Postagem em destaque

Uma crônica que tem perdão, indulto, desafio, crítica, poder...

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Crônica de Natal com sete notas dissonantes.../ Carlos Brickmann


23/12/2015
 às 14:08 \ Opinião

“Natal Tropical” e outras sete notas de Carlos Brickmann

E eis que, num país muito longe da gelada Lapônia, Mamãe Noela assume o comando do Natal Tropical. Seu trenó voador, puxado por renans que ela sabe direitinho como domesticar, é extremamente seguro: entre um Natal e outro, os renans se mantêm treinados, voando para ir a casamentos de amigos, para visitar as bases, para transplante de pelos há muito perdidos. O peso do trenó é baixo: em vez de carga, transporta cargos, levíssimos papéis com nomeações, indicações, autorizações high-tech para fazer boas transações ─ documentos que, cumprida sua função de autorizar o negócio, se autodestroem em segundos. Pixuleco é coisa feia, fora do espírito de Natal, não deve e não pode deixar nem vestígios.
Confiabilíssimo, o trenó de Mamãe Noela. Pois precisa voar diuturnamente e noturnamente, enfrentando perigosos ventos estocados. Tem de ir da linha do Equador até a Terra do Fogo, no Extremo Sul da América. É lá que vive o líder de Mamãe Noela, o Grande Apreciador de Uma Boa Ideia e Supremo Cumpanhêro, um senhor gorducho de barbas brancas, sempre vestido de vermelho. Tem de ser lá, o encontro: o Supremo Cumpanhêro odeia sair da Terra do Fogo. Em outros tempos, até gostava de receber homenagens em países ricos e visitar a África com amigos de se guardar no bolso esquerdo do peito, mas sabe como é o Exterior, a história do Marin é preocupante. E na Terra do Fogo ele é o Brahma, o Número 1, Aquele que Iniciou Todas as Coisas, Pois Antes Dele Nada Existia.
Natal Tropical. Na ceia, por culpa da zelite, em vez peru só se come arroz.
Trenó em risco
O problema de Mamãe Noela está na oscilação de humor de quem cuida de sua segurança. Renans como os que puxam seu trenó voador têm variações súbitas de personalidade, conforme ações de terceiros sejam mais ou menos generosas. Precisam ser comandados por quem tenha personalidade, poder e perspectivas de futuro; ou se aborrecem rapidamente.
Fora isso, há quem queira alvejá-los atirando-lhes inquéritos e acusações. Se não forem protegidos, proteger não irão.
Mal-traçadas
Ah, sim: nunca mande seus pedidos a Mamãe Noela por carta. Uma que recebeu há pouco tempo a deixou traumatizada. Temer cartas é sua superstição.
Mas os pedidos podem ser bem encaminhados por quem conheça o duende certo.
Serpentário
De Jorge Moreno no Globo, sobre o ministro das Comunicações: “Edinho Silva reclama que é perseguido pela coluna. Grande injustiça. Não por falta de merecimento. É que não há nem tempo para isso. A crise não deixa.
Deve ser pelos mesmos motivos que Dilma não tem tempo também para recebê-lo” (http://blogs.oglobo.globo.com/blog-do-moreno/post/coluna-do-moreno-1912.html)
Próspero Ano Novo
Crise é para os fracos. Há gente que se dá bem. O novo ministro do Planejamento, Valdir Simão, recebe neste mês R$ 109.764,00. Teto salarial de R$ 33.763,00 também é para os fracos. Além do teto, Simão recebe em dezembro R$ 60.701,00 como “verba indenizatória”, mais R$ 15.300,00 como conselheiro de duas seguradoras estatais, a BrasilCap e a BrasilPrev, do Banco do Brasil. São números oficiais, obtidos pelo ótimo Portal da Transparência.
Como vê o caro leitor, há um Brasil que dá certo, em que o dinheiro é farto e todos vivem felizes.
Agora, vai
Preocupado com dengue, zika, chikunguya, microcefalia? Pois o governo federal está tomando providências: o decreto nº 8.612, de 21/12/2015, institui a Sala Nacional de Coordenação e Controle para o enfrentamento da dengue e dos vírus Zika e Chikunguya. Sala com ar condicionado, claro, para manter os mosquitos afastados.
O trabalho começa logo ─ logo que terminarem as festas. Ou não.
Crônica do incêndio evitável
O professor Deonísio da Silva, brilhante filólogo, nem precisou investigar: acertou na veia ao identificar a causa do incêndio que destruiu o Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo. Seu texto vai entre aspas: é irretocável.
Incêndio do Museu: infringiram o art. 1º da Constituição que ainda não existe.
“O prédio não tinha alvará para funcionar! É mole? Deram entrada com o processo no Corpo de Bombeiros em 2004 e jamais prosseguiram para atender às exigências. É mole? O fogo é tão traiçoeiro que até a sabedoria popular cunhou o perigo de ‘brincar com fogo’. Pois é… Cadê os responsáveis? Alguns dos principais estão dando entrevistas sentimentais, quase em lágrimas… Serão de vergonha? Não, o artigo 1º de Capistrano de Abreu para a Constituição ─ “todo brasileiro é obrigado a ter vergonha na cara” ─ não está em vigor!”
O que o governo não vê
Em sucessivas entrevistas, responsáveis pelo Museu da Língua Portuguesa e autoridades paulistas disseram que os prejuízos causados pelo incêndio são recuperáveis. O acervo é digital e tem cópia de segurança; o prédio tem seguro. E o bombeiro que morreu, tem cópia de segurança? O governador Geraldo Alckmin, que quer ser candidato á Presidência pelo PSDB, é médico. Nada percebeu?
Tem gente que, antes de falar, deveria pensar pelo menos uma vez ─ se conseguisse.

