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terça-feira, 10 de maio de 2016

O 40° Ministério (MST), Ministério dos Sem Tarefas, está trabalhando para o governo a troco de "mortandela" em rodovias do país...

10/05/2016 08h02 - Atualizado em 10/05/2016 12h51

Protestos contra o impeachment fecham vias em 16 estados e no DF 

Sistemas de transporte público também foram afetados.
Atos fazem parte de dia nacional de paralisação a favor de Dilma Rousseff.

Do G1, em São Paulo
Rodovia federal BR-230 na saída de João Pessoa foi interditada nos dois sentidos (Foto: Walter Paparazzo/G1)Rodovia federal BR-230 na saída de João Pessoa foi interditada nos dois sentidos (Foto: Walter Paparazzo/G1)
Protestos contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) atingiram rodovias, avenidas e sistemas de transportes públicos em 16 estados e no Distrito Federal na manhã desta terça-feira (10). No Senado, a votação sobre a continuidade do processo para afastar a presidente está prevista para esta quarta-feira (11).
Além do Distrito Federal, os atos ocorreram nos seguintes estados: Bahia, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Santa Catarina e São Paulo. Em 10 deles e no DF, os protestos já foram encerrados.
As manifestações são lideradas por movimentos sociais e sindicatos.
Veja a situação em cada estado:
Protesto bloqueou rodovia BA-093 na manhã desta terça (Foto: Divulgação/Bahia Norte)Protesto bloqueou rodovia BA-093 
(Foto: Divulgação/Bahia Norte)
BAHIA
Os protestos atingem três pontos da avenida Suburbana, em Salvador, rodovidas estaduais federais. Próximo à cidade de Candeias, na BA-523, há bloqueio na via com queima de objetos.
Também havia protesto, até por volta das 8h, na Avenida Henry Ford, que liga a BA-535, a Via Parafuso ao Polo Petroquímico, em Camaçari; na BA-093, também em Camaçari; e na BA 528, em Vista Alegre, em Salvador
Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), na altura do km 592 da BR-324, um grupo de manifestantes colocou objetos incendiados na pista para impedir a passagem de veículos, no sentido Feira de Santana. Segundo informações da PRF, o grupo deixou o local após dar início ao fogo. Na altura do km 527, um protesto bloqueia parte da via no sentido Salvador. A situação também deixa o trânsito lento no local.
Desde as 5h, cerca de 200 pessoas fecharam a BR-101, sentido Itabuna, no sul da Bahia, e Buerarema, na saída de Itabuna.

Em Chorozinho, a BR-116 ficou interditada nos dois sentidos devido a protestos (Foto: Divulgação/PRF-CE)Em Chorozinho, a BR-116 ficou interditada 
(Foto: Divulgação/PRF-CE)
CEARÁ
Servidores públicos começaram, por volta das 9h20, a fechar a Avenida Pontes Vieira, em Fortaleza, no cruzamento com a Avenida Desembargador Moreira, próximo a Assembleia Legislativa do Estado. As atividades são coordenadas pela Frente Brasil Popular Ceará.
Membros do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) bloquearam pela manhã trecho da BR-116, no município de Chorozinho, na Região Metropolitana de Fortaleza. Eles protestaram contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff e também por reforma agrária. A PRF informou ao G1 que a via foi liberada por volta das 10h30.

Bloqueio feito por integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) em trecho da BR-070 no Distrito Federal nesta terça-feira (10); grupo faz ato de apoio à presidente Dilma Rousseff (Foto: TV Globo/Reprodução)Bloqueio feito pelo MST em trecho da BR-070
(Foto: TV Globo/Reprodução)
DISTRITO FEDERAL
Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) fecharam trechos das BRs 020 e 070.
Na BR-020, o ato ocorreu no DVO, dentro da região administrativa de Planaltina. Faixas foram usadas pelos manifestantes com mensagens em alusão à “jornada de lutas pela democracia”. Às 8h20, os dois sentidos da via estavam liberados.
Na BR-070, o protesto aconteceu depois do posto da Polícia Rodoviária Federal e perto da divisa com Goiás. A interdição ocorreu em ambos os lados da via, mas o sentido Goiás da rodovia foi liberado por volta das 8h15.

