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NOTÍCIAS DE BRASÍLIA

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

"O mal de certos intelectuais de esquerda é que eles preferem discutir sobre o mundo tal como gostariam que ele fosse e não como ele realmente é " / Juan Arias


A esquerda despedaçada

discutir sobre o mundo tal como gostariam que ele fosse e não como ele realmente é



Manifestante em ato contra o Governo Temer na última sexta, em São Paulo. EFE


Ainda existe uma esquerda no Brasil? E essa esquerda é progressista ou conservadora? Ela entende que o mundo hoje é outro, ou continua presa aos dogmas do passado? Sabe detectar quem são os novos pobres da história?
São perguntas importantes depois do último fiasco eleitoral, e a elas respondeu, em parte, o juiz do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo.
Barroso, que é considerado, por seus escritos, um magistrado progressista e defensor dos direitos das minorias, surpreendeu ao afirmar que no Brasil “existe uma esquerda extremamente conservadora, defensora de dogmas já ultrapassados pela realidade”. E acrescentou: “O modelo do Brasil não é preponderantemente capitalista. É um socialismo para os ricos”.
Com efeito, em que outro momento houve tantos milionários, e quando os bancos ganharam tanto como nos últimos anos, enquanto o país continua em uma profunda recessão econômica?
Por que a esquerda brasileira está muda neste momento em que o Congresso prepara uma anistia para políticos corruptos? Nas últimas eleições municipais, a esquerda foi duramente castigada nas urnas. Teria sido porque os brasileiros se tornaram de direita ou porque a esquerda, que governou por quase 14 anos, já não convence mais?
Não se pode descartar que essa virada conservadora se deva a que a esquerda se aburguesou, tornando-se conservadora e até mesmo corrupta. Ou a que a esquerda está perdendo o trem da evolução do mundo, deixando um rio de órfãos pelo caminho.
Isso vale para o Brasil, mas também, em grande parte, para todas as forças progressistas do mundo. Basta lembrar a inesperada eleição do ultraconservador Donald Trump nos Estados Unidos.
Há quem defenda a ideia de que a esquerda tradicional já cumpriu o seu papel histórico, estando hoje esgotada e incapacitada para detectar quem são, na atualidade, os verdadeiros pobres do planeta.
Mesmo que isso fosse verdadeiro, não significa que não seja necessária uma nova “força social”, não dogmática. Uma esquerda sensível aos sofrimentos do mundo e às vítimas do capitalismo totalitário. Eu me atreveria a dizer que essa esquerda é hoje mais necessária do que nunca, pois pairam sobre a humanidade nuvens carregadas de desinteresse pelo respeito à vida e aos que, sejam pessoas, sejam povos inteiros, foram postos de lado.
Se não existe governo democrático sem uma oposição política, também não haverá um novo liberalismo, tampouco um novo modernismo, sem o contraponto de uma esquerda comprometida mais com as vítimas do que com os carrascos.
Uma esquerda que sirva de contraponto à cultura do poder pelo poder, esse poder que não se preocupa em olhar para trás para ver se alguém tropeçou e ficou no meio do caminho. Uma esquerda capaz de entrar em sintonia com um mundo em transformação, com seus novos problemas e novos lamentos de dor.
Uma esquerda que não seja uma igreja em que somente os seus fiéis são dignos da salvação.
Que peso podem ter no mundo de hoje, por exemplo, esses milhares de sindicatos de esquerda, defensores dos direitos dos trabalhadores, num momento em que os novos pobres são justamente os que não têm emprego, as minorias perseguidas e aqueles que nunca tiveram acesso à cultura? Quem se preocupa com eles?
O que fez a esquerda, esses anos todos, em defesa do ensino no Brasil, que ocupa os últimos lugares do ranking mundial do setor e onde um milhão de estudantes abandonam a escola a cada ano? Para onde irão esses jovens?
O Brasil e o mundo precisam de uma esquerda capaz de renascer das cinzas do seu aburguesamento e da sua incapacidade de saber ler o que as pessoas realmente pensam e aquilo de que gostam hoje em dia.
O mal de certos intelectuais de esquerda é que eles preferem discutir sobre o mundo tal como gostariam que ele fosse e não como ele realmente é. Assim é que surgem as surpresas do tipo Trump. A esquerda continuará a ser indispensável para contribuir para manter viva a democracia e para que se dê atenção aos excluídos. Mas deverá fazê-lo ao lado de todos os outros, sem necessidade de demonizar ninguém.
E sem dogmas, que são as pedras com que se constrói a sepultura da liberdade.