E NAS DEMAIS ELEIÇÕES ... São 4 palavras que podem decidir o futuro do ministro Barroso e do impeachment de Dilma... / Augusto Nunes


22/12/2015
 às 20:37 \ Direto ao Ponto

O vídeo desmonta a vigarice protagonizada por Barroso para barrar o impeachment

Sempre caprichando na pose de quem recitava de fraldas artigos e incisos da Constituição, o ministro Luís Roberto Barroso resolveu mostrar, na sessão em que o Supremo Tribunal Federal embaralhou o processo de impeachment, que usa as horas livres do recesso para decorar normas que regulamentam as atividades dos demais Poderes. Conseguiu apenas confirmar que, para impedir o desmoronamento da argumentação mambembe, é capaz de sonegar informações essenciais e mentir publicamente.
─ Alguém poderia imaginar que o Regimento Interno da Câmara pudesse prever alguma hipótese de votação secreta legítima ─ concede o doutor em tudo na abertura do vídeo de 1min57. ─ Eu vou ao Regimento Interno da Câmara dos Deputados e quando vejo os dispositivos que tratam da formação de comissões, permanentes ou temporárias, nenhum deles menciona a possibilidade de votação secreta.
─ Vossa Excelência me permite? ─ ouve-se o cerimonioso aparte de Teori Zavascki.
─ Pois não ─ autoriza o professor de impeachment.
─ Salvo engano meu, há um dispositivo, sim, do Regimento Interno, artigo 188, inciso III ─ prossegue Teori. ─ Diz que a votação por escrutínio secreto far-se-á para eleição do presidente e demais membros da Mesa Diretora, do presidente e vice-presidente de comissões permanentes e temporárias, dos membros da Câmara que irão compor a comissão representativa…
Teori faz uma pausa para virar a página. Barroso, que acompanha a leitura que está terminando, tenta interrompê-la:
─ Sim, mas olha aqui…
─ … e dos cidadãos que irão integrar o Conselho… ─ continua Teori.
As sobrancelhas simetricamente arqueadas e os cílios enfileirados realçam o sobressalto de Barroso com a aproximação do perigo. Então, confisca a palavra e recomeça a leitura do inciso III, cuja íntegra aparece na no vídeo do Portal Vox que escancara a pilantragem togada: para esconder a fraude, o juiz esperto amputa as quatro palavras finais do texto: E NAS DEMAIS ELEIÇÕES.
Animado com a rendição balbuciada pelo confuso Teori, Barroso declama outra falácia:
─ Considero portanto que o voto secreto foi instituído por uma deliberação unipessoal e discricionária do presidente da Câmara no meio do jogo.
Conversa fiada. O Brasil decente é que considera uma infâmia o que Barroso fez para ganhar o jogo. O trecho do Regimento Interno foi guilhotinado por uma deliberação pessoal e discricionária de um servidor público que é pago pelo povo para defender a lei. Coisa de vigarista.