ESPÍRITO SANTO
Protestos contra o impeachment fecharam duas vias do Espírito Santo. As manifestações aconteceram no Centro de Vitória, em frente ao Palácio Anchieta, e no km 7,9, da BR-262, em Viana.
Os atos são chamados "contra o golpismo, o retrocesso e a retirada de direitos". Na BR-262, o protesto começou às 4h30 e terminou às 8h12. Já no Centro de Vitória começou às 6h e terminou por volta das 8h40.
Pelo menos três jornalistas foram agredidos durante o ato no Centro de Vitória(veja o vídeo acima). De acordo com a Secretaria de Segurança, o homem, que deu socos e pontapés nos profissionais, foi identificado e será levado para a delegacia.
Outro manifestante, ligado ao Sindicato dos Portuários, é suspeito de tentar jogar um rojão de escala 4 em um dos jornalistas. Ele foi preso em flagrante.

Manifestantes bloqueiam trânsito na avenida Beira-Mar, em São Luís (MA) (Foto: Danilo Quixaba)Manifestantes bloqueiam trânsito na avenida
Beira-Mar (Foto: Danilo Quixaba)
MARANHÃO
Manifestante realizaram ato na avenida Beira-Mar, região central de São Luís na manhã desta terça-feira. Cerca de 30 manifestantes bloquearam o trânsito parcialmente, em intervalos de 10 minutos, no trecho próximo ao Mercado do Peixe. O trânsito ficou congestionado nas avenidas Senador Vitorino Freite, rua do Egito e em outras vias de acesso à avenida Beira-Mar.
O protesto terminou por volta das 10h. Ele foi convocado pela Frente Brasil Popular e Povo Sem Medo, com apoio da Central Única dos Trabalhadores (CUT) do Maranhão.

BR-135, em Buenópolis, permace interditada. (Foto: Polícia Militar/Divulgação)BR-135, em Buenópolis, permanece interditada
(Foto: Polícia Militar/Divulgação)
MINAS GERAIS
Manifestantes interditaram o trânsito nas BRs-135, em Buenópolis, e 251, em Padre Carvalho na manhã desta terça. Integrantes do MST e dos Geraizeiros participaram do protesto em defesa do governo Dilma.
O trânsito na BR-251 chegou a ser fechado nos dois sentidos. Após cerca de três horas de protesto, a via foi liberada. A PRF informou que cerca de 30 pessoas participaram. Os manifestantes não informaram o número de participantes.
Já a BR-135 permanecia interditada até por volta de 10h30.
Integrantes do Sindicato dos Petroleiros de Minas Gerais (Sindipetro-MG) fazem umamanifestação em frente à Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O ato terminou por volta de 9h. A Polícia Militar (PM) falou em 60 manifestantes, e o sindicato, em 200 participantes.
Integrantes da Frente Brasil Popular Minas fizeram uma manifestação no km 611 da BR-040, perto do trevo de Congonhas, na Região Central de Minas Gerais. Entre 6h30 e 7h30, eles bloquearam os dois sentidos da via e queimaram pneus. Cerca de 200 pessoas participaram do ato. O tráfego foi normalizado por volta das 8h15.

Manifestantes interditam rodovia BR-010 com barricada. Protesto é contra o impeachment de Dilma Rousseff (Foto: Ascom/PRF)Ato interdita rodovia BR-010 com barricada.
(Foto: Ascom/PRF)
PARÁ
Manifestantes a favor de Dilma interditaram estradas no Pará. Segundo a PRF, cerca de 100 manifestantes com bandeiras do MST e outros movimentos sociais bloquearam a BR-010 no km 259, na Vila Tramontana, em Aurora do Pará, nordeste do Pará.
Os manifestantes fizeram barricadas e atearam fogo em pneus e paus para impedir a apssagem de veículos na via. por volta de 9h, e encerraram às 12h.
Outra interdição ocorreu nesta manhã na BR-316, no km 69, em frente à Secretaria da Fazenda, em Castanhal, nordeste do Pará.

Manifestantes fecharam a entrada de uma das empresas de ônibus de transporte público em João Pessoa, nesta terça-feira (10) (Foto: Walter Paparazzo/G1)Manifestantes fecharam a entrada de uma empresa
de ônibus (Foto: Walter Paparazzo/G1)
PARAÍBA
Manifestantes fecharam a garagem de uma das empresas de ônibus de transporte público no bairro do José Américo, em João Pessoa, bloquearam um trecho da BR-230, nos dois sentidos da rodovia federal, que liga a capital paraibana ao interior do estado, e interditaram as linhas de trens nas estações da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) em João Pessoa e em Santa Rita. A via Acesso Oeste, em João Pessoa, também foi bloqueada.
Além dos bloqueios nos transportes, está prevista a paralisação por cerca de uma hora nos bancos de João Pessoa, principalmente nas agência localizadas na Avenida Epitácio Pessoa.
Segundo a Polícia Rodoviária Federal, em Campina Grande duas rodovias federais foram interditadas. Na BR-230 os manifestantes fecharam a entrada e saída para o litoral paraibano, próximo a avenida Brasília. Outro ponto fechado foi na BR-104, na saída de Campina Grande para o Brejo paraibano.

