores nesse monumento nos dias de seu aniversário.
Não falo isso com tranquilidade pois ele me causa medo. Sei lá, parece que tem uma cimitarra escondida dentro do paletó impecável. Mas não consigo me calar, sobretudo depois das últimas semanas, nas quais ele tornou a desonrar os votos que recebeu do povo de Alagoas.
No plenário do Senado agrediu verbalmente o Procurador-Geral da República. Mais de uma vez. Parecia ensaio para o espetáculo que daria na quarta-feira por ocasião da sabatina do Dr. Rodrigo Janot.

A sabatina estava marcada para as 10h00 da manhã. O que fez o empertigado? Chegou às 09h40 e sentou-se na primeira fila, bem em frente à cadeira onde ficam os sabatinados. E ali ficou aguardando o Dr. Janot, que ele chama de Dr. Janó, sabe-se lá com que intuito.

Será que ele se apercebeu do papel que fez? De como deixou à vista de todos a diferença que existe entre ele e o Dr. Janot? Do modo de falar ao vocabulário que usam, às expressões faciais, à postura, ao olhar, meu Deus, parecem seres de galáxias diferentes.

De nada adiantou o lugar que escolheu sentar para apoquentar o sabatinado. De nada adiantaram as perguntas tipo “pegadinhas” que lhe fez.  De nada serviram as micagens, caretas e calões sussurrados, mas nem tanto...

Ou melhor. De nada adiantou para o Collor. Para nós, sociedade brasileira, serviu para confirmar que a permanência de Rodrigo Janot na Procuradoria-Geral da República era uma bênção para o Brasil não perder a perfeita continuidade da Lava-Jato.
Num domingo deste agosto que já termina, um helicóptero vermelho pousou no heliporto da Casa da Dinda. Chamou a atenção de quem estava no Lago Paranoá, sobretudo depois da polícia ter apreendido as belíssimas Ferrari, Porsche e Lamborghini, as macchine de luxo do senador. O helicóptero seria dele também? Não, não era, era do senador Wilder Morais (DEM/GO) que, conforme relatou, quando a caminho de um churrasco em casa de amigos foi informado pelo piloto que, por precaução, era melhor pousarem devido a uma súbita ventania. (VEJA, 26/8/2015)
Indagado sobre a visita inesperada do senador democrata, Collor, com aquela desconsideração que lhe é peculiar, respondeu ao jornalista: “Não é da sua conta”.
Engano do senador. Tudo que se refere aos políticos que dependem dos eleitores para viver, nos interessa. E para chegar até nós, tem que passar pela Imprensa. Ando, por exemplo, muito interessada em saber por que Collor tem direito a um apartamento institucional, como ele se refere a essa benesse, quando tem casa em Brasília.

Espero que algum repórter lhe faça essa pergunta. E que ao “Não é da sua conta”, responda: “É sim, senador, aí é que o senhor se engana. Tudo sai do nosso bolso, então tudo nos interessa e muito! Faça o favor de responder”. 

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Sobre caminhos e escolhas - Clóvis de Barros Filho

Farol amazônico é o maior do mundo de observação climática...