O ministro irrelevante... / Alexandre Schwartsman na Folha de São Paulo

Barbooosa (ou O ministro irrelevante) - ALEXANDRE SCHWARTSMAN
FOLHA DE SP - 23/12

A ascensão e a queda de Joaquim Levy são prova eloquente de que até mesmo um ministro da Fazenda bem-intencionado e tecnicamente preparado está longe de ser suficiente para levar a cabo o ajuste requerido pela economia brasileira após anos de maus-tratos (dos quais Barbosa participou ativamente, mas deixemos isso de lado por um instante).

Se sua trajetória à frente da Fazenda teve algum propósito, foi o de demonstrar que nenhum economista sério teria como aceitar o cargo em circunstâncias semelhantes.


A verdade é que faltam condições objetivas para produzir o ajuste, que não se resume ao Orçamento do ano que vem nem às necessárias reformas fiscais (previdência e vinculações, por exemplo), mas se estende a temas como tributação, relações trabalhistas e integração comercial entre outros.

Não há, para começar, convicção por parte da presidente, um tanto pelo seu parco entendimento do problema, outro tanto por uma ideologia profundamente enraizada. Sempre noto que este não é um governo novo; trata-se da continuação de um governo que em momento algum buscou avançar na direção da reforma.

Pelo contrário, foi uma administração que, apesar de vários alertas a respeito, seguiu expandindo o gasto público ("gasto corrente é vida"), descuidou da inflação e, pior, produziu uma sequência de intervenções das mais desastradas da história do país: aumento de protecionismo, expansão desmesura- da de créditos para "campeões nacionais", controle de preços, rebaixamento forçado das tarifas de energia e, não fosse o espaço restrito, a lista poderia seguir indefinidamente.

Houvesse, porém, convicção, ainda assim faltariam as condições políticas para avançar qualquer agenda neste sentido. A base parlamentar do governo, que custa caríssimo para o país, na prática não passa de 200 deputados entre os 513, suficiente para barrar o impedimento da presidente, mas fica devendo no quesito reformas. Diga-se de passagem, aliás, essas reformas também não são particularmente queridas pelo partido do governo, o que reduz consideravelmente sua chance de aprovação.

Esse diagnóstico não é, óbvio, exclusividade minha, mas uma visão suficientemente difundida para dissuadir economistas sérios quanto à possibilidade de avançar nesses temas. Estariam, como Joaquim, apenas emprestando seu prestígio a um governo, sofrendo um risco considerável de não recebê-lo de volta no fim do período.

Restou, portanto, Barbosa, cujas traquinagens na formulação da chamada "Nova Matriz Econômica" são bem conhecidas. (A propósito, a "nova matriz" anda tão enjeitada que nem apoiadores e formuladores de primeira hora têm coragem de reconhecê-la, valentemente chamando-a agora de "tentativa de prolongar o ciclo de consumo e só")

É dele a afirmação em 2010: "A opção estratégica fundamental em apostar no crescimento ao invés de radicalizar a incerta proposta de ajuste fiscal contracionista, baseada nos cânones neoliberais, terminou sendo validada com base em resultados imediatos".