Calçadão da VX de Novembro amanhece com balões pró-governo Dilma Rousseff (PT) (Foto: Elisane Frank/ Arquivo pessoal)Calçadão da VX de Novembro amanhece com balões 
(Foto: Elisane Frank/ Arquivo pessoal)
PARANÁ
Em Curitiba, manifestantes colocarambalões em formato de coração no calçadão da XV de Novembro, com a frase "fica, querida". Participaram do ato professores da rede estadual de ensino, servidores públicos e trabalhadores da construção civil ligados à Frente Brasil Popular.
Em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, integrantes do Movimento Sem Terra se concentram em frente à Hidrelétrica de Itaipu. A estimativa da Polícia Rodoviária Federal (PRF) é 200 manifestantes. Os organizadores do movimento calculam 500 pessoas.

Manifestantes queimaram pneus, deixando rodovia interditada (Foto: Reprodução/WhatsApp)Manifestantes queimaram pneus em Jabotão de
Guararapes (Foto: Reprodução/WhatsApp)
PERNAMBUCO
Protestos organizados pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) contra o impeachment estão interditando as estradas de Pernambuco ao longo da manhã. Depois de ocupar os dois sentidos da BR-101 Sul, em Jaboatão dos Guararapes, manifestantes do movimento coordenam ato na BR-101 Norte, em Goiana, Zona da Mata. Às 11h, a PRF informou que a situação foi normalizada.
Também houve manifestação na BR-232, no município de Pesqueira, no Agreste, mas, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), a via foi liberada às 9h20. A Polícia Militar contabilizou 100 manifestantes no local.

Manifestantes também se reuniram em Caruaru, Agreste de Pernambuco. O ato foi organizado pela "Frente Brasil Popular" e reuniu mil pessoas, segundo a organização - a Polícia Militar contabilizou 200 participantes.
Além do MST, o Sindicato dos Metroviários de Pernambuco (Sindmetro-PE) decidiu paralisar as atividades e prevê uma passeata a partir das 16h desta terça, no Recife. O movimento dos servidores tirou de circulação os trens das linhas Cajueiro Seco-Cabo de Santo Agostinho e Cajueiro Seco-Curado, em Jaboatão dos Guararapes.

Integrantes do MST interditaram a BR-316 em Picos (Foto: Josimar Santos)Integrantes do MST interditaram a BR-316
(Foto: Josimar Santos)
PIAUÍ
Pelo menos três trechos de rodovias federais que cortam o Piauí foram bloqueados por manifestantes nesta manhã. Os protestos foram registrados nas BRs 316 e 343 nas cidades de Teresina, Amarante e Picos, as duas últimas cidades no Sul do estado.
Na capital, o trecho que foi interditado fica entre Teresina e Demerval Lobão e é organizado pela Frente Brasil Popular. Os atos são organizados por movimentos sociais que são contra o impeachment.

 RIO DE JANEIRO
A Rodovia Rio-Santos foi totalmente fechada às 6h30 desta terça-feira (10) na altura de Itaguaí, na Região Metropolitana do Rio.
O grupo ateou fogo em pneus, e uma grande cortina de fumaça era observada por volta das 7h, atrapalhando a visibilidade dos motoristas que passavam pelo local. De acordo com a PRF, cerca de 30 pessoas estavam no local. A via ficou interditada cerca de 20 minutos antes da liberação.

Motoristas e cobradores não deixaram as garagens das empresas e ônibus não circularam na manhã desta terça em Natal (Foto: Wendell Jefferson)Motoristas não deixaram as garagens em Natal
(Foto: Wendell Jefferson)
RIO GRANDE DO NORTE
A terça-feira amanheceu sem ônibus em Natal. Motoristas e cobradores aderiram à paralisação nacional convocada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTT) e não saíram das garagens.
Às 9h10, por meio de uma rede social, a Secretaria de Mobilidade Urbana de Natal (STTU) informou que os ônibus começaram a circular.
No campus central da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, na Zona Sul da cidade, um grupo de manifestantes ateou fogo em pneus. As chamas obstruíram o tráfego de veículos e impediram a entrada na instituição às margens da BR-101. Às 9h, a Polícia Rodoviária Federal informou que o trânsito de veículos fluía normalmente na BR-101, no trecho que corta Natal.