http://cienciahoje.uol.com.br/noticias/2015/08/farol-amazonico



Farol amazônico

Maior torre de pesquisa climática do mundo é inaugurada na Amazônia com a promessa de novas perspectivas para o estudo das interações entre a floresta e a atmosfera.
Por: Simone Evangelista
Publicado em 24/08/2015 | Atualizado em 26/08/2015
Farol amazônico
Torre permitirá previsões do tempo mais precisas para a região da Amazônia. (foto: Fernanda Farias/ Ascom Inpa)
A importância do Observatório de Torre Alta da Amazônia (ATTO, na sigla em inglês), inaugurado no último sábado (22/08), vai muito além do seu tamanho. Com 325 metros de altura, a maior torre de pesquisas climáticas do mundo permitirá a expansão de pesquisas que tentam desvendar os mecanismos envolvidos nas interações entre a floresta amazônica e o clima regional e global – conhecimentos fundamentais para entender o papel da Amazônia nas mudanças climáticas em curso e, claro, o que podemos fazer para preservar a maior floresta tropical do mundo.
Fruto de uma parceria entre os governos do Brasil e da Alemanha, a torre foi instalada na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Uatumã, entre os municípios de São Sebastião do Uatamã (AM) e Itapiranga (AM), a cerca de 150 quilômetros de Manaus. A iniciativa conta com a participação do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), da Universidade do Estado do Amazonas e dos institutos alemães Max Planck de Química e de Biogeoquímica.
Os laboratórios e equipamentos previstos no projeto permitirão a ampliação de áreas de pesquisa de ponta em temas como a química da atmosfera. Os aparelhos vão medir trocas gasosas, detectar aerossóis e reações químicas, auxiliar no estudo da formação de chuvas e gerar dados sobre os processos de transporte de energia e matéria entre a floresta e a atmosfera. Enquanto torres menores monitoram algumas centenas de quilômetros na floresta, a Torre Alta poderá coletar dados a mais de 1.000 quilômetros de distância.
Torre Amazônica
Comparação entre Torre Alta, grandes construções e árvores mostra o tamanho da empreitada. (infográfico: divulgação/Fapeam)

A Amazônia contém o maior reservatório de carbono entre os ecossistemas terrestres. Por absorver parte do dióxido de carbono em excesso na atmosfera, é vital para o equilíbrio atmosférico local e global.Estudos apontam que a mobilização de uma pequena fração do carbono acumulado na biomassa da floresta pode perturbar o ciclo do carbono no mundo todo. “A Amazônia armazena muitos bilhões de carbono em sua biomassa. Precisamos entender os processos que possam mobilizar este carbono para a atmosfera para estruturar políticas públicas consistentes e baseadas em ciência ao longo das próximas décadas”, afirma o físico Paulo Artaxo, da Universidade de São Paulo, que participou da elaboração e do desenvolvimento do projeto.
Pela forte interação entre o bioma e o clima regional e global, o desafio é compreender como a atmosfera afeta a floresta – e vice-versa
O clima na região amazônica é sensível a diversos fatores, como alterações nas chuvas e na incidência de radiação. Pela forte interação entre o bioma e o clima regional e global, o desafio é compreender como a atmosfera afeta a floresta – e vice-versa. “Além de monitorar as trocas de nutrientes entre a atmosfera e a vegetação, nosso objetivo a longo prazo é fazer inventários florestais permanentes e, em duas ou três décadas, avaliar os impactos das mudanças globais nos ecossistemas”, explica o climatologista Antonio Manzi, pesquisador do Inpa e coordenador brasileiro do projeto. “Estamos construindo um laboratório que é referência mundial nas relações entre florestas tropicais úmidas e o clima”, garante.