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

A PRISÃO DOS INVASORES DA CÂMARA!

Frase de Percival Puggina



"O Brasil precisa que seus cidadãos submetam às suas próprias consciências uma PEC das boas condutas e dos bons exemplos. Quando o avião sacode, balança inteiro, da primeira classe ao porão de carga."

"O Rio de Janeiro é o exemplo limite do que pode acontecer, mas quase todos os estados caminham para o mesmo buraco..." / Carlos Alberto Sardenberg

quinta-feira, novembro 17, 2016

Eis os culpados 

CARLOS ALBERTO SARDENBERG

O GLOBO - 17/11
O Rio de Janeiro é o exemplo limite do que pode acontecer, mas quase todos os estados caminham para o mesmo buraco

Imagine uma empresa ou uma família que estão gastando mais do que arrecadam e, pior, encontram-se numa dinâmica em que as despesas sobem todos os anos acima das receitas. Imagine ainda que uma das despesas represente 60% do total gasto. Segue-se que:

1) a empresa ou a família precisam fazer um ajuste;

2) esse ajuste deve incluir aumento de receita e corte de despesas;

3) o corte deve incidir mais fortemente na despesa maior, certo?
Pois é essa a situação dos governos estaduais. No ano passado, gastaram R$ 542,5 bilhões (despesa primária, não financeira). Desse total, a parcela maior (60%) foi para o pessoal. Como o nome diz, trata-se aqui de todos os pagamentos a pessoas, incluindo funcionários ativos e inativos, civis e militares, do Executivo, Legislativo e Judiciário. Aqui tem de salários a benefícios, de aposentadorias a todos os tipos de auxílio, de horas normais e extras a gratificações.

Esse gasto com pessoal aumentou quase 40% de 2012 a 15, conforme estudo da Secretaria do Tesouro Nacional. A receita líquida dos estados cresceu bem menos, na casa dos 26%. A inflação ficou por aí, e a economia cresceu quase nada

Só no ano passado, quando a crise econômica já era evidente, e as receitas de impostos estavam em queda, essa despesa de pessoal subiu mais de 13% em relação a 2014.

Não tem como dar certo. O Rio de Janeiro é o exemplo limite do que pode acontecer, mas quase todos os estados caminham para o mesmo buraco.

Logo, o ajuste não é nem necessário. É fatal. Será feito por bem ou por mal.

Como seria por bem?
Deveria partir de dois consensos. Primeiro, que o ajuste tem que começar o mais rapidamente possível. Segundo, todo mundo terá que pagar a conta, inclusive o pessoal. Reparem: se a maior despesa é com o pessoal, não tem como fazer o ajuste sem reduzir essa despesa.

Servidores na ativa e aposentados dizem que não têm culpa do descalabro e que, por isso, não devem pagar nada.
Deixemos esse argumento de lado por um momento e vamos especular: então, de quem é a culpa?

Todas as contratações, reajustes de salários e concessão de benefícios passam pelo Executivo estadual e pelas assembleias legislativas. Logo, já temos aí dois grupos de culpados. No primeiro, governadores, ex-governadores e suas turmas na administração. No segundo, os deputados estaduais.

Além disso, essas despesas passam também pelos tribunais de contas, que, aliás, têm promovido interpretações marotas para enquadrar determinados gastos. O mais comum é tirar certos pagamentos a inativos e, assim, reduzir artificialmente o tamanho da folha.

Logo, o terceiro grupo de culpados está nos tribunais de contas.

O quarto está no Judiciário. Por todo o país, juízes torturam leis para reinterpretar, por exemplo, o conceito de teto. Assim, o teto nacional do funcionalismo é de R$ 33 mil, mas isso, interpretam, só se refere ao vencimento básico. Auxílios alimentação, educação, “pé na cova”, auxílio-lanche, diferente de alimentação, não contam para o teto, assim perfurado várias vezes.