São palavras de triunfo de quem se acreditava dono da verdade, mas os resultados de hoje, recessão, inflação e desemprego, revelam sem sombra de dúvida quem tinha razão no debate.

Nelson Barbosa não tem mesmo a menor importância.

Faça sua escolha ... entre Realidade e Ficção / Roberto Damatta em O Globo


O fato e o processo - ROBERTO DAMATTA

O GLOBO - 23/12

Na intimidade, traía-se o reino, e barões e duques eram vistos recebendo e dando o que Jurubeba chamava de pixuleco. Apurou-se que era tudo verdade!
Os especialistas em sexualidade dizem que quanto mais preocupação com a técnica, menos prazer.

Dito isto, vou à minha história.

O reino de Jurubeba era enorme e, talvez por isso, tivesse o gosto de acasalar opostos. Daí a adoção de um regime republicano em meio a uma semimonarquia. Para muitos foi um avanço, para outros, um passo em falso. Como conciliar ideais monárquicos com valores republicanos? Estes queriam distribuir renda pela necessidade e pelo mérito, aqueles pelo mérito e pela necessidade. O novo regime tinha afeição pela ambiguidade, sempre resolvida com muito formalismo jurídico e bate-boca.

Um dia ficaram sabendo que a mais fina realeza jurubebiana era traidora. Em público a nobreza dominante dizia ser contra Corrução, um reino inimigo, pequeno, mas forte, que fazia a fronteira esquerda com Jurubeba. Mas na intimidade, traía-se o reino, e barões e duques eram vistos recebendo e dando o que Jurubeba chamava de pixuleco.

Apurou-se que era tudo verdade!

Agentes secretos de Corrução infiltraram-se em Jurubeba, disseminando o roubo e a traição. Desonravam-se títulos imortais de nobreza pelas propinas que compravam um “green-card”, ao passo que bilhões de pixulecos davam plena cidadania em Corrução.

Muitos nobres de Jurubeba eram canalhas, mas protegidos por velhos privilégios de casta. E como os privilégios impediam condenações drásticas, o Direito era uma matéria básica em Jurubeba. De fato, num reino onde tudo, até o real, era regulado e poderia ser criado e corrigido por lei, todos — de sapateiros aos sacros magistrados do Tribunal de Suplicação — entendiam de regimentos, constituições, códigos e regras. Mas, mesmo assim e talvez por isso mesmo, todo dia alguém era acusado de grave delito. Passado, entretanto, o susto da denúncia, as coisas voltavam ao normal e a casta dos acusados e delinquentes tornava-se a maior, a mais poderosa e a mais escandalosa do reino.

Alguns diziam que, para ser uma democracia, o reino de Jurubeba tinha que mudar suas atitudes aristocráticas, mas os ladrões e traidores achavam que ser uma república com procedimentos e hábitos monarquistas era normal e até mesmo ideal. Enquanto isso, Corrução criava seus adeptos e ampliava sua lista de quinta-colunas.

Traição e ladroagem em alta escala, ao lado de um rei grosseiro e incompetente, incapaz de falar porque era mais gago do que o George da Inglaterra, culminaram com os escândalos das minas.

A vida estava dura. A cada manhã anunciava-se um novo crime; mas cada delito tinha o seu processo legal, de modo que tudo continuava na mesma. O ritual sagrado e longo neutralizava o crime e este procedimento engendrava novas acrobacias legais. Um dado juiz que se meteu a romper com essa lógica foi tido como traidor pela nobreza republicana da terra. As batalhas jurídicas imobilizaram o reino, preso por suas próprias leis e valores — todos legais e ilegais ao mesmo tempo.

Foi nesse contexto que, depois de instigar traições, Corrução declarou guerra e, ato contínuo, invadiu Jurubeba.