 Desafios da floresta
Construir uma torre equivalente a um prédio de 80 andares não é exatamente uma tarefa trivial. A missão pode se tornar ainda mais complexa em um local isolado na floresta. “Precisávamos de um espaço sem grandes projetos de infraestrutura nos próximos anos para evitar interferências. Foram muitos desafios, desde atender aos requerimentos ambientais necessários até transportar os materiais para lá”, conta Manzi. O empreendimento enfrentou diversos desafios, como ter de construir uma estrada a toque de caixa em meio às dificuldades impostas pela natureza. “Foram 13km de estrada em uma região muito úmida, tínhamos um período muito curto do ano para trabalhar”, lembra o pesquisador. A obra, que não estava prevista no projeto inicial, atrasou os trabalhos em três anos.
Torre de 300 metros de altura no meio da floresta amazônica
A torre levou um ano para ser construída e deverá ter funcionamento total em 2017. (foto: Divulgação/ Fapeam)
Se torre impressiona, as articulações que permitiram sua construção não ficam atrás. São 100 pesquisadores diretamente envolvidos – metade do contingente é de brasileiros. A proposta inicial partiu dos alemães, que já haviam desenvolvido uma torre de monitoramento com 300 metros na Sibéria e desejavam replicar o projeto. A iniciativa veio em boa hora, já que os pesquisadores do Programa de Larga Escala da Biosfera e Atmosfera da Amazônia (LBA) vinham discutindo a necessidade de complementar a rede de dez torres – entre 50 e 70 metros de altura – que operavam em várias regiões da Amazônia. “Observamos que precisávamos de uma torre para integrar os processos que controlam o fluxo de carbono por áreas maiores, para minimizar os efeitos locais de torres baixas”, justifica Artaxo.
Diante das possibilidades de pesquisa, o Brasil fez à Alemanha uma contraproposta que contemplava ambições maiores de pesquisa e despesas compartilhadas entre os dois governos. “A torre da Sibéria tem muito mais monitoramento do que ciência, a nossa é mais completa. Em parceria, conseguimos desenvolver um projeto equilibrado do ponto científico e financeiro”, acredita o coordenador do projeto. Embora já esteja coletando dados, a torre deverá atingir sua capacidade total de funcionamento em 2017. “Estamos no processo de planejar as futuras instalações e fazer as importações necessárias de equipamentos. Em 2016, já teremos muitas atividades em curso”, prevê Manzi.
 Um bom começo
Para Artaxo, o projeto se soma aos esforços da comunidade científica nacional por um lugar de destaque nos estudos sobre funcionamento de ecossistemas e mudanças climáticas globais. Um passo importante, mas não definitivo para um país de proporções continentais e biodiversidade única. “Precisamos gerar conhecimento para as grandes questões, como a definição de estratégias efetivas de mitigação e adaptação às mudanças climáticas. A base disso é ciência de qualidade, financiada adequadamente e com estabilidade ao longo de muitos anos ou décadas. O Brasil ainda investe muito pouco no desenvolvimento científico e tecnológico do país”, critica, lembrando que o país tem um grande número de pesquisadores que participam do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, em inglês) e de fóruns globais.