Vai daí que o ajuste no pessoal deveria começar pelos salários mais altos, com o corte nas chamadas vantagens pessoais. Dizem, por exemplo, que um senador ganha R$ 27 mil mensais.

Falso. Começa que são 15 salários por ano. Tem casa ou apartamento funcional ou mais R$ 3.800 por mês. Tem carro com motorista. Tem gasolina e passagem de avião. Correspondência e telefone na faixa. Vai somando...

Vale igualzinho para deputados.

Mas, mesmo atacando essas despesas claramente ilegítimas, ainda que legais, a conta não fecha.

Será preciso procurar um quinto grupo de culpados, o pessoal. Não cada pessoa em particular — e sabemos quantas ganham mal no serviço público. Estas, aliás, já estão pagando a conta faz algum tempo. Ganham mal porque outros ganham muitíssimo bem. Há aí uma forte desigualdade.
Mas as associações, os sindicatos de funcionários, com amplo apoio de suas bases, estão o tempo todo forçando reajustes e benefícios. E agora, recusam qualquer tipo de ajuste. Claro que é direito do trabalhador buscar melhorias, mas é preciso ter um mínimo de bom senso.
Estava quase escrevendo um mínimo de patriotismo, de noção de serviço público, mas reconheço que é demais pedir isso no momento em que a Lava-Jato escancara o modo como políticos trataram essa coisa pública.

Mas o bom senso vale. Por uma questão de interesse próprio. Invadir assembleia não cria dinheiro. Não seria mais sensato se as lideranças dos funcionários se reunissem com os outros e principais culpados para buscar uma solução, um corte bem distribuído?

Os números estão aí: os estados estão quebrados ou quase. Ou se faz um ajuste por bem ou será feito por mal. Aliás, já está sendo feito: atrasos de salários e interrupção de serviços essenciais à população.

Aliás, podemos incluir aqui o sexto grupo de culpados, os eleitores que escolheram mal tantas e repetidas vezes. Mas nem precisava: o público é o que sempre paga a maior conta.
Carlos Alberto Sardenberg é jornalista

Vídeo mostra a obra de recomposição de uma rua de Fukuoka, Japão em 48 horas



Como o Japão consertou em apenas 2 dias buraco gigante que se abriu em rua de Fukuoka

  • 16 novembro 2016

Imagem do buraco e da via já consertada.Image copyrightAP
Image captionAntes e depois: via foi reaberta uma semana depois que o solo afundou, abrindo um buraco gigante numa rua no Japão; operários trabalharam dia e noite para recompor a via em 48 horas.

Um enorme buraco de 450 m² "engoliu" cinco pistas de uma movimentada rua de Fukuoka, no Japão, na terça-feira da semana passada. Uma semana depois, a via já estava funcionando como se nada tivesse acontecido.
Os trabalhos de reparação duraram apenas 48 horas, após técnicos terem feito avaliações do tamanho do estrago e testes para garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores que taparam o buraco.

Buraco se abre e engole rua no Japão

Foram necessários 6.200 metros cúbicos de areia e cimento, além de operários trabalhando dia e noite para tapar o buraco.
Soichiro Takashima, o prefeito da cidade japonesa, disse que a nova rua está 30 vezes mais resistente que antes. Ninguém ficou ferido, apesar de haver registro de interrupção de serviços de telefone, energia e água.
As causas do acidente, contudo, ainda são desconhecidas.

Vista do buracoImage copyrightGETTY IMAGES
Image captionNinguém ficou ferido, mas a mídia japonesa reportou interrupções na luz, telefone, gás e água
Rua de Fukuoka consertada, depois que a cratera se abriu uma semana antes.Image copyrightGETTY IMAGES
Image captionAs causas do incidente ainda são desconhecidas, embora algumas autoridades acreditam que possa estar relacionado ao trabalho subterrâneo ocorrendo nas proximidades

O pavimento começou a afundar em um cruzamento entre duas importantes e movimentadas avenidas, bem em frente à estação ferroviária de Hakata. O buraco foi aumentando gradualmente e ruas e edifícios próximos foram esvaziados.
Autoridades locais suspeitam quue as obras de ampliação de uma linha de metrô da cidade possam ter provocado a cratera.
O prefeito prometeu criar uma comissão para apurar as causas do afundamento.