Protesto do MST em rodovia gaúcha nesta terça (Foto: PRF/Divulgação)Protesto do MST em rodovia gaúcha
(Foto: PRF/Divulgação)
RIO GRANDE DO SUL
Diversas rodovias do estado foram palco de protestos e bloqueios na manhã desta terça-feira. A maioria está na Região Metropolitana de Porto Alegre.
Manifestantes bloquearam pontos da BR-116, em Sapucaia do Sul e em Caxias do Sul, na Serra, na ERS-040, em Viamão, na BR-290, em Eldorado do Sul, na BR-293, em Hulha Negra, na Campanha, e na BR-285, em São Borja, na Fronteira Oeste.
Na ERS-040 o bloqueio provocou congestionamento e houve início um princípio de tumulto entre manifestantes e motociclistas. A Brigada Militar foi acionada e controla a situação no local.

RONDÔNIA
Manifestantes do Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB) juntamente com a Frente Brasil Popular (FPB) Rondônia bloquearam a BR-364 na saída de Candeias do Jamari, distante 20 quilômetros de Porto Velho. Segundo organizadores, aproximadamente 150 pessoas estão mobilizadas na BR-364.


Protesto no trevo da BR-282 com a BR-158 em Maravilha (Foto: PRF/Divulgação)Protesto no trevo da BR-282 (Foto: PRF/Divulgação)
SANTA CATARINA
Integrantes do MST promovem interdições de rodovias federais no Oeste de Santa Catarina e no Vale do Itajaí na manhã desta terça, segundo a PRF.
Um dos bloqueios ocorre em Irani, no Oeste, onde cerca de 10 ônibus com manifestantes estão no cruzamento da BR-153 com a BR-282 desde as 9h30.  Agricultores familiares do Oeste também iniciaram um manifesto por volta das 9h desta terça em Maravilha, no entroncamento entre a BR-158 e a BR-282.
Outro ponto de interdição é o cruzamento entre a BR-116 e a BR-470, em São Cristóvão do Sul, no Vale do Itajaí, informou a PRF. A expectativa do movimento é estender o bloqueio até as 16h.


SÃO PAULO
Na região metropolitana, manifestações travaram marginais, a Avenida 23 de Maio e o acesso ao aeroporto de Cumbica. 
No início da manhã, a pista expressa Marginal Pinheiros foi bloqueada no sentido Rodovia Castello Branco, perto da Ponte João Dias. Antes, o grupo ocupava também a pista local, sentido Castello Branco.
A Marginal Tietê também foi bloqueada entre as pontes Tatuapé e Aricanduva, no sentido Ayrton Senna. A marginal foi liberada às 8h.
No início da manhã, manifestantes bloquearam as duas pistas da Avenida 23 de Maio, no Centro de São Paulo, perto do Terminal Bandeira. A situação foi normalizada às 8h.
Outra manifestação bloqueou a Rodovia Helio Schmidt, na altura do km 2, pista que vai da Rodovia Dutra para o Aeroporto de Internacional de Guarulhos. Por volta de 8h, o trecho foi liberado.
Em Campinas, manifestantes bloquearam por cerca de 10 minutos a Rodovia Zeferino Vaz(SP-332) por volta das 6h15, na altura do cruzamento da via com a Avenida Theodureto de Almeida Camargo. As faixas um e dois ficaram interditadas, mas foram liberadas por agentes de trânsito.
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segunda-feira, 9 de maio de 2016

"O que aprendi em meus 16 anos de EL PAÍS no Brasil"

COLUNA

O que aprendi em meus 16 anos de EL PAÍS no Brasil

Não é fácil para um espanhol contar um país poliédrico, complexo, que não se sente europeu nem latino-americano