Atualização (26/08/15):

Este texto foi modificado para corrigir o trecho “Com 325 metros de altura, a maior torre de pesquisas climáticas do mundo...”, no primeiro parágrafo. Anteriormente, lia-se “Com 325 metros de altura, a maior torre de observação climática do mundo...”. Além do Observatório de Torre Alta da Amazônia, existem outras torres maiores que não foram construídas para fins de pesquisa, mas também são utilizadas para monitoramento meteorológico e de concentração de gases.

Imigrantes do Brasil são bem-vindos em Orlando nos EUA / BBC / G1

BBC
28/08/2015 08h28 - Atualizado em 28/08/2015 08h28

Imigrantes tornam Orlando novo polo brasileiro nos EUA

Crise no Brasil estimula nova onda de migração aos EUA; prefeito da cidade diz que grupo é 'bem vindo'.

João FelletDa BBC
 Prefeito de Orlando diz que brasileiros são mais do que bem-vindos na cidade  (Foto: Thinkstock/BBC)Prefeito de Orlando diz que brasileiros são mais do que bem-vindos na cidade (Foto: Thinkstock/BBC)
Por muitos anos, eles chegavam em bandos para fazer compras e visitar os parques da Disney. Agora, muitos brasileiros também vêm a Orlando para ficar.
Fugindo da crise econômica na terra natal, eles integram uma nova onda de imigração brasileira nos Estados Unidos e estão transformando a cidade num novo polo do Brasil no país.
A presença do grupo é mais visível na International Drive, via onde bolsões comerciais concentram padarias, restaurantes e mercados brasileiros. Em março, o Banco do Brasil inaugurou ali sua terceira agência nos Estados Unidos - as outras ficam em Miami e Nova York.
A prefeitura de Orlando estima que 30 mil brasileiros vivam hoje na cidade, mas residentes mais antigos acham a cifra conservadora.
Para a curitibana Vera Giatti, que passou os últimos 12 de seus 53 anos em Orlando, a comunidade deve ser pelo menos duas vezes maior. Ela afirma que, quando se mudou para a cidade para trabalhar como faxineira, 5 mil compatriotas moravam ali.
Há 12 anos em Orlando, Vera Giatti começou como faxineira; hoje, tem dois restaurantes (Foto: BBC Brasil)Há 12 anos em Orlando, Vera Giatti começou como faxineira; hoje, tem dois restaurantes (Foto: BBC Brasil)
Giatti diz que o grupo cresceu conforme brasileiros se tornaram o maior grupo de turistas estrangeiros em Orlando e as lojas passaram a contratar vendedores que falassem português.
Cerca de 770 mil brasileiros visitam a cidade todos os anos, e o grupo também lidera o ranking dos que mais gastam na cidade.
Com o tempo, imigrantes que haviam conseguido juntar algum dinheiro também começaram a abrir negócios. Foi o caso de Giatti, hoje dona de duas franquias da rede brasileira de restaurantes Giraffas.
"Por falar português, hoje um brasileiro documentado em Orlando ganha mais do que um americano", ela diz à BBC Brasil. Giatti afirma, porém, que se a valorização do dólar e a crise no Brasil reduzirem o fluxo de turistas, muitos brasileiros poderão perder o emprego.
De subempregados a investidores
Prefeitura estima que 30 mil brasileiros vivam em Orlando atualmente (Foto: BBC Brasil)Prefeitura estima que 30 mil brasileiros vivam em Orlando atualmente (Foto: BBC Brasil)
 Há na cidade restaurantes e lojas dedicados à comunidade brasileira
Ela nota diferenças entre os imigrantes de sua época e a leva atual, que encorpou a partir do segundo semestre de 2014. "Antes, vinha muita gente que ficava no subembrego. Hoje muitos vêm para investir e já chegam comprando tudo."
Para dar conta da demanda, a imobiliária Florida Connexion conta hoje em Orlando com 40 corretores, quase todos fluentes em português.
"Muitos brasileiros que antes olhavam Miami como um destino natural agora estão vindo para cá", diz a dona da agência, a brasileira Rosana Rotondo de Almeida, de 55 anos.
Em 2014, ela diz ter fechado com clientes brasileiros 250 negócios no valor de US$ 70 milhões (R$ 249 milhões).
Segundo a imobiliária brasileira Lello, que também opera na Flórida, mesmo com a alta do dólar as compras de imóveis por brasileiros em Orlando cresceram 38% no primeiro semestre em relação ao mesmo período de 2014. Em Miami, as vendas subiram 15%.
Almeida afirma que a maioria dos clientes em Orlando são famílias que buscam "tranquilidade, segurança e querem distância do trânsito e da badalação de Miami".
Enquanto US$ 220 mil (R$ 786 mil) bastam para comprar uma casa nova com três quartos na cidade, imóveis equivalentes em Miami podem custam três vezes mais. Muitos também compram residências em Orlando como investimento ou para passar férias, ela diz.
Boas-vindas à diversidade
O afluxo é considerado "muito positivo" pelo prefeito de Orlando, Buddy Dyer.