Obras de reconstrução da via em FukuokaImage copyrightGETTY IMAGES
Image captionForam necessários 6.200 metros cúbicos de areia e cimento para tapar o buraco

Takashima pediu desculpas aos moradores de Fukuoka, a quinta maior cidade do Japão, com 1,4 milhões de habitantes.
O prefeito também agradeceu aos trabalhadores pelo esforço. Eles trabalharam dia e noite para tapar o buraco rapidamente.

"Responsabilidade fiscal e o meu queijo" / Percival Puggina

quinta-feira, novembro 17, 2016

Responsabilidade fiscal e o meu queijo - 

PERCIVAL PUGGINA

DIÁRIO DO PODER - 17/11

Nunca vi tanta gente preocupada com o aspecto macilento e emagrecido do caixa do governo. Reduzido a pele e osso. Em junho de 2014 já estava em milhões de telas de computadores, mundo afora, o alerta que uma analista do Santander fez a seus clientes investidores, antevendo o que iria acontecer com a economia nacional. Não era bola de cristal, mas trabalho sério de quem acha que não se deve brincar com dinheiro alheio. Bola de cristal, bem fajuta e perdulária, era a usada por Dilma, pelos técnicos do governo e por Lula, que assim comentou a circular enviada pela funcionária do banco: "Não entende p.... nenhuma de Brasil" e sugeriu: "Pode mandar embora e dar o bônus dela pra mim, que eu sei como é que eu falo".

A analista foi imediatamente demitida. O cartão vermelho do governo demoraria ainda dois anos para lhe ser exibido. Também no Brasil, e há bom tempo, técnicos sensatos, comentaristas esclarecidos, economistas experientes como os membros do grupo Pensar+ do qual participo, alertavam sobre as consequências da irresponsabilidade fiscal. A gastança criminosa promovida pelos sucessivos governos petistas nos conduzia ao inevitável estouro das contas públicas. A história registrará, entre os grandes infortúnios de nossa vida administrativa, a infeliz coincidência de termos vivido o ciclo mais favorável da economia mundial em muitas décadas sob gestão simultânea de uma organização criminosa e do mais destrambelhado dentre todos os nossos governos. Os tempos pródigos ampliaram largamente a voracidade e perpetuaram os danos causados nesse prolongado ataque por dois flancos. Agora são tempos de zelo com as contas públicas. Como é insensível o coração do caixa!

No entanto, esse necessário zelo não vem acompanhado do devido desprendimento. Parece tratar-se de algo que se exige "dos outros" para que as situações particulares permaneçam inalteradas. Todos querem responsabilidade fiscal para que a situação melhore e ninguém mexa no seu queijo (como no bom livro de Spencer Johnson). Imagino essa preocupação povoando, nestes dias, muitas reflexões sobre a situação do país. Deve pensar assim o ministro, viajando em jatinho da FAB. Também o deputado, cujo queijo se chama emenda parlamentar ou verba de gabinete. Não há de querer diferente o beneficiado pelo queijo da isenção fiscal ou do juro privilegiado. São perfumados os queijos especiais havidos por cargo ou função, por vaga nos superpovoados gabinetes políticos e por aposentadorias precoces. Há tantos queijos em busca de proteção! Eles se chamam, ainda, cartão corporativo e bolsa-empresário. E se chamam mordomias, têm carro oficial, motorista, garçom, copeiro e segurança. Imagino a multidão de seus usufrutuários a sonhar com um Brasil onde a austeridade geral permita que nada mude.

O exercício dos poderes de Estado não pode ocorrer na ausência do mais elementar senso de justiça. O Brasil precisa que seus cidadãos submetam às suas próprias consciências uma PEC das boas condutas e dos bons exemplos. Quando o avião sacode, balança inteiro, da primeira classe ao porão de carga.

Percival Puggina (71), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A tomada do Brasil. integrante do grupo Pensar+ .