Dos meus 40 anos de trabalho exclusivo neste jornal, 16 deles eu vivi no Brasil. Quando cheguei, no fim de 1999, o EL PAÍS não tinha correspondente aqui. Este país, motor do continente, então não interessava à Espanha. Hoje, como escreveu o diretor do jornal, Antonio Caño, o Brasil é uma parte viva do projeto global do jornal.
Se o EL PAÍS nasceu com os olhos postos no grande continente da América Latina, sem o qual não é possível pensar a Espanha, o Brasil não podia ficar de fora só porque não falava espanhol. Os milhões de leitores brasileiros do EL PAÍS poderão explicar o que significou para eles o encontro com este jornal. Da minha parte, o que posso dizer é o que significou a experiência de escrever até hoje vários milhares de artigos sobe a realidade deste gigante americano.
Hoje não consigo pensar em mim sem esses 40 anos de experiência escrevendo em completa liberdade para este jornal que, desde que nasceu, recém-enterrado o ditador Franco e fechada a trágica aventura de uma guerra civil, se tornou o símbolo da defesa das liberdades pisoteadas pela ditadura.
O EL PAÍS, nascido da intuição do jovem jornalista de 31 anos Juan Luis Cebrián, me ensinou mais do que a Universidade. Permitiu que percorresse o mundo várias vezes, observando-o com curiosidade, uma qualidade sem a qual o jornalismo não existe.
Obsessivo em fornecer uma informação independente, livre, com os olhos voltados para a defesa das minorias e contra os abusos de poder, o EL PAÍS, laico e aberto a todas as novidades, me vacinou contra possíveis contaminações ideológicas.
E se é verdade que não existe objetividade, ensinou-me que o ofício do jornalista exige não deturpar a verdade, contando-a com lealdade e analisando-a com honestidade.
Aprendi principalmente que, embora o jornalismo seja mais um ofício do que uma profissão, ele é essencial para a democracia. Entendi que agradamos o poder de turno só quando nos tornamos seus propagandistas. Aprendi que um jornal sem vocação de vigiar o poder é apenas um folhetim.
Em meus dois anos como Defensor do Leitor, o posto mais ingrato de todos porque te obriga a ser o juiz de seus colegas, compreendi que o jornal não é dos seus proprietários, nem de nós jornalistas, mas daqueles que nos leem.
E o Brasil? A este país, que não me foi difícil amar, já dediquei um terço da minha vida no jornal. Não é fácil para um espanhol contar o Brasil, um país poliédrico, complexo, que não se sente europeu nem latino-americano, mas apenas brasileiro, algo difícil de definir para eles mesmos.
Difícil de contar ao mundo um país simultaneamente jovem e antigo, com vocação de continente, de rica diversidade e, ao mesmo tempo, cruel com suas minorias.
Sua sociedade me conquistou por sua capacidade de acolhimento, por sua peculiaridade de fazer com que ninguém aqui se sinta sozinho, pela facilidade de sua gente de desfrutar de seus pequenos espaços de felicidade.
Uma sociedade que me dói, ao mesmo tempo, com sua carga de violência institucional, com a pobreza cultural de tantos de seus políticos e com suas sangrentas desigualdades sociais.
Um país que me fascina por essa inata solidariedade entre os mais pobres que contrasta com o desinteresse e o egoísmo dos mais ricos.
Muitos dos meus leitores me acusam, às vezes, de ver o Brasil através dos olhos europeus. Outros me agradecem por ter sabido, às vezes, ler a complexidade, as pulsações e os desejos de superação dessa sociedade melhor do que muitos brasileiros.
Ou será que já me fiz, sem saber, um brasileiro mais, com seus defeitos e virtudes e por isso começo a entender e amar até suas fraquezas?
Do muito que aprendi neste jornal, devo boa parte à equipe de jovens jornalistas brasileiros, sob a batuta da doce e ao mesmo tempo firme Carla Jiménez. Uma equipe que está tornando possível essa nova aventura do EL PAÍS, com paixão e sem se esquivar de sacrifícios. Eles me lembram, com sua juventude, a paixão do primeiro grupo de quixotes que criou o jornal há 40 anos.
Os jornalistas brasileiros estão nos ensinando que é possível colaborar juntos sem sacrificar a riqueza das nossas diferenças.
Quando, poucos meses depois do nascimento de EL PAÍS, Juan Luis Cebrián me pediu para ser correspondente na Itália e no Vaticano, perguntei: “E quanto vai durar este jornal?” Ele me olhou com segurança e disse: “Mais do que você e eu”. Faz 40 anos e o jornal continua vivo, crescendo e atento para entender uma sociedade que nos surpreende a cada momento com suas mudanças e novidades.
Longa vida também a esta viva e pujante edição brasileira, sem a qual hoje o EL PAÍS ficaria manco, como ficaria feio e mutilado o mapa da América Latina se dele arrancássemos o Brasil.
Façam o teste.

A tocha olímpica chegou para incendiar o momento político do Brasil

segunda-feira, maio 09, 2016


RENAN IGNORA GOLPE DE MARANHÃO E DÁ SEQUÊNCIA NORMAL AO PROCESSO DO IMPEACHMENT DA DILMA NO SENADO
Dilma Rousseff na chegada da Tocha Olímpica: um dos últimos atos como presidente. Foto: Veja by Jefferson Coppola 