Diante da violência, o governo reagiu. Uma declaração de guerra era urgente. Mas entre a guerra (o fato) e a ação, havia o danado do processo legal que havia de ser impecável. Instalou-se um sério e denso debate sobre como seria a declaração. Depois de muito deliberar, a Suprema Corte anunciou as condições para tal rito. Ei-las:

Determinava-se a formação de uma Comissão de Guerra de mil membros para investigar se havia mesmo uma guerra. Dava-se um prazo de 30 dias para uma pré-declaração a ser avaliada pelo Real Conselho de Guerra, o qual, em terceiro lugar, teria o poder de rejeitá-la — o que, aliás ocorreu, com base num antigo decreto inspirado nas guerras Púnicas e bem lembrado pelo mais culto membro do Sacro Conselho Supremo, o qual só se comunicava em Latim. E, finalmente, seria preciso uma consulta popular para que todo reino manifestasse sua vontade soberana!

O procedimento estava em debate quando Jurubeba rendeu-se ao solerte inimigo. Muitos nobres, acusados de ser “reais-realistas”, disseram que foi bom porque afinal Corrupção já era mesmo a potência dominante. Outros choraram de indignação. Mas poucos, muito poucos, atinaram que a pátria fora morta pelo processo.
Isso ocorreu num Natal.

PS: Qualquer semelhança desta fábula com algum grupo ou pessoas, vivas, semivivas, sonâmbulas ou mortas é mera coincidência. Feliz Natal, amados leitores que fazem o cronista.

Roberto DaMatta é antropólogo 

Canetada infeliz e inconstitucional da presidente Dilma / Elio Gaspari

Dilma aderiu aos oligarcas 
A Medida Provisória que reabriu o cofre da Viúva para as empreiteiras é uma medalha ao mérito do mentiroso
Elio Gaspari
O Globo
Preencha o espaço em branco
Ao assinar a Medida Provisória que facilitou as operações das grandes empresas apanhadas em roubalheiras, a doutora Dilma abandonou a posição de neutralidade antipática que mantinha em relação à Lava-Jato. Ela alterou uma lei de seu próprio governo e alistou-se na artilharia dos oligarcas que, pela primeira vez na História do país, estão ameaçados por um braço do Estado.
Oligarquia (Foto: Arquivo Google)
O mimo permitirá que empreiteiras cujos diretores foram encarcerados negociem novos contratos e obras com a Viúva. No mais puro dilmês ela disse que “devemos penalizar os CPFs (as pessoas físicas), os responsáveis pelos atos ilícitos. Não necessariamente penalização de CPFs significa a destruição dos CNPJs (as pessoas jurídicas). Aliás, acreditamos que não exige.” A frase de pouco nexo escamoteia o conceito de que as roubalheiras podem ter mais a ver com malfeitorias de pessoas do que de empresas.
As roubalheiras não eram dos executivos, eram da oligarquia empresarial. Prova disso está no fato de que nenhuma empreiteira queixou-se de seus executivos.
Os defensores do abrandamento dos acordos de leniência sustentam que a Lava-Jato abala negócios, desemprega trabalhadores e inibe a economia. É um argumento parecido com aquele usado pelos defensores do tráfico negreiro no século XIX, mas essa é outra discussão.
Até hoje nenhuma grande empreiteira pediu desculpas à população pelas mentiras que repetiu tentando proteger-se da Lava-Jato. O Papa Francisco pediu desculpas pelos casos de pedofilia na Igreja. A Volkswagen desculpou-se pelas fraudes ambientais. Os oligarcas brasileiros mentiram para a população e, nada.
Fulanizando os casos das três maiores empreiteiras do país:
A Odebrecht sustenta que nada fez de errado. Em outubro, Marcelo Odebrecht disse o seguinte: “Como diretor-presidente da Odebrecht S.A. venho a público manifestar minha indignação, e de toda a Organização, com informações inverídicas veiculadas na imprensa, em prejuízo de nossa imagem.”
Também em outubro de 2014 a Camargo Correa disse que não havia “qualquer procedência" nas acusações feitas pelo Tribunal de Contas da União a respeito de obras superfaturadas na Refinaria Abreu e Lima. Um mês depois a Lava-Jato encarcerou seu presidente (Dalton Avancini) e o vice (Eduardo Leite). Em fevereiro ambos passaram a colaborar com o Estado e a Camargo Correa aceitou uma multa de R$ 700 milhões.
A Andrade Gutierrez informou em dezembro de 2014 que “todos os contratos da empresa com a Petrobras foram realizados dentro dos processos legais de contratação". Seu presidente (Otavio Azevedo) vendera uma lancha a Fernando Baiano por R$ 1,5 milhão, mas tratava-se de uma operação de CPF para CPF. Em junho Azevedo foi preso e em novembro a Andrade Gutierrez passou a colaborar com o Estado e aceitou uma multa de R$ 1 bilhão.
Empresas desse tamanho não brincam com dinheiro. A teoria do CPF x CNPJ da doutora é empulhação. Se a Camargo Correa e a Andrade Gutierrez resolveram desembolsar R$ 1,7 bilhão, elas sabem que os delitos não foram cometidos por pessoas físicas.
A colaboração da Camargo e da Andrade é uma boa notícia. Não se pede muito, apenas que peçam desculpas por terem mentido, pois foi exatamente a arrogância e o faço-porque-posso que arruinou seus CNPJs e levou seus marqueses para a cadeia.