Vídeo do site Cristalvox explica, pelo site 'Seu Tube'', a razão e o objetivo da intervenção do grupo de brasileiros insatisfeitos com o panorama político do Brasil

quinta-feira, novembro 17, 2016


VEJAM O QUE A GRANDE MÍDIA ESCONDEU SOBRE A MANIFESTAÇÃO OCORRIDA NA CÂMARA DOS DEPUTADOS E MUITO MAIS

Antes da internet e dos blogs, sites independentes e, sobretudo, das redes sociais a grande mídia pensava que podia tudo. Mas agora o buraco é mais embaixo. Estamos vendo, como se fosse um filme, o esfarelamento de toda a chamada grande imprensa que inclui os jornais, televisões e emissoras de rádio.

O efeito corrosivo da internet revela de forma avassaladora tudo o que até agora os jornalistas em maioria - digo isso porque sou jornalista há 45 anos e conheço profundamente os ditos 'coleguinhas' - vinha escamoteando impunemente em favor da bandalha esquerdista.

Exemplo disso é o vídeo acima que documentou a manifestação ocorrida na tarde desta quarta-feira incluindo um comentário análitico e, ao final, usa a ironia mostrando os jornalistas mentindo na cara dura por meio da maior rede de televisão brasileira, a Rede Globo.

Este vídeo está numa dessas plataformas no Youtube denominada "SeuTube". Não dá de jeito nenhum para negar a veracidade de tudo que foi mostrado nesse programa.

Faz pelo menos uma década que não vejo televisão e nem vou ao cinema depois que Hollywood foi dominado pela esquerda bundalelê, bem como não gasto um tostão com a compra de jornais e revistas. Aliás, recomendo repetidamente aqui neste blog: não gastem um tostão com a compra desse lixo ideológico. 

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

"A população de Porto Alegre está em pânico" / Políbio Braga


quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Opinião do editor - A população de Porto Alegre está em pânico

A série de informações que o editor passou hoje sobre ocorrências na área da segurança pública, elevou o número de visualizações do blog para 300 mil, dez vezes mais do que o total diário obtido no final da semana. A população está em pânico, mas o governo Sartori não parece entender o que ocorre sob o seu nariz. A ênfase de hoje foi a notícia sobre arrastão na Marechal Andréa, rua onde se localizam empreendimentos classe A, do tipo Colégio Província de São Pedro e Savarato Toyota, mas também o perigosíssimo Beco do Resbalo, de onde costumam sair aterrorizantes personagens das mais assustadoras sombras da vida de Porto Alegre.

Sem garantir a vida (um porto-alegrense é roubado e depois assassinado a cada dez dias) e o patrimônio dos encurralados moradores da Capital, as autoridades da área da segurança pública costumam reclamar da falta de registros de ocorrências.

A não ser que seja obrigado para garantir o seguro do carro roubado, até mesmo assassinatos cruéis acabam não sendo registrado pelos familiares e amigos dos gaúchos abatidos como gado nas ruas, como foi o caso do vendedor Fernando Schilling, esfaqueado na segunda-feira à noite no Parque da Redenção.

Ora, a irmã e os amigos de Schilling, esvaído em sangue perto do espelho d'água da Redenção, tentaram chamar a Brigada Militar pelo 190, cansaram de esperar e acabaram levando a vítima para o HPS, ali perto. No HPS, tentaram fazer o Boletim de Ocorrência e não encontraram ninguém no Posto Policial.

As autoridades só ficaram sabendo do assassinato depois que o próprio HPS, bem mais tarde, fez ele mesmo o BO.

O delegado Alexandre Vieira, que hoje prendeu os dois suspeitos, atuou-os em flagrante, mas confessou, irônico:

- O problema é que minutos depois eles estarão soltos.

E ?

E nós vamos continuar sendo roubados e assassinados sem reação alguma ?

É isto ?

"A desarrumação fiscal da economia é tamanha que a recuperação virá gradualmente"

quarta-feira, novembro 16, 2016

Passos de bebê 

FÁBIO ALVES

ESTADÃO - 16/11@ 👀👀👀

A desarrumação fiscal da economia é tamanha que a recuperação virá gradualmente


O ponto de partida da crise fiscal é tão grave que alguns executivos financeiros mais pessimistas dizem que o importante agora não é o risco de o Brasil caminhar para a situação de falência da Grécia, mas sim a percepção de que somos todos já o Rio de Janeiro, um Estado sem condições de pagar seus pensionistas e servidores nem de atender às necessidades básicas de saúde e segurança.