"Damos as boas-vindas aos brasileiros", ele diz à BBC Brasil. "Somos uma cidade que abraça a diversidade".
Dyer diz que o restaurante preferido do seu filho é uma churrascaria rodízio e cita, entre os principais investimentos brasileiros na cidade, a compra do time de futebol Orlando City pelo empresário carioca Flavio Augusto da Silva, em 2012.
Desde que assumiu o clube, Silva contratou o jogador Kaká e anunciou a construção de um novo estádio.
Parte da obra será bancada por brasileiros, que compraram quase dois terços das 99 cotas de US$ 500 mil (R$ 1,8 milhão) que financiarão o estádio. Ao desembolsar o valor, eles se qualificam para o visto E-B5, que dá à família o direito de residir no país.
As escolas públicas da região tentam se adaptar aos novos alunos brasileiros. Um escola em Winter Garden, cidade na região metropolitana de Orlando, tinha 15 estudantes brasileiros em 2014. Em janeiro, o número dobrou.
A pedagoga paulista Kátia Franhani, que se mudou para a cidade em abril do ano passado, foi contratada para auxiliar o grupo em sua adaptação. "Há um apoio do governo para que os alunos não fiquem isolados, o que é essencial nessa primeira fase", ela diz.
Símbolos brasileiros são facilmente vistos na avenida International Drive, que concentra negócios brasileiros
'Sustento com o próprio suor'
 Símbolos brasileiros são facilmente vistos na avenida International Drive, que concentra negócios brasileiros  (Foto: BBC)Símbolos brasileiros são facilmente vistos na avenida International Drive, que concentra negócios brasileiros (Foto: BBC)
 Nem todos os novos moradores chegam com os documentos em dia.
"Aqui, vivo na pele aquele ditado de tirar o sustento com o próprio suor", diz à BBC Brasil a fortalezense Raquel (nome fictício), de 24 anos.
Na cidade há quatro meses e formada em administração de empresas, ela afirma que sempre quis visitar Orlando como turista.
Quando a crise no Brasil apertou e a empresa em que trabalhava a demitiu, Raquel decidiu arriscar e ir morar com uma prima em Orlando. Desembarcou com um visto de turista e, em poucos dias, começou a trabalhar como diarista.
Diz ganhar hoje até US$ 1.800 por mês (R$ 6,4 mil), mais de três vezes o que recebia trabalhando como analista no Brasil. Com os primeiros pagamentos, visitou dois parques da Disney. "Realizei um sonho."
Raquel diz que não pretende trabalhar como faxineira por muito tempo: quer juntar dinheiro para pagar um curso de inglês e trocar o visto por um de estudante. A hipótese de morar ilegalmente no país a assusta.
"Tenho medo de acontecer algo com minha família no Brasil e eu não poder voltar. Ficaria com remorso pelo resto da vida", afirma.
Raquel, que no Brasil era católica, passou a frequentar a Primeira Igreja Batista Brasileira de Orlando. Ela diz que buscava na igreja amigos, mas ganhou "uma família".
No escritório acarpetado à entrada do templo, numa zona industrial de Orlando, o funcionário da igreja Fábio Rocha, 33 anos, compara o momento da comunidade brasileira da cidade ao vivido em 1999, quando ele chegou ali. Na época, "em todo culto tinha uma nova família".
Na década seguinte, temores sobre os efeitos do 11 de Setembro fizeram o grupo minguar. Outro êxodo, diz ele, ocorreu a partir de 2007, quando a economia americana mergulhou na sua maior crise em várias décadas e o Brasil atravessava situação inversa.
Fé e saudades
Fábio Rocha trabalha em uma das igrejas batistas brasileiras de Orlando
Os movimentos migratórios se refletiam no número de igrejas brasileiras em Orlando. "Quando o povo está chegando, várias igrejas abrem; quando vão embora, elas fecham."
Atualmente, há oito igrejas batistas brasileiras na cidade, além de dezenas de templos de várias outras denominações. De 2014 para cá, Rocha diz que voltou a se sentir "como nos anos 90".
"Tem gente que passou a frequentar a igreja que eu ainda nem conheci".
Embora a maioria dos que migram hoje chegue em situação mais confortável que as levas anteriores - algo que para ele reflete a melhoria nas condições gerais do Brasil -, ele diz que há quem procure a igreja sem ter o que comer.
"Aqui não existe rede de proteção social. Se um pai que sustenta a família adoece e deixa de trabalhar, a casa passa a viver em penúria".
Outros fiéis buscam na igreja conforto para lidar com a saudade. Rocha tira de uma gaveta formulários que a igreja entregou a seus membros perguntando como poderia melhorar a relação com o grupo.
Entre vários pedidos de ajuda com questões migratórias, um fiel escreveu em inglês: "Been here too long - miss my family" (Estou aqui há muito tempo - sinto falta da minha família).