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse na tarde desta segunda-feira a senadores que participaram da reunião de emergência convocada por ele que dará prosseguimento ao processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, ignorando a decisão do presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA).
A avaliação de Renan, conforme relatos dos parlamentares presentes ao encontro, é de que o ato de Maranhão foi "ilegal" e "intempestivo". Ele disse ainda aos senadores que a Câmara não poderia tomar a decisão de anular a sessão em que 367 deputados deram aval ao prosseguimento do processo de impeachment para o Senado quase 30 dias após a votação da admissibilidade - muito menos quando o Senado está prestes a deliberar sobre o tema. "O presidente do Senado disse que é uma decisão contra a qual não caberia recurso quase 30 dias depois. Isso deveria ter sido analisado 48 horas após a sessão", afirmou o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), ao deixar a reunião emergencial.
Na reunião de líderes, PT e PCdoB fizeram apelos para que a decisão de Waldir Maranhão fosse cumprida, mas Renan não cedeu. Com isso, a leitura do parecer da comissão especial que, na última sexta-feira, deu aval para o seguimento do processo contra Dilma será feita ainda hoje, abrindo prazo de 48 horas para que o plenário do Senado julgue se abre processo contra a petista - decisão que, se tomada, afasta a presidente do cargo por 180 dias.Do site da revista Veja

As 4 operações da Matemática tem nova tese...

A soma que subtrai 

Mais de 1 milhão de casas sumiram na cabeça da doutora em aritmética

Por: Augusto Nunes  
“Primeiro eu quero contar quantas casas nós já entregamos. Nós começamos lá em 2009 tentando fazer esse programa. O programa rodou mesmo em 2010. E aí nós começamos a construir. E até o meu primeiro mandato nós construímos, somando 1 milhão do Lula e 2,750 milhões de casas do meu primeiro mandato, nós entregamos já 2,674 milhões de casas”. (Dilma Rousseff, revelando que, somadas as unidades que Lula inaugurou e as que ela construiu, sumiram mais de 1 milhão de residências do Minha Casa, Minha Vida)

domingo, 8 de maio de 2016

"Nunca vi mentir com tamanho descaramento..." / Ferreira Gullar

De volta ao real – 

FERREIRA GULLAR

Folha de SP - 08/05

Tenho dito aqui que o tipo de governo que se instalou no Brasil e em alguns países latino-americanos –como Argentina, Venezuela, Bolívia e Equador– é uma espécie de populismo de esquerda, que de esquerda não tem nada. Tenho dito também que esse populismo –apelidado por Hugo Chávez de socialismo bolivariano– nasceu como uma alternativa ao regime de tipo soviético, que se esgotou e findou na década de 1980.

Ao dizer isso, não afirmo mais do que o óbvio, uma vez que, na origem dessa opção, estava a Revolução Cubana, inspiradora dos movimentos guerrilheiros surgidos em alguns países do continente. Esses movimentos, que naturalmente fracassaram, estão, portanto, na origem do atual populismo, que foi obrigado a desistir da luta e voltar-se para o caminho eleitoral.

Mas, vejam bem, ao traçar tal diagnóstico, não desconheço que esse populismo, para afirmar-se como redutor da desigualdade social, contribuiu para melhorar as condições de vida de milhões de pobres que viviam em condições sub-humanas.

As críticas que faço a esse tipo de regime é que ele, por um lado, se vale do assistencialismo para perpetuar-se no poder e, por outro, conduz os países à debacle econômica por optarem pelo assistencialismo em lugar do investimento produtivo. No fundo, mas de outro modo, incorrem no mesmo erro dos regimes comunistas: desconhecer que o capitalismo, ainda que injusto, é fonte de riqueza e desenvolvimento econômico.

Como já observamos em outra ocasião, esse populismo não é o mesmo em cada um dos países onde se implantou, embora, apesar disso, tenha cometido os mesmos erros em cada um deles e, não por acaso, entrou em colapso quase ao mesmo tempo. Na Argentina, em sua versão kirchnerista, já chegou ao fim e, na Venezuela, está prestes a acabar, ainda que de maneira quase hilariante.

Depois de criar o Vice-Ministério da Suprema Felicidade, Maduro reduziu o trabalho do funcionalismo público a apenas dois dias por semana e quer agora impedir que as mulheres usem secador de cabelo para assim reduzir o consumo de energia...

No Brasil não chegamos a tanto, porque não somos uma terra propícia ao realismo mágico de García Márquez. Não obstante, também aqui o populismo entrou igualmente em colapso, não diria que em função daquele realismo e, sim, do realismo corrupto que, se não é exclusividade nossa, parece que se tornou parte de nossa vida política.
Quem diria, por exemplo, que um partido como o PT, nascido sob o lema do "não rouba nem deixa roubar", fosse implantar no país um dos regimes mais corruptos de nossa história?