Para esses pessimistas, o ajuste fiscal em curso pelo governo Michel Temer é demasiado gradual. E esse gradualismo, dada a trajetória acelerada da dívida pública, não evitará um eventual pânico dos investidores quanto à solvência do Brasil. Com a dívida bruta caminhando para 80% do Produto Interno Bruto (PIB) ao fim de 2017, em comparação com 51,3% em 2011, sem maior crescimento econômico e controle dos gastos, essa proporção ultrapassará os 100% do PIB antes do que se espera.

Na visão dos pessimistas, o governo estaria fazendo pouco para tirar o País da recessão e recolocar a economia nos trilhos de uma maior expansão. Assim, segundo esses executivos, não seria o melhor caminho gastar a munição política de um governo de transição só com a aprovação da PEC 241, que limita o crescimento do gasto público à inflação, e da reforma da Previdência.

Ou seja, Temer e o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, estão dando passos de bebê quando a urgência da crise requer um esforço de um velocista de 100 metros. O foco deveria ser recuperar o investimento imediatamente, na opinião dos críticos.

Diante dessa avaliação, ficam as perguntas: seria a estratégia de Temer e Meirelles acanhada demais para o tamanho do rombo das contas públicas? Seria a escolha mais acertada gastar as fichas para aprovar o ajuste fiscal, em particular a reforma da Previdência, num mandato previsto para acabar em 2018? O que mais seria politicamente viável fazer, além do ajuste fiscal, em tão curto espaço de tempo? O Brasil já se tornou o Rio ou caminha irremediavelmente para a situação da Grécia?

A melhor chance de o Brasil reverter a desconfiança de investidores, empresários e consumidores é aprovando uma reforma da Previdência razoável, que aumente a idade mínima de aposentadoria, desvincule o reajuste dos benefícios do salário mínimo e unifique os sistemas público e privado, combinada, obviamente, com a PEC 241.

Os pessimistas podem até considerar a aprovação dessas medidas como “passos de bebê”, mas sem elas não haverá horizonte macroeconômico com um mínimo de organização, sem o qual os investimentos não virão. Se tudo o que Temer e Meirelles conseguirem fazer for a aprovação da PEC 241 e da reforma da Previdência, o Brasil estará no lucro, diante da bagunça e irresponsabilidade fiscal dos governos petistas.



Manifestantes de identificação genérica ou de princípio ativo desconhecido invadem o prédio da Câmara e se fazem protagonistas da imagem de desorganização que mostra o momento do Brasil

quarta-feira, novembro 16, 2016


MANIFESTANTES INVADEM O PLENÁRIO DA CÂMARA EM PROTESTO CONTRA CORRUPÇÃO, CANTAM HINO NACIONAL E GRITAM 'VIVA SERGIO MORO"

Aos gritos de "Federal aqui", quase uma centena de manifestantes sem bandeiras ou identificação partidária vandalizaram e invadiram o plenário da Câmara dos Deputados momentos antes do início da sessão. Aos gritos de "aqui é a casa do povo", eles ocuparam a Mesa Diretora após quebrar a porta de entrada para o plenário (video acima).
O vice-presidente da Casa, Waldir Maranhão (PP-MA), estava na cadeira do presidente quando os dezenas de pessoas chegaram à Mesa e iniciaram um coro de "viva Sérgio Moro". Em seguida, entoaram o Hino Nacional.
A segurança da Casa tentou retirá-los para dar continuidade aos trabalhos quando houve confusão com troca de socos entre os "policiais" legislativos. Os manifestantes se recusam a sair e conversam com o primeiro-secretário da Câmara, Beto Mansur (PRB-SP).
Alguns dos manifestantes estão vestidos com camisas pedindo intervenção militar, mas a reivindicação do grupo não foi declarada. Interpelados pela imprensa, alguns disseram que o primeiro passo era invadir o plenário. Cerca de 10 minutos depois, eles pediram uma intervenção militar, o fim da corrupção e aposentadorias dignas, entre outros pontos.
A segurança da Câmara retirou todos os jonalistas do Salão Verde (em frente à entrada do Plenário) e tenta retirar os manifestantes, que dizem não ter intenção de se retirar. Do site Diário do Poder