IIIhhhh...! Charge de Aroeira no blog de Josias de Souza

Decolagem! 
7

Josias de Souza

Via Aroeira.

A caneta é a principal ferramenta do governo federal... / blog de Aluizio Amorim

É BOMBA! MEDIDA PROVISÓRIA BAIXADA PELA DILMA PROMOVE TREM DA ALEGRIA. EMPREITEIRAS DO PETROLÃO CONTINUAM TENDO ACESSO ÀS GENEROSAS TETAS DOS BANCOS PÚBLICOS.


A jornalista Joice Hasselmann denuncia neste vídeo a Medida Provisória enviada pela Dilma neste apagar das luzes de 2015, o ano que insiste em não terminar, que beneficia as empresas envolvidas no petrolão. Tal iniciativa permite que os empreiteiros ladrões em conluio com o PT, por meio de um tal de "acordo de leniência", continuem com a farra servindo-se do acesso ao cofre do BNDES.

O esquema da Dilma e do Lula aproveita esses dias agitados de Natal e final de ano para promover mais um ato escabroso, uma indecência que consiste na eterna possibilidade de pilhagem de dinheiro público.

Trocando em miúdos: Dilma premia as empresas do maior escândalo de corrupção do mundo. Agora, pelas mãos dela, nenhuma empreiteira do petrolão será declarada inidônea, ou seja, nenhuma terá problemas para mamar no dinheiro dos bancos públicos.

Vejam e ouçam com atenção este vídeo. 

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Uma boa noite depois de uma tarde boa ... / blog de Ricardo Noblat

POEMA DA NOITE

A tarde vulgar e cheia 

Semana Fernando Pessoa
A tarde vulgar e cheia
De gente que anda na rua,
Escurece, azul e alheia,
E a brisa nova flutua.
Havia verão com o dia,
Mas agora, Deus louvado,
Primaverou de outonia
Sob o largo céu parado.

Palavras! Nenhuma cor,
Que o céu finge, ou bisa aqui,
Torna real esta dor
Que tive porque a senti.
Fim de tarde (Foto: Arquivo Google)
Fernando Antônio Nogueira Pessoa (Lisboa, Portugal, 13 de junho de 1888 - Lisboa, 30 de novembro de 1935) - Considerado um dos maiores poetas da língua portuguesa, foi criado da África do Sul. Além de poeta, foi tradutor, astrólogo, jornalista, crítico literário. Se tornou também muito conhecido também pelos seus heterônimos literários, com especial destaque para Alberto Caeiro, Álvaro de Campos e Ricardo Reis.