Não por acaso, esse é também o regime da mentira. E, se digo que não é por acaso, digo-o porque, em face dos últimos escândalos e de como se comportam os petistas e seus aliados, sou obrigado a acreditar que a mentira é inerente a esse tipo de militância política.
Nunca vi mentir com tamanho descaramento. Diria mesmo que a mentira é um elemento estrutural do procedimento político-administrativo que tem governado o país nestes últimos anos.

Senão vejamos: Lula implanta o mensalão, mente que foi traído e depois mente de novo ao dizer que foi tudo invenção da imprensa. Estoura o escândalo do petrolão, que leva à cadeia gente de seu partido e empresários amigos seus. Mas ele, sem qualquer constrangimento, afirma que se trata de uma conspiração para tirar o PT do poder.

Dilma segue o mesmo caminho, afirmando que o impeachment é golpe, embora tenha usado a grana das pedaladas para se reeleger. E mentiu durante toda a campanha eleitoral de 2014. Ainda assim –ou talvez por isso mesmo– nada evitará que o populismo petista chegue ao fim.

Dilma estará fora do governo. Mas me perguntam : o que virá depois? Pode-se confiar em Temer? Diante disso, minha resposta é a seguinte: também não sei o que virá depois, mas, dificilmente, será pior do que o que aí está. De qualquer modo, é melhor tentar mudar do que manter o que já não deu certo.

Surpresa ...! Dilma esconde de proprietários do 'Minha Casa' o aumento de prestações a partir de julho deste ano

‘Minha Casa’ aumenta sob Dilma e nova prestação começa a vigorar sob Temer 

Josias de Souza
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A clientela mais pobre do ‘Minha Casa, Minha Vida’ terá uma desagradável surpresa. A partir de 1º de julho, os beneficiários do programa habitacional com renda familiar de até R$ 1,8 mil pagarão prestações mais caras. Nessa faixa, o valor mínimo mensal passará de R$ 25 para para R$ 80. Um salto de 220%. O valor máximo subirá de R$ 80 para R$ 270. Um salto ainda maior: 237,5%.
Na quarta-feira (11), o Senado se reúne para votar a admissibilidade do processo de impeachment. Confirmando-se a tendência de afastamento de Dilma Rousseff por até seis meses, os reajustes baixados por ela começarão a ser cobrados sob a presidência de Michel Temer. Farejando a oportunidade, Dilma joga na confusão. Difunde a tese segundo a qual Temer e seus auxiliares são inimigos do social.
Há três dias, Dilma discursou numa cerimônia de entrega de casas em Santarém, no Pará. Suas palavras foram transmitidas simultaneamente para outras cidades onde houve distribuição de chaves —no Rio, em Minas, no Ceará e na Bahia. A presidente animou a plateia ao discorrer sobre cifras:
“Eu vou fazer uma pergunta: quem aqui pagava aluguel de até R$ 100,00? Ninguém. Até  R$ 200,00? Até R$ 300,00? Quem vivia de favor? Quem vivia em área de risco? Sabe quanto que vocês vão pagar no programa Minha Casa, Minha Vida, não só vocês aqui, mas o pessoal de todas as cidades? Entre R$ 25 e R$ 50. E vão ter a casa própria de vocês.”
Dilma não fez menção ao iminente reajuste no preço das prestações. Preferiu falar do “golpe” de que se julga vítima. Sem citar o nome de Temer, insinuou que, querem derrubá-la para “acabar, reduzir ou rever o Minha Casa, Minha Vida.” Perguntou: “Como é que uma pessoa que quer fazer isso resolve o problema dela?” Apressou-se em responder: “Faz uma eleição indireta e veste a eleição indireta com a roupa do impeachment…”
Uma semana antes desse discurso de Dilma, o Banco do Brasil, um dos agentes financeiros do programa habitacional do governo, começou a endereçar cartas para prefeituras que participam de empreendimentos do Minha Casa, Minha Vida. Anotou:
“Cientes da importância do programa governamental Minha Casa, Minha vida —PMCMV—, vimos informar-lhe das alterações dos valores das prestações dos empreendimentos […], Faixa 1, a partir de 01/07/2016, conforme abaixo estabelecido através da portaria ministerial número 99 de 30/03/2016:
– Prestação mínima atual R$ 25,00 – a partir de 01/07/2016 R$ 80,00.
– Prestação máxima atual R$ 80,00 – a partir de 01/07/2016 R$ 270,00”
Reprodução
A carta reproduzida na imagem acima foi remetida pelo Banco do Brasil à prefeitura de Cruz das Almas, na Bahia. O prefeito da cidade, Ednaldo José Ribeiro, filiado ao PMDB de Michel Temer, abespinhou-se. Na última sexta-feira (6), um dia depois do discurso de Dilma no município de Santarém, ele enviou um ofício à agência do Banco do Brasil na cidade.

Graves denúncias contra Lula, Dilma e outros funcionários estatais complicam vida de estafe do PT...

domingo, maio 08, 2016


MARCELO ODEBRECHT REVELA CHANTAGEM ARRASTANDO PARA A LAVA JATO DILMA ROUSSEFF, LULA, GUIDO MANTEGA E LUCIANO COUTINHO, O CHEFETE DO BNDES.
Marcelo Odebrecht, Guido Mantega e Luciano Coutinho. Segundo Odebrecht, Mantega e Coutinho chantagearam empresários condicionando liberação de financiamentos do Banco a doações milionárias para a companha de Dilma Rousseff em 2014.

Tudo indica que o escore da votação do impeachment na próxima quarta-feira no Senado será arrasador. Marcelo Odebrecht, condenado a 19 anos de prisão, parece que resolveu cantar na gaiola. Pelo menos já deu uma ensaiada levando para dentro da Operação Lava Jato, Lula, Dilma, Mantega e Luciano Coutinho, o chefete do BNDES. E a coisa promete vir a público em borbotões fazendo o petrolão virar ninharia tão logo a Operação Lava Jato conclua análises e cruzamentos de informações.

Segundo consta, a coisa será manchete da Folha de S. Paulo deste domingo.

O site Diário do Poder faz um resumo do que está por vir. Mas já é possível intuir que pouco ou nada sobrará do PT. Dilma, neste caso, não será apenas impichada mas também corre sério risco de ser presa junto com o Lula, Mantega, Luciano Coutinho e mais gente do governo petista, muitos que lá estão e outros que por lá passaram. Marcelino, como é conhecido o chefão da empreiteira Odebrecht, também revelou que Dilma atuou para livrá-lo da cadeia, o que configura o crime de obstrução da Justiça.

Transcrevo a matéria do site Diário do Poder que dá uma ideia do que acaba de explodir às vésperas da votação do impeachment pelo plenário do Senado. Leiam:

O ex-ministro da Fazenda Guido Mantega e o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, chantagearam empresários, condicionando a liberação de novos financiamentos do banco a doações milionárias à campanha de reeleição da presidente Dilma Rousseff, em 2014.
A chantagem foi revelada pelo empresário Marcelo Odebrecht, em depoimento à força-tarefa da Operação Lava Jato no âmbito de acordo de delação premiada que está sendo negociada com o ex-presidente da empreiteira, conforme antecipou em primeira mão o colunista Claudio Humberto, do Diário do Poder.
Odebrecht contou a procuradores da Operação Lava-Jato que Mantega e Coutinho pediram a empreiteiros que se reunissem com o ministro Edinho Silva, na época tesoureiro da campanha de Dilma, para que "continuassem a ser ajudados" pelo governo.
O presidente do BNDES teria perguntado a um ex-executivo de empreiteira, em agosto de 2014, se ele conhecia Edinho. O ex-executivo teria entendido a pergunta como uma forma de pressão, e sua empresa fechou acordo para doação à campanha nas semanas seguintes. À “Folha de S.Paulo”, Coutinho, Mantega, Edinho Silva e o PT negaram a acusação de Odebrecht. O empresário negocia termos de um acordo de delação premiada.
Marcelo Odebrecht confirmou também a denúncia do senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS) sobre a tentativa da presidente Dilma Rousseff de obter a revogação de sua prisão decretada pelo juiz federal Sérgio Moro. Marcelo confirmou que a nomeação do ministro Marcelo Navarro Ribeiro Dantas para o Superior Tribunal de Justiça (STJ) tinha o objetivo de garantir o relaxamento da prisão dos empreiteiros presos na Lava Jato.
A denúncia de Delcídio, agora confirmada por Marcelo Odebrecht, levou o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, a solicitar ao Supremo Tribunal Federal a abertura de inquérito para investigar a presidente Dilma Rousseff por crime de obstrução da Justiça.
O depoimento de Marcelo Odebrecht é objeto de reportagem da edição deste domingo do jornal Folha de S. Paulo, que confirmou a negociação de acordo de delação premiada com o ex-presidente da empreiteira, noticiada em primeira mão pelo colunista Claudio Humberto, do Diário do Poder.
Os procuradores aguardam explicações sobre o esquema de financiamento de projetos no exterior, obtidos pelo ex-presidente Lula, para fechar o acordo de delação premiada. Em uma primeira sentença, Marcelo Odebrecht foi condenado a 19 anos e 4 meses de prisão por corrupção, lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa. Do site Diário do Poder